UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA MIRIAN RUFINO DOS SANTOS PLANTAS ORNAMENTAIS DA CAATINGA: UMA REVISÃO

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA MIRIAN RUFINO DOS SANTOS PLANTAS ORNAMENTAIS DA CAATINGA: UMA REVISÃO AREIA 2021

2 MIRIAN RUFINO DOS SANTOS PLANTAS ORNAMENTAIS DA CAATINGA: UMA REVISÃO Trabalho de graduação apresentado à Coordenação do Curso de Agronomia, do Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento às exigências para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo. Orientador: Prof. Dr. Daniel Duarte Pereira. AREIA 2021

3 NOME DO ALUNO

4 Catalogação na publicação Seção de Catalogação e Classificação S237p Santos, Mirian Rufino dos. Plantas ornamentais da Caatinga: uma revisão / Mirian Rufino dos Santos. - Areia:UFPB/CCA, f. : il. Orientação: Daniel Duarte Pereira. TCC (Graduação) - UFPB/CCA. 1. Agronomia. 2. Semiárido. 3. Paisagismo. 4. Xerófitas. I. Pereira, Daniel Duarte. II. Título. UFPB/CCA-AREIA CDU 631/635(02) Elaborado por MAGNOLIA FELIX DE ARAUJO - CRB-15/883

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6 DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho a Deus pela força, para encarar essa difícil jornada. Ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, pela oportunidade de formação profissional. Ao meu orientador Daniel Duarte Pereira, pela dedicação, motivação e compreensão.. Aos amigos de faculdade, a minha família por estarem sempre ao meu lado e acreditaram em mim. A minha irmã Adriane Rufino dos Santos, que desde o início sempre me apoiou.

7 AGRADECIMENTOS A minha família, em especial aos meus pais Maria de Lourdes Rufino dos Santos e João Lino dos Santos que mesmo diante das dificuldades, sempre estiveram comigo dando apoio. Sendo um exemplo para mim. A minha irmã Adriane Rufino dos Santos a quem tenho um grande amor e respeito. Aos meus professores do CCA/UFPB, expresso um grande respeito e gratidão.

8 RESUMO Tido historicamente como de baixa diversidade vegetal o Bioma Caatinga tem surpreendido em termos de representatividade e diversidade de espécies de plantas vasculares que já passam de mais de identificações. Dentre estas espécies é natural que muitas apresentem potencial ornamental ou já sejam utilizadas para este fim sem maiores rigores técnicos e paisagísticos. A literatura a respeito já apresenta certa representatividade e nela, podem ser evidenciadas menos pesquisas sobre uma única espécie e várias outras sobre diversas espécies, evidenciando e consolidando o grande potencial ornamental a ser explorado. Em 22 pesquisas, mais na forma de artigos, foram citadas 54 famílias botânicas com espécies potencialmente, ou já de uso ornamental, que significam 35,52% das famílias já identificadas para o Bioma. Estas famílias se dividiram em 136 gêneros, ou 14,62% dos já identificados para a Caatinga. Foram citadas ainda 198 espécies o que significa que 6,28% das espécies do bioma apresenta potencial ornamental. Em termos de gêneros as famílias botânicas de maior destaque foram a Fabaceae e a Bromeliaceae seguidas das famílias Apocynaceae, Bignoniaceae e Cactaceae Anacardiaceae, Arecaceae e Malvaceae que corresponderam todas a 49,46% da diversidade gêneros. No que se refere a espécies o destaque foi para a família Fabaceae seguida das famílias Cactaceae, Convolvulaceae, Bromeliaceae, Bignoniaceae, Apocynaceae que totalizaram 42,62% da diversidade de espécies. Os gêneros que apresentaram mais espécies foram os Ipomoea (Convolvulaceae) e Mimosa e Senna (Fabaceae) seguidos de Pilosocereus (Cactaceae), Calliandra (Fabaceae) Allamanda (Apocynaceae), Handroanthus (Bignoniaceae), Tillandsia (Bromeliaceae) e Croton (Euphorbiaceae). No que se refere ao Esquema Cromático (Carta de Cores) de cascas, flores e inflorescências, frutos e infrutescências como auxílio para as escolhas paisagísticas foram encontradas 07 cores quentes e 11 cores frias com predominâncias de flores e inflorescências. Para as espécies com cores quentes houve uma maior representatividade das tonalidades Rósea, Vermelha, Amarela e Amarela Alaranjada. Já para espécies com cores frias o destaque foi para as tonalidades Verde, Branca e Bege com destaque também para flores. Considerando a Carta de Cores como um produto inédito no estudo de plantas ornamentais da Caatinga sugere-se que outras pesquisas se detenham em critérios como lenhosidade, portes, época de floração e, principalmente, indicações para composições paisagísticas como forrações, maciços, tufos, corbelhas, cercas-vivas entre outras. Palavras-Chave: semiárido; paisagismo; xerófitas

9 ABSTRACT Historically regarded as having low plant diversity, the Caatinga Biome has been surprising in terms of its representativeness and diversity of species of vascular plants, which have already passed more than 3,000 identifications. Among these species, it is natural that many have ornamental potential or are already used for this purpose without greater technical and landscape rigor. The literature on the subject already presents some representation and in it, less research can be evidenced on a single species and several others on several species, showing and consolidating the great ornamental potential to be explored. In 22 researches, more in the form of articles, 54 botanical families with species potentially, or already of ornamental use, were cited, representing 35.52% of the families already identified for the Biome. These families were divided into 136 genera, or 14.62% of those already identified for the Caatinga. A further 198 species were mentioned, which means that 6.28% of the species in the biome have ornamental potential. In terms of genera, the most prominent botanical families were Fabaceae and Bromeliaceae, followed by Apocynaceae, Bignoniaceae and Cactaceae Anacardiaceae, Arecaceae and Malvaceae, which all accounted for 49.46% of the genera diversity. With regard to species, the highlight was the Fabaceae family, followed by the Cactaceae, Convolvulaceae, Bromeliaceae, Bignoniaceae, Apocynaceae families, which accounted for 42.62% of the species diversity. The genera with more species were Ipomoea (Convolvulaceae) and Mimosa and Senna (Fabaceae), followed by Pilosocereus (Cactaceae), Calliandra (Fabaceae), Allamanda (Apocynaceae), Handroanthus (Bignoniaceae), Tillandsia (Bromeliaceae) and Croton (Euphorbiaceae). With regard to the Chromatic Scheme (Color Chart) of bark, flowers and inflorescences, fruits and inflorescences as an aid to the landscape choices, 07 warm colors and 11 cold colors were found, with a predominance of flowers and inflorescences. For species with warm colors there was a greater representation of Pink, Red, Yellow and Orange Yellow shades. As for species with cool colors, the highlight was the shades of Green, White and Beige, with an emphasis also on flowers. Considering the Color Chart as an unprecedented product in the study of ornamental plants in the Caatinga, it is suggested that further research should focus on criteria such as woodiness, size, flowering time and, mainly, indications for landscape compositions such as linings, masses, tufts, corbelles, hedgerows, among others. Keywords: semiarid; landscaping; xerophytes

10 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Acervo da pesquisa e idenficação quanto ao tipo de publicação Quadro 2 Número total de citações sobre plantas ornamentais da Caaatinga incluindo duplicidades de informações Quadro 3 Número de gêneros, espécies, subespécies, variedades e famílias citadas de forma cumulativa Quadro 4 Famílias botânicas citadas a partir do refinamento das citações Quadro 5 Número de gêneros, espécies, subespécies e variedades a partir do refinamento das citações Quadro 6 Diversidade das espécies nas famílias botânicas de maior destaque Quadro 7 Esquema cromático (Carta de Cores) das plantas da Caatinga com potencial ornamental... 34

11 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Polígono de cores Figura 2 Esquema cromático... 37

12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO REVISÃO PAISAGISMO PLANTAS ORNAMENTAIS BIOMA CAATINGA PLANTAS ORNAMENTAIS DO BIOMA CAATINGA METODOLOGIA RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ANEXO A CORES DAS ESPÉCIES ANEXO B ESPÉCIES CITADAS PELOS AUTORES ANEXO C DIVERSIDADE ENCONTRADAS DE PLANTAS ANEXO D DIVERSIDADES DE ESPÉCIES DENTRE DOS GÊNEROS

13 10 1 INTRODUÇÃO As plantas ornamentais têm o uso histórico e consagrado em jardins, parques, interiores de edificações quer sejam de natureza pública ou privada. Quer seja pela beleza das flores, folhagens, caules e frutos, que seja pela atratividade pelo porte, copa ou outras características, estão presentes nas forrações, tufos, maciços, corbelhas traduzindo ambiente agradável para quem frequenta estes locais. São inúmeras as espécies indicadas para projetos paisagísticos. A maioria, entretanto, exótica. Neste sentido, alguns autores tem se dedicado a pesquisar de forma mais intensiva espécies mais promissoras da flora nativa dos diferentes biomas existentes no Brasil de modo que possam vir a substituir de forma mais econômica, eficiente e bela algumas espécies de natureza exótica, ou venham a ser dissemindas mais em projetos paisagísticos. Neste sentido, Petry e Bellé (2008) já evidenciavam a importância do estudo de espécies nativas com o potencial ornamental, citando inclusive Lima (1988) que acentuava o incentivo à pesquisa aumentando o uso de espécies autóctones em projetos paisagísticos evitando também o extrativismo exarcebado. Segundo Junqueira e Peetz (2011) a Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Brasil visa essencialmente so mercado de consumo interno explorando cerca de 300 espécies e cultivares nativa e exóticas. O Sebrae (2015) em um estudo sobre flores e plantas ornamentais do Brasil evidenciou como fator crítico de sucesso para a venda competitiva de flores e plantas no setor de serviços, a regionalização, construção, revitalização das culturas incluindo o uso de espécies nativas adapatadas para cada região. Quando o recorte para esta proposta é o Bioma Caatinga, Tabarelli et al. (2018) e Silva el al. (2017) informaram que do ponto de vista acadêmico este Bioma cobre km 2, sendo a sua flora composta por espécies de plantas vasculares distribuídas em 930 gêneros e 152 familias, onde (23%) das espécies (726) e 31 gêneros (3,33%) são endêmicos (FERNANDES; QUEIROZ et al., 2017). Já O BDIA/IBGE (2021) do ponto de vista institucional estabeleceu uma área de ,52 km² com representatividade de Savana Estépica Arborizada (29,45%), Área de Contato (14,34%), Savana Estépica Florestada (3,86%), Savana Estépica Parque (3,46%), Floresta Estacional Decidual Submontana (2,15%), Savana Estépica Arbustiva (1,91%), Vegetação Secundária (1,48%), Floresta Estacional Decidual Montana (1,39%), Savana Arborizada (1,32%), Refígio Vegetacional Montano (0,60%), Floresta Estacional Semidecidual Montana (0,29%), Floresta Estacional Semidecidual Submontana (0,27%),

14 11 Floresta Ombrófila Aberta Submontana (0,20%), Savana Parque (0,17%), Formação Pioneira com Influência Fluviomarinha (0,14%), Formação Pioneira com Influência Marinha (0,14%), Formação Pioneira com Influência Fluvial ou Lacustre (0,13%), Savana Estépica Gramíneo Lenhosa (0,09%), Savana Gramíneo Lenhosa (0,09%), Dunas (0,06%), Vegetação Indiscriminada (0,06%), Savana Florestada (0,01%), Floresta Estacional Semidecidual das Terras Baixas (0,005%), Floresta Estacional Semidecidual Aluvial (0,000002%). Com estes tipos de formações vegetais e a diversidade já encontrada o Bioma Caatinga proporciona um ambiente rico em plantas com potencial ornamental. Isto pode ser evidenciado por diversos trabalhos já realizados como os de Menezes (2009), Coelho et al. (2009), Vasconcelos et al. (2009), Vasconcelos et al. (2010), Pareyn (2010), Alvarez et al. (2012), Souza et. (2012), Santos et al. (2012), Kiill et al. (2013), Alvarez e Kiill (2014), Medeiros (2014), Silva e Kiill (2016), Beckmann-Cavalcante et al. (2017), Cavalcante et al. (2017), Pacheco e Silva (2019), Alencar et al. (2019) e Borges (2019). O uso de espécies da Caatinga com potencial paisagístico parece ter sido mais disseminado a partir de Burle Marx na década de 30 do século XX conforme Meira et al. (2017). Além disto, os autores, inclusive, citam o termo Xeriscaspe como definição para o paisagismo e jardinagem e áreas mais áridas. Diante do que já foi pesquisado e escrito observou-se a repetitividade de indicações de gêneros e espécies e, consequentemente, famílias de modo que tornou-se necessária uma revisão para que, através de uma sistematização se pudesse evidenciar quais as espécies mais consagradas e promissoras e outras que merecem estudos mais detalhados no sentido da confirmação incluindo a confecção de uma Planilha de Cores, procedimento paisagístico em falta nas referidas citações.

15 12 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 PAISAGISMO Segundo Niemeyer (2019) Paisagismo é um: processo consciente de manejo, planejamento e recriação física da paisagem, e que se utiliza de princípios artísticos na construção de ambientes e cenários em qualquer escala de atuação, postura essa tradicionalmente aceita e reproduzida no meio acadêmico. A história comprova o interesse pelo Paisagismo entendido como processo consciente de transformação de espaços livres, a partir do momento em que o homem sentiu a imperiosa necessidade de modificar o seu ambiente, adaptando-o às suas conveniências funcionais, estéticas ou ambientais. Ainda Niemeyer (2019) obervou que: No Brasil, a busca por raízes autóctones no Paisagismo dá-se no resgate da nossa rica flora tropical em projetos que valorizavam as cores, o aroma e a textura das plantas nativas abandonando a adoção de espécies exóticas identificadas com o padrão eclético e seus decorativismos típicos. O Paisagismo moderno no Brasil surge, assim, identificado fortemente com nossas matas e seu exuberante componente vegetal, ganhando destaque em ricas composições naturais, negando quaisquer vinculações organicistas típicas do ecletismo. O cubismo e o expressionismo abstrato, então em evidência naquele período, estabeleceriam um contexto renovador ao processo criativo nacional, com profunda influência em nosso Paisagismo. Para Burle Marx, o paisagismo com espécies nativas e regionais era também um promotor da preservação ecológica (ZANINI et. al., 2017 apud SILVEIRA, 2021). De acordo com Nascimento et al. (2021) o paisagismo profissional:... e as práticas de jardinagem amadoras vêm, recentemente, apresentando crescimento significativo. As pessoas vêm percebendo a importância do contato com a natureza, seja em ambientes internos ou externos. Flores, folhagens, hortaliças, espécies aromáticas e condimentares fazem parte desse universo e, além do aumento das vendas de mudas e acessórios, a busca por informações para cultivo e cuidados com as plantas é também crescente. 2.2 PLANTAS ORNAMENTAIS Por definição, as plantas ornamentais são aquelas cultivadas por sua beleza e estética destacando-se por suas flores vistosas, folhagens grandes ou coloridas, e formatos surpreendentes. A procura por essas plantas:...cresceu muito durante a pandemia. De acordo com o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), alguns produtores de flores chegaram a registrar aumento de até 20% nos negócios. Com foco na decoração residencial, estima-se que todo o setor deva crescer 5% ainda em Na hora da escolha, vale sempre priorizar espécies nativas, adaptadas ao clima da região (CASA JARDIM, 2021).

16 13 De acordo com Silva (2009) plantas ornamentais são espécies de plantas cultivadas pela beleza estética que proporcionam ao ser humano tendo outras múltiplas funções a partir do seu cultivo. A grande diversidade morfológica de flores e folhas e a variedade na composição de cores representam: O grande valor ornamental que estas espécies vegetais proporcionam em estética e estado de beleza natural. A maioria das plantas ornamentais possuem flores grandes, vistosas e coloridas, folhagens de variadas texturas concolor ou discolores. Elas florescem em várias épocas do ano e quando associadas podem ornar interiores de casas, apartamentos, escritórios, lojas, shoppings centers, quintais e jardins urbanos proporcionando beleza estética e bem estar. Nascimento et al. (2021) observaram que a produção de flores e plantas ornamentais precisa estar em conformidade com a seguinte legislação específica: Lei nº /2003: dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas e dá outras providências; Lei 9456/1997: institui a Lei de Proteção de Cultivares, e dá outras providências; Instrução Normativa Nº 35/2008: aprova os formulários necessários para o requerimento de proteção de cultivar e para o relatório técnico descritivo de obtenção de cultivar; Instrução Normativa Nº 52/2007: estabelece a lista de pragas quarentenárias ausentes (A1) e de pragas quarentenárias presentes (A2) e aprova os procedimentos para as suas atualizações; Instrução Normativa Nº50/2006: aprova as Normas para Importação e Exportação de Sementes e de Mudas; Instrução Normativa Nº 24/2005: aprova as Normas para Produção, Comercialização e Utilização de Mudas. 2.3 BIOMA CAATINGA Para o Ministério do Meio Ambiente (2012) o Bioma Caatinga apresentou uma área de km², uma população de hab, abrangendo parte de 10 Estados (MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, MG), parte de 02 Regiões (NE, SE) e uma devastação de cerca de 46% da sua área. O BDIA/IBGE (2021) informou que o Bioma apresentou ,5284 km², com ,23 km² (61,72 %) de Remanescente de Vegetação e uma Antropização de ,49 km² (38,2715 %) dividindo-se em 08 Províncias Geológica, 448 Unidades Geológicas, 05 Domínios Morfoestruturais, 100 Unidades Geomorfológicas, 14 Ordens de Solos e 31 Subordens de Solos. Já Velloso (2002) dividiu o Bioma de km², em oito Ecorregiões sendo elas: Complexo de Campo Maior; Complexo Ibiapaba Araripe; Depressão Sertaneja Setentrional; Planalto da Borborema; Depressão Sertaneja Meridional; Dunas do São Francisco; Complexo da Chapada Diamantina e Raso da Catarina.

17 14 Por sua vez Silva, Leal e Tabarelli (2017) informaram uma área de km² com um impacto total 63,3%. A biodiversidade era representada por espécies de plantas vasculares; 276 espécies de formigas; 386 espécies de peixes; 98 espécies de anfíbios; 191 espécies de répteis; 548 espécies de aves e 183 espécies de mamíferos. O MApBiomas calculou uma área de ,24 km² ( ha) para o Bioma sendo ha de Floresta, ha de Formação Natural Não Florestal, ha de Atividades Agropecuárias, de Áreas Não Vegetadas e ha de Corpos/Curso D Água. Para Fernandes e Queiroz (2018) o domínio fitogeográfico da Caatinga pode ser delimitado por uma precipitação anual máxima de mm de chuva, grosso modo coincidindo com o traçado político do Semiárido. Isso circunscreve uma área de cerca de km². Este amplo espaço é bastante heterogêneo e inclui representantes de diversos biomas globais, além da vegetação localmente conhecida como Caatinga. Esses tipos de vegetação ocorrem de forma fragmentada em meio à vastidão seca da Caatinga, determinados por variações locais de clima e solo e são estrutural, funcional e floristicamente distintos das formações secas de Caatinga circundante. Assim, é possível encontrar fragmentos de florestas tropicais úmidas ou semidecíduas, conhecidas localmente como brejos de altitude, graças à ocorrência de chuvas orográficas em áreas geralmente não sujeitas a um período de seca superior a três meses. Associadas com as áreas montanhosas, em locais de solo mais pobre, também ocorrem fragmentos de savanas, com uma flora relacionada com a do domínio do Cerrado do Brasil central. Os campos rupestres, que ocorrem na Chapada Diamantina (Bahia) em altitudes superiores a 900 metros associados a afloramentos de quartzitos e arenitos, constituem um outro tipo de vegetação com elevada diversidade, estimada em mais de espécies de angiospermas. Esclareceram ainda que: A vegetação típica da Caatinga, por sua vez, faz parte de outro bioma global denominado de Florestas e Arbustais Tropicais Sazonalmente Secos FATSS, ou SDTFW na sigla em inglês. Esse bioma compreende a vegetação tropical rica em plantas suculentas e pobre em gramíneas, não adaptada à ocorrência regular do fogo natural e que ocorre em regiões com solo fértil e precipitação bimodal (< mm/ano, com períodos de, no mínimo, 5 a 6 meses recebendo menos de 100 mm). A Caatinga é a maior e mais contínua área do bioma das FATSS no Novo Mundo. Outras áreas relevantes desse bioma podem ser encontradas formando um arco na América do Sul, incluindo o sudoeste do Brasil e o nordeste da Argentina (núcleo Misiones), o noroeste da Argentina e o sudeste da Bolívia (núcleo Piemonte), os vales secos andinos da Bolívia à Colômbia, a região costeira do Equador e o noroeste da América do Sul (costa caribenha da Colômbia e Venezuela), estendendo-se para norte até o México através da costa do Pacífico da América Central. Em todas essas áreas de FATSS existe uma grande variação local na estrutura da vegetação, desde florestas (i.e., uma vegetação arbórea com as copas das árvores formando um dossel contínuo) até arbustais xerófilos (i.e., uma vegetação com árvores baixas e esparsas e um estrato arbustivo mais denso). Considerando esse gradiente estrutural, a importância relativa das árvores diminui, enquanto a dos arbustos e suculentas aumenta, das formações florestais para as arbustivas. No entanto, apesar da grande variação estrutural, existe uma unidade

18 15 florística entre as diferentes formações, o que justifica sua inclusão em um mesmo bioma global (FERNANDES; QUEIROZ, 2018). De acordo com Tabarelli et al. (2018): o futuro da Caatinga requer ações imediatas para que as pessoas e a natureza possam caminhar juntas, numa trajetória mais sustentável. Ou seja, uma sociedade que conserve a biodiversidade regional, seja próspera economicamente, promova inclusão e justiça social e desfrute de boa governança. Desafio de extrema urgência, o Semiárido e a Caatinga precisam de um novo lugar na sociedade brasileira, particularmente nas políticas públicas de suporte à sustentabilidade. Mudança climática é certamente uma ameaça, mas também uma grande oportunidade de, mais uma vez, lançar a lente sobre a Caatinga. A última análise integral ocorreu em 2000 via definição de áreas para a conservação e repartição dos benefícios da biodiversidade da região. De lá para cá, pouca coisa mudou e o paradigma de extrair o sustento de uma agropecuária rudimentar continua. 2.4 PLANTAS ORNAMENTAIS DO BIOMA CAATINGA Segundo Cavalcante et al. (2017) para o Semiárido nordestino, os relatos científicos sobre plantas ornamentais ainda são escassos. Alvarez e Kiill (2014) apud Cavalcante et al. (2017) destacaram as cactáceas e bromélias da Caatinga como produto promissor da floricultura. Pareyn (2010) verificou que existiam na Região Nordeste e da Caatinga 317 espécies com a classe de uso ornamentais, sendo destas 33 prioritárias para o Nordeste e 11 para a Caatinga. Alvarez et al. (2012) em um levantamento do potencial ornamental da flora da Caatinga no Sertão pernambucano, observaram que esta apresenta grande potencial em termos de ornamentação tanto para o paisagismo, quanto para o mercado interno e externo de flores e que o conhecimento do real potencial das espécies vegetais do Bioma pode, além de outros fatores, contribuir para diminuir a perda de diversidade biológica, diminuir a perda de material genético e melhorar a qualidade de vida da população por meio do uso sustentável de seus recursos. Sampaio et al. (2002) apud Alvarez e Kiill (2014) entre as espécies da Caatinga, ressaltaram a importância das palmeiras, assim como os ipês e cássias na arborização de ruas, praças e jardins pelo seu caráter ornamental e mencionaram o comércio reconhecido das orquídeas e bromélias salientado a falta de uma listagem das espécies nativas com tal potencial especialmente com estudos sobre a seleção e melhoramento das mesmas.

19 16 Cavalcante et al. (2017) ao prospectar espécies da flora nativa do Bioma Caatinga ocorrentes no Vale do Submédio São Francisco que apresentassem elementos estéticos apropriados para uso no paisagismo indicaram um total de 43 espécies entre hábito herbáceo (21), hábito arbustivo (11), arbóreas (9), uma trepadeira e um cipó onde 30,2% pertenciam à família Fabaceae. Concluíram que a flora da Caatinga apresenta espécies com enorme potencial ornamental para diversos usos e efeitos paisagísticos havendo a necessidade de estimular o uso de espécies nativas do Bioma em projetos de paisagismo, cujo potencial ainda é pouco valorizado. Menezes (2009) analisando as potencialidades de espécies arbustivas, de origem nativa ou exótica que estivessem adaptadas e pusessem ser indicadas para o paisagismo urbano e rural no Semiárido brasileiro direcionou os estudos ao Sertão paraibano selecionando e identificando espécies arbustivas, analisando as potencialidades paisagísticas e indicando espécies. Os resultados evidenciaram 83 espécies arbustivas com potencialidades de uso paisagístico e recomendadas para plantio isolado e associações, constatando a importância das espécies arbustivas para composição paisagística pelo fato de proporcionarem benefícios estéticos e funcionais. Para Alvarez e Kiill (2014) a flora da Caatinga apresenta grande potencial em termos de arborização e paisagismo devido à rusticidade de suas espécies visto que, o ambiente urbano demanda plantas que exijam a menor quantidade de irrigação e tratos possíveis. Alegaram os autores que o conhecimento do real potencial das espécies vegetais do bioma pode contribuir para a menor perda de diversidade biológica e de material genético além de melhorar a qualidade de vida da população pelo uso sustentável de seus recursos. Na pesquisa realizada evidenciaram as principais questões para implantar uma arborização e floricultura com plantas da Caatinga e a aplicação dessas no paisagismo das cidades e no comércio. Destacaram ainda espécies com potencial ornamental das famílias Leguminosae, Convolvulaceae, Bignoniaceae e Cactaceae. Concluíram que a flora da Caatinga é pouco explorada como ornamental, apenas de forma extrativista e que a coleta indiscriminada dessas plantas tem prejudicado a recuperação das populações naturais. Kiill et al. (2013) apud Alvarez e Kiill (2014) descreveram cerca de 100 espécies da Caatinga entre árvores, arbustos, herbáceas, cactos e bromélias, mostrando a diversidade de plantas como arquitetura da copa, textura da casca, flores de coloração vistosa e frutos secos, conferindo-lhes beleza cênica e paisagística.

20 17 Alvarez et al. (2012) em pesquisa sobre arborização urbana no Semiárido: espécies potenciais da Caatinga, identificaram 24 espécies arbóreas da Caatinga com importância ecológica potenciais para a arborização urbana obtida a partir de observações em campo e de desenvolvimento de mudas nas cidades Medeiros (2014) em um estudo sobre arborização urbana com plantas nativas na seca de 2013 na cidade de São José do Seridó/RN, em especial a taxa de sobrevivência de espécies nativas do bioma caatinga verificou que as espécies cajarana Spondias lutea e ceriguela Spondias purpurea foram produzidas por estaquia e que foram plantadas 107 mudas pertencentes a 10 espécies diferentes e seis famílias. A cajarana Spondias lutea (23,3%) foi a espécie plantada em maior número incluindo a taxa de sobrevivência foi de 100%. Para o autor, a pesquisa apontou uma alternativa pragmática passível de ser repicada no processo de arborização das cidades do Semiárido pela capacidade de convivência com a semiaridez. Para Coelho et al. (2009) a produção de cactos ornamentais em escala comercial é atividade viável e tem se desenvolvido bastante no Brasil e que a obtenção de plantas de espécies nativas de cactáceas nativas para estabelecimento de bancos de germoplasma e para estudos de propagação depende de coletas de materiais vegetativos e de frutos maduros que são difíceis de encontrar nas populações e quando encontrados, geralmente, estão abertos e com pouca e nenhuma semente. Neste sentido, as técnicas de propagação in vitro podem ser utilizadas na obtenção plantas para produção de cactos ornamentais. Para tanto foram realizadas germinação de Pilosocereus chrysostele, Pilosocereus pachycladus, Pilosocereus gounellei, Cereus jamacaru e Melocactus zehntneri observando-se taxas de contaminação e germinação, onde houve contaminação de Pilosocereus pachycladus em 19,5% e Pilosocereus chrysostele apresentou taxa de germinação de 95,5%, Cereus jamacaru de 92,6%, Pilosocereus gounellei de 70,3%, Melocactus zehntneri (13,9%) e Pilosocereus pachycladus de 1,7%. Beckmann-Cavalcante et al. (2017) em um estudo sobre inovação na floricultura com plantas ornamentais do Bioma Caatinga para serem utilizadas como flores de corte selecionaram duas espécies endêmicas Neoglaziovia variegata e Senna martiana estabelecendo critérios de avaliação como comprimento, rigidez e aparência das hastes; forma da flor, fruto ou folha; rendimento na composição floral; cor ou brilho; aroma; originalidade; e, vida útil real na água e espuma floral sendo atribuídas notas 0, 5 e 10 e, posteriomente, classificadas quanto ao potencial ornamental alta, média, baixa e mínima potencialidade

21 18 ornamental. Os resultados obtidos consideraram que N. variegata e S. martiana obtiveram 80 e 85 pontos, respectivamente, classificando-as como de alta potencialidade ornamental, podendo serem utilizadas como flores de corte. Souza et al. (2012) sobre a Produção in vitro de mudas de Coroa-de-Frade Melocatus oreas Miq., Cactaceae, com potencial ornamental e considerando o risco de extinção e a crescente demanda comercial iniciaram estudos de micropropagação afim de otimizar um protocolo para a produção de mudas em escala comercial. Verificaram que os resultados diferiram estatisticamente entre as semanas avaliadas e os maiores valores foram obtidos a partir da terceira semana. Na multiplicação in vitro, na presença de BAP e KIN, não houve a indução de múltiplas brotações, mas somente na regeneração dos brotos que apresentaram raízes. Já na aclimatização observou-se 100% de sobrevivência das plantas podendo-se afirmar que a micropropagação é uma técnica que pode ser utilizada na produção de mudas de M. oreas. Vasconcelos et al. (2010) no sentido de avaliar a influência do tamanho do bulbo na brotação do Lírio-da-Caatinga Zephyranthes sylvatica (Mart.) Baker (Alliaceae s.l.) além de ressaltarem o Bioma Caatinga como rico e possuidor de várias potencialidades que necessitam ser estudadas incluindo o seu potencial ornamental pouco explorado de árvores, arbustos e ervas e, dentre estas, o lírio-da-caatinga com relevante potencial verificaram que para os bulbos classificados em quatro categorias de acordo com seu peso BB-bulbilhos (entre 0,2 e 1g), P-bulbos pequenos (entre 3 e 8g), M-médios (entre 10 e 17g) e G-grandes (a partir de 22g), todas as categorias, BB, P, M e G, não diferiram estatisticamente quanto à brotação e ao IVE, obtendo-se 95%, 95%, 87,5% e 83,3% de bulbos brotados e com um IVE médio de 0,07, 0,08, 0,11 e 0,14 plantas/dia, respectivamente. Os resultados obtidos indicaram que o tamanho do bulbo da espécie não interferiu em sua brotação. Santos et al. (2012) analisando a fenologia reprodutiva de Neoglaziovia variegata, bromélia que apresenta potencial ornamental pela beleza das flores verificaram que a espécie apresentou floração sequencial e contínua com padrão anual e exclusivamente no mês de novembro com finalização de abertura entre 01 e 11 dias, observaram ainda que a longevidade das suas inflorescências e infreutescoencia, bem como a beleza das suas flores e frutos conferem um potencial ornamental podendo ser utilizadas em decorações de interior e projetos paisagísticos de um modo geral.

22 19 Vasconcelos et al. (2009) quanto a avaliação da germinação de sementes de lírio-dacaatinga Zephyranthes sylvatica (Mart.) Baker sob temperatura e luminosidade diferentes, espécie que tem potencial ornamental, concluíram que a condição de ausência de luz nas temperaturas de 20 C, 25 C e 30 C proporcionaram os melhores resultados, com uma taxa média de germinação de 85,8%, 88,3% e 85,8%, respectivamente, enquanto que o maior IVG foi o de 5,6 sementes germinadas por dia na temperatura de 25 C. Silva e Kiill (2016) sobre as propagações sexuada e assexuada de Beton Raphiodon echinus Schauer, Lamiaceae, para fins ornamentais como forração verificaram que houve um enraizamento de estacas de 52% com presença de inflorescência aos 13 dias apos plantio com antese floral por volta das oito horas e número de flore abertas por inflorescência variando de uma a trinta. No processo de germinação os resultados foram de 3,3% de forma irregular. Recomendaram o processo de estaquia como o mais adequado inclusive pelo rápido florescimento observado, Pacheco e Silva (2019) analisando a arborização urbana em Petrolina/PE, e a melhoria paisagística e de qualidade ambiental com plantas nativas da Caatinga em termos de bemestar da população, através do conforto térmico, equilíbrio paisagístico e lazer local com a projeção da sombra através do uso das espécies jatobá, ipê roxo, mulungu e tamboril informaram que os resultados esperados com o crescimento das plantas, como sombra, melhor oxigenação do ar, aumento da umidade, conforto térmico, florescência, frutescência, atração de animais, harmonia visual e aconchego humano, só poderão ser obtidos a longo prazo visto que dependem de variáveis como crescimento das árvores, manutenção desde o plantio até a fase adulta e suas resistências a ações humanas (prática de esporte no local, soltura de animais, vandalismo) e ambientais (salinidade do solo e sua compactação). Kiill et al. (2013) em publicação sobre plantas ornamentais da Caatinga ressaltaram que as plantas da Caatinga apresentam grande diversidade de forma, tamanho e cor, e podem ser racionalmente exploradas para o uso ornamental como flor de corte, plantas de vaso, paisagismo de parques e jardins e folhagens de corte. No estudo enfatizaram árvores, arbustos e palmeiras, cipós e herbáceas, cactáceas, bromeliáceas e arte floral sintetizado pela descrição de 61 gêneros e 77 espécies. Souza et al. (2012a) ao indagarem se a Caatinga possui espécies de plantas ornamentais para uso paisagístico? Informaram que este Bioma é rico em beleza cênica e paisagística e apresenta cerca de espécies vegetais, onde tais espécies estão adaptadas às

23 20 condições semiáridas e por isso apresentam melhor desenvolvimento e menor custo de manutenção com relação às espécies exóticas quando utilizadas como ornamentais. Ressaltaram que esta é uma maneira de conservação ex situ de componentes da vegetação e que, no entanto, o uso de espécies de Caatinga ainda é incipiente nos jardins privados e públicos no Semiárido. Neste sentido foram observadas as potencialidades estéticas de cor de flores e frutos e arquitetura da copa e funcionais de aspectos fenológicos, disponibilidade de recursos à fauna, melhoria do microclima para a determinação das espécies mais ornamentais mais promissoram selecionando 58 espécies dentre elas 18 arbóreas como Anacardium occidentale L. e Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore, 11 arbustos como Allamanda puberula A.DC. e Varronia leucocephala (Moric.) J.S.Mill., 13 trepadeiras como Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. & Schult. e Passiflora cincinnata Mast., sete herbáceas rasteiras como Commelina erecta L. e Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. & Schult.), além de seis espécies de cactos e três bromélias. Concluíram que a utilização das espécies nativas da Caatinga substitui de modo eficiente e sustentável aquelas majoritariamente empregadas em projetos paisagísticos, como as gramíneas, exigentes de grandes volumes de água para atingir melhor desenvolvimento, além das espécies exóticas e invasoras, que ainda dominam a paisagem urbana de cidades do Semiárido como a algaroba Prosopis juliflora Sw.DC., propensa a quedas naturais, o Ficus Ficus benjamina L., que obstrui sistemas hidrossanitários, e mais recentemente o nim Azadirachta indica A. Juss. que provoca a mortalidade de insetos polinizadores e dispersores de sementes (SOUZA et al., 2012a). Alencar et al. (2019) em um estudo com o objetivo de identificar as espécies vegetais endêmicas ou não, existentes no bioma Caatinga, das regiões do Seridó e Agreste da Paraíba, com potencial para uso no paisagismo e arborização urbana incluindo pesquisa bibliográfica e de campo revelaram que nestas regiões a caatinga apresenta uma diversidade de espécies, com abundantes atrativos visuais, que permitem suas indicações para o uso no paisagismo citando 66 gêneros e 84 espécies. Concluíram que adotar espécies nativas no paisagismo, além de ser uma tendência, especialmente no Semiárido nordestino, é uma forma de contribuir para a preservação do Bioma Caatinga. Com o objetivo de identificar quais espécies da Caatinga apresentam potencial ornamental e quais dessas vêm sendo utilizadas no paisagismo Alvarez et al. (2012) realizaram oito levantamentos em caatinga hiperxerófila nos municípios de Petrolina, Lagoa Grande, Afrânio, Pernambuco e 22 levantamentos em espaços verdes do Centro da cidade de Petrolina para verificar a utilização das espécies nativas no paisagismo urbano utilizando critérios como originalidade, raridade, exuberância e demandas de mercado. Informaram que foram identificadas 50 espécies pertencentes a 12 famílias com maior diversidade para a família Leguminosae, correspondendo a 24%, seguida pelas famílias Convolvulaceae (14%),

24 21 Bignoniaceae (12%) e Cactaceae (12%). Nos espaços verdes a família botânica predominante foi Leguminosae, seguida por Arecaceae e Cactaceae. Em relação ao bioma de origem das espécies identificadas, as plantas da Caatinga representaram 13%, as nativas de outros biomas do Brasil 21% e as exóticas 66%, mostrando que as plantas nativas ainda são pouco valorizadas no paisagismo urbano, comparado ao potencial ornamental da Caatinga. Borges (2019) sobre a arborização na cidade de Patos, Paraíba, envolvendo diagnóstico, benefícios térmicos da vegetação urbana e potencialidades paisagísticas de espécies nativas da caatinga incluindo o estudo da diversidade pelo Índice de Shannon- Weaver e da equabilidade pelo Índice de Pielou, parâmetros fitossociológicos, valores de ilhas de calor e análise de potencialidades arbóreas paisagísticas verificaram que na composição florística foram quantificados indivíduos de 38 espécies, distribuídos em 36 gêneros e 15 famílias botânicas. A família com maior riqueza de espécies foi a Fabaceae onde todos os bairros apresentaram valor superior a 88% de exóticas e que trabalhos de fitossociologia na Caatinga apontam diversidade de espécies potenciais para uso paisagístico no Semiárido.

25 22 3 METODOLOGIA A pesquisa foi realizada na modalidade de Revisão de Literatura onde se utilizou periódicos digitais para obtenção dos dados. Para tanto, se utilizou do termos-chaves ornamentais caatinga. Através do processo de seleção foi possível evidenciar vinte e duas publicações entre teses, monografias, artigos, resumos, boletins, documentos, livros e e-book que estão disponibilizadas no Anexo B. A partir da seleção foram extraídos os nomes científicos e, quando possível, as famílias botânicas e nomes vulgares. Através de recursos do Word foi elaborada uma Matriz (Anexo C) onde foram feitas correções e atualizações de gêneros, espécies e famílias e inserção de nomes vulgares. A partir desta matriz foram confeccionados quadros temáticos com recursos do Word e do Excel. Por fim foi realizada uma proposta de Planilha de Cores (Anexo A) para auxiliar nas futuras escolhas das espécies de acordo com o padrão paisagístico adotado.

26 23 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com o Quadro 1 foram revisadas 22 publicações, das quais 09 artigos (40,90%), 04 resumos (18,18%), 03 livros impressos (13,63%), 01 livro e-book (4,54%), 01 capítulo de livro (4,54%), 01 tese (4,54%), 01 monografia (4,54%), 01 boletim (4,54%) e 01 documento (4,54%), Quadro 1- Acervo da pesquisa e identificação quanto ao tipo de publicação. Monografia Menezes, 2009 Resumo Coelho et al., 2009 Resumo Vasconcelos et al., 2009 Resumo Vasconcelos et al., 2010 Capítulo de Livro Pareyn 2010 Livro Castro e Cavalcante 2011 Boletim Souza et al., 2012a Resumo Souza et al., 2012b Artigo Santos et al., 2012 Documento Alvarez et al., 2012 Livro Kiill et al., 2013 Artigo Alvarez e Kiill, 2014 Artigo Medeiros, 2014 Artigo Silva e Kiill,2016 Artigo Cavalcante et al., 2017 Artigo Beckmann-Cavalcante, 2017 Artigo Meira et al., 2017 Livro Batista et al., 2018 Artigo Pacheco e Silva, 2019 Tese Borges, 2019 Artigo Alencar et al., 2020 e-book Souza et al., 2021 Fonte: Dados da Pesquisa.

27 24 Pelo observado o formato artigo foi o mais utilizado ao longo da pesquisa e do período de publicações. Entretanto, muitas vezes este formato só é de acesso maior para um público mais restrito e principalmente do meio acadêmico sem que ocorra maior popularização. Neste sentido, merecem destaques as iniciativas na forma de livros mais direcionados para a temática. Foram registrados três livros impressos e um e-book. Destes, apenas um intitulado Plantas Ornamentais da Caatinga de Kiill et al. (2013) se enquadrou em publicação voltada diretamente para a temática ornamental. As outras publicações ser referiram a Flores da Caatinga de Castro e Cavalcante (2011), Cactário Guimarães Duque. Espécies da Coleção Botânica do Insa de Batista et al. (2018) e Plantas da Caatinga. Um olhar multidisciplinar de Souza et al. (2021), de onde puderam ser extraídas informações sobre espécies ornamentais ou com potencial ornamental. Em publicações como Guia de Campo. Flores e Frutos da Caatinga no Monumento Natural da Grota do Angico de Silva el al. (2014) em que pese as citações de flores não foi possível encontrar indicações de uso ornamental. Motivo pelo qual não constar entre as 22 publicações revisadas. Nestas, foram identificadas 376 citações, com a particularidade de vários autores por muitas vezes estarem se referindo a mesma espécie ocasionando duplicidade de informação conforme o observado no Quadro 2. Quadro 2 Número total de citações sobre plantas ornamentais da Caatinga incluindo duplicidades de informações Monografia 29 Menezes, 2009 Resumo 05 Coelho et al., 2009 Resumo 01 Vasconcelos et al., 2009 Resumo 01 Vasconcelos et al., 2010 Capítulo de Livro 11 Pareyn 2010 Livro 09 Castro e Cavalcante, 2011 Boletim 01 Souza et al., 2012a Resumo 07 Souza et al., 2012b Artigo 01 Santos et al., 2012 Documento 24 Alvarez et al., 2012 Livro 77 Kiill et al., 2013 Artigo 29 Alvarez e Kiill, 2014

28 25 Artigo 09 Medeiros, 2014 Artigo 02 Silva e Kiill, 2016 Artigo 45 Cavalcante et al., 2017 Artigo 03 Beckmann-Cavalcante, 2017 Artigo 01 Meira et al., 2017 Livro 13 Batista et al., 2018 Artigo 04 Pacheco e Silva, 2019 Tese 08 Borges, 2019 Artigo 84 Alencar et al., 2020 e-book 12 Souza et al., 2021 Monografia 376 Total Fonte: Dados da Pesquisa. O maior número de citações foi realizado por Alencar et al. (2020) representado por 84 (22,34%), seguido por Kiill et al. (2013) com 77 citações (20,47%) e Cavalcante et al. (2017) com 45 citações (11,96%). Houve destaque ainda para Menezes (2009) com 29 citações (7,71%), Alvarez e Kiill (2014) com 29 citações (7,71%) e Alvarez et al. (2013) com 24 citações (6,38%). Observe-se que das 376 citações a maior parte (42,01%) foram oriundas de artigos, seguidas de livro impresso (20,47%), monografia (7,71%) e documento (6,38%). No que se refere à diversidade botânica, foram citados de forma cumulativa 312 gêneros, 374 espécies, 04 subespécies, 08 variedades e 174 famílias citações de acordo com o Quadro 3. Quadro 3 Número de gêneros, espécies, subespécies, variedades e famílias citadas de forma cumulativa Autor(es) Ano Gêneros Espécies Subespécie Variedade Famílias Citações Menezes Coelho et al Vasconcelos et al Vasconcelos et al Pareyn Castro e Cavalcante Souza et al. 2012a Souza et al. 2012b Santos et al Alvarez et al

29 26 Kiill et al Alvarez e Kiill Medeiros Silva e Kiill Cavalcante et al Beckmann Cavalcante Meira et al Batista et al Pacheco e Silva Borges Alencar et al Souza et al Total Fonte: Dados da Pesquisa. O maior número de citações de gêneros correspondeu a Alencar et al. (2020) com 66 citações (21,15%) seguido de Kiill et al. (2013) com 61 citações (19,55%) e Cavalcante et al. (2017) com 42 citações (13,46%). Alvarez e Kiill (2014), Alvarez et al. (2013) e Menezes (2009) apresentaram também valores significativos de citações, 25 (8,01%), 24 (7,69%) e 23 (7,37%), respectivamente. No que se refere a citações de espécies os resultados se apresentaram semelhantes aos dos gêneros com predominância de Alencar et al. (2020) com 84 citações (22,45%) seguido de Kiill et al. (2013) com 77 citações (20,58%) e Cavalcante et al. (2017) com 43 citações (11,49%). Da mesma forma, Alvarez e Kiill (2014), Menezes (2009) e Alvarez et al. (2013) e apresentaram também valores expressivos de citações de, respectivamente, 29 (7,75%), 29 (7,75%) e 26 (6,95%). Ainda relacionado com a biodiversidade foram citadas 04 subespécies e 08 variedades. Cumulativamente foram ainda citadas 174 famílias sendo 31 (17,81%) por Alencar et al. (2020), 25 (14,36%) por Kiill et al. (2013), 22 (12,64%) por Cavalcante et al. (2017), 18 (10,34%) por Menezes (2009) e 15 (8,62%) por Alvarez e Kiill (2014). Ao se realizar uma avaliação mais detalhada das 369 citações cumulativas referentes a famílias botânicas foram registradas 54 famílias botânicas com destaque para a Fabaceae com 84 citações (23,66%), Cactaceae com 42 citações (11,83%), Bignoniaceae com 26 citações (7,32%), Apocynaceae com 19 citações (5,35%), Boraginaceae com 19 citações (5,35%) e Malvaceae com 18 citações (5,07%) conforme o Quadro 4. Estas famílias representaram 58,58% das citações.

30 27 Quadro 4 - Famílias botânicas citadas a partir do refinamento das citações Família Total de Citações Família Total de Citações Família Total de Citações Total Geral Acanthaceae 04 Clusiaceae 01 Plantaginaceae Alismataceae 01 Combretaceae 01 Plumbaginaceae Amaranthaceae 01 Commelinaceae 01 Ponteridaceae Amaryllidaceae 09 Convolvulaceae 14 Portulaceae Anacardiaceae 13 Crysobalanaceae 02 Rhamnaceae Apocynaceae 19 Euphorbiaceae 15 Rubiaceae Araceae 01 Fabaceae 84 Rutaceae Arecaceae 12 Hydroleaceae 01 Sapindaceae Asteraceae 03 Iridaceae 02 Sapotaceae Bignoniaceae 26 Krameriaceae 01 Selaginellaceae Bixaceae 01 Lamiaceae 02 Solanaceae Boraginaceae 14 Malvaceae 18 Turneraceae Bromeliaceae 19 Melastomataceae 02 Velloziaceae Burseraceae 04 Meliaceae 01 Verbenaceae Cactaceae 42 Myrtaceae 03 Violaceae Capparaceae 05 Ochnaceae 01 Vitaceae Cecropiaceae 01 Olacaceae Celastraceae 03 Passifloraceae Cleomaceae 01 Piperaceae Fonte: Dados da Pesquisa. Os resultados concordam em parte com Alvarez et al. (2013) que em estudos realizados em caatinga hiperxerófila em Pernambuco encontraram a maior diversidade de espécies para família Leguminoseae (24%) seguidas das famílias Convolvulaceae (14%), Bignoniaceae (12%) e Cactaceae (12%), verificaram ainda que na área urbana de Petrolina as espécies identificadas em paisagismo corresponderam a 13% oriundas do Bioma Caatinga. Considerando que na Caatinga existem 152 famílias botânicas (QUEIROZ et al., 2017) é expressivo o número de 54 famílias (35,52%) que apresentam espécies com potencial ornamental. Quando analisadas de forma mais detalhada as 54 famílias botânicas existentes nos documentos se dividiram em 135 gêneros, 197 espécies, 03 subespécies e 07 variedades conforme o quadro 5. A Família botânica que apresentou o maior número de gêneros foi a Fabaceae com 25 (18,38%), seguida da Família Bromeliaceae com 09 (6,66%).

31 28 Quadro 5 Número de gêneros, espécies, subespécies e variedades a partir do refinamento das citações Família Gênero Especie Subespécie Variedade Acanthaceae Amaranthaceae Amaryllidaceae Anacardiaceae Apocynaceae Araceae Arecaceae Asteraceae Bignoniaceae Bixaceae Boraginaceae Bromeliaceae Burseraceae Cactaceae Capparaceae Caryocaraceae Cecropiaceae Celastraceae Cleomaceae Clusiaceae Combretaceae Commelinaceae Convolvulaceae Crysobalanaceae Euphobiaceae Fabaceae Hydroleaceae Iridaceae Krameriaceae Lamiaceae Malvaceae Melastomataceae Meliaceae Myrtaceae Ochnaceae Olacaceae Passifloraceae Piperaceae Plantaginaceae Plumbaginaceae Portulaceae Rhamnaceae Rubiaceae Rutaceae Sapindaceae Sapotaceae Selaginellaceae Solanaceae Sterculiaceae Turneraceae Velloziaceae Verbenaceae Violaceae Vitaceae Fonte: Dados da Pesquisa. Outras Famílias como a Apocynaceae, Bignoniaceae e Cactaceae apresentaram 06 gêneros (4,44%) cada uma. Destacaram-se ainda as Famílias Anacardiaceae, Arecaceae e

32 29 Malvaceae com 05 gêneros (3,70%) cada. Todas estas famílias totalizaram 49,46% da diversidade de gêneros. Queiroz et al. (2017) citaram 930 gêneros para a Caatinga. Na pesquisa foram identificados 135 gêneros com potencial ornamental ou já sendo utilizados para estes fins. Isto significa que 14,62% dos gêneros existentes apresentam esta finalidade. Já Tabarelli et al. (2018) e Silva et al. (2017) relataram espécies. Na pesquisa foram encontradas 198 especies. O que significa que 6,28% das espécies do Bioma apresenta potencial ornamental. Quanto ao número de espécies o destaque continuou para a Família Fabaceae com 42 (12,69%) seguida da Família Cactaceae com 15 (7,61%), da Família Convolvulaceae com 12 (6,09%), da Família Bromeliaceae com 11 (5,58%), da Família Bignoniaceae com 11 (5,58%) e da Família Apocynaceae com 10 (5,07%). Estas famílias totalizaram 42,62% da diversidade de espécies. A Família que apresentou o maior número de subespécies foi a Cactaceae com 02 (50%) seguida da Família Convolvulaceae (25%) e da Família Turneraceae (25%). Com relação a variedades o destaque foi para a Família Fabaceae com 05 (83,33%), seguida da Família Apocynaceae com 01 (16,67%). Os dados obtidos representam ainda, valores muito acima dos encontrados por Souza et al. (2012) que em um estudo de prospecção identificaram 58 espécies nativas do Bioma Caatinga como promissoras em termos de ornamentais destacando: espécies arbóreas como Anacardium occidentale L. e Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore, 11 arbustos como Allamanda puberula A.DC. e Varronia leucocephala (Moric.) J. S. Mill., 13 trepadeiras como Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. & Schult. e Passiflora cincinnata Mast., 07 herbáceas rasteiras como Commelina erecta L. e Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. & Schult.), além de 06 espécies de cactos e três bromélias. Alvarez et al. (2013) em estudos realizados em caatinga hiperxerófila nosmunicípio de Petrolina, Afrânio e Lagoa Grande, Pernambuco, identificaram 50 espécies pertencentes a 12 famílias que podem ser utilizadas com fins paisagísticos em folhagens, arranjos e vasos. Verificaram ainda que na área urbana de Petrolina as espécies identificadas em paisagismo corresponderam a 13% oriundas do Bioma Caatinga. Quanto as famílias de maior destaque o CEAP (s.d.) informou que a Família Fabaceae é uma das maiores famílias botânicas, conhecida anteriormente como

33 30 Leguminosae, com uma larga distribuição geográfica. É subdividida em três subfamílias; Faboideae (papilionoideae), Caesalpinioideae e Mimosoideae. Ressaltou ainda o CEAP (s.d.) que: Embora reconhecida como uma família das mais importantes economicamente, as espécies ornamentais também ostentam significativa presença no paisagismo, principalmente através das plantas arbóreas como as Caesalpinia spp (sibipiruna, pau-brasil e pau-ferro), Bauhinia (pata-de-vaca), Delonix (flamboyant), Holocalyx spp (alecrim), Erythrina spp (eritrina, mulungu), Hymenaea spp (jatobá), entre outras, além da Calliandra (esponjinha) e Strongylodon (trepadeira-jade). São importantes na arborização urbana e espaços de jardins campestres. Espécies arbustivas são ideais para maciços e cercas-vivas (Calliandra spp); várias lianas são utilizadas para pérgulas, portais e grades (Camptosema, Mucuna, Strongylodon, Wisteria) e forração (Arachis repens). No que se refere a Família Bromeliaceae é dividida em três subfamílias, (Bromelioideae, Tillandsioideae e Pitcairnioideae) abarca plantas herbáceas, de pequeno a médio porte, terrestres, rupícolas, principalmente epífitas, com raízes pouco desenvolvidas. Apresentam formatos em rosetas, abertas ou afuniladas, com raras exceções de outras formas. No que ser refereao uso paisagístico: As bromélias vêm cada dia mais, ocupando espaços no paisagismo, graças ao grande potencial ornamental de suas espécies. Dependendo do porte, as bromélias são utilizadas como forrações, criando maciços ou grupos isolados. Espécies epífitas são interessantes para composições verticais, principalmente as de portes menores. No Brasil, os gêneros mais conhecidos e empregados nos jardins ensolarados, são representados por Alcantarea e algumas espécies de Aechmea, Neoregelia e Cryptanthus; nos jardins internos, jardineiras e vasos, estão mais presentes os gêneros Nidularium, Vriesea, Guzmania, Tillandsia, Billbergia, e algumas espécies de Aechmea e Neoregelia. Já a família Apocynaceae está entre as que apresentam maior número de espécies do mundo vegetal, com uma diversificação notável de plantas, desde as menores herbáceas, passando por subarbustos, arbustos, lianas, até árvores, com a maioria delas apresentando tecido lactescente (CEAP, s.d.). Comparece no paisagismo:...com muitas plantas popularizadas devido ao frequente uso, como acontece nas espécies Allamanda cathartica, Catharanthus roseus, Plumeria rubra e Nerium oleander. As plantas arbóreas são utilizadas nos grandes espaços ajardinados de parques e jardins como ornamental ou para produção de frutos; porém as mais conhecidas no paisagismo são as espécies herbáceas, arbustivas e lianas, que entram na composição de forrações, maciços, bordaduras, recobrimento de taludes, pérgulas e treliças. Espécies menores são frequentemente utilizadas em vasos como são os exemplos de Stapelia spp e Hoya carnosa (CEAP, s.d.). Com relação à Família Bignoniaceae é uma representativa família botânica formada por árvores, lianas e arbustos, lenhosas e com ocorrência significativa no território

34 31 brasileiro, sendo que apenas nos últimos anos, outras novas espécies foram introduzidas no paisagismo, principalmente lianas (CEAP, s.d.). Quanto ao uso no paisagismo é uma: Família com enorme presença no paisagismo, inclusive representada por inúmeras espécies nativas, tanto árvores como lianas, quase todas de grande potencial paisagístico. Espécies arbóreas são tradicionalmente usadas na arborização de parques e avenidas, ruas e jardins campestres, como os gêneros Jacaranda (Jacarandá), Tabebuia (Ipê), Spathodea (Bisnagueira), além das lianas Cuspidaria (Cipó-rosa), Podranea (Sete-léguas), utilizadas para cobrir pérgulas, cercas, grades e portais (CEAP, s.d.)... Para a Família Cactaceae o CEAP (s.d.) acrescentou que é uma das mais importantes famílias da divisão Magnoliophyta, apresentando uma nítida vocação para ambientes secos (xerófitos), com exceção das espécies epífitas, originárias das florestas tropicais. São plantas frequentemente espinhentas e suculentas que crescem tanto quanto árvores, arbustos ou forrações. E que do ponto de vista paisagístico: Forma um grupo de plantas com grande potencial ornamental e largamente utilizadas no paisagismo, tanto em jardins como em arranjos e vasos de interiores, além de serem muito cobiçadas por colecionadores de todo o mundo, devido à suas formas exóticas e bizarras, aliadas às floradas vistosas. As espécies mais robustas e resistentes entram na composição de espaços abertos e ensolarados, criando jardins rochosos ou temáticos junto a outras plantas suculentas, transmitindo atmosfera agreste e árida. São ainda, amplamente requisitadas para vasos e mini-jardins na decoração de ambientes internos. No quadro 6 estão descritas as famílias que apresentaram acima de cinco gêneros. Nele pode ser observado que o gênero que apresentou mais espécies foi o Ipomoea (Convolvulaceae) com 07 representações (4,96%), seguido dos gêneros Mimosa e Senna (Fabaceae) com 06 representações cada um (4,25%) e Pilosocereus (Cactaceae) e Calliandra (Fabaceae) com 05 representações cada (3,54%). Os gêneros Allamanda (Apocynaceae), Handroanthus (Bignonicaeae), Tillandsia (Bromeliaceae) e Croton (Euphorbiaceae) apresentaram cada uma 04 representações de espécies (2,83%). Estes gêneros totalizaram 31,86% da diversidade de espécies. Para saber a totalidade de gêneros por família o Quadro 48 no Anexo III apresenta maior discriminação. Quadro 6 Diversidade das espécies nas familias botânicas de maior destaque Família Nome Científico Gênero Especie Subespécie Variedade Anacardium 01 Myracrodruon 01 Anacardiaceae Schinopsis 01 Schinus 01 Spondias 03 Subtotal Allamanda 04

35 32 Allamanda puberula A.DC. var. glabrata Müll. Arg Aspidosperma 02 Apocynaceae Hancornia 01 Mandevilla 01 Sehubertia 01 Tabernaemontana 01 Subtotal Acrocomia 01 Attalea 01 Arecaceae Copernicia 01 Mauritia 01 Syagrus 03 Subtotal Anemopaegma 01 Arrabidadea 02 Bignoniaceae Handroanthus 04 Jacaranda 01 Neojobertia 01 Tabebuia 02 Subtotal Auxemma 01 Boraginaceae Cordia 02 Varronia 02 Subtotal Aechmea 01 Billbergia 01 Bromelia 02 Dyckia 01 Bromeliaceae Encholirium 01 Hohenbergi 01 Neoglaziovia 01 Orthophytum 01 Portea 01 Tillandsia 04 Subtotal Arrojadoa 01 Cereus 03 Cereus jamacaru DC. subsp. jamacaru Harrisia 01 Cactaceae Melocactus 03 Pilosocereus 05 Pilosocereus gounellei subsp. gounellei (Weber) Byles&Rowley Tacinga 02 Subtotal Evolvulus 02 Ipomoea 07 Convolvulaceae Ipomoea cárnea Jacq. subesp. fistulosa (Mart. ex Choisy) D. F Austin Operculina 01 Turbina 01 Subtotal Cnidoscolus 01 Euphorbiaceae Croton 04 Jatropha 02 Subtotal Continuação do quadro 6 - Diversidade das espécies nas familias botânicas de maior destaque Família Nome Científico Gênero Especie Subespécie Variedade Albizia 01 Amburana 01 Anadenanthera 02 Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.) Altschul Bauhinia 01 Bowdichia 01 Calliandra 05 Calliandra macrocalyx Harms. var. macrocalyx 00 01

36 33 Cassia 02 Chamaecrista 01 Chloroleucon 01 Cratylia 01 Dioclea 01 Enterolobium 01 Fabaceae Erythrina 01 Hymenaea 02 Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P.Queiroz var. ferrea Luetzelburgia 01 Machaerium 01 Mimosa 06 Parkinsonia 01 Periandra 01 Pithecellobium 01 Poincianella 02 Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz, comb. nov. var. pyramidalis Samanea 01 Senna 06 Senna spectabilis (DC.) Irwin et Barn. var. excelsa (Schrad) H.S. Irwin & Barneby Zornia 01 Subtotal Ceiba 02 Helicteres 01 Malvaceae Pavonia 01 Pseudobombax 01 Sida 02 Subtotal Rubiaceae Chiococca 01 Diodella 01 Guettarda 01 Mitracarpus 01 Richardia 02 Subtotal Total Fonte: Dados da Pesquisa. É sabido que embora muitas espécies sejam classificadas como ornamentais devido às cores das folhagens, dos caules, dos frutos/infrutescências são as flores/inflorescências mesmo de curta/média duração que chamam a atenção. Desta forma foram identificadas nas plantas citadas cores de natureza fria e de natureza quente. Na pesquisa foram encontradas para as cores quentes as tonalidades Preta/Escura, Vermelha, Rósea, Amarela, Amarela Alaranjada. Laranja, Laranja Avermelhada e Marrom/Marrom Clara. Para as cores frias as representações foram de tonalidades Violeta, Violeta Azulada, Azulada, Magenta, Ciana, Cinza, Verde Azulada, Verde, Verde Amarelada, Bege, Branca, conforme resultados no quadro 7.

37 34 Quadro 7- Esquema cromático (Carta de Cores) das plantas da Caatinga com potencial ornamental Tonalidade Gêneros Espécies Famílas Casca Caule Cores Quentes Folha Flor Inflorescência Fruto Infrutescência Preta. Escura Vermelha Fabaceae Rósea Família Destaque Fabaceae Bignoniaceae Bromeliaceae Amarela Fabaceae Amarela Alaranjada Fabaceae Laranja. Laranja Avermelhada Marrom. Marrom Clara Fabaceae Total Cores Frias Violeta Convolvulaceae Violeta Azulada Bromeliaceae Cactaeae Azulada Convolvulaceae Magenta Ciana Convolvulaceae Fabaceae Convolvulaceae Malvaceae Cinza Fabaceae Verde Azulada Cactaceae Verde Cactaceae Euphorbiaceae Verde Amarelada Cactaceae Bege Bromeliaceae Arecaceae Branca Fabaceae Boraginaceae Apocynaceae Total Fonte: Dados da Pesquisa. Foram encontradas 07 cores quentes e 11 cores frias totalizando de forma cumulativa 168 gêneros. Para as cores quentes foram identificados de forma cumulativa 68 gêneros, 85 espécies e 48 famílias. A tonalidade que apresentou um maior número de gêneros foi a Rósea

38 35 (32,35%) seguida da tonalidade Vermelha (22,05%) e Amarela (14,70%). Para espécies os resultados foram semelhantes, onde tonalidade que envolveu um maior número foi a Rósea (31,76%) seguida da Vermelha (20,00%) e Amarela (16,47%) com o acréscimo da tonalidade Amarela Alaranjada (15,29%). Com relação a famílias a tonalidade Rósea continuou apresentando os maiores resultados (25,0%) seguida da Vermelha (22,91%). Ainda para as cores quentes a família botânica de maior destaque foi a Fabaceae e as partes das plantas de maior destaque foram às flores (80,0%) seguidas dos frutos (15,29%). Já para as cores frias foram selecionados, de forma cumulativa, 100 gêneros, 127 espécies e 69 famílias. O destaque em gêneros foi para a tonalidade Branca (25,0%) seguida da Verde (23,0%) e da Bege (14,0%). Já para espécies ocorreu o contrário, com maior destaque para a tonalidade Verde (26,77%) seguida da Branca (25,19%) e da Bege (11,81%). Em termos de família houve maior destaque para a tonalidade Branca (20,28%) seguida da Verde (18,84%) e da Bege (15,94%). As famílias botânicas de maior destaque foram a Convolvulaceae e Cactaceae. As partes das plantas de maior atratividade foram às flores (62,99%) seguida das Cascas/Caules (10,23%). Segundo Costa (2019) todas as plantas de modo geral são capazes de fazer o uso e a aptidão da visão, pois a visão por si só, é capaz de analisar a paisagem e descrever as diferentes formas, cores, texturas e etc, sendo essencial buscar plantas com grande variabilidade de cores de formas e que apresentem cores fortes e vibrantes. Para Costa (2019) nas elaborações de projetos: Um dos primeiros critérios para selecionar as plantas é a coloração das flores, em que muito se leva em consideração o contraste e a harmonia que a mesma irá proporcionar no ambiente que será inserido. Ademais, a planta com coloração especifica espelha os efeitos da cromoterapia, ou seja, plantas que apresentam flores com coloração azuis (frias) podem ser usadas em ambientes em que se deseja manter tranquilidade. Ao contrário em lugares em que se deseja manter uma agitação, alegria recomenda-se o uso de plantas que apresentam coloração de cores quentes (PAIVA, 2008 apud COSTA, 2019). Para Bellé (2013) pode-se explorar a coloração da floração e da folhagem das plantas, buscando as diferentes sensações que as cores podem produzir. Além disso, deve-se considerar a época de florescimento de cada espécie e as alterações que ocorrem na coloração da folhagem de acordo com a estação do ano. Ainda Bellé (2013) observou que: As cores quentes (vermelho, laranja, amarelo) transmitem alegria, ação e proximidade, por isto devem ser usadas preferencialmente em locais amplos, de intensa atividade e em ambientes que se queira destacar, chamando a atenção dos usuários ou transeuntes. As cores frias (azul, violeta, verde) transmitem repouso, serenidade, calma e afastamento. Desta forma, são recomendadas em áreas de descanso ou lazer passivo, de contemplação e em pequenos espaços, por darem a

39 36 sensação de amplitude. Podem ser aplicadas teorias cromáticas, buscando-se obter efeitos de contrastes ou de harmonia entre tonalidades e matizes. No entanto, a aplicação destas teorias é mais complexa no paisagismo do que no desenho devido às mudanças que ocorrem na vegetação ao longo do ano e devido às interações que existem entre cor, textura e densidade da folhagem. De acordo com Niemeyer (2019), cores frias, como o azul e o roxo, transmitem uma sensação de maior peso do que as cores quentes, como o vermelho e o amarelo. Para o autor: Quanto ao efeito emocional, as cores podem estar relacionadas a sensações de atração ou de repulsão, de agressividade ou passividade, de tensão ou de calma, de acordo com a predisposição psicológica do indivíduo. Assim, o vermelho e o amarelo podem lembrar o fogo, a chama ou o sol. O verde e o azul frequentemente associam-se ao frescor da relva, da folhagem e das águas profundas. Já a violeta e a púrpura transmitem uma sensação de repouso e nostalgia. Podem originar sensações de frio ou calor; de proximidade (cores quentes) ou afastamento (cores frias). Uma cor utilizada de forma conveniente contribui para expressar o caráter da obra. Em um espaço ajardinado, podemos deixá-lo com um aspecto alegre quando adotamos cores claras e vibrantes e, ao contrário, austero, para sugerir trabalho e concentração, quando adotamos cores escuras e menos vibrantes. Cores frias ou quentes despertam sensações distintas no estado psicológico das pessoas, assim como os contrastes cambiantes do entardecer ou amanhecer também o despertam. Com base nesse entendimento, devemos enfatizar tais sensações por meio das cores, valorizando aspectos emocionais ou psicológicos na composição. Desta forma, ressaltou que as cores quentes causam uma sensação de maior aproximação do observador, ganhando, com isso, mais visibilidade quando adotadas como ponto focal privilegiado onde: Amarelo: relaciona-se com o efeito do brilho do sol, da ação, da vida, da jovialidade e da energia. Destaca-se como ponto focal privilegiado ao oferecer a sensação de proximidade do observador com o cenário ou paisagem. Vermelho: sugere hiperatividade, fogo e poder, com grande valor excitante e estimulante. Possui forte visibilidade em um ponto focal e uma igual sensação de aproximar o observador da cena. Laranja: reúne a intensidade do vermelho com a jovialidade do amarelo, porém com menos ênfase do que as anteriores. Também promove aproximação de quem a observa (NIEMEYER, 2019). Niemeyer (2019) elaborou ainda a representatividade de Polígono das Cores e Esquema cromático conforme as figuras 1 e 2.

40 37 Figura 1 Polígono das cores Fonte: Niemeyer (2019) Figura 2 - Esquema cromático Fonte: Niemeyer (2019)

41 38 Com relação às cores frias observou-se que são mais pesadas e, portanto, mais distantes e discretas, se diluem na paisagem e não servem para fixar pontos focais, porém servem para emoldurar a composição, onde: Azul: transmite calma, recolhimento e repouso. Tem o poder de distanciar o observador. Verde: cor suave que se associa à paisagem dos campos, proporcionando sensação de entrosamento com a natureza, de otimismo e bem-estar. É a cor que deve prevalecer num jardim. Violeta: dá a impressão de frio, repouso e nostalgia (NIEMEYER, 2019).. Já Lira Filho (2002) observou que as cores quentes são mais luminosas, vibrantes, de contraste intenso lembram o fogo, o sol, o calor, a alegria. São ativas, mais pesadas, parecem ocupar mais espaço, conferem maior vibração à composição e parecem avançar em direção ao observador. Para o autor o: Vermelho - é uma cor associada com sons graves, calor, ação e excitação. Também provoca a impressão de avanço para o observador, ou proximidade, o que "reduz" o espaço de um jardim, caso se carregue de vermelho. Sabe-se também que o vermelho aumenta a pressão sanguínea e a tensão muscular. Laranja - está associada com sons estridentes, calor, ação e excitação. O avanço ou proximidade em relação ao observador é mais fraco que no vermelho. O laranja excita o campo emocional e favorece a digestão. Amarelo - associa-se a sons agudos e provoca um avanço moderado para o observador. O amarelo é um estimulante mental e nervoso, aguçando o raciocínio. Quanto às cores frias Lira Filho (2002) observou que lembram o frio, o gelo, o céu, a umidade, são passivas, mais leves, profundas, recuam visualmente, podem inspirar tristeza, são mais relaxantes, mais estáticas. Quanto a estas cores informou que: O amarelo-esverdeado, assim como o cinza, trazem impressão de frescor, calma e repouso. Verde - é associada a sons suaves, relaxamento e repouso, agindo como sedativo e vasodilatador (redução da pressão sangüínea), sendo atenuante das dores [nevrálgicas], tensões de fadiga, estresse e insônia. Azul - é uma cor associada a sons suaves e agudos, ao frio ou frescor, à calma e ao repouso. Ao contrário do laranja, vermelho e amarelo, o azul provoca a impressão de recuo ou distanciamento do observador, o que eventualmente "amplia" o espaço de um jardim. Violeta - está associada ao frio, à calma e ao repouso. Também é um calmante que atua sobre o coração e pulmões Os quadros 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14 contendo as classificações em cores quentes e as suas diferentes tonalidades, e os quadros 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25 contendo as classificações em cores frias e as suas diferentes tonalidades encontram-se no Anexo I.

42 39 CONCLUSÕES É significativo o número de pesquisas publicadas quer de forma individual quer em equipe, como também significativo o número de pesquisas que envolvem mais de uma espécie ornamental, ou com potencial ornamental do Bioma Caatinga. Por sua vez os trabalhos versam sobre uma significativa diversidade de famílias, gêneros e espécies com desdobramentos em algumas subespécies e variedades. Embora as famílias Cactaceae e Bromeliaceae deem feições a muitas paisagens da Caatinga e sejam as mais lembradas para composição de jardins rústicos foi a família Fabaceae quem mais se destacou em diversidade. Foram evidenciadas algumas denominadas novidades em razão da participação destacada de famílias como Apocynaceae, Arecaceae, Bignoniaceae e Convolvulaceae. Sugere-se que em trabalhos posteriores sejam evidenciados as características peculiares de cada espécie em termos de lenhosidade, porte, copa, época de floração, exigências em solos e água e indicações para composições paisagísticas como forrações, maciços, tufos, corbelhas, cercas-vivas entre outras.

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48 Anexo A 45

49 46 Quadro 8 Representatividade de cores quentes. Tonalidade Preta. Escura Nome Vulgar Nome Científico Família Cores Predominantees Tamboril Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Fabaceae FR Parte da Planta Jaboticabeira Myrciaria cauliflora O. Berg Myrtaceae FR Quixabeira Sideroxylon obtusifolium (Roen.et Schult.)T. D. Penn. Sapotaceae FR Saca-rolha Helicteres brevispira A. Juss Malvaceae FR Fonte: Dados da Pesquisa. CL- Casca. Caule. FL-Flor. Inflorescência. FO-Folha. FR-Fruto. Infrutescência 1 ² ³ 4