Registro neste Plenário, com tristeza, os índices de desmatamento da Amazônia anunciados ontem pelo Governo Federal.

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Osvaldo Arruda Melgaço
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1 Pronunciamento da Deputada Perpétua Almeida sobre o acréscimo do desmatamento na Amazônia. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados. Registro neste Plenário, com tristeza, os índices de desmatamento da Amazônia anunciados ontem pelo Governo Federal. No período compreendido entre agosto de 2003 a agosto de 2004 a Amazônia foi desmatada em 26 mil e 130 kilômetros quadrados, a segunda maior taxa desde Para termos dimensão do que significa esta área, a mesma corresponde aproximadamente ao Estado do Alagoas, segundo análises do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais. Estes dados demonstram que 17,3% da cobertura florestal da Amazônia Brasileira já foi destruída ao longo dos anos. A informação aponta que, sem grandes alardes, o potencial florestal brasileiro corre risco de desaparecer antes mesmo de se tornar conhecido em toda sua plenitude.

No período compreendido entre agosto de 2003 a agosto de 2004 a Amazônia foi desmatada em 26 mil e 130 kilômetros quadrados, a segunda maior taxa desde 1995.

2 Senhor Presidente, Embora o Governo Federal tenha anunciado em julho de 2003 o Plano de Combate ao Desmatamento na Amazônia, percebemos que suas ações estão distantes da real necessidade em diminuir as ações predatórias na região. A elevação anual de desmatamento demonstra que o Grupo de Trabalho Interministerial, coordenado pela Casa Civil, não conseguiu no primeiro ano de existência cumprir seu principal objetivo. Embora o Ministério do Meio Ambiente, com aceitáveis justificativas, argumente que o levantamento que apontam estes dados aconteceu num período em que ainda não estavam em vigor as ações do Plano de Controle de Prevenção e Desmatamento, nos fica claro que a definição de políticas públicas para incentivo ao desenvolvimento sustentável está longe das diretrizes propostas no início do Governo Lula. São louváveis as medidas de criação de novas unidades de conservação e o aumento de fiscalização em algumas áreas, porém a grilagem de terras, crimes, trabalho escravo e devastação ambiental estão entre as conseqüências do aumento do desmatamento e merecem combate frontal, ao bem da preservação da maior floresta tropical do planeta.

A elevação anual de desmatamento demonstra que o Grupo de Trabalho Interministerial, coordenado pela Casa Civil, não conseguiu no primeiro ano de existência cumprir seu principal objetivo.

3 Senhoras e Senhores, Ao observarmos o esforço por parte do Ministério do Meio Ambiente, que tenta fazer sua parte, percebemos que ainda falta a setores do Governo Federal e Governos Estaduais o comprometimento em articular medidas que possam dar solução às perspectivas de desenvolvimento e geração de emprego e renda aos trabalhadores que sobrevivem do desmatamento. Tramita em fase conclusiva nesta Casa o Projeto de Concessão de Florestas Públicas, que trará novo horizonte à exploração madeireira com racionalidade e ações ambientalmente corretas. É ação digna de apoio dos parlamentares comprometidos com o equilíbrio ambiental. Entretanto, Senhor Presidente, além da busca de solução pelos gestores federais, obrigo-me também a tecer considerações sobre as variáveis que influenciam o acréscimo do desmatamento na Amazônia. Enquanto os Estados do Acre, Amazonas, Pará, Tocantins e Maranhão tiveram decréscimo em desmatamento no período analisado, os estados de Rondônia e Mato Grosso tiveram aumento acima da média aceitável, senão vejamos:

Tramita em fase conclusiva nesta Casa o Projeto de Concessão de Florestas Públicas, que trará novo horizonte à exploração madeireira com racionalidade e ações ambientalmente corretas.

4 EVOLUÇÃO DA ÁREA DESMATADA NA AMAZÔNIA (em km 2 ) ESTADO EVOLUÇÃO Matto Grrosssso % Pará % Rondônia % Amazonas % Acre % Maranhão % Tocantins % Roraima 3 - Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais Senhor Presidente, fica claro que enquanto alguns Estados da Federação esforçam-se para contribuir, dentro de suas possibilidades, com o combate ao desmatamento, outros incentivam e criam políticas direcionadas para a devastação florestal. Registro aqui o esforço que o Governo do Acre vem fazendo, articulando ações públicas, apoiando iniciativas sustentáveis e monitorando com rigor as tentativas de desmatamento. É claro que ainda não estamos dentro da média desejável, porém contabilizamos nos último período considerável diminuição de áreas devastadas. Neste aspecto, Senhoras e Senhores, cabe-me registrar as atividades do agronegócio.

esforçam-se para contribuir, dentro de suas possibilidades, com o combate ao desmatamento, outros incentivam e criam políticas direcionadas para a devastação florestal.

5 Considero o agronecócio importante para o desenvolvimento do Brasil, com arrecadação de divisas devido à exportação de produtos e influenciador positivo na balança comercial. Entretanto é inaceitável a trilha que percorre a implantação desta modalidade econômica no País. O ciclo da derrubada de árvores para implementação de pastos de pastagem, seguido da substituição deste por grandes plantações de soja fazem com que a fronteira agrícola pressione de forma maléfica a existência de espécies florestais. Materializa-se nesta análise os números observados na cidade de Aripuanã, no Estado do Mato Grosso, onde a devastação florestal no período representa 346 campos de futebol. Senhor Presidente, A Ministra Marina Silva declara que o desmatamento dialoga com o desenvolvimento. São ações predatórias de madeireiros, pecuaristas e agricultores que provocam o desmatamento. Entendemos que esta afirmação resulta da melhor necessidade de se aprimorar a construção do desenvolvimento respeitável ao meio ambiente. Se hoje a destruição da floresta está ligada à pecuária, exploração de madeira e agricultura, constatamos que não foram construídas ao longo dos anos ações que combatam essa prática

O ciclo da derrubada de árvores para implementação de pastos de pastagem, seguido da substituição deste por grandes plantações de soja fazem com que a fronteira agrícola pressione de forma maléfica a

6 predatória. Restaurar os prejuízos da herança maldita é uma tarefa dura e merece empenho quotidiano. Constatamos, Senhor Presidente, a necessidade de melhores, modernas e ágeis condições de monitoramento e fiscalização. Mesmo considerando as ações que o Governo busca implementar, com o aumento das infrações cadastradas, maior apreensão de madeira ilegal e instalação de bases de operação do Ibama em conjunto com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária, Exército e Ministério do Trabalho, observamos que ainda é tímida o controle e fiscalização. Senhoras e Senhores, Hoje o Brasil é o maior exportador de carne e soja do mundo, podendo se consolidar como o maior exportador de madeira certificada. A maior parte da produção madeireira do Brasil vai para a União Européia. Indvidualmente os Estados Unidos são o maior importador, seguido pela China. Infelizmente este potencial vem sendo perdido, por conta da devastação criminosa, à margem da lei, desenhando um futuro nada promissor à economia nacional. Senhoras e Senhores,

Mesmo considerando as ações que o Governo busca implementar, com o aumento das infrações cadastradas, maior apreensão de madeira ilegal e instalação de bases de operação do Ibama em conjunto com a

7 Considero que não podemos ficar tão somente na constatação de dados. Faz-se necessário, repito, o compromisso de todas as esferas governamentais, da sociedade civil e dos setores produtivos nacionais uma agenda comprometida com a sustentabilidade, que caracterize nosso desenvolvimento como ambientalmente correto e socialmente justo. Se reclamamos e denunciamos as tentativas, embora sutis, de internacionalização da nossa floresta por aqueles que argumentam que nós não sabemos preservá-la, façamos deste nosso patrimônio ferramenta para nosso desenvolvimento sustentável. Muito obrigada.

comprometida com a sustentabilidade, que caracterize nosso desenvolvimento como ambientalmente correto e socialmente justo.

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