EPIDEMIOLOGIA?... Epidemiologia Descritiva. Objetivo EPIDEMIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA DOIS TIPOS DE EPIDEMIOLOGIA
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1 EPIDEMIOLOGIA DOIS TIPOS DE EPIDEMIOLOGIA Profa. Ms Rejane Gonçalves EPIDEMIOLOGIA?... Epidemiologia Descritiva Pressupostos - a doença não ocorre por acaso, apresenta fatores causais que podem ser prevenidos. Epidemiologia - se preocupa com a distribuição e determinantes das doenças Na fase descritiva abre-se caminhos ao surgimento de novos conhecimentos acerca da distribuição das doenças e dos fatores que as determinam. Observacional (aspectos físicos, ambientais e sociais) Gerar hipóteses (não tem grupo de comparação) (ROUQUAYROL, 1999) Objetivo EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA Não confundir epidemiologia descritiva com método epidemiológico descritivo Descrever os problemas de saúde no âmbito coletivo. 1
2 Epidemiologia Descritiva A TRIADE BÁSICA DA EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA Espaço ESPAÇO Tempo TEMPO Perfil Epidemiológico As três características essenciais das doenças nós observamos na Epidemiologia Descritiva. Pessoa PESSOA Estuda a distribuição de frequências das doenças e agravos à saúde ocorrem em populações. TEMPO LUGAR PESSOA 3 QUESTÕES PRIMORDIAIS A base da maioria dos estudos consiste no exame detalhado de: BUSCA CONHECER Onde, quando e sobre quem ocorre determinada doença? Pessoa Espaço Tempo (MEDRONHO, 2002) Quem adoeceu? analisa a distribuição da doença segundo sexo, idade, ocupação, hábitos Ex: meningite HIB é mais comum <5 anos. Onde a doença ocorreu? analisa a ocorrência de algum padrão espacial da doença. Ex:a diarréia infecciosa é mais comum em áreas de saneamento precárias. Quando a doença ocorreu? analisa o período e a velocidade de ocorrência da doença. Ex: varicela é mais comum no outono, contato íntimo=2horas. Em que áreas do município ou regiões do país a doença é mais freqüente? Há disparidades regionais ou locais? Existe alguma época do ano em que aumentam os casos? Há grupos populacionais mais vulneráveis? Pertencer a uma dada faixa etária, sexo ou classe social determina diferenças nos riscos? Epidemiologia Descritiva Epidemiologia Descritiva Considera a relação entre o homem e o meio ambiente 2
3 URBANIZAÇÃO, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SUPERPOSIÇÃO DE PERFIS EPIDEMIOLÓGICOS Êxodo rural e desemprego Favelas e novos assentamentos Problemas de saúde relacionados com o ambiente urbano Doenças crônico-degenerativas, doenças infecciosas e violências convivem muitas vezes em um mesmo espaço FATORES E SITUAÇÕES AMBIENTAIS QUE PODEM REPERCUTIR NA SAÚDE DUPLA ECOLÓGICA: HOSPEDEIRO E MEIO AMBIENTE Mudanças de temperatura no planeta. Destruição da camada de ozônio. Miséria e pobreza originadas de desequilíbrios sociais. Erosões que afetam os solos cultiváveis. Contaminação por poluentes químicos. DOENÇA A AMBIENTAL: Doenças ou casos produzidos pela exposição involuntária, fora do âmbito ocupacional, a agentes contaminantes do meio ambiente. Pode incluir não somente as doenças causadas por agentes químicos ou físicos, mas também m as originadas por agentes biológicos, sociológicos ou de seguridade, presentes no meio ambiente. Ambiente Biológico Interação complexa com o ambiente Ambiente Físico Herança Anatomia Genética Fisiologia HOMEM Estilo de Vida Ambiente Social FATORES DETERMINANTES DA DOENÇA Endógenos: Fatores determinantes que, no quadro geral da ecologia da doença, são inerentes ao organismo e estabelecem a receptividade do indivíduo. Herança genética. Anatomia e fisiologia do organismo humano. Estilo de vida. FATORES DETERMINANTES DA DOENÇA Exógenos: Fatores determinantes que dizem respeito ao ambiente. Ambiente físico: determinantes físico-químicos. Ambiente biológico: determinantes biológicos. Ambiente social: determinantes sócio-culturais. 3
4 Epidemiologia Descritiva A Epidemiologia, ao buscar informar situações de saúde-doença com relação a variações temporais, as descreve em duas perspectivas: Tempo Descrição do estado atual Captação e registro de uma situação média num determinado intervalo cronológico (ano, mês, grupo de meses, semana epidemiológica, dias, horas... Descrição da tendência histórica Séries temporais que revelam a dinâmica do processo e sua tendência ao longo do tempo, geralmente >10 anos Objetivos das distribuições cronológicas aexibir a ação da doença sobre um determinado agrupamento humano desde a atualidade, regredindo a um tempo passado, objetivando registrar a história da enfermidade a partir da variação da freqüência dos casos num dado intervalo. amostrar o tipo de variação que caracteriza o processo estudado, se cíclico ou errático, se sazonal ou não. arevelar a tendência secular do processo sob consideração. Variáveis relacionadas ao Tempo Variações cíclicas Há a repetição de um dado padrão de intervalo a intervalo. Variação sazonal - Quando os níveis máximos e os mínimos ocorrem sempre no mesmo período, seja do ano, do mês, da semana ou do dia. amanifestar o caráter endêmico ou epidêmico da doença. Ex: gotículas de Flugge principal mecanismo de transmissão de doença meningocócica nos meses frios. (ROUQUAYROL, 1999) Gráfico 01 Tendência dos Coeficientes Específicos de Incidência de Meningite por HIB, para a faixa etária de menores de 1 ano. BRASIL, 1983 a valores preditos coef. de incidencia limite superior limite inferior Qualquer evento epidemiológico sob observação, independente de ser cíclico ou errático, ter como atributo em relação a variável tempo, uma tendência a aumento, diminuição ou constância É expressa pelo coeficiente de inclinação de uma reta, obtida por regressão. Os + indicam crescimento, os declínio e o zero a constância. (ROUQUAYROL, 1999) anos-calendario 4
5 IMPORTÂNCIA DA EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA Devido ao intercâmbio nacional e internacional de pessoas, coisas e animais Super povoamento das cidades sem infra-estrutura Alteração de florestas devido a civilização moderna GERA Transformações que modificam o perfil de morbidade e acarretam novas doenças e agravos a saúde e alteração no comportamento de antigas doenças. EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA é um antecedente necessário da epidemiologia analítica. Para empreender um estudo epidemiológico analítico você deve primeiro: Saber onde observar. Saber o que devemos controlar Ser capaz de formular hipóteses compatíveis com as evidencias laboratoriais. EPIDEMIOLOGIA ANALÍTICA Descritiva: Descreve como um problema se comporta em uma população. Analítica: Avalia suas causas, procurando investigar os possíveis fatores etiológicos. A TRÍADE BÁSICA DA EPIDEMIOLOGIA ANALÍTICA OS TRÊS FENÔMENOS GERALMENTE AVALIADOS EM EPIDEMIOLOGIA ANALÍTICA SÃO: HOSPEDEIRO AGENTE AMBIENTE. 5
6 FATORES DO HOSPEDEIRO AGENTES CARGA GENÉTICA ESTADO IMUNOLÓGICO IDADE CONDUTA PESSOAL SUSCETIBILIDADE RESISTÊNCIA QUÍMICOS (ARSÊNIO, MECÚRIO) FÍSICOS (RUÍDOS, RADIAÇÕES) BIOLÓGICOS (MICROORGANISMOS E PARASITAS INFECCIOSOS VIVOS E SEUS PRODUTOS TÓXICOS) AGENTES: MEIO AMBIENTE Tóxicos e/ou venenos; Alergênicos; Radiação; Trauma físico; Micróbios; Experiências psicológicas. MODOS DE COMUNICAÇÃO fenômeno no meio ambiente que reúne o hospedeiro ao agente, tal como: VEÍCULO VETOR RESERVATÓRIO VEÍCULO objeto inanimado que serve para transmitir a doença. Ex: um recipiente com água contendo micróbios, ou um trapo sujo. VETOR organismo vivo que serve para transmitir a doença. Ex: mosquitos e outros artrópodes. RESERVATÓRIO um lugar que serve como fonte contínua da doença. Ex: uma torre de água e, o solo por tétano. CLASSIFICAR OS MODOS DE TRANSMISSÃO 6
7 Classificar os modos de transmissão das doenças, muitas das quais envolvem veículos, vetores e reservatórios, na jurisdição dos epidemiologistas. O conhecimento do modo de transmissão da doença é mais importante que conhecer o agente causador. Somente com o trabalho de campo podese descobrir o caminho pelo qual um agente se une a um hospedeiro no mundo real, fora do laboratório. SNOW descobriu que a via de transmissão pela água, é o modo principal de transmissão da doença, que se tornou aplicável não somente à cólera, mas também a febre tifóide e outras infecções. Na prevenção de doenças, saber o modo de transmissão é geralmente mais importante que identificar o agente específico da doença. (Considere a AIDS como exemplo). Outras vias de transmissões foram descobertas depois do trabalho de SNOW, especificamente os ARTRÓPODES COMO VETORES, descobertos entre Esse período ( ) pode ser visto como o tempo de GRANDES REVOLUÇÕES DOS VETORES. Ocorrendo mais tarde as GRANDES REVOLUÇÕES BACTERIANAS, que se estenderam até os achados dos bacteriologistas e forneceu informação essencial para o controle das doenças. NO LABORATÓRIO: DIFERENÇA ENTRE CIÊNCIA DE LABORATÓRIO E DE CAMPO Sempre experimental Variáveis controladas pelo investigador. Todas as variáveis conhecidas. Fácil reprodutibilidade Resultados validados Pouca necessidade de manipulação estatística de dados. Altamente equipado. 7
8 NO CAMPO: Mais observação; Variáveis controladas pela natureza; Algumas variáveis desconhecidas; Difícil reprodução: impossível reprodução exata; Resultados um pouco duvidosos; Controle estatístico muito importante; Trabalho intensivo. QUANTIFICANDO A EPIDEMIA=(EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA) Tempo, pessoa e lugar. OBTENDO A FONTE= (EPIDEMIOLOGIA ANALÍTICA) Hospedeiro, agente e ambiente. TRIUNFOS DA EPIDEMIOLOGIA MAIS TRIUNFOS DA EPIDEMIOLOGIA Identificação da ÁGUA como o maior reservatório e veículo das doenças comunicáveis, tais como: cólera e febre tifóide ( ); Identificação de ARTRÓPODES vetores de muitas doenças malária, febre amarela, doença do sono, tifo ( ); Identificação do portador assintomático como um importante vetor da febre tifóide, difteria e poliomielite ( ); TABAGISMO encontrado como a causa principal do câncer pulmonar, enfisema e doença cardiovascular; Erradicação da VARÍOLA (1978); Infecção perinatal do HBV como causa de carcinoma hepatocelular (câncer comum na China e África Meridional (1970 anos 80); Identificação da AIDS, prognóstico das causas por um vírus transmitido via sexual (1981 3), e desenvolvimento das medidas preventivas ANTES da identificação do vírus. TIPOS DE VARIÁVEIS VEIS Variável: determina a maneira pela qual os elementos de qualquer conjunto são diferentes ente si. Qualitativas: são as que implicam diferenças radicais ou essenciais. Ex: sexo, local de residência, ocupação, procedência, situação conjugal, etc. Quantitativas: envolvem distinções não substanciais, no sentido de diferenças ou desigualdades de grau, freqüência, intensidade, volume. São da mesma natureza em toda a sua extensão ou dimensão, podendo ser manifestadas em termos numéricos. Ex: temperatura, pressão sanguínea, peso, altura, etc. 8
9 RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS DISCRETAS (DESCONTÍNUAS): quando entre dois valores consecutivos expressos por números inteiros, não é possível incluir valores fracionários. Ex: nº casos de doença, freqüência de batimentos cardíacos. CONTÍNUAS: quando admitem valores fracionários entre quaisquer valores consecutivos. Ex: pressão barométrica e temperatura corporal. (ALMEIDA FILHO, 2002) Na prática epidemiológica sempre busca-se identificar a relação entre variáveis. Em termos metodológicos a mais importante e útil relação entre variáveis é que as categoriza como: independentes e dependentes (ALMEIDA FILHO, 2002) RELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS Variáveis independentes: são representadas no eixo x, abscissas. É determinada pela suposição de que certa condição variável produz uma certa mudança no estado de saúde ou doença. Fator causal (causa presumida) Variáveis dependentes: são representadas no eixo y, ordenadas. O efeito presumido (doença ou não-doença), deve variar concomitante com as mudanças ocorridas na variável independente. Efeito (consequência) HIPÓTESES EPIDEMIOLÓGICAS Compreende um enunciado que propõe uma explicação para algum fenômeno relativo a distribuição ou determinação do surgimento de doentes em populações, por meio do relacionamento de variáveis que representam risco e fatores de risco. (ALMEIDA FILHO, 2002) (ALMEIDA FILHO, 2002) HIPÓTESES EPIDEMIOLÓGICAS São respostas possíveis dadas a problemas postos pela ciência ou pelo senso comum. A hipótese, de algum modo, orienta e determina a natureza dos dados a serem coletados, e, portanto, a metodologia da pesquisa. Dados são produzidos ou colhidos para satisfazer a um objetivo, qual seja, reiterar a validade da hipótese, ou refutá-la. (ALMEIDA FILHO, 2002) 9
10 Que tem de espetacular? Esta foto é de uma formação rochosa que existe num lago da Birmânia. Só é possível tirá-la num determinado período do ano, devido à luminosidade do sol. Apoia a cabeça sobre o ombro esquerdo e perceberás porque razão é tão espectacular. Ainda não a vês bem?? Referências Bibliográficas ROUQUAYROL, MZ. Epidemiologia Descritiva. Cap.04.pp In: ROUQUAYROL, MZ; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia e saúde. Rio de Janeiro: MEDSI, 5ªed., p. MEDRONHO, RA; PEREZ, MA. Distribuição das doenças no tempo e no espaço In: MEDRONHO,RA. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, pp NAOMAR, AF; ROUQUAYROL, MZ. Bases do método epidemiológico. In: Introdução a epidemiologia. Rio de Janeiro: MEDSI, 3ªed., 2002.pp
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