A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, Aprova: CAPÍTULO I Disposições Preliminares. CAPÍTULO II Dos requisitos
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- Adelina das Neves Marroquim
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1 PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 15/2010 Autoriza a redução de Imposto Predial e Territorial Urbano IPTU aos proprietários de imóveis residenciais e não residenciais que adotem medidas que estimulem a proteção, preservação e recuperação do meio ambiente. Autor: Vereador Edílio Dall Agnol A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Estado do Paraná, Aprova: CAPÍTULO I Disposições Preliminares Art. 1 Fica instituído no âmbito do município de Foz do Iguaçu, o Programa IPTU Verde, cujo objetivo é fomentar medidas que preservem, protejam e recuperem o meio ambiente, ofertando em contrapartida benefício tributário ao contribuinte. CAPÍTULO II Dos requisitos Art. 2 Será concedido benefício tributário, consistente em reduzir o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), aos proprietários de imóveis residenciais e territoriais não residenciais (terrenos) que adotem medidas que estimulem a proteção, preservação e recuperação do meio ambiente. Parágrafo único: As medidas adotadas deverão ser: I- imóveis residencias (incluindo condomínios horizontais e prédios): a) sistema de captação da água da chuva; b) sistema de reuso de água; c) sistema de aquecimento hidráulico solar; d) sistema de aquecimento elétrico solar; e) construções com material sustentável; f) utilização de energia passiva; g) sistema de utilização de energia eólica. II - imóveis territoriais não residenciais (terrenos): a) manutenção do terreno sem a presença de espécies exóticas e cultivação de espécies arbóreas nativas. III - imóveis residenciais (exclusivo para condomínios horizontais ou prédios): a) separação de resíduos sólidos. Art. 3º Para efeitos desta Lei considera-se:
2 I- sistema de captação da água da chuva: sistema que capte água da chuva e armazene em reservatórios para utilização do próprio imóvel; II- sistema de Reuso de Água: utilização, após o devido tratamento, das águas residuais provenientes do próprio imóvel, para atividades que não exijam que a mesma seja potável; III- sistema de aquecimento hidráulico solar: utilização de sistema de captação de energia solar térmica para aquecimento de água, com a finalidade de reduzir parcialmente, o consumo de energia elétrica na residência; IV- sistema de aquecimento elétrico solar: utilização de captação de energia solar térmica para reduzir parcial ou integralmente o consumo de energia elétrica da residência, integrado com o aquecimento da água; V- construções com material sustentável: utilização de materiais que atenuem os impactos ambientais, desde que esta característica sustentável seja comprovada mediante apresentação de selo ou certificado; VI- utilização de energia passiva: edificações que possuam projeto arquitetônico onde sejam especificadas dentro do mesmo, as contribuições efetivas para a economia de energia elétrica, decorrentes do aproveitamento de recursos naturais como luz solar e vento, tendo como conseqüência a diminuição de aparelhos mecânicos de climatização; VII- manutenção do terreno sem a presença de espécies exóticas invasoras e que cultivem espécies arbóreas nativas: o proprietário de terreno sem edificações, que proteja seu imóvel de espécies exóticas invasoras, não típicas do local, que passam a tomar conta do terreno, causando grande impacto ambiental, ecológicos, e perda considerável da biodiversidade. a) ainda, deve destinar pelo menos 20% de seu espaço ao cultivo de espécies nativas, a fim de aumentar a biodiversidade no período urbano. Art. 4 Os padrões técnicos mínimos para cada medida estão previstos no Anexo Único, da presente Lei. CAPÍTULO III Do benefício tributário Art. 5 A título de incentivo será concedido o desconto no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), para as medidas previstas no parágrafo único, do artigo 2, na seguinte proporção: I- 3% para as medidas descritas nas alíneas c e f, inciso I e alínea a, inciso III; II- 5% a 9% para a medida descrita na alínea e, inciso I; III- 7% para as medidas descritas nas alíneas a e b, inciso I; IV- 9% para a medida descrita na alínea a, inciso II; V- 11% para as medidas descritas nas alíneas g e d, inciso I e alínea a, inciso II; VI- 20% para a medida descrita na alínea d e g, inciso I. Art. 6. O benefício tributário não poderá exceder a 20% do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) do contribuinte.
3 CAPITULO IV Do Procedimento para concessão do benefício Art. 7 O interessado em obter o benefício tributário deve protocolar o pedido devidamente justificado para a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Obras, até data de 30 de setembro do ano anterior em que deseja o desconto tributário, expondo a medida que aplicou em sua edificação ou terreno, instruindo o mesmo com documentos comprobatórios. 1º Para obter o incentivo fiscal, o contribuinte deverá estar em dia com suas obrigações tributárias. 2º A Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Obras designará um responsável para comparecer até o local e analisar se as ações estão em conformidade com a presente Lei, podendo solicitar ao interessado documentos e informações complementares para instruir seu parecer. 3º Após a análise, o Secretário Municipal do Meio Ambiente e Obras elaborará um parecer conclusivo acerca da concessão ou não do benefício. 4º Sendo o parecer favorável, após ciência do interessado, o pedido será enviado para a Secretaria Municipal de Finanças para providências. 5º Entendendo pela não concessão do benefício, a Secretaria arquivará o processo, após ciência do interessado. Art. 8 Aquele que obtiver o desconto referido nesta Lei, receberá o selo de amigo do meio ambiente, para afixar na parede de seu imóvel, sendo que sua regulamentação será feita através de Decreto. Art. 9 Só poderão ser beneficiados pela presente Lei, os imóveis residenciais (incluindo condomínios horizontais e prédios) ligados à Rede de Esgoto, desde que disponível, ou que possua sistema ecológico de tratamento de esgoto, como uma fossa ecológica, onde ocorra o processo de biometanação, envolvendo a conversão anaeróbia de biomassa em metano. Art. 10. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Obras realizará a fiscalização a fim de verificar se as medidas estão sendo aplicadas corretamente. Art. 11. A renovação do pedido de benefício tributário deverá ser feita anualmente. Art. 12. O Benefício será extinto quando: CAPÍTULO V Da extinção do benefício I- o proprietário do imóvel inutilizar a medida que levou à concessão do desconto; II- o IPTU for pago de forma parcelada e o proprietário deixar de pagar 03 (três) parcelas; III- o interessado não fornecer as informações solicitadas pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Obras.
4 CAPÍTULO VI Das disposições finais Art. 13. A presente Lei atende à compensação exigida pelo disposto no artigo 14, da Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). Art. 14. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação. ANEXO ÚNICO Exigências mínimas técnicas das medidas PARA IMÓVEIS RESIDENCIAIS (incluindo prédios e condomínios horizontais) Imóveis Residenciais com sistema de 3% aquecimento hidráulico solar Placas de captação de energia solar que sejam responsáveis pelo aquecimento da água da residência. Potencialização da utilização de energia passiva 3% Edificações que possuam projeto arquitetônico onde sejam especificadas dentro do mesmo, as contribuições efetivas para a economia da energia elétrica, decorrentes da potencialização do uso de recursos naturais, como vento e luz solar, conseqüentemente reduzindo a utilização de aparelhos mecânicos de climatização. Construções com material sustentável 5% Utilização de materiais que atenuem os impactos ambientais, desde que comprovado mediante apresentação de certificado ou selo, em 40% a 60% da área edificada. Imóveis Residenciais com sistema de captação 7% de água da chuva O sistema deverá possuir tubos de condução de água, a caixa d agua deverá ter a capacidade mínima de litros, ser tampada, e funcionar integrado ao sistema hidráulico da casa. Imóveis Residenciais com sistema de reuso da 7% água O sistema deverá ser nos moldes das Leis Municipais nº 2.896, de 29 de março de 2004 e nº 3.475, de 4 de agosto de 2008 e funcionar
5 integrado ao sistema hidráulico da casa. Construções com material sustentável 7% Utilização de materiais que atenuem os impactos ambientais, desde que comprovado mediante apresentação de certificado ou selo, em 61% a 80% da área edificada. Construções com material sustentável 9% Utilização de materiais que atenuem os impactos ambientais, desde que comprovado mediante apresentação de certificado ou selo, em 81% a 100% da área edificada. Sistema de utilização de energia eólica: 11% Deverá captar vento, através de moinhos ou cata-ventos, para produção de pelo menos 20% da energia elétrica da residência. Imóveis Residenciais com sistema elétrico 11% solar Deverá estar integrado ao sistema de energia elétrica da casa e ser responsável pelo menos a 20% do seu consumo total da residência. PARA IMÓVEIS TERRITORIAIS NÃO RESIDENCIAIS (terrenos) Imóveis territoriais sem a presença de 11% espécies exóticas e com cultivo às espécies arbóreas nativas Terrenos sem a presença de nenhuma das espécies citadas na lista de espécies exóticas do Paraná, Portaria expedida pelo IAP, n. 074, de 19 de Abril de 2007 e que cultivem 20% ou mais com espécies nativas plantadas, desde que plantadas numa densidade maior que uma árvore por metro quadrado. RESIDENCIAIS (exclusivo para condomínios horizontais ou prédios) Imóveis Residenciais com programa de 3% separação de resíduos sólidos Condomínios ou prédios com maios de seis unidades que forneçam a infra-estrutura básica (lixeiras, galões ou recintos), devidamente identificadas com nome, diferenciadas por cor, voltados à separação dos resíduos sólidos produzidos pelos condôminos em vidro, metal,
6 plástico, papel, e resíduos não recicláveis. J U S T I F I C A T I V A O presente projeto de lei tem como objetivo preservar, conservar e proteger o meio ambiente através de políticas que atenuem os impactos ambientais e promovam o desenvolvimento sustentável. Ao longo dos últimos 50 anos, foram dados importantes passos no que se refere à preservação ambiental. Porém, é preciso continuar evoluindo, a fim de que se possa preparar a humanidade para novos desafios, para a conservação e reposição das áreas verdes. Conforme artigo 225 da Constituição Federal: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações Assim, a Constituição Federal impôs ao poder público o dever de zelar pelo desenvolvimento sustentável. Dentro do poder público, o município está habilitado para tratar de meio ambiente: Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora ; A política pública estabelecida pela Agenda 21 - um dos principais resultados da conferência Eco-92 - deve ser inserida na vida dos moradores. Pensar globalmente e agir localmente está diretamente vinculado à implementação de novas tecnologias ambientais, e estas devem ser incentivadas pela administração municipal. O desenvolvimento sustentável tem como uma das vertentes a implantação, nas residências, de ações que garantam a política de vanguarda desta cidade na questão verde e, sobretudo, contribuam para um ecossistema equilibrado. Sendo assim, os itens previstos no Artigo 2. do presente Projeto de Lei corroboram com as determinações da Agenda 21 e irão garantir que o conceito cidade ecológica. Algumas cidades brasileiras já concedem benefícios tributários à iniciativa sustentável, como São Bernardo do Campo (SP), São Carlos (SP), Santa Fé do Sul (SP), Porto Alegre (RS), Ribeirão Pires (SP), Petrópolis (RJ), Americana (SP), Niterói (RJ), Uberlândia (MG), Manaus (AM), São Paulo (SP) e Recife (PE) e em breve Curitiba (PR). Dos benefícios ambientais: A construção civil contribui em grande parte para a degradação ambiental, da qual o Planeta vem sofrendo nos últimos tempos, pois é responsável por parcela significativa do consumo de recursos naturais. Assim, buscar atenuar estes impactos deve ser prioridade na atividade do poder público. Ocorre que, embora hoje existam diversas formas de fazer construções sustentáveis, existe um grande entrave econômico, visto que toda aparelhagem possui um custo. Como não há uma contrapartida do Estado para quem as implementa, acabam por
7 serem utilizadas em pequena escala. É fundamental ter-se a percepção de que os tributos são ótimos meios para mudar hábitos incompatíveis com a preservação do meio ambiente. Para isto, a presente Lei tipifica algumas ações que podem levar ao desconto tributário, considerando o bem que fazem para a natureza. Cada ação, na sua proporção, traz um real benefício ambiental ao município. A exemplo de outras cidades determinadas ações são viáveis economicamente para a população e trazem um grande benefício ambiental e social. Assim, foi elaborada uma escala, na medida do custo e benefício que ao meio ambiente, para cada ação. A energia eólica é uma das formas mais puras de produção de energia. Ainda não é muito utilizada no Brasil, mas a tendência é que comecem a ser difundidas. O Ministério do Meio Ambiente, comprometeu-se a incentivar os estados a utilizarem a energia eólica, tem baixo impacto ambiental. Os sistemas de aquecimento hidráulico e elétrico solar possuem um baixo impacto ambiental, utilizam material abundante, renovável e inesgotável, que é a luz solar. Por substituir hidroeletricidade e combustíveis fósseis cada instalação de aquecedor solar reduz de uma vez e para sempre o dano ambiental associado às fontes de energia. Possuem diversas formas de serem construídas, mas algumas delas têm baixo custo de implantação, trazendo benefício às casas mais populares. Ainda, para a família também é interessante economicamente, pois o gasto com o chuveiro elétrico é de 30% em uma família com quatro pessoas. Assim, o Ministério do Meio Ambiente, irá propor que as casas construídas através do PAC já venham com este sistema. A captação da água da chuva, assim como o reuso de águas residuais, possui custo de implantação relativamente baixo, sendo por isso acessível para moradias mais populares. Além de economizar a água, recurso que já não é tão abundante em nosso planeta, garante um reservatório de água nas casas. A ONU aconselha o uso de 110 litros de água por dia por habitante, entretanto, a grande maioria das cidades, tem um gasto maior do que este. Por isso, muito importante o desenvolvimento destes sistemas. Indiretamente, o sistema de captação de água da chuva é um excelente auxiliar na drenagem urbana, visto que diminui a quantidade de água que vai para os esgotos, atenuando as enchentes A energia passiva também diminui a utilização de energia elétrica, visto que, apenas com um projeto arquitetônico, onde se busque materiais isolantes, posicionamento estratégicos de janela e um pequeno captador de iluminação externa na cobertura, podem iluminar, aquecer ou resfriar o ambiente, diminuindo o uso de equipamentos mecânicos que usem energia elétrica. As construções sustentáveis diminuem a degradação ambiental através da escolha de materiais e técnicas de construção que utilizem materiais renováveis, que reduzem o consumo de recursos minerais, a geração de resíduos, perdas no processo, etc. Assim, nota-se que tanto o município, quanto o planeta, e também os contribuintes, serão beneficiados com a presente Lei. A manutenção do terreno sem a presença de espécies exóticas invasoras, como já citado no Projeto de Lei, diminui o impacto ambiental do local, visto que as plantas exóticas invadem o espaço, causando uma perda considerável da biodiversidade. A cultivação de espécies arbóreas nativas é de grande importância, principalmente para desenvolver o processo de seqüestro de carbono. Portanto é essencial que se seja estimulada no espaço urbano. Assim, resta demonstrado o interesse público para a aprovação da presente Lei. Da questão tributária
8 A presente Lei prevê o benefício fiscal de redução do IPTU que variam a partir de 3% devido pelo contribuinte no ano subseqüente. Como a Lei de Responsabilidade Fiscal exige uma compensação aos cofres Públicos dos valores aos quais o Município, ressaltamos que o IPTU cresce anualmente cerca de 5%, desta forma, este crescimento, por si só, poderia arcar com a totalidade, ou grande parte do projeto, que irá variar conforme a quantidade de adesão ao mesmo. Ainda, importante ressaltar que a Caixa Econômica previu para este ano o crescimento em 30% o crédito habitacional, por conta das facilidades de financiamento decorrentes da crise. Ou seja, irá gerar novos contribuintes. Pois bem, o investimento em meio ambiente é investimento social, principalmente porque as ações colacionadas no presente Projeto de Lei, são de custo baixo, podendo ser aplicadas em casas populares. Assim, parte desta economia pode servir para o custeio do referido projeto. Diante do exposto, verifica-se que há viabilidade econômica para a implantação do presente. /RP (c/ minuta)
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