Oi, Ficou curioso? Então conheça nosso universo.

Tamanho: px

Começar a partir da página:

Download "Oi, Ficou curioso? Então conheça nosso universo."

Ian Tuschinski
5 Há anos
Visualizações:

1 Oi, Somos do curso de Fisioterapia da Universidade Franciscana, e esse ebook é um produto exclusivo criado pra você. Nele, você pode ter um gostinho de como é uma das primeiras aulas do seu futuro curso. Ficou curioso? Então conheça nosso universo.

2 MARCHA HUMANA Você já deve ter ouvido falar que o fisioterapeuta, dentre outras coisas, ajuda as pessoas a caminharem, não é? E é isso mesmo, a marcha ou deambulação, ou como é conhecida popularmente, o caminhar é uma função que o fisioterapeuta precisa compreender, pois há uma infinidade de doenças e condições que provocam alterações nesta habilidade, impedindo, muitas vezes a pessoa de desenvolvê-la adequadamente. Assim, o fisioterapeuta é o profissional que pode ajudar a evitar comprometimentos da marcha tratá-los quando estes já existirem, ou seja, o fisioterapeuta atua tanto na prevenção quanto na intervenção/tratamento. Para iniciar nossa aula, precisamos definir: marcha é uma sequência de repetições de movimentos dos membros que move o corpo para frente enquanto mantém uma postura estável (Perry, 2005). PARECE MUITO SIMPLES, NÃO É? No entanto, a marcha é uma tarefa bastante complexa, que exige o funcionamento conjunto de diversas estruturas e sistemas, dentre eles o sistema musculoesquelético e o sistema nervoso, os quais você já estudou nas disciplinas de anatomia e fisiologia. Mas ela também depende do ambiente onde a pessoa está inserida e do objetivo a ser cumprido. Essa tarefa é tão complexa que não nascemos sabendo andar, aprendemos com o tempo. Vamos pensar no bebê, ele primeiro precisa aprender a segurar a cabeça, rolar para os lados, sentar, engatinhar, ficar em pé, para só então começar a dar os primeiros passos. Só depois disso ele conseguirá se deslocar de forma independente e segura. Assim, é importante compreender que para andar é preciso muito mais do que os membros inferiores (pernas), pois é preciso que o tronco, a cabeça e os membros superiores (braços) funcionem em sincronia com os membros inferiores. Quando a pessoa caminha, todo o corpo se movimenta de maneira suave, perfeita e coordenada.

Então vamos entender como ela ocorre: Um ciclo da marcha consiste no intervalo entre o toque de um pé no chão até o toque desse mesmo pé à frente, ou seja, dois passos, um direito e um esquerdo.

Durante o apoio, existem momentos em que a pessoa está com ambos os pés no chão e momentos em que está com apenas um pé em contato com a superfície.

3 Então vamos entender como ela ocorre: Um ciclo da marcha consiste no intervalo entre o toque de um pé no chão até o toque desse mesmo pé à frente, ou seja, dois passos, um direito e um esquerdo. Cada ciclo é dividido em dois períodos, apoio e balanço. Apoio é quando o pé está em contato com a superfície e balanço é o período em que o pé está no ar para que um dos membros avance. Durante o apoio, existem momentos em que a pessoa está com ambos os pés no chão e momentos em que está com apenas um pé em contato com a superfície. Por isso, esses momentos são chamados de duplo apoio e apoio simples, respectivamente. Em um ciclo, temos dois períodos de duplo apoio e um de apoio simples. Confira na figura 1. Dentro de cada um desses períodos temos tarefas de aceitação do peso, apoio simples e avanço do membro e dentro dessas tarefas temos fases (contato inicial, resposta à carga, apoio médio, apoio terminal, pré-balanço, balanço inicial, balanço médio e balanço terminal). Veja a figura 2. Figura 2 Divisões do ciclo da marcha (PERRY, 2005) Figura 1 Ciclo da marcha (PERRY, 2005)

4 Além dessas informações básicas, o fisioterapeuta também precisa compreender outras variáveis relacionadas à marcha, como cinemáticas, cinéticas, eletromiográficas dentre outras. As variáveis cinemáticas podem ser divididas em lineares e angulares. As lineares consistem em variáveis espaço- -temporais em que estão incluídas a velocidade, o comprimento do passo e da passada, a largura da base de apoio (distância entre um pé e outro) e a cadência. Já a cinemática angular inclui os movimentos da pelve, quadril, joelho, tornozelo, tronco e membros superiores, em diferentes planos de movimento (sagital, frontal e transverso). As variáveis cinéticas incluem as forças e momentos que causam os movimentos e as variáveis eletromiográficas registram a atividade elétrica dos músculos. Mais detalhes sobre isso, você verá na disciplina de Biomecânica Clínica. Dessa forma, é preciso aprender a avaliar a marcha, seja por observação clínica, seja por meio de instrumentação biomecânica, como plataformas de força, câmeras, eletromiografia, palmilhas de pressão plantar dentre outros. A partir dessa avaliação, é possível que se faça uma classificação dos tipos de marcha, diante do que foi observado. Mas essa classificação será vista na disciplina de Semiologia em Fisioterapia. E você pode estar se perguntando: Em que momento da vida uma pessoa pode desenvolver alterações na marcha? E a resposta é: em qualquer momento. Assim, o fisioterapeuta poderá trabalhar na prevenção de comprometimentos ou tratamento da marcha em crianças, adolescentes, adultos e idosos, com diferentes tipos de disfunções, dentre elas as ortopédicas, neurológicas, reumatológicas, aquelas decorrentes do envelhecimento e etc. Então, independente da faixa etária e da especialidade com a qual trabalha, o fisioterapeuta deverá compreender a complexidade da marcha para poder intervir. E o tratamento? Bem, sobre isso você irá aprender nos módulos que contemplam os ciclos da vida (Criança e Adolescente, Adulto e Envelhecimento). Então: Bora estudar bastante para aprender muito além disso e ser um excelente fisioterapeuta?

5 REFERÊNCIAS: PERRY, J. Análise da marcha: marcha normal. Barueri, SP: Manole, p. SHUMWAY-COOK, A.; WOOLLACOTT, M.H. Controle motor: teoria e aplicações práticas. 3.ed. Barueri, SP: Manole, Agradecemos a leitura e esperamos você na Universidade Franciscana.

Documentos relacionados

1. Tipos de análise do movimento humano. 2. Biomecânica - Definições. 3. Biomecânica - Áreas. 4. Terminologia - Planos e Eixos

Sumário BIOMECÂNICA Ft. Ms. Sandra Aliberti 1. Tipos de análise do movimento humano 2. Biomecânica - Definições 3. Biomecânica - Áreas 4. Terminologia - Planos e Eixos 5. Biomecânica da marcha: funções