Passo a apresentar -vos uma breve resenha dos casos que tive com eles:

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Maria do Mar Molinari
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1 FICHA TÉCNICA Título original: Diary of a Wimpy Steve Lots of Ocelots! Autor: Minecrafty Family Copyright 2014 Minecrafty Family Tradução Editorial Presença, Lisboa, 2016 Tradução: Ana Cardoso e João Cardoso Ilustrações da capa e miolo: Minecrafty Family Composição, impressão e acabamento: Multitipo Artes Gráficas, Lda. Depósito legal n.º /16 1.ª edição, Lisboa, maio, 2016 Reservados todos os direitos para a língua portuguesa (exceto Brasil) à EDITORIAL PRESENÇA Estrada das Palmeiras, 59 Queluz de Baixo Barcarena info@presenca.pt

2 Quinta feira Para começar, gostava que ficasse desde já registado que eu NÃO entrei neste mundo a gritar como uma miúda pequena. Isto já é uma evolução, não vos parece? Digam -me lá, honestamente: não seria essa a vossa reação se percebessem que estavam presos DENTRO do jogo Minecraft? Dá -me mesmo conta dos nervos andar a saltar de um mundo para outro de cada vez que abro livros flutuantes em cima daquelas mesas! Nunca sei onde vou parar, nem que perigos irei encontrar! 9

3 Consequentemente, o meu instinto de sobrevivência foi -se logo abaixo com a primeira coisa que avistei neste mundo. Corri para a árvore mais próxima e escondi -me o melhor que pude. Vá lá, não gozem comigo! É que estava ali, mesmo à minha frente, um estranho e enorme gato alaranjado que metia medo! Pensei até que se pudesse tratar de uma grande casa em forma de gato. E NÃO me estava agora a ver transformado em afiador de garras para o maior felino do mundo! Pois bem, confesso. A verdade é que não sou lá muito dado a gatos. Não tenho nada con tra eles. Por outro lado, dá -me a ideia de que são eles que têm algo contra mim. Passo a apresentar -vos uma breve resenha dos casos que tive com eles: 10

4 1) A gata da minha avó Rute, a «fofinha e amo rosa Petúnia» (a expressão é dela e não minha) De todas as vezes que vou lá passar a noite, a Petúnia resolve usar a minha cara como almofada. Acordo sempre a meio da noite com falta de ar! Cheguei a dizer -vos que ela tem um pelo comprido e macio? Pois é Acabo por ficar cheio de tosse e a cuspir pelos durante vários dias. 2) A gata da tia Felicidade, a «linda, linda Penélope» (são, também, palavras dela) Uma vez fez as necessidades dentro de um dos meus sapatos! Nem é preciso contar o resto 3) O gato da prima Clara, o Carícias (ou seja, o «Felino Assassino»; as palavras são MINHAS e não dela) De cada vez que vou a casa dela, o maluco do gato larga -me bombas de mau cheiro para cima 11

5 e agarra -se à minha cabeça com as suas garras de aço. Depois, salta e põe -se a mexer como se não fosse nada com ele. Ao que parece, eu sou o único a quem ele faz isto. Que sorte a minha. Bom Onde é que eu ia? Sim, estava eu «de gatas» atrás da árvore enquanto verificava uma lista mental das características dos ataques felinos: Miados e lambidelas népia. Garras afiadas a penetrarem -me na pele népia. Espirros atrás de espirros (também sou alérgico a gatos) népia. Quando percebi que não ia ser atacado por aquele gato colossal, consegui olhar em redor para 12

6 ver como era este novo mundo. Uma palavra basta para o descrever: verde. Tudo era verde. Desde a vegetação à relva, passando pelas compridas trepadeiras que pendiam de árvores enormes. Tinha chegado à selva do Minecraft! Estreitas e gigantescas árvores faziam com que todo o mato ficasse coberto por negras manchas de sombra. O que significava uma enorme quantidade de locais para os mobs se esconderem, mesmo à luz do dia! O que não prenunciava nada de bom! Nada de bom, mesmo! Uma das minhas estratégias de sobrevivência (se lhe pudermos chamar isso) podia ser sair para o exterior apenas durante a tarde. Mas, e se os mobs andassem por ali à espreita ao longo do dia? Este pensamento fez com que um calafrio me percorresse a espinha. 13

7 Nesse entretanto, reparei numa árvore com estranhos blocos acastanhados lá no alto. Se riam cocos? Ou casulos gigantes? *glup* Só espero que, no Minecraft, existam bonitas e grandes borboletas. Com a minha sorte, os casulos vão antes transformar -se em descomunais traças mortíferas! É como vos digo, não ia ficar ali à espera para ver que bicharada estaria dentro daqueles casulos ou escondida atrás dos arbustos! Acho que as minhas hipóteses de sobrevivência seriam BEM maiores se, em vez disso, lutasse contra o gato gigante. (É triste, mas é a verdade.) Ainda escondido atrás da árvore, espreitei mais uma vez. O «gigantorme» gato ainda estava sentado exatamente no mesmo sítio. Por isso, imaginei que se tratasse de uma casa semelhante à Casa -Cão. E também logo percebi que um 14

detalhe insignificante se pode transformar, de repente, num grande problema A CASA NÃO TEM PORTAS! Desloquei -me furtivamente até junto dela para a ver melhor.

8 detalhe insignificante se pode transformar, de repente, num grande problema A CASA NÃO TEM PORTAS! Desloquei -me furtivamente até junto dela para a ver melhor. Sim, era um edifício ou qualquer coisa como isso. Localizei, numa das patas traseiras, o que me pareceu ser uma porta metálica. Infelizmente, não consegui lá 15

9 chegar porque a cauda gigante estava a obstruir a passagem. A cauda e uma enorme parede de vidro. (Quem me dera ter aqui um daqueles escadotes do Mundo dos Cavalos de Corrida.) Enfim, uma boa notícia: se a cauda me impedia de entrar, em princípio também faria o mesmo com os mobs! Mas, primeiro, era preciso arranjar maneira de lá ENTRAR. Calculei que houvesse, algures, uma entrada camuflada. Então, dei uma volta ao edifício. Nas traseiras do gato estava afixada uma intrigante placa que dizia «Fixar Luz em Baixo para Entrar». O que significaria isto? Olhei à volta e não vi nada a luzir. Nessa altura, desejei que o Houdini aqui estivesse. Ele é muito melhor do que eu a descobrir entradas secretas. *suspiro* 16

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