Encontro 6. Representações Sociais
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- Osvaldo Carreira
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1 Encontro 6 Representações Sociais
2 Plano da aula Contexto de emergência da teoria Teoria das representações sociais: Moscovici e Jodelet Outras abordagens: Abric, Moliner e Doise
3 Fontes Des représentations collectives aux représentations sociales Moscovici. Représentations sociales : un domaine en expansion Jodelet. L alimentation selon l âge et la culture Grabovschi
4 Contexto de emergência Representação: noção vem da filosofia e é desenvolvida pela psicologia cognitiva. Piaget define representação pela noção de permanência do objeto: capacidade de inferir a sua presença por imagens mentais.
5 Contexto de emergência A partir daí, a representação foi estudada por todas as correntes cognitivistas da psicologia (construtivismo, socioconstrutivismo, inteligência artificial, cognitivismo da TPI, modularismo, conexionismo).
6 Moscovici Paralelamente ao desenvolvimento da epistemologia genética de Piaget (que se ocupa da gênese e história), Moscovici introduz a noção de representação social (que se ocupa da gênese social e história).
7 Moscovici Moscovici trabalha a partir da noção de representação coletiva de Durkheim, que seria o objeto da sociologia. Segundo Durkheim, a representação coletiva se constituiria historicamente e representaria a sociedade como entidade autônoma.
8 Moscovici Além disso, seriam externas ao sujeito, estáveis e se imporiam a ele. Moscovici questiona essa distância, propondo uma relação estreita entre sujeito e sociedade, fundada na ideia da transformação permanente.
9 Moscovici As representações sociais seriam, portanto, um sistema dotado de uma estrutura lógica e de significações particular. Estas implicariam, de um lado, em conceitos e, de outro, em valores. Cognição, afetividade e ética se integram na teoria.
10 Moscovici As representações sociais não seriam reproduções, mas produções provindas das interações sociais estabelecidas por meio da comunicação, onde valores, crenças etc., moldariam comportamentos coletivos.
11 Variações Outros autores, fora do campo da psicologia social falaram em representações sociais ou em sociedade, como Bourdieu na sociologia, e até mesmo Foucault na filosofia. No entanto, essas abordagens partem de epistemologias diferentes.
12 Moscovici A teoria de Moscovici é estruturalista porque entende as RS como estruturas de conceitos e valores. A estrutura, no entanto, está nas noções de objetivação e ancoragem. Seguidores propuseram uma abordagem sistêmica.
13 Moscovici Objetivação: seria o processo através do qual uma ideia abstrata seria apreendida pelo sujeito, que a transformaria em uma imagem concreta de algo. Seria um processo indicativo da existência de um pensamento social.
14 Moscovici Ancoragem: seria o processo através do qual a imagem indicativa da existência desse pensamento social próprio da objetivação se integraria em um conjunto de ideias prévias, adquirindo uma função instrumental (influenciando condutas etc.)
15 Jodelet Um outro aspecto, esclarecido por Jodelet, diz respeito à diferença entre representação social e ideologia. A teoria das RS se ocuparia de um objeto (a ciência, a religião etc.), enquanto que a ideologia de um sistema de objetos.
16 Jodelet Jodelet, muito próxima a Moscovici, compreende as representações sociais como um sistema complexo de práticas orientadas para as trocas comunicativas e processos de co-inserção social.
17 Representações sociais A teoria das representações sociais, lançada nos anos 60, terá repercussões importantes na França e em alguns países do mundo, entre eles o Brasil. Alguns seguidores deram contribuições, mas nem sempre os pioneiros estiveram de acordo com elas.
18 Outras abordagens Entre as contribuições temos, muitas vezes, propostas de novas noções que alteraram certos aspectos da RS original. Entre eles destacam-se Abric e Doise, além de inúmeros outros intelectuais.
19 Jean-Claude Abric Abric, professor de psicologia social da Escola de Aix-en Provence propõe um novo olhar sobre o fenômeno das representações sociais que distingue a dimensão cognitiva da normativa.
20 Jean-Claude Abric A dimensão cognitiva seria aquela que lida com as informações, enquanto que a normativa aquela que trata de valores sócio-culturais como as crenças e as atitudes moldadas pelo coletivo.
21 Jean-Claude Abric Para Abric é preciso decifrar o conteúdo das representações através do estudo de sua estrutura porque um mesmo conteúdo pode dar lugar a várias representações sociais.
22 Jean-Claude Abric A caracterização das representações sociais seria, portanto, feita através de seu núcleo central e de sua periferia, onde modificações em um ou outro campos produziriam ou uma modificação total ou um rearranjo.
23 Jean-Claude Abric Núcleo central conjunto estável e coerente que dá significação aos inúmeros elementos que o compõe. Segundo Abric, qualquer modificação que ocorra no núcleo central da representação social modifica-a completamente.
24 Jean-Claude Abric Periferia conjunto de elementos diversificados que contribuem para proteger o núcleo central de informações contraditórias. Permite que os sujeitos se adaptem a situações cotidianas garantindo a unidade da representação.
25 Jean-Claude Abric Sem a identificação do núcleo central e da periferia não seria possível se ter certeza de que uma representação social dada é de fato essa representação social, e não uma parte ou complemento de outra.
26 Jean-Claude Abric Abric desenvolveu a integração de técnicas quantitativas e qualitativas para a identificação de representações sociais. Uma técnica particularmente conhecida é a da evocação por meio de associações livres.
27 Pascal Moliner Moliner, psicólogo da Université Paul Valéry de Montpellier, desenvolveu trabalhos a partir da perspectiva de Abric, complexizando o entendimento a respeito do núcleo e da periferia.
28 Pascal Moliner Moliner propôs o modelo bidirecional das representações sociais. Ele propõe um quadrante onde se encontrariam as zonas 1) do núcleo central e periferia e a 2) das normas (elementos avaliativos).
29 Pascal Moliner Caráter avaliativo ou não avaliativo Avaliativos Não avaliativos Centrais Zona de normas Zona de definições Periféricos Zona de expectativas Zona de descrições
30 Willen Doise Doise é professor honorário da Universidade de Genebra. Fundou o departamento de Psicologia Social da universidade nos anos 70, tendo trabalhado com a ideia da construção sóciocognitiva da inteligência.
31 Willen Doise Doise redefine as representações sociais como sendo os princípios geradores de tomada de posição ligados a especificidades das relações sociais que nelas intervêm.
32 Willen Doise Doise propõe uma psicossociologia que integra as noções de objetivação e ancoragem de Moscovici, com a de homologia estrutural de Bourdieu - existência de equivalência formal e funcional dos sujeitos nas relações sociais.
33 Willen Doise A Escola de Genebra defende a ideia segundo a qual as representações sociais são complexas e não devem nem descrever conteúdos nem centrar-se na organização mental dos indivíduos.
34 Willen Doise Dessa maneira de ver decorre uma posição sistêmica, que busca integrar todos os elementos sociais e individuais em um todo processual que permita compreender complexidades.
35 Aspectos A teoria das representações sociais abriu espaço para diversos olhares: na gênese, no desenvolvimento, nas transformações, nas relações entre lógica e significações etc. Indicam um campo rico de possibilidades.
36 Encontro 6 Obrigado!
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