NEWSLETTER TRIBUTÁRIO

Transcrição

1 Nº 11/ de dezembro de 2018 NEWSLETTER 1. IRPJ E IRPF PUBLICADO DECRETO COM NOVO REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA EM SUBSTITUIÇÃO AO RIR/99 Governo Federal publicou no último dia 24 de novembro o novo Regulamento do Imposto de Renda que compila a legislação sobre o tributo. 2. STJ RECURSO REPETITIVO TRIBUNAL DECIDE PELA LEGALIDADE DO PROTESTO DE CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA STJ fixou tese, em sede de recurso repetitivo, permitindo à Fazenda Nacional que proteste débitos tributários inscritos em dívida ativa. 3. RECEITA FEDERAL REALIZADA CONSULTA PÚBLICA SOBRE INSTRUÇÃO NORMATIVA QUE DISPÕE SOBRE A RESPONSABILIZAÇÃO DE TERCEIROS POR DÉBITOS S Receita Federal realizou entre os dias 20 de novembro e 06 de dezembro Consulta Pública sobre o texto da Instrução Normativa que pretende ampliar o rol de responsáveis por dívida tributária. 4. CARF LUCRO ARBITRADO CARF DECIDE QUE O CONTRIBUINTE PODE AUTOARBITRAR O LUCRO PARA FINS DE RECOLHIMENTO DE IRPJ E CSLL CARF julgou de forma favorável pedido sobre a possibilidade de o próprio contribuinte arbitrar o lucro para fins de recolhimento do IRPJ e da CSLL.

2 1 IRPJ E IRPF PUBLICADO DECRETO COM NOVO REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA EM SUBSTITUIÇÃO AO RIR/99 O Governo Federal publicou, no último dia 23 de novembro, o Novo Regulamento do Imposto de Renda ( RIR ) Decreto nº 9.580/18 em substituição ao RIR de 1999 (Decreto nº 3.000/99) com a consolidação da legislação pertinente ao imposto de renda. Trata-se de texto normativo com mais de mil dispositivos. Entre as principais mudanças trazidas pelo RIR estão (i) a possibilidade de quitação de dívidas consolidadas com precatório federal e (ii) a previsão da contagem do prazo decadencial (período no qual a Fazenda Pública pode cobrar o tributo) em cinco anos contados do fato gerador, quando o contribuinte antecipar o pagamento do imposto, em conformidade com o Código Tributário Nacional. Como já esperado, o RIR de 2018 não altera o recolhimento do imposto de renda de forma relevante para os contribuintes, por se tratar apenas de consolidação da legislação já vigente. Entretanto, é necessário aguardar a aplicação do texto pela Receita Federal e pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) para mensurar o impacto da revogação do Regulamento de Para ter acesso à íntegra do RIR, clique aqui. 02

3 2 STJ RECURSO REPETITIVO TRIBUNAL DECIDE PELA LEGALIDADE DO PROTESTO DE CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA O Superior Tribunal de Justiça ( STJ ) julgou o Recurso Especial nº /SP concluindo pela legalidade do protesto de Certidão de Dívida Ativa ( CDA ) pela Fazenda Nacional. A decisão foi proferida na sistemática dos recursos repetitivos, o que significa que o entendimento deverá ser seguido pelos Tribunais do país. A decisão publicada pelo STJ se pautou em decisão do Supremo Tribunal Federal ( STF ), proferida em 2016, que concluiu pela constitucionalidade do protesto de CDA e afastou a tese de que se tratava de sanção política ao contribuinte. A Fazenda Nacional adota o método de cobrança extrajudicial, via protesto cartorial dos débitos, como forma de diminuir os custos de execução judicial dos créditos tributários. Em face das decisões do STJ e do STF, a prática se torna validada pelo Judiciário brasileiro, o que poderá endossar o método de cobrança não só pela Fazenda Nacional, mas também por Estados e Municípios. O acórdão com a decisão proferida pelo STJ, que vincula os Tribunais, ainda não foi publicado. 03

4 3 RECEITA FEDERAL REALIZADA CONSULTA PÚBLICA SOBRE INSTRUÇÃO NORMATIVA QUE DISPÕE SOBRE A RESPONSABILIZAÇÃO DE TERCEIROS POR DÉBITOS S Entre os dias 20 de novembro de 06 de dezembro, a Receita Federal do Brasil ( RFB ) disponibilizou Consulta Pública sobre minuta de Instrução Normativa que dispõe sobre a responsabilização de terceiros por débitos tributários quando houver identificação pela RFB de pluralidade de sujeitos passivos. A versão da norma disponível para consulta não define de forma taxativa quais seriam os terceiros passíveis de serem responsabilizados. A RFB, em exposição de motivos que acompanha a Consulta, apenas determina que seria a pessoa (física ou jurídica) que não figura como contribuinte ou substituto tributário na relação tributária. A imputação da responsabilidade, de acordo com a redação sugerida pela norma, poderá ocorrer no momento (i) do lançamento de ofício, nos moldes do que se vê atualmente, mas também (ii) no despacho decisório que não homologou declaração de compensação, (iii) antes do julgamento em primeira instância no âmbito administrativo, (iv) após o encerramento do processo administrativo e antes da inscrição em dívida ativa e (v) por crédito tributário declarado em obrigação acessória. Além disso, a minuta da Instrução Normativa determina que no momento da imputação da responsabilidade deverão ser descritos os fatos que caracterizaram a responsabilidade tributária e o enquadramento legal que gerou o vínculo de responsabilidade. A minuta de norma disponibilizada pela RFB prevê que em todas as hipóteses de imputação de responsabilidade tributária o terceiro poderá apresentar defesa ou recurso contra a inclusão no polo passivo da autuação ou execução, no caso de crédito tributário já constituído. Confira aqui a íntegra da Consulta Pública da Instrução Normativa. 04

5 CARF LUCRO ARBITRADO CARF DECIDE QUE O CONTRIBUINTE PODE AUTOARBITRAR O LUCRO PARA FINS DE RECOLHIMENTO DE IRPJ E CSLL 4 No dia 21 de novembro, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ( CARF ) julgou autuação recebida pelo contribuinte que arbitrou o próprio lucro e recolheu Imposto de Renda ( IRPJ ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido ( CSLL ) sobre a base de cálculo arbitrada. A Fazenda alegou que o contribuinte não poderia realizar o autoarbitramento. Em contrapartida, o contribuinte alegou que identificou deficiências na apuração do Lucro Real, tais como inexistência de Livro Razão e Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), o que determinou o arbitramento do lucro para fins de IRPJ e CSLL. O relator do caso votou pelo não provimento do Recurso do contribuinte, por considerar que o contribuinte não poderia ter arbitrado o próprio lucro, nos termos do que foi sustentado pela Fazenda. Entretanto, foi aberta divergência entre os conselheiros do CARF, e por cinco votos a três ficou decidido que é permitido ao contribuinte realizar o autoarbitramento do lucro para recolhimento de IRPJ e CSLL. O acórdão com a decisão proferida pela 1ª Seção do CARF ainda não foi publicado. 05

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