PRESTAÇÃO DE CONTAS DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA MUNICIPAL N

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1 PRESTAÇÃO DE CONTAS DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA MUNICIPAL N Procedência: Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Pará de Minas Exercício: 2009 Responsável: Oswaldo Oliveira de Melo Franco Procurador: Robinson Carlos Miranda Pereira OAB/MG MPTC: Daniel de Carvalho Guimarães RELATOR: CONSELHEIRO SUBSTITUTO HAMILTON COELHO E M E N T A PRESTAÇÃO DE CONTAS DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA MUNICIPAL. REGULARIDADE DAS CONTAS. RECOMENDAÇÃO. ARQUIVAMENTO. Contas julgadas regulares com fundamento no disposto no inciso I do art. 250 do Regimento Interno. Primeira Câmara 2ª Sessão Ordinária 24/02/2015 CONSELHEIRO SUBSTITUTO HAMILTON COELHO: I RELATÓRIO Tratam os autos da prestação de contas de responsabilidade do Sr. Oswaldo Oliveira de Melo Franco, dirigente do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Pará de Minas, relativa ao exercício de O órgão técnico, em exame inicial, fls. 144/158, detectou irregularidades que ensejaram a abertura de vista ao responsável, fl. 160, vindo aos autos peça de defesa, documentos e CD, fls. 168/263, analisados pela unidade técnica, fls. 271/277. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas opinou pela regularidade das contas, fls. 279/283. É o relatório. II FUNDAMENTAÇÃO 1) Considerações iniciais A presente prestação de contas foi examinada conforme as disposições da Instrução Normativa n.º 09/08 e informações encaminhadas pela autarquia municipal. 2) Apontamentos do órgão técnico A seguir, passo a analisar as irregularidades apontadas no exame técnico inicial, cotejando-as com as razões de defesa e com o estudo promovido pela diretoria técnica. 1 de 5

2 2.1. Depósito de disponibilidades financeiras em instituição bancária não oficial (Banco Panamericano), ferindo-se o disposto no art. 43 da Lei Complementar n.º 101/00 e no 3º do art. 164 da Constituição da República, fls. 07 e 147. O dirigente alegou, em síntese, que se tratava de conta aberta por exigência da instituição financeira administradora do fundo previdenciário. Acrescentou que os recursos aplicados no Fundo Master Panamericano FIDC foram enviados diretamente, por meio de seu gestor, in casu o Banco Itaú, ao fundo previdenciário. Anexou os extratos mensais da referida conta, comprovando que não houve movimentação de recursos financeiros no período, cujos saldos permaneceram zerados, fls. 169 e 185/189. A unidade técnica ratificou o apontamento, com fundamento no 3º do art. 164 da Constituição da República, no art. 43 da Lei Complementar n.º 101/00 e nas consultas respondidas por este Tribunal acerca da matéria. Acrescentou que não foi demonstrado o processo de credenciamento para seleção das instituições financeiras privadas, fls. 271/272. Destaco que o Tribunal Pleno examinou questão de ordem no Processo nº , tendo decidido, na sessão do dia 20/11/13, que não há, na legislação nacional, disposição que obrigue os fundos municipais de previdência a depositarem seus recursos financeiros em banco oficial. Em consonância com a atual jurisprudência desta Corte de Contas acerca da matéria, afasto a irregularidade apontada Diferença de R$ ,38 na transposição dos saldos das contas Ativo e do Passivo, compensados de 2008 para 2009, no Comparativo do Balanço Patrimonial, fl O defendente informou que, após análise criteriosa do Balanço Patrimonial do Instituto, emitido pelo SIACE/PCA/2009, verificou que foram evidenciadas a posição das contas que constituem o ativo e o passivo, a situação estática dos bens, direitos, obrigações, e que o valor do saldo patrimonial da entidade foi indicado corretamente. Acrescentou que as contas apresentaram saldos no final do exercício de 2008, contrariando o disposto no Anexo III Função e Funcionamento das Contas da Portaria n.º 95/07 do Ministério da Previdência Social, e as contas de controle da execução orçamentária e financeira deveriam ser utilizadas durante o exercício financeiro, mas, no encerramento, os saldos das referidas contas deveriam estar zerados. E que, considerando o princípio da continuidade das operações contábeis, a solução por ele encontrada para transferir os saldos contábeis das duas contas de 2008 para 2009 foi introduzir os saldos iniciais das contas em Disponibilidades por Fonte de Recursos e Disponibilidades Financeiras. Ao final, acostou os respectivos demonstrativos contábeis devidamente corrigidos (fls. 169/177 e 255/258). Após exame dos argumentos e dos documentos apresentados pelo defendente, o órgão técnico considerou sanada a irregularidade, fl Acorde com o órgão técnico, entendo esclarecido o apontamento Diferença entre o valor do recolhimento das contribuições previdenciárias informado pelo Executivo e o recebido pelo Regime Próprio de Previdência Social RPPS, fl O responsável esclareceu que a diferença de R$1,55, apurada no confronto entre o valor da contribuição patronal da Câmara Municipal na prestação de contas do Poder Executivo (R$40.101,17) e o recebido pelo RPPS, informado nas contas do Instituto (R$40.099,62), 2 de 5

3 refere-se a multa e juros de mora recolhidos pela Câmara de Pará de Minas, referente à competência de julho/2009. No tocante às diferenças de R$6.748,23 e de R$9.582,54, informou que se referem, respectivamente, às contribuições patronais e dos servidores efetivos que foram cedidos, com ônus pela Prefeitura, ao Instituto. Tais valores foram devidamente informados na prestação de contas da entidade, no Demonstrativo Anual das Contribuições à Previdência Própria, porém, não foram mencionados no Demonstrativo Anual das Contribuições Patronais Recebidas e no Demonstrativo das Contribuições Patronais e Repasses Recebidos pelo Regime Próprio de Previdência Social, fls. 177/180. Os esclarecimentos acima foram acompanhados dos demonstrativos e dos comprovantes dos recolhimentos das contribuições patronais e dos servidores do Instituto, fls. 191/230, devidamente corrigidos. A unidade técnica acatou as justificativas e concluiu que a irregularidade foi sanada, fl Em conformidade com a unidade técnica, entendo dirimida a diferença Ausência de Demonstrativo de Política de Investimentos fl Em seu exame exordial, a unidade técnica apontou que a entidade não apresentou o Demonstrativo da Política de Investimento. O responsável informou que o referido demonstrativo foi preenchido corretamente, mas houve interpretação errônea dos dados informados no SIACE/PCA/2003, em decorrência de o Instituto não ter um único responsável pela política de investimentos, que é realizada por um comitê, como comprova o disposto na ata da 4ª reunião conjunta dos Conselhos Fiscal e Administrativo, ocasião em que foram nomeados os três membros do comitê. Além disso, informou que a política de investimentos foi devidamente elaborada e enviada ao Ministério da Previdência Social dentro do prazo e em conformidade com a legislação vigente, fls. 181/182. O defendente também anexou cópia da ata mencionada, fls. 232/233. Após o exame das razões de defesa e da documentação acostada e de consultar o SIACE/PCA/2009, o órgão técnico concluiu que a irregularidade foi corrigida, fls. 273/274. Tendo em vista que o responsável comprovou o envio e a realização da política de investimento, entendo sanado o apontamento. Não obstante, recomendo ao atual gestor que observe o estabelecido na Portaria nº 519 do Ministério da Previdência Social, que dispõe sobre as aplicações dos recursos financeiros dos regimes próprios de previdência instituídos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, especialmente quanto à aprovação por profissional devidamente certificado, conforme disposto no art. 2º do referido normativo Diferença entre o saldo atual do Demonstrativo Anual das Contribuições Recebidas Decorrentes de Renegociação de Dívidas e o saldo devedor em 31/12/09, informado no Relatório de Controle Interno fls. 47 e 152. O defendente alegou que a divergência de valores ocorreu devido ao preenchimento incorreto do demonstrativo, haja vista que na coluna valor recebido foi registrada apenas a quantia de R$ ,76, pertinente à amortização do principal, quando o correto seria o valor total dos pagamentos realizados no exercício financeiro de 2009, de R$ ,68. Nesse montante estão incluídos os valores do recebimento do principal, da atualização monetária e dos juros. Assim, alterando o valor da referida coluna, de R$ ,76 para R$ ,68, o total do crédito passou a ser R$ ,60, valor coincidente com o informado no relatório de 3 de 5

4 controle interno, fls. 182/183. Na oportunidade, o responsável apresentou também o demonstrativo corretamente preenchido, fl A unidade técnica, mediante os esclarecimentos e o documento acostado pelo defendente, considerou sanada a falha, fl Havendo o dirigente esclarecido a divergência, considero elidida a impropriedade analisada nesse item. 3) Considerações finais Em consulta ao Sistema de Gestão e Administração de Processos SGAP, averiguei não ter havido, na autarquia, inspeção referente ao período examinado. Finalmente, é de se registrar, que a apreciação das contas anuais compreende a gestão como um todo e não o exame de cada ato praticado pelo administrador no período. Assim, o julgamento das contas não impede nova análise em razão de impropriedades verificadas em inspeção ou denunciadas, tendo em vista os princípios da verdade material e da prevalência e indisponibilidade do interesse público, bem como a indeclinável competência desta Corte de Contas na busca da máxima efetividade das normas constitucionais aplicáveis à Administração Pública. III CONCLUSÃO Ante o exposto, e por não constatar indícios de dano ao erário na análise formal das contas prestadas, proponho, com fundamento no disposto no inciso I do art. 250 do Regimento Interno, que as contas prestadas pelo Sr. Oswaldo Oliveira de Melo Franco, dirigente do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Pará de Minas, relativas ao exercício de 2009, sejam julgadas regulares. No mais, caberá ao atual dirigente do instituto manter organizada, nos termos da legislação de regência, a documentação pertinente para fins de exercício do controle externo em inspeção e ou auditoria, e ao responsável pelo controle interno comunicar a este Tribunal toda e qualquer falha detectada, sob pena de responsabilidade solidária. Ultimados os procedimentos pertinentes à espécie, impõe-se o arquivamento dos autos, conforme o disposto no inciso I do art. 176, regimental. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM os Exmos. Srs. Conselheiros da Primeira Câmara, por unanimidade, em conformidade com a ata de julgamento, diante das razões expendidas na proposta de voto do Relator, em julgar regulares as contas prestadas pelo Sr. Oswaldo Oliveira de Melo Franco, dirigente do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Pará de Minas, relativas ao exercício de 2009, com fundamento no disposto no inciso I do art. 250 do Regimento Interno. No mais, caberá ao atual dirigente do instituto manter organizada, nos termos da legislação de regência, a documentação pertinente para fins de exercício do controle externo em inspeção e ou auditoria, e ao responsável pelo controle interno comunicar a este Tribunal toda e qualquer falha detectada, sob pena de responsabilidade solidária. Ultimados os procedimentos pertinentes à espécie, impõe-se o arquivamento dos autos. 4 de 5

5 Votaram, nos termos acima, o Conselheiro em substituição Licurgo Mourão e a Conselheira Presidente Adriene Andrade. Presente à Sessão a Procuradora Maria Cecília Borges. Plenário Governador Milton Campos, 24 de fevereiro de ADRIENE ANDRADE HAMILTON COELHO Presidente Relator (assinado eletronicamente) Dca/ CERTIDÃO Certifico que a Súmula desse Acórdão foi disponibilizada no Diário Oficial de Contas de / /, para ciência das partes. Tribunal de Contas, / /. Coordenadoria de Taquigrafia e Acórdão 5 de 5