ARISTIDES TORRES FILHO. Cores de todas as flores. Leitor iniciante. Leitor em processo. Leitor fluente ILUSTRAÇÕES: DANIEL KONDO
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1 Leitor iniciante Leitor em processo Leitor fluente ARISTIDES TORRES FILHO Cores de todas as flores ILUSTRAÇÕES: DANIEL KONDO PROJETO DE LEITURA Maria José Nóbrega Rosane Pamplona
2 Cores de todas as flores ARISTIDES TORRES FILHO UM POUCO SOBRE O AUTOR Aristides Torres Filho nasceu em Guaxupé, sul de Minas Gerais, em janeiro de Passou a infância na fazenda Cateto-Calaboca, de propriedade de seu pai. Mais tarde foi para a cidade estudar e trabalhar na Biblioteca Municipal de Guaxupé, MG. Fundou a revista literária Mensagem e participou do Clube Literário dos Novos. Teve, também, um programa de poesias na Rádio Clube de Guaxupé. Em 1964, mudou-se para o Rio de Janeiro e foi trabalhar na Companhia Editora Nacional, com o amigo e sócio de Monteiro Lobato. Lá, conheceu grandes escritores brasileiros. Em 1998, foi editado o seu primeiro livro infanto-juvenil pela Editora Moderna, Cores de todas as flores. Seus poemas, crônicas e contos, além de algumas traduções, foram publicados em diversos jornais e revistas de todo o Brasil. 2
3 RESENHA Num antigo baú de vime, moram linhas de todas as cores. Vivendo amontoadas, começam a reclamar da falta de espaço. Algumas só se queixam, outras mostram rebeldia; há também a turma do deixa-disso, que prefere sofrer conformada. Finalmente, elas percebem que somente unidas podem fazer algo para resolver o problema. Entusiasmadas, uma incentiva a outra e, juntas, formam uma corda que escapa para a liberdade. COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA A alegre história das linhas é narrada em versos rimados e tons expressivos. É uma alegoria sobre a liberdade e sobre a idéia de que a união faz a força. Além de ser um incentivo a uma criação artística de qualidade (pela plasticidade que sugere), pode ser ponto de partida para discussões sobre a liberdade, sobre a democracia e sobre a importância de cada um na colaboração com o todo. Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Educação Artística Temas transversais: Ética Público-alvo: Leitor fluente PROPOSTAS DE ATIVIDADES Antes da leitura: 1. No texto aparecem cores em múltiplas nuanças, muitas delas pouco conhecidas. Faça um levantamento junto aos alunos para saber quantos tipos de verde eles conhecem. E de azul? Peça que registrem essa lista num caderno. 2. Leia para eles o início do texto, que diz: Quem visse o baú,/ tão quieto, calado,/ jamais saberia/ o que nele/ estava guardado. Sugira que levantem hipóteses sobre o que poderia estar guardado no baú e que também registrem essas hipóteses. Durante a leitura: 1. Antecipe que provavelmente encontrarão no texto palavras que não conhecem. Oriente-os para que leiam sem se preocupar 3
4 muito com isso; que só consultem o dicionário quando realmente for difícil acompanhar o fio narrativo. 2. Peça que verifiquem se a hipótese que levantaram a respeito do conteúdo do baú estava quente ou fria, isto é, se era semelhante ou não ao que está no texto. Depois da leitura: 1. Converse sobre a história, esclarecendo as dúvidas dos alunos. 2. Peça que relacionem o que leram ao lema A união faz a força. Alguém pode lembrar uma situação em que essa idéia tenha sido fundamental? É possível lembrar reivindicações em vários níveis, desde conquistas dos alunos na escola até movimentos populares, protestos ou campanhas que tenham envolvido a mobilização de muitas pessoas. 3. Leia ou conte para eles a história dos Músicos de Brêmem, dos irmãos Grimm. Peça que teçam comparações com a história das linhas. Traga também o CD Os Saltimbancos, de Sérgio Bardotti, traduzido por Chico Buarque de Holanda. 4. Cada linha, como cada indivíduo, tinha uma personalidade. Peça que releiam o texto e que associem a cada uma delas um adjetivo que ilustre seu caráter. Por exemplo: branca: chorona; azul: sonhadora; vermelha: rebelde; carmim: egoísta etc. 5. Peça que comparem a lista de cores que haviam feito previamente com as que aparecem no texto. Proponha que façam uma pesquisa para descobrir se há outros tipos de azul, verde ou outras cores. Conte que os esquimós têm mais de dez nomes para designar a cor branca, isso porque o branco para eles é fundamental. Para a indústria de linhas, essa distinção minuciosa de cores é importante. Em que outros setores isso também seria importante? Para a fábrica de carros, por exemplo, ou a de tintas ou a de lápis de cor etc. Seria interessante trazer para a classe um catálogo de tintas e observar essas distinções e os nomes que recebem. 6. Pesquisando sobre as cores Sugira que eles mesmos criem novas cores, com lápis ou tinta. Se for possível, organize uma oficina de cores, fazendo tintas a partir de materiais diversos, como flores maceradas ou papel crepom deixado de molho em água, por exemplo. Você pode orientálos a produzir relatórios desses experimentos. 4
5 7. Agora se concentre totalmente no trabalho de Daniel Kondo. Os fios de linha não se prendem ao pano, como em uma costura ou bordado; parece que se movem inquietos de uma página a outra. Sobre o tecido, os fios de linha não prendem os botões. a. Localize as ilustrações em que há botões. Que sentido eles ganham em cada uma delas? Por exemplo, nas páginas 6 e 7, são o ponto do ponto de interrogação; na página 9, a janela e as rodas da locomotiva, na página 10, o olho do papagaio... b. Identifique em cada ilustração a figura que o artista constrói com as linhas. Nas figuras humanas, interprete as expressões que o ilustrador dá a elas. c. Peça a seus alunos que escolham uma das ilustrações e que passem o dedo pelo percurso que a linha faz para descobrir se Daniel usa um ou mais fios para compô-la. Por exemplo, na ilustração do pavão (página 12), há dois: o da cauda e o do corpo. 8. Distribua entre eles linhas grossas e coloridas. Sugira que experimentem desenhar com elas, livremente, no chão. Depois de finalizados os trabalhos, fotografe-os para registrar a experiência. Converse com eles um pouco sobre o processo: As linhas são comportadas ou teimosas? É fácil desenhar com fios de linha? Como será que Daniel Kondo conseguiu linhas tão obedientes? Conte a seus alunos que o artista compôs suas ilustrações no computador, usando um programa de tratamento de imagens chamado Photoshop. Ele escolheu uma textura parecida com tecido para o fundo, criou os desenhos e produziu os efeitos de volume. Se sua escola tiver um laboratório de informática e programas para a produção de imagens, deixe que se divirtam criando imagens na telinha. LEIA MAIS SOBRE O MESMO ASSUNTO Os músicos de Brêmem recontado por Edgard Romanelli, São Paulo, Editora Moderna Os Saltimbancos Sérgio Bardotti e Chico Buarque, São Paulo, Editora Global 5
6 2. SOBRE O MESMO GÊNERO Poemas lambuzados Leo Cunha, São Paulo, Editora Saraiva Dezenove poemas desengonçados Ricardo Azevedo, São Paulo, Editora Ática A árvore que dava sorvete Sérgio Capparelli, Porto Alegre, Editora Projeto
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