PIBID: UM AMBIENTE RICO PARA A FORMAÇÃO DOCENTE

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1 PIBID: UM AMBIENTE RICO PARA A FORMAÇÃO DOCENTE Suelen Janaina de Oliveira Acadêmica do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Bolsista do Programa de Iniciação à Docência/CAPES. Orientador(a): Rejane Klein Docente do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Coordenadora do sub-projeto Pedagogia linha Anos Iniciais Resumo: No presente trabalho descrevemos alguns relatos das experiências que vivenciei através do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID. Ao ingressar no projeto os acadêmicos tem a oportunidade de entrar em contato com o contexto escolar, construindo deste modo uma ponte entre o ensino superior e a educação, possibilitando uma troca de conhecimentos entre ambos. As atividades desenvolvidas pelo subprojeto do curso de licenciatura em Pedagogia da UNICENTRO se baseiam em reuniões, no qual refletimos acerca da realidade que estamos vivenciando, realizamos estudos, elaboramos planejamentos, e posteriormente colocamos em prática o plano formulado, o intuito das atividades pedagógicas é propiciar as crianças atendidas momentos nos quais elas possam aprimorar e desenvolver seus conhecimentos. No decorrer deste texto são apresentadas algumas situações que surgiram durante meu convívio com alunos 3º ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede municipal de Irati-PR, que acompanho semanalmente. Com isso, foi possível evidenciar que o programa de iniciação à docência é um excelente instrumento para a construção de uma educação de mais qualidade, pois agrega tanto a formação docente, como a formação dos educandos. Palavras-chaves: PIBID, formação docente, aprendizagem. I. Introdução Nem todos os alunos de uma licenciatura sentem-se prontos para trabalhar como professor assim que concluem a graduação, o que falta é levar para a prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, mas, muitas das vezes, para alguns alunos o estágio não é o suficiente, o que pode ocasionar a sensação de inexperiência como docente, uma solução para este impasse seria o ingresso do acadêmico no PIBID. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) visa estabelecer um diálogo entre ensino superior e a educação básica, o programa busca dar espaço para o acadêmico de licenciatura colocar em prática os ensinamentos adquiridos na universidade, mesmo que este acadêmico esteja no primeiro ano de sua graduação. O PIBID pode ser visto como um programa de

2 ajuda mútua, o bolsista desenvolve seus trabalhos para a escola e, em contrapartida, o ambiente escolar lhe propicia aquisição de experiência na docência, no decorrer dos anos, quando o acadêmico já estiver formado, além dos conhecimentos aprendidos na graduação, ele também vai contar com uma certa carga de experiência, que vai ajudá-lo quando estiver atuando como professor. Este trabalho irá apresentar algumas experiências vivenciadas por mim, como acadêmica do curso de Pedagogia da UNICENTRO, em uma escola municipal da cidade de Irati-PR, para tal, serão descritas atividades pedagógicas desenvolvidas pela professora, além de expor a contribuição do projeto para a formação dos acadêmico para a futura docência II. Da universidade à sala de aula Foi através do PIBID que vivenciei meu primeiro contato com o contexto escolar, em março deste ano. Até então, desconhecia como realmente se arquitetava esse ambiente, a oportunidade de se inserir na escola possibilitou que meu campo de conhecimento em relação a educação se ampliasse. A princípio, iniciei minhas atividades como bolsista em uma escola diferente da que estou hoje, na qual auxiliava a professora regente em suas práticas diárias, o intuito era me inserir e conhecer aquela realidade, para posteriormente, ajudar os alunos que apresentassem maiores dificuldades na aprendizagem. Devido a distância da outra escola e a dificuldade de locomoção até o bairro, fui transferida para outra escola que faz parte do projeto. Lá, fui recebida com muito carinho pelos alunos, pela professora da turma e pela supervisora do PIBID na escola. O trabalho desenvolvido pelas bolsistas do curso de pedagogia da UNICENTRO, atende turmas da primeira fase do Ensino Fundamental, a partir do currículo proposto elaboramos planos de ensino para dois grupos de alunos. No Grupo I estão os educandos que ainda estão no estágio de alfabetização, e no Grupo II, aqueles que já conseguem ler e escrever. Identificamos esses alunos no decorrer da observação e da convivência com a turma, coletamos as informações necessárias e em reuniões com a coordenadora do projeto e com o restante das bolsistas compartilhamos nossas experiências, realizamos discussões e reflexões teóricas para elaborarmos o planejamento de acordo com as dificuldades dos educandos que são atendidos.

3 O planejamento que construímos giram em torno da proposta curricular da escola, mais especificamente, na disciplina de Língua Portuguesa, procuramos trabalhar com diversos gêneros textuais, enfatizando a oralidade, a leitura e a oralidade, com o intuito de mostrar as crianças a importância da escrita como ferramenta de comunicação e seu uso dentro da sociedade. Trabalho individualmente com alguns dos alunos do 3º ano, dois alunos no primeiro grupo e três alunos do segundo grupo, procuro os auxiliar na realização das atividades planejadas, fazendo com eles se expressem de forma livre e compreendam a relevância de escrever e interpretar textos que circulam em nosso cotidiano, em nossa cultura. Além desse tempo destinado ao atendimento individualizado, auxilio a professora regente em classe na efetivação de suas atividades. Ao longo desse período pude presenciar inúmeras práticas significativas, que apresentam metodologias que levavam as crianças a interagir com grupo e construíssem seu conhecimento de mundo. Acompanhei a professora em atividades extraclasse, como aula-passeios, onde fomos conhecer a Prefeitura Municipal de Irati, a Casa da Cultura e também a Feira Iratiense Estudantil do Livro FIEL, que aconteceu em maio deste ano. Outra questão que ganha destaque na atuação da docente, é um pequeno projeto que é desenvolvido com os alunos desde o inicio do mês de maio. O objetivo do projeto é que os alunos elaborem um texto a partir da experiência deles com um animal, neste caso, um coelho. Por meio de um sorteio um aluno leva para casa o coelho, no outro dia, ele traz o animal e leva consigo um caderno, no qual constrói um texto, relatando como foi a visita do coelho. Em um terceiro momento, quando o aluno traz o caderno (que contém todos os textos elaborados), a professora faz a leitura para todos e promove uma conversação entre o grupo. Entrar em contato com esse contexto me ofereceu uma visão mais ampla sobre a realidade educacional, que futuramente, vou me inserir. Essa aproximação entre a universidade e a as escolas de educação básica tende só a agregar, essa interação mutua faz com que ambos colaborem para a melhoria da educação. A respeito do PIBID, Fetzner & Souza (2012) enfatizam que o programa oportuniza a vivência da iniciação no campo da docência em diálogo com a formação teórica oportunizada na universidade, desde, é claro, que tais campos estejam em postura de troca e não de sobreposição de saberes (p. 687).

4 Vale destacar que o intuito do programa é uma 'troca' de saberes entre os acadêmicos da universidade e os docentes que estão em atuação. O bolsista que é lançado para a escola tem como tarefa vivenciar a realidade e buscar incorporar aquilo que agrega em sua atuação como educador, levar até a escola novos quefazeres e colaborar no processo de ensino-aprendizagem. A integração entre os acadêmicos na educação básica contribui também para a pesquisa, favorecendo a formação profissional dos acadêmicos. Com base na análise e compreensão das práticas vivenciadas, e o entendendo a sala de aula como um campo de investigação, nós, bolsistas temos a possibilidade de (re)elaborar determinados conhecimentos, promovendo denta forma, o desenvolvimento da aprendizagem dos educandos e o nosso desenvolvimento enquanto professores. Sobre a pesquisa como ferramenta de ampliação do conhecimento Freire, comenta: Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses quefazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (FREIRE, 2011, p ). III. Conclusão As práticas de ensino descritas neste trabalho podem ser entendidas como alternativas para um ensino mais estimulante, os alunos mostravam-se interessados, o que acarreta em uma contribuição para formação das crianças enquanto indivíduos atuantes. Compreendo que almejar uma educação mais rica e de qualidade é um dos compromissos essenciais que os atuais professores necessitam acatar. O diálogo entre universidade e a educação básica torna-se uma experiência produtiva para ambos os lados, enquanto que um lado proporciona um ensino dinâmico, almejando qualidade no ensino, outro contribui como um espaço para aquisição de experiência para o profissional no âmbito do ensino, e em relação a essas questões o PIBID têm cumprido seu papel. Não há dúvidas de que o programa é uma excelente ferramenta para construir uma educação com mais qualidade, visto que a interação entre o bolsista e o professor da educação básica garantem maior dinamicidade no processo de ensino-aprendizagem. Essa troca mútua tende a trazer apenas benefícios, uma vez que é uma contribuição para a formação de ambos, não como a função de professor, mas sim do papel de educador.

5 Neste sentido, é importante enfatizar que os conhecimentos experiências adquiridos no decorrer de minha participação no projeto são de suma importância para a minha formação profissional. O PIBID abre portas para que nós bolsistas, caminhemos em direção a construção de saberes significativos à prática educativa. VI. Referências Bibliográficas FETZNER, Andréa Rosana; SOUZA, Maria Elena Viana. Concepções de conhecimento escolar: potencialidades do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. Educação e Pesquisa, Brasil, v. 38, n. 3, p , set ISSN Disponível em: < Acesso em: 17 Ago FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2011.