Superior Tribunal de Justiça

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1 AgInt nos EMBARGOS À EXECUÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº DF (2009/ ) RELATOR AGRAVANTE AGRAVADO ADVOGADOS REPR. POR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA : UNIÃO : VALTER TOMAZ DE SOUZA - ESPÓLIO : JOÃO MARCELO SCHWINDEN DE SOUZA - SC : LUCAS ESPERANDIO TOMAZ DE SOUZA EMENTA EMBARGOS À EXECUÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. 1. SUCESSÃO PROCESSUAL. POSSIBILIDADE NA FASE DE EXECUÇÃO. 2. HABILITAÇÃO DO ESPÓLIO. ART. 778, 1º, II, CPC. REGULARIDADE PROCESSUAL. 3. DESNECESSIDADE DE AMPLIAÇÃO DO OBJETO DOS AUTOS. EVENTUAIS DIREITOS QUE SERÃO DISCUTIDOS NO JUÍZO SUCESSÓRIO. 4. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. "A jurisprudência do STJ entende que, embora o Mandado de Segurança tenha caráter personalíssimo, o que torna incabível a sucessão processual na fase de conhecimento, na execução é cabível a habilitação dos herdeiros" (EmbExeMS 786/DF, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, julgado em 28/06/2017, DJe 01/08/2017). 2. "A habilitação direta de herdeiros não acarreta prejuízo a eventuais herdeiros que não estejam no processo, uma vez que, para o levantamento dos valores devidos, deverá ser exigida a comprovação formal da partilha de bens, por meio da certidão de inventariança ou do formal e da certidão de partilha, sob pena de os valores ficarem disponíveis unicamente para o espólio" (AgRg nos EmbExeMS /DF, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Terceira Seção, julgado em 13/3/2013, DJe 20/3/2013). 3. Revela-se desnecessário ampliar o objeto dos presentes autos, para aferir se o inventário foi aberto ou se o requerente é o representante do espólio, sendo suficiente, no caso concreto, a sucessão nos termos em que deferida, para manter a regularidade no trâmite processual. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Seção do, por unanimidade, Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/03/2019 Página 1 de 4

2 negar provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Ribeiro Dantas, Antonio Saldanha Palheiro, Joel Ilan Paciornik, Felix Fischer, Laurita Vaz, Jorge Mussi, Sebastião Reis Júnior e Nefi Cordeiro votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Rogerio Schietti Cruz. Brasília (DF), 13 de março de 2019(Data do Julgamento). Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA Relator Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/03/2019 Página 2 de 4

3 AgInt nos EMBARGOS À EXECUÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº DF (2009/ ) RELATOR AGRAVANTE AGRAVADO ADVOGADOS REPR. POR : MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA : UNIÃO : VALTER TOMAZ DE SOUZA - ESPÓLIO : JOÃO MARCELO SCHWINDEN DE SOUZA - SC : LUCAS ESPERANDIO TOMAZ DE SOUZA RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA (Relator): Trata-se agravo regimental interposto pela União contra decisão monocrática, da minha lavra, que deferiu o pedido de habilitação do espólio de VALTER TOMAZ DE SOUZA, representado por LUCAS ESPERÂNDIO TOMAZ DE SOUZA, com fundamento no art. 778, 1º, inciso II, do Código de Processo Civil. Aduz a agravante, em síntese, que não há nos autos notícia de que o inventário de VALTER TOMAZ DE SOUZA foi aberto, motivo pelo qual "o espólio estará regularmente representado em juízo quando todos os herdeiros se habilitam perante o juízo da execução". Entende, assim, que é "mandatória a habilitação, no processo de execução, da companheira". É o relatório. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/03/2019 Página 3 de 4

4 AgInt nos EMBARGOS À EXECUÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº DF (2009/ ) VOTO O EXMO. SR. MINISTRO REYNALDO SOARES DA FONSECA (Relator): A insurgência não merece prosperar. Com efeito, conforme explicitado na decisão ora agravada, "a jurisprudência do STJ entende que, embora o Mandado de Segurança tenha caráter personalíssimo, o que torna incabível a sucessão processual na fase de conhecimento, na execução é cabível a habilitação dos herdeiros" (EmbExeMS 786/DF, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, julgado em 28/06/2017, DJe 01/08/2017). Quanto ao pleito em si, verificou-se que consta da certidão de óbito que, embora separado judicialmente, o pai do requerente vivia em união estável. Dessa forma, assentou-se que o peticionário não poderia ser considerado único herdeiro. Nada obstante, tendo em conta que a sucessão processual não se confunde com as regras de direito sucessório, admitiu-se a substituição do requerido VALTER TOMAZ DE SOUZA, pelo seu espólio, representado pelo ora requerente. A propósito: A habilitação direta de herdeiros não acarreta prejuízo a eventuais herdeiros que não estejam no processo, uma vez que, para o levantamento dos valores devidos, deverá ser exigida a comprovação formal da partilha de bens, por meio da certidão de inventariança ou do formal e da certidão de partilha, sob pena de os valores ficarem disponíveis unicamente para o espólio (AgRg nos EmbExeMS /DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/3/2013, DJe 20/3/2013). Nesse contexto, revela-se desnecessário, a meu ver, ampliar o objeto dos presentes autos, para aferir se o inventário foi aberto ou se o requerente é o representante do espólio, sendo suficiente, no caso concreto, a sucessão nos termos em que deferida, para manter a regularidade no trâmite processual. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/03/2019 Página 4 de 4

5 Igualmente, não verifico utilidade na determinação de habilitação da companheira do de cujus, porquanto eventual direito sobre os valores em discussão seria analisado no Juízo sucessório. Não se pode descurar, por fim, que o processo de execução foi julgado extinto, não havendo, portanto, repercussão financeira. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É como voto. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA Relator Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/03/2019 Página 5 de 4

6 CERTIDÃO DE JULGAMENTO TERCEIRA SEÇÃO AgInt nos Número Registro: 2009/ PROCESSO ELETRÔNICO EmbExeMS / DF Números Origem: PAUTA: 13/03/2019 JULGADO: 13/03/2019 Relator Exmo. Sr. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. ALCIDES MARTINS Secretário Bel. GILBERTO FERREIRA COSTA AUTUAÇÃO EMBARGANTE : UNIÃO EMBARGADO : ELENIR SCHELIVE EMBARGADO : JAKLINE BRANDHUBER DE MOURA EMBARGADO : MARLI RODRIGUES CHAVES EMBARGADO : OSVALDO ALVES DA SILVA EMBARGADO : VALTER TOMAZ DE SOUZA - ESPÓLIO ADVOGADOS : JOÃO MARCELO SCHWINDEN DE SOUZA - SC REPR. POR : LUCAS ESPERANDIO TOMAZ DE SOUZA ASSUNTO: DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO - Servidor Público Civil - Regime Estatutário AGRAVO INTERNO AGRAVANTE : UNIÃO AGRAVADO : VALTER TOMAZ DE SOUZA - ESPÓLIO ADVOGADOS : JOÃO MARCELO SCHWINDEN DE SOUZA - SC REPR. POR : LUCAS ESPERANDIO TOMAZ DE SOUZA CERTIDÃO Certifico que a egrégia TERCEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Terceira Seção, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/03/2019 Página 6 de 4

7 voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Ribeiro Dantas, Antonio Saldanha Palheiro, Joel Ilan Paciornik, Felix Fischer, Laurita Vaz, Jorge Mussi, Sebastião Reis Júnior e Nefi Cordeiro votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Rogerio Schietti Cruz. Documento: Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 20/03/2019 Página 7 de 4