ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS
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- João Batista Farinha Caminha
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2 MIOLOGIA Os músculos permitem-nos fazer movimentos. Os músculos movem-nos. Sem músculos seriamos incapazes de abrir a boca, falar, andar ou até mesmo digerir a comida. Não conseguiríamos mover nada dentro ou fora do nosso corpo. De facto, sem músculos, não conseguiríamos viver
3 ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS
4 O QUE É A MIOLOGIA? A miologia é a área da anatomia responsável pelo estudo dos músculos e seus anexos. O músculo é definido como uma estrutura anatómica capaz de se contrair quando estimulado, ou seja, é capaz de diminuir sua longitude mediante um estímulo; PROPRIEDADES DOS MÚSCULOS EXCITABILIDADE: Capacidade de receber e responder a estímulos; CONTRACTIBILIDADE: capacidade de encurtarse e espessar-se, diminuem de tamanho, contraem-se; EXTENSIBILIDADE: Capacidade distender-se, de tamanho; de aumentam ELASTICIDADE: Capacidade de voltar à posição original após a contração / extensão.
5 TIPOS DE MÚSCULO O sistema muscular dos animais é o conjunto de órgãos que lhes permite o movimento, tanto externa, como internamente. O sistema muscular dos vertebrados é formado por três tipos de músculo: liso, estriado cardíaco, estriado esquelético; Unidade muscular Fibra muscular Fibra muscular União entre duas células Núcleo Núcleo MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO Fibra muscular Núcleo MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Tipos de fibras musculares MÚSCULO LISO Os MÚSCULOS ESTRIADOS ESQUELÉTICOS são controlados pela vontade do homem, e por serem ligados aos ossos permitem a movimentação do corpo; O MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO é um músculo estriado, no entanto, possui como característica o facto de não estar sob qualquer controle voluntário; Os MÚSCULOS LISOS são involuntários e trabalham para acionar os órgãos internos (movimentos do esôfago ou intestinos).
6 TIPOS DE MÚSCULO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Apresentam estrias nas suas fibras. São os responsáveis pelos movimentos voluntários. Estes músculos inserem-se sobre os ossos e sobre as cartilagens e contribuem para formar o invólucro exterior do corpo. A maioria dos músculos está presa ao esqueleto, junto a articulações, abrindo-as e fechando-as e permitindo mover o corpo. Nas articulações, esses músculos são presos a ossos por meio de tendões, que são cordões de tecido conjuntivo. São formados por células bastante compridas e polinucleadas; Músculo estriado esquelético ao microscópio Músculos afetos ao movimento voluntário
7 TIPOS DE MÚSCULO MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO O músculo estriado cardíaco é o tipo de tecido muscular que forma a camada muscular do coração, conhecida por miocárdio. Também é chamado tecido muscular estriado esquelético cardíaco. As fibras musculares cardíacas têm discos (membranas que delimitam a célula) intercalados entre uma fibra e outra. O músculo cardíaco possui contrações involuntárias, permitindo levar o sangue a todo o corpo; Artéria aorta Aurícula direita Válvula tricúspida Ventrículo direito Aurícula esquerda Ventrículo esquerdo Septo Músculo estriado esquelético ao microscópio Músculos afetos ao movimento voluntário
8 TIPOS DE MÚSCULO MÚSCULO LISO Músculo liso é um tecido muscular de contração involuntária e lenta, composta por células fusiformes mononucleadas. O músculo liso encontra-se nas paredes de órgãos ocos, tais como os vasos sanguíneos, na bexiga, no útero e no trato gastrointestinal. O músculo liso é responsável por movimentos peristálticos, que são contrações lentas e involuntárias, em ondas, que deslocam o alimento pelo sistema digestivo. Estas contrações peristálticas são controladas automaticamente pelo Sistema Nervoso Autónomo; Parede muscular do esófago Bolo alimentar Músculo contraído Músculo relaxado Músculo estriado esquelético ao microscópio Músculos afetos ao movimento voluntário
9 COMPARAÇÃO ENTRE TIPO DE MÚSCULOS Características Músculo Esquelético Músculo Liso Músculo Esquelético Cardíaco Localização Inserido nos ossos Paredes dos órgãos ocos, vasos sanguíneos, olhos, Glândulas e pele Coração Forma das células Muito longas e cilíndricas Em forma de fusos Cilíndricas e ramificadas Núcleo Múltiplos, com localização periférica Único, com localização central Único, com localização central Estrias Sim Não Sim Controle Voluntário e involuntário (reflexos) Involuntário Involuntário Capacidade de contração espontânea Não Sim (alguns músculos lisos) Sim Função Movimento corporal Ex.: esvaziamento da bexiga, alteração do tamanho da pupila, movimento dos pêlos, etc. Bombeia o sangue
10 FUNÇÕES DO MÚSCULO a) Produção dos movimentos corporais: Movimentos globais do corpo, como andar e correr; b) Estabilização da Posição e distribuição do peso corporais: A contração dos músculos esqueléticos estabilizam as articulações e participam da manutenção das posições corporais, como a de ficar em pé ou sentar, bem como a distribuição do peso; c) Manutenção dos contornos corporais, proteção dos órgãos viscerais e regulação do Volume dos Órgãos: A contração sustentada dos músculos lisos pode impedir a saída do conteúdo de um órgão oco; d) Movimento de Substâncias dentro do Corpo: As contrações dos músculos lisos das paredes vasos sanguíneos regulam a intensidade do fluxo, podem mover alimentos, urina e gâmetas do sistema reprodutivo e promovem o fluxo de linfa e o retorno do sangue para o coração; e) Regulação da temperatura: Quando o tecido muscular se contrai ele produz calor e grande parte desse calor libertado pelo músculo é usado na manutenção da temperatura corporal.
11 A ORGANIZAÇÃO MACROSCÓPICA E PROPRIEDADES DO MÚSCULO ESQUELÉTICO
12 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA GERAL VENTRE MUSCULAR APONEVROSES TENDÕES
13 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA GERAL VENTRE MUSCULAR Ventre muscular é a porção contrátil do músculo, constituída por fibras musculares que se contraem. Constitui o corpo do músculo (porção carnosa). Ventre muscular Ventre muscular do bíceps Aponeurose de revestimento
14 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA GERAL APONEVROSES São terminações ou origens musculares, em forma de leque ou qualquer membrana constituída por fibras conjuntivas densas que envolve um músculo. Possuem cor esbranquiçada ou amarelada. São finas e delgadas, porém muito resistentes. Como um invólucro ao redor dos músculos, as aponeuroses criam resistência e aderem à superfície da região do osso em que o músculo se prende. Aponevrose Aponeurose de inserção Aponeurose de revestimento
15 ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA GERAL TENDÕES O tendão é constituído por um cordão fibroso formado por tecido conjuntivo. Através do tendão os músculos se inserem nos ossos ou noutros órgãos. possuem a função de manter o equilíbrio estático e dinâmico do corpo, através da transmissão do exercício muscular aos ossos e articulações; Osso Gastrocnémio Tendão Soleus Músculo Tendão de Aquiles Tendão de Aquiles Osso, músculo e tendão
16 PAPEL DA ELASTICIDADE MUSCULAR COMO FATOR PROTETOR DA ATIVIDADE MUSCULAR COMO FATOR DE ORGANIZAÇÃO DA ATIVIDADE MUSCULAR PRINCIPAIS ELEMENTOS ELÁSTICOS DO MÚSCULO MÚSCULOS 1; 2 E 3.
17 PAPEL DA ELASTICIDADE MUSCULAR COMO FATOR PROTETOR DA ATIVIDADE MUSCULAR A elasticidade muscular é a capacidade dos músculos se distenderem e recuperarem o seu comprimento inicial, depois de efetuarem uma contração. Este processo depende, sobretudo, do comprimento inicial das fibras musculares, já que quanto maior for a longitude, mais amplo será o movimento de contração e distensão e, consequentemente, maior será a elasticidade muscular; Esta propriedade pode ser aperfeiçoada através do alongamento muscular, já que os exercícios de alongamento, essenciais em todas as atividades de aquecimento, aumentam o comprimento das fibras musculares; Exercícios de alongamento garantem maior elasticidade, evitando situações de rutura muscular. Elasticidade muscular
18 PAPEL DA ELASTICIDADE MUSCULAR COMO FATOR DE ORGANIZAÇÃO DA ATIVIDADE MUSCULAR Quando se intenta à realização de qualquer exercício, deve considerar-se a capacidade de elasticidade individual do praticante, segundo a realização prévia de um esquema de exercícios, devidamente monitorizados; Os objetivos do alongamento centram-se em restaurar a amplitude de movimento normal; prevenir o encurtamento dos músculos; facilitar o relaxamento muscular; aumentar a amplitude de movimento de uma área particular do corpo antes de iniciar os exercícios de fortalecimento; e reduzir o risco de lesões músculotendinosas. Exercícios de alongamento
19 PAPEL DA ELASTICIDADE MUSCULAR PRINCIPAIS ELEMENTOS ELÁSTICOS DO MÚSCULO Os elementos elásticos do músculo também apresentam alguma resistência ao alongamento, tendo capacidade de, quando estirados, armazenar energia elástica que posteriormente restituem quando se verifica o encurtamento. A sua função é transmitir tensão dos músculos aos ossos e assim produzir movimento; São componentes elásticos, as membranas celulares das fibras musculares e as membranas envolventes (endomisio tecido que envolve uma fibra muscular, perimisio tecido que envolve o fascículo; e epimisio tecido que envolve o músculo), constituídas por tecido conjuntivo. Também constituídos por tecido conjuntivo são os tendões (elemento elástico ). Tendão Osso Perimísio Fascículo Elementos elásticos Epimísio Endomísio Vaso sanguíneo Endomísio Fibra muscular
20 B ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR
21 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR CONSTITUIÇÃO DA FIBRA MUSCULAR CARACTERIZAÇÃO DAS FUNÇÕES GERAIS DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS O SARCÓMERO E A CONTRAÇÃO MUSCULAR PROCESSOS DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO NOÇÃO DE TÉTANO (TETANIA) MUSCULAR CURVAS FORÇA / ALONGAMENTO E FORÇA / VELOCIDADE DA FIBRA MUSCULAR
22 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR CONSTITUIÇÃO DA FIBRA MUSCULAR Fibras musculares, células musculares ou miócitos são as células que constituem os músculos. Podem chegar a 30 cm de comprimento. Para além do seu tamanho e forma, estas células têm ainda outra particularidade: são preenchidas por feixes longitudinais de miofibrilhas, responsáveis pela contração muscular. Epimísio Perimísio Músculo Tendão Osso Miofilamento de actina Miofilamento de miosina Fascículo Endomísio Constituintes da fibra muscular Túbulo transverso Miofibrinas Sarcómero (miofilamento) Núcleo Capilar Retículo sarcoplasmático Sarcolema Mitocôndrias Estrias
23 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR FUNÇÕES GERAIS DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS Miofibrinas responsáveis pela contração muscular; Sarcolema membrana plasmática das células do tecido muscular; Sarcoplasma citoplasma das células musculares; Sarcómero um dos componentes básicos do músculo estriado que permite a contração muscular; Miofilamentos filamentos das miofibrinas, responsáveis pela contractibilidade. Epimísio Perimísio Músculo Tendão Osso Miofilamento de actina Miofilamento de miosina Fascículo Endomísio Constituintes da fibra muscular Túbulo transverso Miofibrinas Sarcómero (miofilamento) Núcleo Capilar Retículo sarcoplasmático Sarcolema Mitocôndrias Estrias
24 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR FUNÇÕES GERAIS DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS PLACA MOTORA Cada músculo possui o seu nervo motor, o qual se divide em muitos ramos para poder controlar todas as células do músculo. O local onde as divisões destes ramos terminam e se unem ao músculo é denominado como placa motora (região de contato, de invaginação, da fibra nervosa na fibra muscular); Medula espinal Unidade motora 1 Unidade motora 2 Dendrites Músculo Nervo motor Axónio Fibras musculares Placa motora (imagem microscópica) Placa motora
25 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR FUNÇÕES GERAIS DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS MITOCÔNDRIA A mitocôndria é um dos organitos celulares mais importantes. É abastecida pela célula que a hospeda por substâncias orgânicas como a glicose, as quais processa e converte em energia sob a forma de ATP, que devolve para a célula hospedeira, sendo energia química que pode ser usada em reações bioquímicas que necessitem de consumo de energia; Espaço intermembranoso Matriz Síntese de ATP Cristas Ribossomas Granulos Mitocôndria (imagem microscópica) Esquema de mitocôndria ADN Membrana interna e externa
26 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR O SARCÓMERO E A CONTRAÇÃO MUSCULAR Contração muscular é um processo fisiológico característico das fibras musculares que corresponde à capacidade de gerar tensão com a ajuda de um neurónio motor. Ocorre com a saída de um impulso elétrico, do sistema nervoso central, que é conduzido ao músculo através de um nervo. Banda A Banda I Núcleo Linha Z Actina Miosina Banda I Constituintes da fibra muscular Sarcolema Mitocôndria Miofibrina Banda H Linha Z Banda A Banda I Sarcómero Linha M
27 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR PROCESSOS DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios dos filamentos de actina, quando o músculo é estimulado; Essas projeções (cabeças) de miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os filamentos de miosina. Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração muscular. Durante a contração muscular, o sarcómero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a desaparecer. Relaxamento muscular Miosina Linha Z Banda H Contração muscular Ação de contração e relaxamento muscular Actina Linha Z
28 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR PROCESSOS DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO AÇÃO DO CÁLCIO A contração muscular esquelética acontece quando há uma interação das proteínas contráteis de actina e miosina, que ocorre na presença de íões de cálcio e energia; A função do cálcio no músculo esquelético é expor um sítio de ligação da miosina na proteína actina. Quando o impulso é interrompido o cálcio é removido através da bomba de cálcio para ser armazenado no retículo sarcoplasmático; Iões de Ca 2+ Linha Z ATP ADP + P i ATPase Flexão das cabeças de miosina Presença do cálcio na contração muscular
29 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR PROCESSOS DE CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO FORMAÇÃO DO COMPLEXO ACTOMIOSINA (PONTE CRUZADA) Os filamentos de actina e miosina dentro do músculo participam principalmente do processo mecânico da contração muscular. Quando o cálcio e a adenosina trifosfato (ATP) estão presentes em quantidades suficientes, os filamentos interagem para formar o complexo actomiosina, o que vai acabar por resultar na contração muscular. ATP Ligação da miosina à actina Filamento de actina Filamento de miosina Quebra da molécula de ATP O filamento de miosina provoca o deslizamento da actina Com novo ATP as moléculas desligam-se Complexo miosina - actina
30 Tensão ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR NOÇÃO DE TÉTANIA (TETANUS) MUSCULAR Corresponde a uma continuada e involuntária contração muscular, devido a problemas no estímulo nervoso. É um estado patológico caracterizado por crises de contrações musculares espasmódicas. A estimulação contínua faz com que o músculo atinja um grau máximo de contração, o músculo permanece contraído, condição conhecida como tetania; A Fadiga Muscular pode ser definida como declínio da tensão muscular com a estimulação repetitiva e prolongada durante uma atividade. Tetania completa Fadiga Tempo Contração muscular involuntária
31 FORÇA ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR CURVAS FORÇA A Força Máxima, que é solicitada no Powerlifting, demora em média 0,8 segundos a ser atingida e traduz-se no máximo valor de força oferecido por uma resistência que o individuo consiga igualar; A Força Rápida, requerida na Halterofilia, trata-se do máximo valor de força que o indivíduo consegue produzir até aos 0,4 segundos; A força inicial traduz o máximo valor de produção de força num movimento até aos 0,2 segundos. Curva força de um Powerlifter Curva força de um halterofilista Curva força de um pugilista 0,2 seg. 0,4 seg. 0,8 seg. Tempo Força inicial Força rápida Força máxima Sustentável até aos 4 seg Constituintes da fibra muscular Força máxima Força rápida Força inicial 1seg.
32 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR ALONGAMENTO VERSUS FORÇA Um músculo flexível tende a ser mais resistente a lesões que um músculo rígido. Os alongamentos permitem uma melhor mobilidade e flexibilidade, desenvolvendo uma certa amplitude de movimento; Existe a ideia que o alongamento se opõe às lesões, sendo um músculo alongado mais resistente que músculos não alongados; O exercício de alongamento realizado em alta intensidade de extensão muscular, acaba por diminuir a força, por um mecanismo conhecido como Inibição Neural; A diminuição da força pode ser decorrente de fatores neurológicos, mecânicos e comprimento-tensão da fibra muscular. Alongamento versus força
33 Força Energia ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR FORÇA / VELOCIDADE DA FIBRA MUSCULAR A velocidade na qual um músculo varia em comprimento (geralmente regulado por forças externas, tais como carregar pesos) também afeta a força que pode gerar. A força declina (hiperbólica) em relação à força isométrica medida conforme aumenta a velocidade de encurtamento, eventualmente chegando a zero à velocidade máxima. Relação Força-Velocidade Tensão aplicada Força (potência máxima) Energia Velocidade Velocidade (potência máxima) O inverso vale para quando o músculo é esticado - aumenta a força acima do máximo isométrico, até finalmente chegar a um máximo absoluto. Há fortes implicações para a taxa na qual os músculos podem realizar trabalho mecânico (energia). Dado que a energia é igual à força vezes a velocidade, o músculo gera nenhum poder em força isométrica (devido à velocidade zero).
34 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR VELOCIDADE DA FIBRA MUSCULAR CONTRAÇÃO LENTA As fibras de contração lenta são responsáveis pela resistência da contração, permitindo forças suficientes para contrações prolongadas, podendo persistir por vários minutos ou horas. Um músculo com função de resistência, sustentação, que responde de forma lenta, suportando maior tempo de contração, possui maior número de fibras lentas, que são preparadas para atender essas características; Estas têm uma alta capacidade de oxidar aerobicamente os glícidos e os ácidos gordos, de modo a gerar ATP e permitindo exercícios duradouros; As Fibras musculares lentas (tipo I) oxidativas, efectuam atividades lentas; são menores; exercícios aeróbicos; baixa intensidade, muita vascularização; muitas mitocôndrias; abundante mioglobina (aspeto avermelhado). Atleta maratonista Fibras Tipo I
35 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR VELOCIDADE DA FIBRA MUSCULAR CONTRAÇÃO RÁPIDA Proporcionam grandes quantidades de potência de contração, podendo suportar trabalhos de segundos a um minuto. As fibras rápidas são adaptadas para contrações musculares muito rápidas e fortes, como as que ocorrem nos saltos e corridas curtas, entrando em fadiga apenas alguns minutos após a sua contração; Prova de 100 m Fibras tipo II Constituintes da fibra muscular As Fibras musculares rápidas (brancas Tipo II) exercem atividades rápidas; exercícios anaeróbicos; fibras maiores; maior diâmetro, retículo sarcoplasmático extenso; poucas mitocôndrias; pouca vascularização; possuem coloração esbranquiçada devida a menor quantidade de mioglobina; Sub-tipo IIa fibras rápidas oxidativas-glicolíticas; Sub-tipo IIb rápidas glicolíticas.
36 ORGANIZAÇÃO MICROSCÓPICA E PROCESSO DE CONTRAÇÃO MUSCULAR TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES NO NOSSO DIA-A-DIA As fibras CL (contração lenta) são recrutadas em primeiro lugar, independentemente da intensidade do exercício. Caso haja necessidade de um fornecimento rápido e potente de energia, fibras adicionais do tipo IIA serão recrutadas. Somente em níveis máximos ou quase máximos é que recrutamos as fibras IIB. Quando corremos em velocidade máxima recrutamos todos os tipos de fibras, principalmente as do tipo IIB. No entanto, as fibras IIB entram rapidamente em fadiga e caso quiséssemos continuar correndo, seríamos obrigados a reduzir a velocidade, pois as fibras IIA passariam a ser preferencialmente recrutadas. Apesar de possuírem um alto potencial energético, este é ainda assim inferior à potência das fibras IIB. Não demoraria muito e rapidamente sentiríamos uma enorme sensação de fadiga, forçando a reduzir ainda mais a velocidade. Assim, as fibras CR (contração rápida) passariam a ser recrutadas preferencialmente. Estas fibras utilizam o alto potencial oxidativo para queimar, preferencialmente as gorduras e ácido láctico, que foi acumulado durante os momentos anteriores do exercício. Somente assim seria possível continuar sem esgotar as reservas limitadas de glícidos que se encontram nos músculos.
37 C PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO
38 PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO NECESSIDADES ENERGÉTICAS DA FIBRA MUSCULAR PAPEL DO ATP PROCESSOS DE RESÍNTESE DE ATP INTERAÇÃO DOS DIFERENTES PROCESSOS EM DIVERSOS TIPOS DE ESFORÇO
39 PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO NECESSIDADES ENERGÉTICAS DA FIBRA MUSCULAR A Bioenergética dedica-se ao estudo dos vários processos químicos que tornam possível a vida celular do ponto de vista energético, e permite entender como a capacidade para realizar trabalho depende da conversão sucessiva, de uma em outra forma de energias; O trabalho muscular é uma questão de conversão de energia química em energia mecânica, energia que é utilizada pelas miofibrilas para provocar o deslize dos miofilamentos, resultando em ação muscular e produção de força Trabalho - Conversão de energia O dispêndio energético depende de vários fatores, da tipologia do exercício, da frequência, da duração e intensidade, dos aspetos de carácter dietético, das condições de exercitação (altitude, temperatura e humidade), da condição física do atleta e da sua composição muscular em termos de fibras (tipo I e II)
40 PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO PAPEL DO ATP ESQUELÉTICO A fonte de energia garante o fornecimento de energia às células é o ATP. O trifosfato de adenosina (ATP) é o instrumento bioquímico que serve para armazenar e utilizar energia; O ATP é necessário para as reações químicas envolvidas em toda contração muscular. Conforme a atividade do músculo aumenta, mais ATP é consumido; As células obtêm energia química, pelo catabolismo de nutrientes e empregam esta energia para sintetizar ATP a partir de ADP + Pi. O ATP transfere parte de sua energia para processos de síntese de macromoléculas ou transporte de substâncias através das membranas contra gradientes de concentração. ATPase Grupo fosfato Molécula de A.T.P. α Estator H + δ β H + γ ε α Adenina Ribose Matriz mitocondrial Rotor ATP ADP + P i Bicamada lipídica Exterior
41 PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO PAPEL DO ATP ESQUELÉTICO A reação que transforma o ATP em energia apresenta um conjunto de etapas: Quimicamente, o ATP é um nucleótido de adenina cercado por três fosfatos; Há muita energia armazenada na ligação entre o segundo e o terceiro grupo de fosfato que pode ser usada para alimentar as reações químicas; Quando uma célula precisa de energia, a ligação é quebrada para produzir difosfato de adenosina (ADP) e uma molécula livre de fosfato (P i ); Em alguns casos, o segundo grupo de fosfato também pode ser quebrado para produzir monofosfato de adenosina (AMP); Quando uma célula tem excesso de energia, é armazenada produzindo ATP a partir de ADP e fosfato; O ATP dos músculos vem de três sistemas bioquímicos diferentes, nesta ordem: Sistema ATP - fosfocreatina (anaeróbio alático) Sistema Glicolítico (anaeróbio lático); Sistema Oxidativo (Aeróbio). Adenina Grupo fosfato Molécula de A.T.P. Ribose
42 PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO DIFERENTES PROCESSOS E DIVERSOS TIPOS DE ESFORÇO Em termos de performance, destacam-se três grupos distintos - potência, velocidade e resistência (endurance) aos quais associam um sistema energético específico, respetivamente, os fosfatos de alta energia, a glicólise anaeróbia e o sistema oxidativo. Lançamento do peso 400 m livres Maratona O lançamento do peso e a corrida de 400m são sistemas energéticos designados de anaeróbios, o que significa que a produção de energia não está dependente da utilização de oxigénio; A maratona é um sistema oxidativo (mitocôndria) com gasto de oxigénio - sistema aeróbio; O sucesso e a operacionalidade de cada um dos grupos de atividade encontra-se dependente do funcionamento do sistema energético preferencialmente utilizado.
43 PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO SISTEMA ANAERÓBIO ESQUELÉTICO As fibras musculares costumam "construir" as moléculas de ATP a partir da combustão ou oxidação dos nutrientes que armazenam no seu interior através de um processo aeróbio, ou seja, mediante um processo que necessita da presença de oxigénio; Todavia, como a assimilação de oxigénio a partir da circulação sanguínea, durante os primeiros dois minutos de exercício físico, o tempo que o aparelho cardiorrespiratório necessita para se adaptar completamente às necessidades, é muito reduzido, as fibras musculares, durante a fase inicial do exercício físico, obtêm o ATP de que necessitam a partir de dois mecanismos anaeróbios em que não é necessária a presença de oxigénio: o da fosfocreatina e o da glicólise anaeróbia.
44 Percentagem de energia total PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO SISTEMA ATP - FOSFOCREATINA (ANAERÓBICO ALÁTICO) A fosfocreatina é uma substância composta por uma molécula de creatina e outra de ácido fosfórico armazenada no interior das fibras musculares, que participa no primeiro mecanismo destinado a obter moléculas de ATP e, consequentemente, energia, perante necessidades repentinas. O mecanismo da fosfocreatina é ativado no preciso momento em que a contração da fibra muscular se inicia e consiste no desdobramento desta substância numa molécula de creatina e noutra de ácido fosfórico e na posterior junção desta molécula e de outra de ADP, de modo a formar uma nova molécula de ATP. Embora este mecanismo seja muito eficaz no início da contração, o depósito de fosfocreatina acaba igualmente por se esgotar, obrigando a fibra muscular a recorrer a outro dos seus processos anaeróbios, com vista a obter mais moléculas de ATP. Fosfocreatina Glicolítico Oxidativo Velocista Nadador Sistemas energéticos Tempo (segundos) 8 10 seg. Sistema ATP-PC (100 m) Sistema glicolítico 1,3 1,6 seg. (400 m) Sistema oxidativo Tempo limitado (15 km) Maratonista Sistemas energéticos
45 PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO SISTEMA GLICOLÍTICO (ANAERÓBIO LÁTICO) Este processo consiste na degradação do glicogénio armazenado no interior das fibras musculares, de modo a proporcionar a obtenção de energia que permita a junção das moléculas de ácido fosfórico com outras de ADP, para que no final do processo se obtenham duas moléculas de ATP e, como produtos residuais, duas moléculas de água e outras duas de ácido láctico. Glicólise Cerca de quarenta segundos após este tipo de atividade, a relevância da glicólise anaeróbia diminui, já que após este período, o aparelho cardiorrespiratório começa a adaptar-se ao exercício físico e a transportar uma quantidade mais significativa de oxigénio para o tecido muscular. A velocidade da eliminação do ácido láctico provocado por este processo é menor do que a velocidade de produção, pois tem tendência para se acumular. Cerca de dois minutos após o início do exercício físico, os mecanismos aeróbios desempenham um papel muito mais importante do que os anaeróbios.
46 PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO SISTEMA AERÓBIO ESQUELÉTICO É através do metabolismo aeróbio que as fibras musculares obtêm a energia de que necessitam para formarem as moléculas de ATP, a partir da união de moléculas de ADP e ácido fosfórico, mediante a degradação de nutrientes em processos que necessitam da presença de oxigénio Este processo fornece dez vezes mais energia do que os mecanismos anaeróbios e tem a vantagem de não gerar substâncias residuais tóxicas, formando moléculas eliminadas de dióxido de carbono, com o ar expirado, e água. Após a adaptação do aparelho cardiorrespiratório ao exercício, o principal mecanismo de obtenção de energia consiste na neoglicogénese aeróbia, a partir do momento em que as reservas de glicogénio do tecido muscular e hepático começam a esgotar-se. As fibras musculares começam a construir moléculas de ATP através da degradação das moléculas de proteínas e lipídios dos tecidos, provenientes dos depósitos adiposos, que se encontram na hipoderme e à volta dos órgãos internos através do sangue.
47 PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO SISTEMA OXIDATIVO (AERÓBIO) ESQUELÉTICO Com cerca de dois minutos de exercício, o corpo já responde para suprir oxigénio aos músculos que se exercitam. Quando há oxigénio, a glicose pode ser completamente decomposta em dióxido de carbono e água em um processo chamado respiração aeróbia. A glicose pode ter três diferentes origens: As reservas de glicogénio restantes nos músculos; a quebra do glicogénio do fígado, através da corrente sanguínea; a absorção da glicose dos alimentos no intestino, através da corrente sanguínea; Glicose Glicólise oxidativa A respiração aeróbica também pode usar ácidos gordos das reservas de gordura do músculo e do corpo para produzir ATP. Em casos extremos, as proteínas também podem ser decompostas em aminoácidos e utilizadas para produzir ATP. A respiração aeróbica usaria primeiramente os glícidos, depois as gorduras e, se necessário, as proteínas. A respiração aeróbica produz ATP num ritmo mais lento, mas pode continuar o fornecimento por muitas horas.
48 PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO PROCESSOS DE RESÍNTESE DE ATP A energia necessária para a realização de todas as tarefas que nosso corpo necessita é proveniente do ATP, fabricada em todas as células vivas como um modo de capturar e armazenar energia. À medida que o corpo vai realizando suas funções, o ATP é degradado e, consequentemente, restaurado por outra fonte energética que pode ser proveniente da fosfocreatina, das ácidos gordos, dos lípidos ou das proteínas. Conforme as necessidades energéticas, o corpo utiliza o pouco ATP que tem disponível. À medida que o ATP acaba, é solicitado o uso da fosfocreatina para ressintetizar o ATP, porém a fosfocreatina também é reduzida. Então, o nosso organismo solicita outro macronutriente para realizar a ressintese do ATP. Entretanto, o organismo precisa de determinar qual o substrato energético a utilizar: gordura, na forma de triglicerídeos, ou glícidos na forma de glicose ou glicogénio muscular, dependendo de dois fatores: a velocidade de ressintese do ATP e se há ou não a presença de oxigénio.
49 PROCESSOS ENERGÉTICOS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO DIFERENTES PROCESSOS E DIVERSOS TIPOS DE ESFORÇO Na presença de oxigénio e na pouca necessidade de solicitação deste macronutriente, o organismo utilizaria a gordura para ressintetizar ATP, uma vez que a gordura gera mais ATP que a glicose, e sua fonte é praticamente ilimitada no nosso corpo, não levando-o ao risco de sofrer pela má utilização deste substrato. Por outro lado, na necessidade de alta velocidade de ressintese do ATP o organismo irá optar pela glicose ou glicogénio hepático e muscular; como em exercícios extenuantes e muito intensos. Isso também ocorreria na ausência de oxigênio durante o processo de transformação para gerar energia, chamado de ciclo da glicólise. Esse ciclo seria capaz de gerar energia suficiente para ressintese do ATP, mas teria um efeito indesejável, a produção de ácido lático, que faria com que o exercício fosse interrompido minutos depois pela instalação Constituintes da fibra muscular da fadiga muscular dos músculos ativos (músculos exercitados).
50 D TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES
51 TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES FIBRAS DOS TIPOS I E II TIPO I A classificação das fibras musculares faz-se de acordo com o metabolismo energético dominante, da velocidade de contração e da sua coloração histoquímica, a qual depende das atividades enzimáticas: Tipo I, de contração lenta ou vermelhas, e isto devido à densi dade capilar e ao conteúdo em mioglobina e Tipo II, de contracção rápida ou fibras brancas, as quais se sub dividem na lia, IIb, e IIc Fibras tipo I, de contração lenta, vermelhas ou ST(slow twitch) São fibras com menor diâmetro, com um maior fornecimento sanguíneo, quando expresso em capilares por fibra, possuem muitas e grandes mitocôndrias e muitas enzimas oxidativas. São por isso fibras com um metabolismo energético de predomínio aeróbico, resultando uma grande produção de ATP, permitindo esforços duradouros. Estas fibras predominam nos músculos dos atletas de endurance ou resistência
52 TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES FIBRAS DOS TIPOS I E II TIPO II De contração rápida, brancas ou FT(fast twitch) São fibras brancas, de maior diâmetro, com predomínio de metabolismo energético de tipo anaeróbico. Possuem grandes quantidades de enzimas ligadas a este tipo de metabolismo, como por exemplo a CPK (creatinofosfoquínase), necessária à regeneração rápida de ATP a partir da fosfocreatina (CP) O músculo tem uma velocidade de contração, uma velocidade de condução na membrana e uma tensão máxima maior do que nas fibras do tipo I. Têm elevados níveis de atividade da ATPase miofibrinar, o que revela grande velocidade na elaboração das interações actina-miosina Nas Fibras subtipo IIb o metabolismo anaeróbico é dominante, o que origina uma grande acumulação de ácido láctico. São fibras com um mau rendimento energético, de contração rápida e facilmente fatigáveis; Fibras do subtipo lia: são também fibras brancas, com predomínio do metabolismo anaeróbico, mas já com uma capacidade oxidativa superior; as fibras Iic possuem predomínio do metabolismo anaeróbico e uma capacidade oxidativa superior.
53 TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES DISTRIBUIÇÃO DOS TIPOS DE FIBRAS NOS MÚSCULOS As percentagens de fibras rápida, intermediária e lenta num músculo esquelético pode ser bastante variável. Músculos dominado por fibras rápidas aparecem pálidas e são chamados de músculos brancos. Peitos de frango contêm "carne branca", porque as galinhas usam as asas apenas por breves intervalos, como quando em fuga de um predador, e o poder de voo provém de fibras rápidas nos músculos do peito. Os vasos sanguíneos e mioglobina nas fibras lentas conferem uma cor avermelhada aos músculos lentos. Na galinha, o andar todo o dia confere às fibras lentas (carne escura) o tom escuro das pernas. A maioria dos músculos humanos contêm uma mistura de tipos de fibras e assim aparecem rosa. No entanto, não há fibras lentas nos músculos do olho ou na mão, onde contrações rápidas, mas breve são obrigatórios. São dominados por fibras lentas, os músculos que se contraem continuamente para manter uma postura ereta. A percentagem de fibras rápidas versus lenta em cada músculo é determinada geneticamente, podendo aumentar como resultado do treinamento atlético
54 E CONCEITOS RELACIONADOS COM A DETERMINAÇÃO DAS AÇÕES MUSCULARES
55 CONCEITOS RELACIONADOS COM A DETERMINAÇÃO DAS AÇÕES MUSCULARES O MÚSCULO ESQUELÉTICO E A FUNÇÃO ARTICULAR Os músculos esqueléticos ou músculos estriados, já que apresentam estriações nas suas fibras, são os responsáveis pelos movimentos voluntários; estes músculos inserem-se sobre os ossos e sobre as cartilagens e contribuem, com a pele e o esqueleto, para formar o invólucro exterior do corpo. A maioria dos músculos está presa ao esqueleto, junto a articulações, abrindo-as e fechando-as. Nas articulações, esses músculos são presos a ossos por meio de tendões, que são cordões de tecido conjuntivo. Quando os tendões são chatos e largos, e não possuem a forma de cordão, recebem o nome de aponeuroses ou aponevroses. Tendão de inserção Relação músculo-articulação Diferentes exigências/fibras
56 CONCEITOS RELACIONADOS COM A DETERMINAÇÃO DAS AÇÕES MUSCULARES NOÇÕES DE ORIGEM E DE INSERÇÃO Origem e inserção do biceps Por convenção, denomina-se de origem, a extremidade do músculo presa à peça do esqueleto que não se move e inserção a extremidade do músculo presa à peça óssea que se desloca; Origem Inserção proximal (origem) Peça óssea que não se desloca Ponto fixo PROXIMAL Inserção distal (inserção) Peça óssea que se desloca Ponto móvel DISTAL Inserção
57 CONCEITOS RELACIONADOS COM A DETERMINAÇÃO DAS AÇÕES MUSCULARES TIPOS DE ACÃO MUSCULAR Estática (isométrica) - se a tensão desenvolvida pelo músculo é igual à resistência que ele tem de vencer, o comprimento das fibras musculares, mantém-se essencialmente inalterado. Este tipo de ação muscular ocorre quando se pretende exercer força contra uma resistência inamovível; Dinâmica concêntrica - quando a tensão desenvolvida pelo músculo é superior à resistência que ele tem de vencer, ocorre um encurtamento. Este tipo de ação ocorre na fase positiva (concêntrica) da maioria dos exercícios de treino de força, como o supino ou o agachamento; Relação músculo-articulação Sem movimento Contração isométrica Movimento Contração concêntrica Movimento Contração excêntrica Dinâmica excêntrica - quando a tensão desenvolvida pelo músculo é inferior à resistência que ele tem de vencer, apesar do músculo tentar encurtar-se, ocorre um alongamento das fibras musculares. Este tipo de ação ocorre na fase negativa (excêntrica) da maioria dos exercícios de treina da força, como o supino ou o agachamento.
58 CONCEITOS RELACIONADOS COM A DETERMINAÇÃO DAS AÇÕES MUSCULARES TIPOS DE ACÃO MUSCULAR CICLO MUSCULAR ALONGAMENTO/ENCURTAMENTO O ciclo alongamento e encurtamento (CAE), mecanismo fisiológico cuja função é aumentar a eficiência mecânica dos movimentos, utiliza ações musculares excêntricas seguidas, imediatamente, por explosivas ações concêntricas; A primeira fase é o pré-estiramento ou ação muscular excêntrica. Aqui, a energia elástica é gerada e armazenada; Salto em altura A segunda fase é o período entre o fim do pré-estiramento e do início da ação muscular concêntrica, fase de amortização. Quanto menor esta fase, mais poderosa será a subsequente contração do músculo. A terceira e última fase é a contração real do músculo, que corresponde ao salto (ou lançamento).
59 CONCEITOS RELACIONADOS COM A DETERMINAÇÃO DAS AÇÕES MUSCULARES PAPÉIS DOS MÚSCULOS DESEMPENHAM NO MOVIMENTO Agonistas: São os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, contraindo ativamente para criar o movimento desejado. Ex: agarrar uma chave sobre a mesa, agonistas são os flexores dos dedos. b) Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave. Ex: os antagonistas são os extensores dos dedos. Bíceps contraído (agonista) Movimento Flexão Tríceps relaxado (antagonista) Bíceps relaxado (antagonista) Movimento Músculos agonistas e antagonistas Extensão Tríceps contraído (agonista) d) Fixadores: Estabilizam a articulação e a origem do agonista de modo que ele possa agir mais eficientemente. Estabilizam a parte proximal do membro quando move-se a parte distal.
60 F ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO TRONCO
61 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO TRONCO MÚSCULOS DA CAMADA PROFUNDA DA REGIÃO POSTERIOR DO TRONCO Músculo sacroilio-lombar Músculo espinhal torácico Músculo dorsal longo Trapézio Músculo levantador da escápula Músculo romboide menor Músculo iliocostal lombar 7.ª vertebra cervical Músculo romboide maior Músculos da nuca Músculos espinais
62 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO TRONCO MÚSCULOS DA CAMADA SUPERFICIAL DA REGIÃO POSTERIOR DO TRONCO Trapézio superior Trapézio médio Trapézio inferior Grande dorsal Trapézio Grande dorsal
63 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO TRONCO MÚSCULOS DA REGIÃO LATERAL DO PESCOÇO Esternocleidostóideo Esplénio cervical Trapézio Músculo levantador da escápula Anterior Médio Posterior Masseter Digástrico Trapézio Plexo braquial Músculos escalenos Esternocleido -mastoideo Esternocleidomastóideo
64 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO TRONCO MÚSCULOS DO TÓRAX Músculos intercostais externos Diafragma Músculos intercostais internos Grande dentado Peitoral maior Peitoral menor Músculos intercostais Músculos intercostais Músculos peitorais
65 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO TRONCO PAREDES MUSCULARES DA CAVIDADE ABDOMINAL Diafragma Pélvis Cavidade abdominal
66 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO TRONCO MÚSCULOS DA PAREDE POSTERIOR DO ABDÓMEN Psoas menor Psoas maior Quadrado dos lombos Ilíaco Psoas-ilíaco Psoas-ilíaco Quadrado dos lombos
67 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO TRONCO MÚSCULOS DA PAREDE ANTERO-LATERAL DO ABDÓMEN Grande dentado Linha alba Abdominal transverso Retos do abdómen Interno oblíquo Externo oblíquo Músculos antero-laterais
68 G ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR
69 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR MÚSCULOS CINTURA ESCAPULAR Deltóide Supra-espinal Infra-espinal Pequeno redondo Grande redondo Subescapular Deltóide, infraespinhoso e pequeno redondo
70 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR MÚSCULOS DO BRAÇO REGIÃO ANTERIOR Bicípite braquial Braquial anterior Longo supinador (Braquiradial)
71 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR MÚSCULOS DO BRAÇO REGIÃO POSTERIOR Cabeça longa Cabeça média Cabeça lateral Tricípete braquial
72 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR REGIÕES MUSCULARES DO ANTEBRAÇO ANTERO-INTERNA Braquioradial Flexor carporadial Flexor longo do polegar Extensor radial longo do carpo Palmar longo Flexor ulnar do carpo Flexor superficial dos dedos Eminência tenar Flexor superficial dos dedos Flexor profundo dos dedos Flexor longo do polegar Pronador quadrado Adutor do mínimo Músculos antero-internos do antebraço
73 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR REGIÕES MUSCULARES DO ANTEBRAÇO POSTERO-EXTERNA Tendão do tricípite Flexor ulnar do carpo Extensor carpo-ulnar Extensor do mínimo Extensor radial longo do carpo Extensor radial curto do carpo Extensor dos dedos Ancónio Extensor do indicador Supinador Abdutor longo do polegar Abdutor curto do polegar Extensor do polegar Músculos postero-externos do antebraço
74 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR REGIÕES MUSCULARES DA MÃO Dorsais interósseos (vários) Lumbricais (vários) Opositor do mínimo Flexor curto do mínimo Abdutor do mínimo Abdutor do polegar Abdutor curto do polegar Opositor do polegar Abdutor do mínimo Músculos da região palmar e dorsal
75 H ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR
76 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR MÚSCULOS SUPERFICIAIS E PROFUNDOS DA BACIA Glúteo médio (secção) Glúteo grande (secção) Crista ilíaca Glúteo médio Glúteo pequeno Obturator interno Glúteo grande Grande, médio e pequeno glúteo
77 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR MÚSCULOS SUPERFICIAIS E PROFUNDOS DA BACIA Tensor da fascia lata Músculo tensor da fascia lata
78 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR MÚSCULOS DA COXA REGIÃO ANTERIOR Tensor da fascia lata Crural Sartório (costureiro) Reto femural Vasto externo Vasto interno Quadricipete crural e costureiro
79 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR MÚSCULOS DA COXA REGIÃO POSTERIOR HAMSTRINGS Glúteo grande Adutor magno Grácil Bicípite femural Semi-tendinoso Semi-membranoso Harmstrings
80 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR MÚSCULOS DA COXA REGIÃO INTERNA Pectíneo Adutor grande Adutor médio Adutor pequeno Grácil Músculos adutores da perna
81 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR MÚSCULOS DA PERNA REGIÃO ANTERIOR Tibial anterior Músculo tibial anterior
82 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR MÚSCULOS DA PERNA REGIÃO POSTERIOR Plantaris Gastrocnémio médio Popliteo Gastrocnémio lateral Solhar Solhar Tendão calcâneo Calcâneo Gastrocnémio (cortado e removido) Tendão calcâneo Tricípite sural
83 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR MÚSCULOS DA PERNA REGIÃO EXTERNA Peroneal lateral longo Peroneal lateral curto Peroneais laterais
84 ORGANIZAÇÃO GERAL E CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MÚSCULOS DO MEMBRO INFERIOR REGIÕES MUSCULARES DO PÉ SUPERFICIAIS Flexor curto do halux Extensor curto dos dedos Extensor curto do halux Flexor curto do mínimo Lumbricais Abdutor do halux Flexor curto do dedos Abdutor do halux Abdutor do mínimo Músculos dorsais do pé Músculos plantares do pé
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