Palavras-chave: Arborização; inventário ambiental; manejo; patrimônio arbóreo; radiofreqüência
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- Roberto Gorjão Espírito Santo
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1 Projeto de Gestão da Arborização no Campus da Universidade de São Paulo baseado em um Modelo de Inventário Ambiental utilizando Identificação por Radiofrequência Brenda Bogatzky Ribeiro Corrêa * Márcia Regina Mauro * Carlos Eduardo Cugnasca * * Universidade de São Paulo Av. Professor Almeida Prado, 1280 Cidade Universitária São Paulo/SP marciarm@usp.br Área de conhecimento: Planejamento e Gestão da Arborização Urbana Palavras-chave: Arborização; inventário ambiental; manejo; patrimônio arbóreo; radiofreqüência Introdução: Arborização urbana pode ser definida como um conjunto de áreas públicas ou privadas, com cobertura arbórea natural ou cultivada, que uma cidade possui. Áreas verdes com cobertura não arbórea também podem ser inseridas nesse conceito. Apesar de o termo arborização urbana ser relativamente novo, a utilização de vegetação no meio urbano é uma prática bastante antiga, remontando às primeiras civilizações. Árvores em áreas urbanas contribuem para a qualidade do ar, proteção do solo, controle do clima, entre outros. Além disso, por fazer parte do cotidiano da população urbana, oferece conforto físico e psíquico, pois melhora a paisagem urbana e torna-se referência no tempo e espaço. O planejamento para a implantação da arborização urbana passou a ser utilizado a partir dos anos 80 e é fundamental para que a arborização satisfaça os requisitos estéticos, ambientais, sociais e econômicos, atingindo o máximo de benefícios possíveis. A Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira tem papel relevante na conservação da biodiversidade e da qualidade ambiental da cidade de São Paulo, sendo o Campus da Universidade de São Paulo (USP) considerado como Vegetação Significativa do Município de São Paulo, conforme publicação de 1988 da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Esta publicação insere-se na necessidade de reconhecer, multiplicar e preservar a vegetação que subsiste no meio urbano, defendendo-a, abrindo possibilidades de conhecimento e pesquisas destas vegetações, o que poderá ensejar normas e legislação complementar para a preservação permanente das espécies vegetais significativas. Em seu Plano Diretor de 2001 (que está sendo atualizado), em seu capítulo VI, propõe a elaboração de um Plano de Manejo Ambiental articulado a um plano paisagístico, visando a manutenção das áreas de preservação e a recuperação de áreas degradadas do Campus.
2 Além disso, o Campus da USP possui em seu território uma Reserva Florestal com mais de 10 ha remanescentes de Mata Atlântica, assim como córregos, nascentes e áreas de preservação permanente (APPs) e no ano de 2012 foram criadas 2 novas reservas ambientais. Além disso, várias compensações ambientais referentes a licenciamentos ambientais de obras estão em andamento. Para planejar, é necessário o conhecimento do patrimônio arbóreo, e a forma mais segura de obtê-lo é por meio de um inventário ambiental. A partir do diagnóstico da arborização existente é possível um planejamento ou replanejamento da arborização, bem como a definição de práticas de manejo, áreas de preservação e monitoramento adequados à realidade. O uso de um inventário que utilize tecnologias computacionais torna o serviço mais acessível, prático e seguro, permitindo que as informações sejam disponibilizadas através de serviços na Internet e que grande volume de dados seja acessado, analisado, atualizado e armazenado de forma rápida e com custo reduzido. Assim, o objetivo deste trabalho é o desenvolvimento e implantação de um modelo de inventário ambiental utilizando identificação por radiofreqüência, que seja aplicável às diferentes realidades ambientais e necessidades de manejo e conservação dentro do Campus, facilitando o planejamento, administração de dados técnicos e tomada de decisões relativas ao manejo da arborização no Campus, preservação de áreas verdes significativas da USP, assim como para educação ambiental. Metodologia: Para o desenvolvimento do projeto, previsto para 16 meses, estão estabelecidos intercâmbios de informações com projetos semelhantes já implantados nos Estados Unidos e França. A unidade amostral escolhida é composta pela Rua do Matão e pelo bosque do Instituto de Biociências (IB), ambos localizados no Campus Capital da USP. Serão identificadas 200 árvores por meio de dois componentes RFID: as etiquetas RFID, que operam em baixa freqüência, e seu respectivo leitor. As etiquetas, que terão o formato de pregos feitos de poliestireno, serão implantadas nos troncos das árvores amostradas, na altura correspondente ao diâmetro na altura do peito (DAP), com orientação norte. As informações de cada árvore serão transmitidas via Bluetooth a um aplicativo móvel e estarão disponibilizadas na nuvem, seja por meio de um dispositivo móvel ou um aplicativo web. Os dispositivos móveis a serem utilizados deverão ter uma interface com um leitor RFID, e poderão ser tablets ou celulares, utilizando o sistema Android. Quatro aplicativos web deverão ser desenvolvidos, sendo dois para atender as necessidades relativas ao manejo ambiental e dois voltados para educação ambiental. O banco de dados central será composto por informações que correspondam às seguintes dimensões: ecológica; fitossanitária; de riscos; paisagística; licenciamentos ambientais de obras e informações abertas ao público (Figura 1).
3 Projeto Inventário Ambiental 1 Planejamento e Gestão: 2 Ordem de Serviços : 3 Manejo (interno e prestadores de serviços): 5 Visitação Presencial Multimídia e Informações Web: 4 Gestão de Risco: Figura 1 Projeto de Inventário Ambiental (Fonte: Implanta It Solutions) Resultados e Discussão: Até o presente momento não é possível avaliar o sucesso do projeto, pois o mesmo encontra-se em fase de desenvolvimento e implantação. Os resultados da implantação desse modelo de inventário ambiental fornecerão informações sobre a aplicabilidade e eficiência da tecnologia RFID para contribuir com a gestão da arborização. A proposta de implantação do inventário em diferentes tipos de ambiente, já que a unidade amostral escolhida é composta por duas regiões diversas: o bosque do IB, que é composto por uma cobertura vegetal mais densa do que a Rua do Matão, o que implica numa interferência direta na transmissão e captação de sinais, permitirão uma posterior avaliação e adequação da tecnologia proposta. A realização do inventário ambiental fornecerá o diagnóstico da arborização nos locais implantados. A partir do conhecimento da realidade local, obtido através do inventário, serão possíveis melhores planejamentos, gestão e monitoramento ambiental nessas áreas. Como conseqüência de um planejamento bem orientado, espera-se uma maior facilidade e velocidade na tomada de decisões de manejo, reduzindo custos e acidentes e aumentando a qualidade da arborização no Campus. Será possível, com a futura expansão do inventário para todo o Campus, um levantamento do patrimônio arbóreo, tendo ciência da homogeneidade, diversidade, espacialidade, espécies relevantes e riqueza da arborização. A partir desses dados será possível a elaboração de mapas de distribuição de espécies, que poderão determinar novas áreas de plantio, preservação, compensação ambiental e planos de
4 manejo mais adequados à realidade local, tendo como base as características do meio e da arborização já existente. Conclusão: Espera-se que este modelo de inventário ambiental, inovador no Brasil, traga benefícios para a gestão ambiental da USP, Campus Capital, sendo posteriormente refinado e ampliado para outras áreas dentro do Campus, e que futuramente sirva de modelo para administração de parques e áreas verdes urbanas. Deseja-se também que este projeto possa ser utilizado também para a promoção da Educação Ambiental na Universidade, por meio de trilhas ecológicas dentro do Campus. Agradecimentos: Agradecemos o apoio de todos os participantes do Núcleo de Apoio a Pesquisa em Biodiversidade e Computação NAP BioComp/USP, grupo de pesquisa que visa se tornar um pólo de referência no tratamento das questões ligadas à biodiversidade neotropical e computação. Referências: ANDRADE, D.C.; ROMEIRO, A.R. Capital natural, serviços ecossistêmicos e sistema econômico: rumo a uma Economia dos Ecossistemas. Campinas: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), SP (Texto para Discussão n.159) GREY, G.W.; DENEKE, F.J. Urban forestry. New York: John Wiley p. MENEGUETTI, G.I.P. Estudo de dois métodos de amostragem para inventário da arborização de ruas dos bairros da orla marítima do município de Santos-SP. Piracicaba, f. Dissertação (Mestrado em Recursos Florestais) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo. Piracicaba PLANO DIRETOR FÍSICO DA CIDADE UNIVERSITÁRIA A.S.O SILVA, A.G. da; SILVA, H.N. de P.; GONÇALVES, W. Avaliando a arborização urbana. Viçosa: Aprenda Fácil, p. SUGANO, M.S.; YOKOYAMA, D.E.; KING, F. Treega - Modelo de inventário ambiental utilizando identificação por radiofreqüência Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Engenharia de Computação - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. São Paulo
5 SÃO PAULO. Vegetação Significativa do Município de São Paulo. São Paulo: Secretaria do Meio Ambiente/Secretaria Municipal de Planejamento f. WORKSHOP SOBRE ARBORIZAÇÃO URBANA NO VALE DO RIBEIRA/Editores técnicos: Marcelo Vieira Ferraz e Hugo do Nascimento Bendini. Campus Experimental de Registro Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Botucatu
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