Visita a Canteiro de Obras Shopping PlazaVale - SJC
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1 INSTITUTO TECNOLÓGICO DE AERONÁUTICA DIVISÃO DE ENGENHARIA DE INFRA- ESTRUTURA AERONÁUTICA DEPARTAMENTO DE EDIFICAÇÕES EDI-51 Visita a Canteiro de Obras Shopping PlazaVale - SJC Prof.: Eleana Patta Flain Alunos: Rodrigo Otávio Ribeiro Thiago Antônio Xavier Simão INFRA-01 05/2001
2 1. INTRODUÇÃO Este relatório visa à descrição da visita feita ao canteiro de obras do Shopping PLAZAVALE, em São José dos Campos SP. O futuro shopping localiza-se na R. Holanda, 130, Bairro Oswaldo Cruz. Está sendo construído pela PBOP Construtora (Profissionais Brasileiros de Obras e Projetos), com entrega prevista para Quando estiver finalizado será um edifício com andar térreo mais dois pavimentos, sendo a última laje uma área de estacionamento aberto, alcançado através de uma rampa circular. Na figura 1 pode-se observar parte dos tapumes que cercam a obra e algumas placas informativas, mostrando as empresas envolvidas no empreendimento e uma foto-maquete retratando como ficará o shopping quando finalizadas as obras. 2. DESCRIÇÃO DO CANTEIRO O canteiro de obras está divido em duas partes, uma de cada lado da rua. Na maior delas é onde está sendo construído o futuro shopping. Na outra parte está a área administrativa do canteiro, área de vendas, refeitório, banheiros e vestiários para os funcionários e almoxerifado para ferramentas e equipamentos de segurança individuais (EPI s) (Figura 2). Figura 1 - Esboço do canteiro de obras. Trabalham na obra 36 funcionários, além de um engenheiro, um engenheiro júnior com dedicação exclusiva e um mestre de obras. 2.1 SISTEMA CONSTRUTIVO O sistema construtivo utilizado é convencional, com estrutura de vigas e pilares em concreto armado.
3 As fôrmas para a estrutura foram fabricadas em madeira no próprio canteiro, em um local apropriado provido de uma mesa com serra dentada, ferramentas e EPI s (figura 3). De acordo com o mestre de obras, a escolha por fabricar as fôrmas, ao invés de comprá-las prontas, deveu-se ao menor custo da primeira opção. A disponibilidade de espaço no canteiro deve também ter influenciado nesta decisão. Como as fôrmas, também a armadura é cortada e dobrada no próprio canteiro de obras. Para isto se dispõe de local apropriado, com uma longa mesa de madeira provida de serra (figuras 4 e 5). O local para corte e dobra da armadura é próximo ao local de armazenamento das barras, que ficam sob a laje pronta e apoiadas sobre sarrafos de madeira, o que evita o contato com a umidade. De acordo com o mestre de obras, inicialmente a armadura era comprada já cortada e dobrada, e que este sistema foi substituído devido ao seu maior custo. Na montagem das armaduras, as barras e estribos são amarrados na posição final da peça. As armaduras de vigas são montadas sobre a fôrma de fundo e são utilizados espaçadores de plástico para garantir o correto posicionamento das barras e o cobrimento mínimo pelo concreto (figura 6) A posição dos pilares são marcadas por gastalos, fixos à laje em volta dos arranques vindos dos pilares do piso inferior (figura 7) A armadura do pilar é fixado aos arranques antes da colocação da fôrma e, se necessário, é ancorada por tirantes (arames ou fios) ligados à laje (figura 8). A fôrma é montada em volta da armadura, sendo as pranchas fixadas por meio de sarrafos e cunhas de madeira e ganchos metálicos (figura 9). O prumo do pilar é ajustado utilizando-se um arame amarrado a um peso (lata com concreto), fixando-o a seguir através de sarrafos de prumo fixados à laje (figuras 10 e 11). Na obra são utilizados dois sistemas de escoramento: metálico e de madeira. As escoras de madeira foram cortadas e montadas no próprio canteiro. As peças do sistema de escoramento metálico são alugadas de empresas especializadas. Para a concretagem das vigas e lajes do primeiro piso são utilizadas escoras de madeira. Os garfos e escoras são colocadas a intervalos de 30 cm, menor que o geralmente utilizado, garantindo o correto posicionamento da fôrma e para que não ocorram flechas indesejáveis durante a concretagem. Os garfos possuem abas laterais, onde são colocadas pranchas de madeira que permitem a circulação de operários. Na figura 12 pode-se observar à esquerda o escoramento sem as pranchas de madeira e à direita com as pranchas. Nos pisos superiores o sistema de escoramento utilizado é o metálico (figura 13), constituído de peças encaixáveis de fácil montagem e ajuste, pois contam com braços telescópicos de pino (figura 14) ou rosqueáveis (figura 15). Para facilitar a posterior desforma, as logarimas e guias são presas utilizando-se cunhas de madeira (figura 16).
4 O concreto utilizado para a estrutura não é fabricado no canteiro de obras, mas comprado em usina. Ele chega em caminhões e é bombeado para os pisos superiores, enchendo as fôrmas. A compactação é feita utilizando-se um vibrador de agulha. Nos pilares, onde a altura de lançamento é grande, a concretagem é feita com a ajuda de tubos flexíveis, que impedem a queda livre e desagregação. Quando da chegada do concreto na obra, são feitos testes de abatimento de cone (slump), e moldados corpos de prova para posterior análise em laboratório contratado. As lajes são construídas com vigotas pré-fabricados. As vigotas armadas são colocadas lado a lado formando o fundo da laje, apoiadas pelas logarimas e escoras. A armadura da laje é amarrada à armadura da vigota, e o concreto é então espalhado sobre este fundo e completa a espessura total da laje. Na figura 15 pode-se observar o tipo de vigota utilizado. Para vedação são utilizados blocos de concreto simples. A argamassa de assentamento é fabricada no próprio canteiro. Segundo o mestre de obras, a argamassa de revestimento será usinada e recebida pronta para uso. 2.2 EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS O canteiro visitado tem um aspecto muito organizado e limpo, se comparado aos canteiros de obra geralmente encontrados no Brasil. Isso se deve ao fato de o concreto ser recebido pronto para ser virado, evitando armazenamento de agregados e cimento, da organização da produção e montagem das fôrmas, da organização na estocagem das peças de escoramento metálico, entre outras. Dessa forma, andando pela obra pode-se ver apenas as ferramentas (principalmente as menores) que estão efetivamente sendo utilizadas, pois as que não estão sendo utilizadas no momento ficam armazenadas no almoxerifado. Entre os equipamentos e ferramentas, temos: - Serra para madeira, utilizada para o corte das fôrmas de peças de concreto armado; - Serra para corte de barras de aço para armadura de concreto armado; - Betoneira (figura 17) utilizada, segundo o mestre de obras, para mistura de argamassa de assentamento, o que seria uma prática errada; - Guindaste para elevar material aos pisos superiores (figura 18); - Elevador de carga, que durante a visita estava em fase de montagem (figura 19); - Sistema de iluminação para eventuais trabalhos noturnos (figura 20). - Mangueira para aspersão de água (figura 21). Utilizada, por exemplo, para manter a superfície da laje úmida durante a pega do concreto e evitar fissuras.
5 2.3 SEGURANÇA O cuidado com a segurança dos trabalhadores é um ponto que chama atenção na obra visitada. Para a visita ao canteiro foi necessário usar o capacete de segurança fornecido pela construtora. Por toda a obra podem ser vistos cartazes e placas de aviso, uma delas localizadas bem na entrada do canteiro, como pode ser visto na figura 22. Também na figura 3, que mostra o local de corte das fôrmas, podem ser observadas placas de advertência. Como pôde ser observado (durante a visita e nas fotos aqui apresentadas), todos os operários faziam uso de seus respectivos EPI s, composto por capacete, botas e macacão. Em serviços especiais, como corte da armadura ou montagem das fôrmas, também são utilizadas luvas, aventais, máscaras e óculos. Para serviços em locais com perigo de queda, como montagem de fôrmas de pilares e vigas ou montagem do elevador de carga, os operários utilizam de corda de segurança (figura 23). Outra medida de segurança utilizada é a colocação de cordas brancas ou azuis indicando a beirada da laje (figura 24), assim como a proteção do fosso do elevador com sarrafos pintados de amarelo, para facilitar a visualização (figura 25). 3. CONCLUSÕES E COMENTÁRIOS Pudemos, na visita feita, observar um tipo de obra na qual se procura obedecer os requisitos de qualidade e segurança indispensáveis neste tipo de trabalho, e que ainda não é o padrão comum na construção civil brasileira Desta forma, é um canteiro que se diferencia do padrão geralmente encontrado no Brasil, apresentando um eficiente sistema de gerenciamento e organização do trabalho, conscientização e treinamento dos funcionários e constante fiscalização dos profissionais responsáveis. Infelizmente esta não é uma prática ainda comum na maioria das obras civis no país, utilizada mais comumente nos grandes centros e nas maiores obras, mas que aos poucos vai sendo difundida também para as pequenas obras e outras localidades. Através de bons projetos, treinamento e organização, consegue-se chegar a uma obra de qualidade, executada dentro de prazos previamente estabelecidos, com custos racionalizados, sem desperdícios e realizada dentro de alto padrão de segurança.
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