INFORMATIVO DO SIMPLES NACIONAL COMISSÃO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS OAB/RO
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- Isabel Lacerda Fialho
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1 INFORMATIVO DO SIMPLES NACIONAL COMISSÃO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS OAB/RO 2014
2 INTRODUÇÃO: A necessária inclusão no Simples Nacional, e a vitória da advocacia! Foi aprovada recentemente a inclusão das sociedades de advogados no regime de tributação simplificado (Supersimples) facilitando a apuração de tributos incidentes sobre a nossa atividade, e diminuindo, por consequência, a extenuante carga tributária. Sabe-se que as vantagens de exercer a advocacia em forma de sociedade uniprofissional é a possibilidade de apurar uma tributação mais enxuta e inferior do que aquela incidente ao profissional autônomo. Não há que se falar em tributação irrisória, afinal nenhuma o é, mas a incidência dos tributos àqueles profissionais organizados em sociedade totaliza algo entre 13% a 20% das receitas auferidas, dependendo do regime de tributação atualmente praticado. Enquanto os advogados autônomos, se apurarmos as contribuições, imposto de renda e ISSQN, acabam por recolher ao fisco aproximadamente 40% do que recebem. Uma realidade impraticável, portanto. É nesse cenário que a inclusão das sociedades de advogados no Supersimples acabará por trazer um efeito reflexo de interesse geral, afinal, afastará de certa forma a informalidade no exercício da atividade advocatícia, e incentivará a formação de sociedades que contribuirão com a organização da atividade, e a diminuição da carga tributária. Trata-se, assim, de modificação que cumpre com o estatuído no art. 179 da Constituição Federal, pelo qual a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. A advocacia é, e assim deve ser reconhecida, atividade profissional que merece os tratamentos diferenciados destinados às pequenas empresas, afinal, exerce seu mister em uma estrutura gerencial organizada, objetivando proporcionar ao cliente os serviços jurídicos que demandam, com a qualidade e zelo necessários. A comissão de Estudos Tributários da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Rondônia elaborou este Informativo para auxiliar todas as sociedades de advogados na adesão ao regime de apuração do Simples Nacional. Atenciosamente, Edson Antônio Sousa Pinto Presidente da Comissão de Estudos Tributários da OAB/RO
3 I. O que é o Simples Nacional? Simples Nacional, trazendo em breves palavras, é um regime simplificado e unificado de apuração tributária, que reúne diversos tributos Federais, Municipais e Estaduais, com uma carga tributária que, no caso da advocacia, variará de 4,5% a 16,85%. Está regulamentado na Lei Complementar 123/2006, que foi modificada pela Lei Complementar 147/2014, com a inclusão de várias atividades, dentre elas, a advocacia, conforme enunciado: Art.18. O valor devido mensalmente pela microempresa ou empresa de pequeno porte, optante pelo Simples Nacional, será determinado mediante aplicação das alíquotas constantes das tabelas dos anexos I a VI desta Lei Complementar sobre a base de cálculo de que trata o 3º deste artigo, observado o disposto no 15 do art. 3º. [...] 5º-C Sem prejuízo do disposto no 1º do art. 17 desta Lei Complementar, as atividades de prestação de serviços seguintes serão tributadas na forma do anexo IV, hipótese em que não estará incluída no Simples Nacional a contribuição prevista no inciso VI do caput do art. 13, devendo ela ser recolhida segundo a legislação prevista para os demais contribuintes ou responsáveis: [...] VII - serviços advocatícios (incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014). II. Quais os tributos estão incluídos no Simples Nacional? O Simples Nacional engloba diversos tributos, sejam eles Federais e Municipais. Na alíquota do Simples Nacional estão incluídos o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN). Vale ressaltar que as contribuições previdenciárias e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), dentre outros tributos aqui não descritos, não estão inseridos e devem ser recolhidos normalmente, independentemente da adesão ao regime de apuração do Simples Nacional.
4 III. Quem pode optar pelo regime do Simples Nacional? O advogado poderá se valer do regime simplificado de tributação desde que constitua pessoa jurídica em forma de sociedade de advogados, a qual necessita hoje de dois ou mais sócios para a sua devida constituição. Ou seja, não pode o advogado individualmente, em sua pessoa física, se valer do Simples Nacional. Constituída a sociedade de advogados, esta poderá se valer do Simples Nacional desde que fature até R$ ,00 (três milhões e seiscentos mil reais) ao ano. IV. Qual a alíquota aplicada ao serviço advocatício tributado pelo Simples Nacional? O anexo IV da Lei Complementar 123/2006 traz a tabela de aplicação das alíquotas do Simples Nacional, e varia pelo faturamento anual da sociedade de advogados: Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep ISS Até ,00 4,50% 0,00% 1,22% 1,28% 0,00% 2,00% De ,01 a ,00 6,54% 0,00% 1,84% 1,91% 0,00% 2,79% De ,01 a ,00 7,70% 0,16% 1,85% 1,95% 0,24% 3,50% De ,01 a ,00 8,49% 0,52% 1,87% 1,99% 0,27% 3,84% De ,01 a ,00 8,97% 0,89% 1,89% 2,03% 0,29% 3,87% De ,01 a ,00 9,78% 1,25% 1,91% 2,07% 0,32% 4,23% De ,01 a ,00 10,26% 1,62% 1,93% 2,11% 0,34% 4,26% De ,01 a ,00 10,76% 2,00% 1,95% 2,15% 0,35% 4,31% De ,01 a ,00 11,51% 2,37% 1,97% 2,19% 0,37% 4,61% De ,01 a ,00 12,00% 2,74% 2,00% 2,23% 0,38% 4,65% De ,01 a ,00 12,80% 3,12% 2,01% 2,27% 0,40% 5,00% De ,01 a ,00 13,25% 3,49% 2,03% 2,31% 0,42% 5,00% De ,01 a ,00 13,70% 3,86% 2,05% 2,35% 0,44% 5,00% De ,01 a ,00 14,15% 4,23% 2,07% 2,39% 0,46% 5,00% De ,01 a ,00 14,60% 4,60% 2,10% 2,43% 0,47% 5,00% De ,01 a ,00 15,05% 4,90% 2,19% 2,47% 0,49% 5,00% De ,01 a ,00 15,50% 5,21% 2,27% 2,51% 0,51% 5,00% De ,01 a ,00 15,95% 5,51% 2,36% 2,55% 0,53% 5,00% De ,01 a ,00 16,40% 5,81% 2,45% 2,59% 0,55% 5,00% De ,01 a ,00 16,85% 6,12% 2,53% 2,63% 0,57% 5,00%
5 A aplicação do Simples Nacional proporcionará, como exemplo, às sociedades de advogados que receberem até R$ 180 mil por ano, a apuração de uma tributação de aproximadamente 4,5%, muito inferior aos quase 15% apurados anteriormente. Vale ressaltar que, diferentemente da apuração pelo lucro presumido, a apuração pelo Simples Nacional já inclui a tributação do ISSQN, impondo o recolhimento do r. tributo sobre a receita bruta, na forma prevista no anexo IV da Lei Complementar nº 123/06. E se compararmos com a tributação da pessoa física, o benefício é ainda mais expressivo, haja vista que somente o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) pode chegar até a alíquota de 27,5%. IV. Como faço para optar pelo regime do Simples Nacional? Para aderir ao Simples Nacional deve ser feita solicitação pelo endereço eletrônico (website) da Receita Federal, especificamente no Portal do Simples Nacional: Ressalte-se que somente poderão aderir aos Simples, os advogados já constituídos em sociedade, ou seja, aqueles que ainda não tem sociedade podem fazer a opção desde já, respeitando a mesma data limite, mas caso o prazo de adesão seja perdido, a inclusão só poderá ser formalizada para o exercício fiscal de O registro da sociedade de advogados deve ser feita na Seccional da OAB, não sendo necessário a indicação e enquadramento de Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP), haja vista que o Ministro Guilherme Afif do Ministério da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República, afirmou, no plenário do CFOAB, que a Receita irá baixar instrução normativa determinando que basta a inscrição na OAB para registro no Simples Nacional. Por fim, insta observar, que a adesão ao Simples se dará a partir da competência janeiro de 2015, para as sociedades de advogados já constituídas (Art. 16, 2º, Lei Complementar 123/2006), e até 30 dias após o deferimento do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), para as sociedades que vierem a ser constituídas antes de janeiro de 2015.
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