RIIAL. Rede Informática da Igreja na América Latina Santiago do Chile Abril 2013
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- Raul Ferrão Dreer
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1 RIIAL Rede Informática da Igreja na América Latina Santiago do Chile Abril 2013 Organismos Promotores: Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais Conselho Episcopal Latinoamericano
2 Introdução Capítulo 1 A Rede de Informática da Igreja na América Latina (RIIAL) nasceu em meados da década de 80 e se desenvolve sob a proteção de Nossa Senhora de Guadalupe, o impulso e a animação do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais (PCCS) e do Conselho Episcopal Latinoamericano (CELAM). Surgiu para animar, na Igreja, o uso da informática em sua comunicação interna e na evangelização. A partir de 2007 incorporou, com princípios inspiradores de seu serviço eclesial de comunicação, as propostas da 5a. Conferência Geral do Episcopado Latinoamericano e do Caribe, com o objetivo de inculturar o Evangelho na cultura digital, manifestando a Cristo Salvador aos homens e mulheres que navegam pelas novas estradas da informação, buscando o sentido e salvação de suas vidas. Visão Nos horizontes tecnológicos, a RIIAL é ação comunicativa da Igreja na América Latina e sentinela das tecnologias emergentes. Propõe critérios de discernimento para habitar a cultura digital, em comunhão eclesial. Natureza A RIIAL é uma rede eclesial de comunicação, comunhão e relação. Anima, à luz do princípio de subsidiariedade, a apropriação dos meios informáticos e das TICs1, na cultura digital, ao serviço da Nova Evangelização, a comunhão no seio da Igreja e o diálogo Igrejamundo. Para isso, oferece critérios evangélicos, éticos e tecnológicos e também meios pastorais, humanos e técnicos para os discípulos missionários. Missão Evangelizar é substancialmente comunicar e esta é a missão que identifica a RIIAL com toda a Igreja. Os agentes RIIAL são facilitadores da ação comunicativa da vida da Igreja nas TICs. A RIIAL, como instrumento de comunhão eclesial, se apropria dos avanços das tecnologias da comunicação, os estuda e ajuda a difundir os mais adequados, de tal forma que a Igreja siga desenvolvendo-se em seu uso e conhecimento. 2
3 Objetivos: Animar iniciativas e projetos de dioceses e comunidades cristãs no âmbito da cultura digital, que se integrem organicamente na pastoral da comunicação. Procurar a incorporação das comunidades pobres e sem infraestrutura à cultura digital, para favorecer a inclusão e a participação dos setores populares na vida eclesial e social. Contribuir com a pastoral de conjunto, especialmente com a catequese e a pastoral social, utilizando recursos e serviços tecnológicos adequados; para tecer redes de colaboração, intercâmbio e serviços comuns que beneficiem a todos. Impulsionar uma maior compreensão das tecnologias da informação e a comunicação e suas linguagens para evangelizar o continente digital, promovendo espaços de estudo, investigação e formação que facilitem sua aplicação na Igreja com novas soluções tecnológicas. Descobrir e aprofundar as características da cultura digital, animando nela a participação ativa dos agentes de pastoral como verdadeiros copartícipes (co-produtores, isto é, pessoas que além de ser consumidores, são produtores de conteúdos e o compartilham com quem o requeiram). Pilares da RIIAL Valores e princípios que orientam a ação Chegar aos últimos" Prioridade pelos mais necessitados. Chegar aos últimos e mais necessitados, eliminando a brecha digital, isso implica uma sensibilidade e uma atenção privilegiada e não excludente dos mais necessitados de formação e de infraestrutura tecnológica. Este valor se apoia na dignidade da pessoa que é única, irrepetível e insubstituível e que, desde sua originalidade, tem muito a oferecer à mesa comum que a RIIAL favorece e promove. Dada a presença capilar da Igreja católica no continente, a RIIAL também se oferece como um fator de promoção humana e desenvolvimento social. Será condição necessária escutar aos últimos e incorpora-los ao diálogo social e eclesial. Esta opção preferencial pelos pobres aspira a integrá-los nas oportunidades e ganhos que, como verdadeiros dons e maravilhas de Deus (Cf. Inter Mirifica 1), oferecem as novas tecnologias. "Mesa comum". O dinamismo do oferecer e receber. Todos podem oferecer o melhor de si mesmos e, ao mesmo tempo, todos podem servir-se do que outros membros oferecem. Esta apreciação combina, por um lado, uma sã valorização das pessoas e, por outro lado, a justa esperança de que cada um dê o melhor de si com verdadeiro espírito de comunhão. 3
4 "Equação necessidade-serviço". Serviço de acordo com as necessidades. A RIIAL surge e se implementa segundo as autênticas necessidades de uma comunidade propondo soluções. Os agentes pastorais relacionados com a RIIAL, contribuem para responder a essas necessidades acolhendo as capacidades humanas e tecnológicas, forças e potencialidades de cada comunidade. "Trage sob medida". Discernimento tecnológico e subsidiariedade. Os agentes pastorais relacionados com a RIIAL se mantém atualizados em matéria de tecnologia, para harmonizar o melhor possível as possibilidades reais da comunidade com as respostas que a tecnologia oferece. Portanto, não existem soluções padronizadas e uniformes. Para cada comunidade existe um "traje sob medida tecnológico". Tecnológica Três perspectivas para os pilares da RIIAL Cultural Missionária A RIIAL está vinculada por perspectivas que não podem separar-se umas das outras. Tecnológica: Um olhar para o desenvolvimento tecnológico em matéria de comunicação, para dar solução às necessidades humanas e pastorais concretas. A tecnologia é vista como oportunidade e posta em relação com os beneficiários do âmbito onde se oferecerá o serviço, de tal forma que se existe carência dos mecanismos modernos de comunicação, se buscarão alternativas para poder chegar até os lugares mais remotos. Cultural: Não bastam os meios de comunicação se não existe cultura comunicativa. É necessário formar, não só nos aspectos tecnológicos, mas sobretudo motivar o exercício de comunicar para dentro e para fora das instituições e comunidades eclesiais. Missionária: Com o tesouro da fé compartilhada, contribuir para que a Igreja possa "pescar fora do pesqueiro", evangelizar, ser fermento na massa, dialogar com aqueles que pensam diferente através de um tom intercultural, interreligioso e propositivo. Esta perspectiva é o motor das duas anteriores. Tecedores de redes A RIIAL se integra orgânicamente à pastoral da comunicação. A particularidade do agente RIIAL é sua qualidade de discípulo missionário na cultura digital (pessoas de coração profundamente eclesial, estrategista de tecnologia para a Igreja) e sua visão de rede, que evita o isolamento comunicativo entre seus membros. É um modo de ser, a forma de atuar em qualquer projeto, ou de aplicar qualquer pilar. Em comunhão com os demais agentes de pastoral da comunicação, favorecem que a Igreja cumpra seu papel de "agente de sentido" numa cultura marcada pela dispersão. 4
5 Capítulo 2 As funções do comitê em cada uma das áreas da RIIAL Comitê RIIAL O comitê RIIAL é formado por uma equipe interdisciplinária que está à escuta dos membros da Rede, acompanha e dinamiza a coordenação e coopera no cumprimento da missão e dos objetivos da RIIAL. Busca e articula nas distintas entidades da Igreja as melhores respostas às necessidades que se apresentem, para indicar um serviço útil, oportuno e adequado. Seus membros são designados pelo Presidente do PCCS e o Presidente do Departamento de Comunicação do CELAM, os quais estabelecem o tempo de permanência no serviço. Possuem um caráter representativo das quatro regiões do continente: Caribe, Centro América, Países Bolivarianos e Cone Sul, está integrado por especialistas das distintas disciplinas, até o máximo de 12 pessoas. Área de discernimento de projetos de conjunto Surgem constantemente necessidades dos Bispos e Episcopados, que se resolvem, na medida das possibilidades da Rede, com as soluções que já se encontram disponíveis. Também surgem projetos que oferecem novos serviços. É preciso discernir e sugerir quem assumirá a solução, como se financiará, qual será o pressuposto do tempo e outros aspectos da implementação do novo projeto. Os responsáveis nacionais RIIAL são uma instância de ajuda no discernimento a nível nacional. A condição de pertença à RIIAL continental é o cumprimento dos quatro pilares, e uma carta do Ordinário do lugar, garantindo a eclesialidade da iniciativa. a) Conhecer as atividades e as necessidades dos membros da Rede; escutar suas propostas e animar a comunicação e a relação entre todos, de modo que a RIIAL cumpra seu serviço articuladamente. b) Procurar a ampliação da Rede para novos membros e serviços eclesiais na evangelização, detectando projetos que estão em mútua sintonia no Continente, para compartilhar suas descobertas e convidá-los a participar na Rede. 5
6 c) Impulsionar as atividades e projetos que favoreçam a diminuição da brecha digital, facilitando, por exemplo, o acesso aos serviços tecnológicos de formação dos setores mais pobres e desfavorecidos. Área de Internet e aplicativos Correspondem a esta área projetos como episcopo.net e o Centro Guadalupe, o site web RIIAL, Portal de portais do CELAM, Apps, conectividade. a) Animar, apoiar e dinamizar a Pastoral da Comunicação eclesial continental no que se refere ao mundo do ciberespaço e as tecnologias da informação e a comunicação. b) Desenhar e impulsionar a execução de projetos concretos de serviço na América Latina no campo das TICs; em união de sinergias nos diferentes campos de ação da RIIAL, e na articulação com os planos gerais do CELAM e do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. Área de formação A área inclui instâncias formativas para os novos agentes RIIAL, para as Conferências Episcopais, Seminários, Dioceses, Universidades e outras instituições vinculadas. a) Animar processos formativos na matéria de tecnologias para a evangelização e soluções sob medida. b) Promover instâncias formativas sobre a espiritualidade RIIAL, no marco da ampliação da rede para novos membros e serviços. c) Estudar e fomentar a compreensão da cultura digital. Área de investigação A RIIAL anima, fomenta e suscita investigações úteis sobre a cultura digital em seus diversos aspectos, através do trabalho ad intra nas universidades (católicas e civis). Se vincula também com os Observatórios sobre comunicação e sobre evangelização na cultura digital. a) Promover a investigação e o desenvolvimento de novos recursos tecnologicos e comunicativos de acordo com necessidades especiais, estando na vanguarda dos desenvolvimentos e inovações. b) Fomentar a participação ativa das instituições educativas na investigação acadêmica e inovações pedagógicas exigidas pela cultura digital e o rol evangelizador da educação e da comunicação. c) Impulsionar a investigação em temas relacionados com a cultura digital, entre eles: legislação da Internet, direitos autorais, direitos do jornalista, e outras questões cujo estudo gere critérios de discernimento para poder ajudar aos bispos e agentes de pastoral na situação de mudança e crise na cultura digital. Outro tema de estudo é a conectividade no continente. 6
7 Conclusão Os desafios que se apresentam são inúmeros: seguir sendo testemunha de unidade e vivência de uma cultura informatizada que fique impregnada dos valores cristãos; facilitar soluções técnicas adequadas aos grupos mais desprovidos e carentes de mídias: oferecer aos Bispos serviços cada vez mais eficientes, com informação e conteúdos Evangelizadores em língua espanhola e portuguesa para os fiéis e para a sociedade latinoamericana; melhorar a presença da Igreja na internet como meio para anunciar a Boa Nova na chamada Era da Informação. Esta mudança de época nos impulsiona a aprender e transmitir a mensagem Evangélica e os ensinamentos do Magistério usando as novas linguagens que marca a cultura dos nossos dias e do futuro. (Mensagem do Santo Padre João Paulo II à reunião Continental da RIIAL de 1998) Temos que agradecer a Rede de Informática da Igreja na América Latina (RIIAL), sob o acompanhamento sempre oportuno do Pontifício Conselho para as Comunicações Socias e o CELAM, por ter sabido amparar às inquietudes continentais diante das novidades comunicativas e tecnológicas para este forúm, que deve ser um exemplo de profunda comunhão e de fiel cumprimento do mandato do Senhor de anunciar o Evangelho a todas as nações (cf. Mt 28,19-20). Uma rede, dentro da grande rede da humanidade, que se converta em permanente agente de sentido, que ofereça como conteúdos ao homem de hoje respostas precisas e esteja sempre disposta para dar razões de nossa esperança (cf. 1 Pe 3,15). (Saudação de João Paulo II no Primeiro Congresso Continental Igreja e Informática em Monterrey 2003) 7
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