Aula 31 PODER JUDICIÁRIO. 1 Ministro do STJ, que é o Corregedor do CNJ, indicado pelo próprio Tribunal;
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1 Página1 Curso/Disciplina: Direito Constitucional Aula: Separação de Poderes: Poder Judiciário 31 Professor (a): Marcelo Tavares Monitor (a): Luis Renato Ribeiro Pereira de Almeida Aula 31 PODER JUDICIÁRIO 1. Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O CNJ é composto por 15 membros, sendo 9 são magistrados e 6 não magistrados. É um órgão de controle interno do Poder Judiciário, uma vez que integra o Poder Judiciário, mas não tem competência jurisdicional. O CNJ exerce apenas atribuição administrativa e disciplinar. a) Composição (art. 103-B). 9 magistrados: Presidente do STF, que é o Presidente do CNJ. 1 Ministro do STJ, que é o Corregedor do CNJ, indicado pelo próprio Tribunal; 1 Ministro do TST, indicado pelo próprio Tribunal; 1 Desembargador Federal, indicado pelo STJ; 1 Desembargador Estadual, indicado pelo STF; 1 Desembargador do Trabalho, indicado pelo TST; 1 Juiz Federal, indicado pelo STJ; 1 Juiz de Direito, indicado pelo STF; 1 Juiz do Trabalho, indicado pelo TST. 6 não magistrados: 1 membro do MPU, indicado pelo PGR; 1 membro dos MPE s, indicado pelo PRG a partir de indicações feitas pelos PGJ s; 2 Advogados, indicados pelo Conselho Federal da OAB;
2 Página2 2 cidadãos, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. Ressalvado o Presidente do STF, todos os demais nomes indicados devem ser aprovados pelo Senado e, em seguida, nomeados pelo Presidente da República, para o exercício da função administrativa no CNJ por um período de 2 anos, admitida 1 recondução. O Presidente do STF é o membro nato, não é nomeado e não precisa da aprovação do Senado. Quem substitui o Presidente do STF na Presidência do CNJ quando não puder comparecer é o Vice- Presidente do STF, e não o ministro do STJ. b) Atribuições (art. 103-B, 4.º). As atribuições do CNJ são basicamente administrativas e disciplinares, e caso se alegue ilegalidade nos atos praticados pelo CNJ caberá mandado de segurança processado e julgado pelo STF. Assim, o CNJ busca primordialmente a verificação da adequação do art. 37 aos administrativos dos Tribunais e o acompanhamento financeiro da atuação dos Tribunais. Na área disciplinar, o CNJ pode ter uma atuação direta ou através de revisão de julgamento de Tribunais esta, contudo, deve ser feita no prazo de 1 ano da publicação ou da aplicação da sanção. Quando atua diretamente, o próprio CNJ instaura a sindicância ou o PAD, faz a apuração e instrução do processo administrativo e aplica a sanção. O CNJ pode aplicar aos magistrados todas as sanções previstas na LOMAN (advertência, censura, disponibilidade, remoção e aposentadoria compulsória). O CNJ pode aplicar sanções disciplinares a ministros dos Tribunais Superiores, a Desembargadores e a Juízes. Em relação aos Juízes, em princípio há a atuação do Tribunal, que também exerce o poder disciplinar sobre estes. Nesse sentido, havia uma discussão se a atuação do CNJ seria subsidiária (somente podendo atuar contra os juízes se as corregedorias de Tribunais não atuassem) ou se poderia atuar diretamente. A despeito de a corregedoria também poder atuar disciplinarmente contra os juízes, juridicamente o CNJ pode também atuar diretamente. No caso de juízes não vitaliciados, o CNJ pode aplicar a sanção demissão (decisão administrativa). 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar
3 Página3 prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa. O CNJ atua em face de todos os órgãos do Poder Judiciário, exceto o STF. 2. Supremo Tribunal Federal. Composto por 11 ministros (idade superior a 35 anos e inferior a 60 anos), brasileiros natos, que tenham notório conhecimento jurídico e reputação ilibada (portanto, a rigor o ministro não precisa ser bacharel em Direito 1 ), nomeados livremente pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal. Os Ministros do STF ocupam cargo vitalício. Art O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. Quanto às competências para julgamentos dos crimes de responsabilidade, devem ser destacados os arts. 102, I, b e c, e 52, I e II, ambos da CRFB/88. 1 O Ministro Barata Ribeiro não era bacharel em Direito, mas sim médico.
4 Página4 Presidente da República; Vice- Presidente da República; Membros do Congresso Nacional; Ministros do STF; PGR. Presidente; Vice-Presidente; (Ministros de Estado e Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica quando se tratar de crimes conexos). Ministros de Estado; Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica; Tribunais Superiores; TCU; Chefes de missão diplomática. Ministros do STF; Membros do CNJ; Membros do CNMP; PGR; AGU. STF Infrações comuns Senado Crimes de responsabilidade STF Infrações comuns e crimes de responsabilidade Senado Crimes de responsabilidade Art. 102, I, b Art. 52, I Art. 102, I, c Art. 52, II Art Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República; c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente. Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles. II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; Importante observar que se um Ministro de Estado cometer um crime de responsabilidade conexo com o Presidente da República, será julgado pelo Senado Federal. De outro lado, se cometer crime de responsabilidade sem conexão com o Presidente será julgado pelo STF.
5 Página5 3. Superior Tribunal de Justiça. A composição do STJ é de no mínimo 33 ministros (idade superior a 35 anos e inferior a 65 anos), que tenham notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República, e aprovados pelo Senado. Art O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. O STJ é composto por: 1/3 de Desembargadores Federais 1/3 de Desembargadores Estaduais Lista tríplice formada pelo STJ, para a nomeação pelo Presidente da República. 1/3 1/6 de Advogados 1/6 de membros do MPF, MPE e MPDFT Lista sêxtupla formada pela OAB ou pelo Ministério Público. Após, é formada uma lista tríplice pelo STJ, para a nomeação pelo Presidente da República. Os Desembargadores Federais e Estaduais não necessariamente devem ter ingressado nas respectivas carreiras por concurso (não precisam ser juízes de carreira, diferentemente do que ocorre na composição do TST). Se um advogado ingressa pelo quinto constitucional no TRF, por exemplo, a partir desse momento se torna magistrado, e concorre para o STJ na lista da magistratura federal. Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. Quanto ao foro especial por prerrogativa de função (art. 105, I, a), cabe ao STJ processar e julgar, originariamente, nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais.
6 Página6 4. Tribunais Regionais Federais. O TRF é composto por, no mínimo, 7 membros (idade superior a 35 anos e inferior a 65 anos), sendo todos nomeados pelo Presidente da República (diferentemente do que ocorre nos Estados, em que os juízes de carreira são nomeados pelo próprio TJ e o Governador nomeia apenas aqueles que ingressam pelo quinto constitucional). Assim, o TRF é composto por: 1/5 4/5 1/10 de Advogados com mais de 10 anos de atuação 1/10 de membros do MPF com mais de 10 anos de atuação Magistratura de carreira (mais de 5 anos de exercício) Nomeados pelo Presidente da República, sem aprovação do Senado Art Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira; II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente. O art. 108 define a competência do TRF. Quanto a competência de foro, compete ao TRF processar e julgar, originariamente os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. 5. Tribunal Superior do Trabalho. O TST é formado por 27 membros (idade superior a 35 anos e inferior a 65 anos), nomeados pelo Presidente da república, após a aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. O TST é composto por:
7 Página7 1/5 4/5 Advogados com mais de 10 anos de atuação Membros do MPT com mais de 10 anos de atuação Magistrados de carreira vindos do TRT Formação de lista sêxtupla para o TST formar a lista tríplice, para a nomeação pelo Presidente da República Portanto, não é possível que um advogado ingresse no TRT pelo quinto constitucional e concorra a uma vaga no TST (diferentemente do que ocorre no STJ), pois é necessário que seja magistrado de carreira. Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 6. Tribunal Regional do Trabalho. Os TRT s são compostos por no mínimo 7 juízes, nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos, sendo: 1/5 dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94; os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. 7. Tribunal Superior Eleitoral. O TSE é composto por, no mínimo, 7 membros: 3 membros eleitos dentre os Ministros do STF; 2 membros eleitos dentre os Ministros do STJ;
8 Página8 2 membros, nomeados pelo Presidente da República, dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral indicados pelo STF. Art Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. 8. Tribunais Regionais Eleitorais. Os Tribunais Regionais Eleitorais são compostos por: 2 membros eleitos dentre Desembargadores Estaduais; 2 membros eleitos dentre Juízes de Direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; 1 membro eleito do TRF com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, 1 Juiz Federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; 2 membros nomeados pelo Presidente da República dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral (lista sêxtupla), indicados pelo Tribunal de Justiça. 9. Superior Tribunal Militar e Auditoria Militar. O STM é composto por 15 ministros vitalícios nomeados pelo Presidente da República, sendo: 3 oficiais-generais da Marinha; 4 oficiais-generais do Exército; 3 oficiais-generais da Aeronáutica; 5 civis, dentre brasileiros maiores de 35 anos (não necessariamente menor 65 anos), sendo: 3 advogados; 1 juiz militar e 1 membro do Ministério Público Militar. A Auditoria Militar é um órgão colegiado de primeira instância integrado por um juiz militar e por oficiais ad hoc das Forças Armadas. Art O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis. Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo: I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional; II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.
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