A Segurança na Administração da Quimioterapia Oral.ral

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1 A Segurança na Administração da Quimioterapia Oral.ral 2º Congresso Multidisciplinar em Oncologia do Instituto do Câncer do Hospital Mãe de Deus Enfª Érika Moreti Campitelli

2 Antineoplásico oral: Atualmente no Brasil temos disponíveis grande variedade de antineoplásicos orais. No nosso serviço temos disponíveis para dispensação 30 tipos de antineoplásicos orais. Exemplos: Imatinibe (Glivec ) Capecitabina (Xeloda ) Erlotinib (Tarceva ) Abiraterona (ZytigaTM)

3 Vantagens do tratamento via oral Autonomia do indivíduo; Não há necessidade acesso venoso; Não demanda tempo em ir à unidade saúde receber o medicamento; Sensação de controle sobre a terapêutica e tem menor interferência na vida social;

4 Desvantagens do tratamento via oral Variação da absorção do medicamento; O uso correto depende da compreensão do usuário, manejo dos efeitos colaterais, risco do uso incorreto entre outros.

5 Adesão ao tratamento Adesão ao tratamento significa "a medida com que o comportamento de uma pessoa corresponde às recomendações de um profissional da saúde. (OMS) O grande desafio é acompanhar a adesão nesta modalidade de tratamento. Fatores que podem influenciar: relacionados ao paciente, o tratamento do serviço de saúde, uso concomitante com outros medicamentos (interações) crenças e hábitos de vida entre outros. Compreender os múltiplos fatores envolvidos neste processo fortalece a atuação dos profissionais de saúde para garantir a efetividade do tratamento.

6 Adesão ao tratamento: É importante que os profissionais médicos ao indicar, enfermeiros e farmacêuticos orientar e dispensar um quimioterápico oral, realize orientações claras quanto ao uso da medicação, como acordar os horários, verificar a compatibilidade e/ou interações dos medicamentos de uso habitual ou com alimentos, e maneira adequada de armazenamento. O paciente em uso de medicamentos em domicílio, torna-se responsável pelo tratamento e pode afetar na eficácia do processo farmacoterapêutico. 3

7 Adesão ao Tratamento O estadio da doença influencia também na adesão: Os antineoplásicos orais são por vezes prescritos a doentes em estadios mais avançados, depois de não ter tido êxito em outros tipos de tratamento. A maioria dos tratamentos de primeira linha consiste de drogas endovenosas. Entre vários fatores está a biodisponibilidade imediata do fármaco e também pelo fato de que para chegar determinada agressividade necessária, seria preciso de altas doses de quimioterápico orais.

8 Controle na adesão: A adesão e o monitoramento do uso da quimioterapia via oral é um importante indicador da resposta ao tratamento. Por exemplo: Se o médico indicar um determinado tratamento e o paciente omitir as dificuldades de cumprir a prescrição, a conduta de suspender o uso do fármaco pode ser tomada equivocadamente. Subdosagens podem levar a falhas no tratamento proposto e com isso prejudicar qualidade de vida ou desencadear a morte. Além desses fatos, pode aumentar os custos com exames de imagem, internações e medidas de suporte. Superdosagens podem acarretar em toxicidades limitantes.

9 Segurança da Prescrição O médico prescreve a quimioterapia oral em uma plataforma eletrônica e imprime a prescrição digitalizada. Na prescrição consta o nome do paciente, o número do prontuário (único) o medicamento, a dose, os intervalos e a dose total prescrita e por quanto tempo. Também fornece termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) no qual esclarece a finalidade do tratamento e informa os principais efeitos colaterais da droga escolhida no tratamento

10 Dispensação: O paciente é orientado pelo médico a procurar a farmácia do Centro Oncológico; Todos os antineoplásicos orais tem impresso de orientação quanto ao uso. Esse impresso é multiprofissional.

11 Orientação profissionais O farmacêutico recebe a prescrição, confere a dose, o protocolo prescrito e realiza orientações de como deve usar o medicamento, se pode ser administrado próximo a refeições, interações medicamentosas e armazenamento. Enfermeiro orienta quanto a indicação, efeitos colaterais, cuidados com a administração, auxilia na orientação do uso dos medicamentos de suporte como antieméticos, protetor gástrico, o descarte adequado quando há sobras de medicamento e situações em que o paciente deva entrar em contato com serviço médico.

12 Continuidade do cuidado: Os pacientes em uso de quimioterapia oral concomitante a quimioterapia sistêmica são acompanhados quanto ao uso dos antineoplásicos a cada vinda para aplicação ambulatorial. Na avaliação de enfermagem é abordado quanto aos principais efeitos colaterais de cada droga. Utilizamos classificação (CTC NCI Common Toxicity Criteria of the National Cancer Institute).

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14 Continuidade do cuidado Os pacientes em uso exclusivo de antineoplásicos via oral ou concomitante com radioterapia são acompanhados por contato telefônico. Esse contato é realizado pelo Enfermeiro. São abordados o uso do medicamento, a adesão: os horários, se há esquecimento, efeitos colaterais, dúvidas, reforça as situações que deve buscar atendimento médico. Realiza a orientação de agendamento de retorno se continuar o tratamento para retirar demais doses.

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16 Dados : Em um levantamento realizado no nosso serviço com 217 paciente os quais realizamos contato telefônico, 64% (141) eram do sexo masculino e 36% (76) do sexo feminino. A capecitabina foi a droga mais utilizada. O que justifica é seu uso generalizado no tratamento de vários tumores humanos, incluindo mama, colorectal, gástrico entre outros. A segunda droga mais consumida é o acetato de abiraterona, mostrando boa tolerância pela maioria dos pacientes.

17 Os principais efeitos colaterais foram: fadiga (25%) náusea (18%), constipação (10%) e síndrome mão-pé (7,6%).

18 Importância do Contato telefônico: É possível detectar precocemente algum efeito colateral indesejado e comunicar equipe médica; Verifica se o paciente compreendeu o uso correto do medicamento; Fortalece o vínculo entre equipe de saúde, paciente e família; Promove segurança antineoplásicos; da administração domiciliar dos

19 Conclusão O enfermeiro tem papel relevante quanto a adesão ao tratamento do antineoplásico oral. É o profissional é um facilitador do cuidado que estabelece vínculos com o paciente-família, pois, conhece sua doença, seu contexto social, familiar, econômico, espiritual A quimioterapia oral é um avanço no tratamento do câncer e fará cada dia mais parte da nossa realidade. Conhecer essas drogas, seus efeitos colaterais e os cuidados deve ser contínuo na nossa atuação.

20 "O sofrimento humano só é intolerável quando ninguém cuida". Cecily Saunders Obrigada!!! g.br

21 Referências: Marques P. A. C; Pierin A. M.G; Fatores que influencia, a adesão de pacientes com câncer à terapia antineoplásica oral, ACTA PAULISTA ENFERMAGEM, 2008; 21(2): Oliveira A. T.; Perfil de uso da terapia Antineoplásica oral a importância da orientação farmacêutica. REVISTA BRASILEIRA FARMÁCIA HOPSITLAR SER. AS~UDE SÃO PAULO,V3 n out\dez Batista M. M, Avaliação da adesão à terapia farmacológica com antineoplásico oral. DISSERTAÇÃO OBTENÇÃO GRAU DE MESTRE CIÊNCIAS FARMACêUTICAS, Covilhas-POR Junho 2012.