O ILUMINISMO, A RAZÃO E O REVIVAL CLÁSSICO
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- Daniela Sales Paiva
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2 O ILUMINISMO, A RAZÃO E O REVIVAL CLÁSSICO Eugene Delacroix - A liberdade guiando o povo ( 1830 ) O séc. XVIII traz o rompimento com o estilo anterior, o Barroco, através das ideias iluministas e a arte neoclássica. É o período da razão absoluta, do cientificismo e principalmente do retorno literal aos princípios greco-romanos. É o momento da Revolução Francesa, ascensão e queda de Napoleão Bonaparte e, anteriormente, das descobertas arqueológicas de Pompéia e Herculano, que promoveram o revival clássico. Mas é também o momento da Revolução Industrial, da máquina a vapor, das novas tecnologias que irão se impor no séc. XIX; é também o momento da desigualdade social, da opressão pelo trabalho desumano - a arte renega seu tempo histórico e busca alívio na pureza da arte medieval, na emoção ou heroísmo exacerbados e também na violência: é o Romantismo.
3 TRANSFORMAÇÕES PROFUNDAS O intenso racionalismo proposto nas ideias iluministas, trazia em seu âmago a negação de um estado absolutista e da dominação religiosa. O rigor racional deveria coincidir com a liberdade individual e busca pela felicidade. As escavações arqueológicas de Herculano (1737) e de Pompéia (1748) foram valorizadas a partir de 1750 como fontes concretas de conhecimento sobre a vida e a arte na antiguidade momento particularmente apreciado como paradigma antropocêntrico. Este é o contexto de ideias no qual subsistem a Revolução Francesa, ascensão e queda de Napoleão Bonaparte e primórdios da revolução Industrial. É um momento tão fundamental para a humanidade, que historicamente dá início à chamada Idade Contemporânea.
4 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, ILUMINISMO E ROMANTISMO: RUPTURA E VALORIZAÇÃO DO PASSADO Coalbrookdale By Night Philip Jacques de Loutherbourg ( 1801 ) As Ruínas de Eldena, por Caspar David Friedrich ( ), Alemanha e o Castelo Alnwick de William Turner.
5 AS DESCOBERTAS DE POMPÉIA E HERCULANO ( 1738 )
6 A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A Revolução Industrial iniciada ainda no séc. XVIII, tem o seu arranque com a criação da máquina a vapor e a sua principal fonte de energia no carvão. A industrialização tem alguns desdobramentos. Do ponto de vista tecnológico, a utilização de máquinas possibilitou um salto na engenharia e desenvolvimento de materiais de arquitetura como pedras talhadas com mais precisão, tijolos e madeiras utilizados de forma mais racional, ferro gusa, possibilitando grandes estruturas, vidros em lâminas grandes e concreto mais resistente. Projetos mais complexos passaram a exigir desenhos tecnicamente mais precisos, medidas unificadas pelo sistema métrico decimal, formação profissional de engenheiros, meios de transporte mais avançados e meios de comunicação gráficos elaborados possibilitaram a difusão dos novos conhecimentos. Do ponto de vista social, o operariado vivia de forma opressiva, esmagado por cargas de trabalho absurdas e sob condições desumanas, o que era duramente criticado pelos românticos.
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8 Os primeiros monumentos estruturais da era industrial foram projetados por engenheiros, estruturas das mais belas e baratas que o mundo já havia visto. Enquanto isso, os arquitetos deixaram-se prender em uma discussão sobre estilos que chegou até a Primeira Guerra. Uma das primeiras, a Ponte Shropshire de 1779, estava distante do caminho estético percorrido pelos arquitetos. Mas algumas se mostraram verdadeiras obras primas da engenharia no período.
9 O REVIVAL CLÁSSICO NA ARQUITETURA - NEOPALLADIANISMO Na arquitetura, o retorno à utilização dos elementos clássicos se introduz pelo estilo palladiano os procedimentos e escritos de Andrea Palladio, arquiteto maneirista. A construção que inaugura esta fase é Chiswick House, na Inglaterra, projeto de William Kent a partir das idéias de Lord Burlington. É perceptível a influência da Villa Capra / Rotonda e é este estilo que chega à América do Norte, através de Thomas Jefferson, sob o nome de georgiano e tornou-se estilo oficial dos Estados Unidos, onde podemos reconhece-lo na arquitetura oficial. A arquitetura neoclássica encontra na França seu apogeu, com obras que aliam monumentalidade, a superfícies planas pouco decoradas, simetria e exatidão geométrica, gramática da antiguidade (sistema de arquitrave, coluna, e frontão; ordens; arcos e abóbadas) e emprego inicial de materiais e técnicas produzidos pela crescente industrialização. Podemos observar o Panthéon de Soufflot, antiga igreja de St. Geneviéve, que utiliza a planta de cruz grega, abóbada de cruzeiro e concreto armado nas colunas; e o Arco do Triunfo de Jean Chalgrin, o qual Napoleão Bonaparte mandou edificar para enaltecer suas glórias, como os imperadores romanos costumavam fazer, mas que só passou sob seu arco em seu cortejo fúnebre anos mais tarde.
10 CHISWICK HOUSE ( 1725 ) E A VILA CAPRA ( 1591 )
11 PALLADIO NO NEOCLASSICISMO DESDE A INGLATERRA ATÉ A RUSSIA DO SÉC. XVIII... Palladio foi um mestre na fusão de valores urbanos e rurais, da arquitetura da antiguidade e do seu tempo e o fato de que sua abordagem terminaria por influenciar regiões tão diversas em momento posterior, indicando o espírito universal de sua arquitetura. Palácio de Tauride ( 1789 ).
12 ... Aos Estados Unidos do séc. XIX ( neo-palladianismo ) T. Jefferson foi entusiástico na difusão da arquitetura clássica moderna nos Estados Unidos. Ele foi o projetista da Universidade de Virgínia em Charlottesville ( ) e queria que o projeto fosse copiado e tomado como modelo. Abaixo o Monticello e na próxima pagina a biblioteca foi projetada para lembrar o Panteão de Roma. Após um pátio interno do terreno estão casas originalmente construídas para os escravos dos estudantes. A inspiração clássica de Jefferson marcou a Arquitetura Oficial americana (estadunidense) por um bom tempo.
13 A BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE DE VIRGÍNIA
14 PANTHEÓN DE SOUFFLOT ( ) E O PANTEÃO ROMANO ( 27 AC )
15 O ARCO DO TRIUNFO ( ) E O ARCO DE SEPTIMIO SEVERO ( 195 DC )
16 AS DUAS FACES DO MEDIEVALISMO: O ROMANTISMO No mesmo contexto do Neoclassicismo, mas com um desenvolvimento mais tardio, existe o Romantismo. Sob vários aspectos, é o antagonista do Neoclassicismo: emocional, no lugar de racional; expressivo e não rigoroso; libertário e individualista, ao invés de seguir regras; cromático, opondo-se à linearidade de contornos; medievalista, em distinção ao clássico. Sob outros aspectos aproxima-se do Neoclassicismo chegando a confundir-se com este: tanto na evocação do heroísmo quanto na inspiração evocada pelo passado. O Romantismo em si abrange uma multiplicidade de vertentes: heroísmo, êxtase diante da natureza, violência e resgate do passado (revival) são algumas das faces desse termo tão genérico. Harlaxton Manor ( 1837 )
17 WILLIAM TURNER E O ROMANTISMO O DECLÍNIO DE CARTAGO E O CASTELO WARWORTH
18 E O NEOGÓTICO Os românticos buscam escapar deste contexto desejando uma arte que expressasse religiosidade e que restituisse um fundamento ético ao trabalho humano. A arquitetura gótica evoca a espiritualidade, apresenta um refinado artesanato e evoca, na maioria dos países europeus, uma valorização nacionalista. É o segundo tipo de revival medievalista do século XIX: a volta ao gótico. O Parlamento Inglês, construído para substituir o original gótico destruído em um incêndio, mostra que esse tipo de arquitetura recorre aos elementos mais significativos do estilo, mas o adapta inteiramente para a feitura industrial e seus novos materiais. O Parlamento inglês, neogótico, porém, a sua essência é a da Arquitetura Industrial / Eclético
19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TEXTO E IMAGENS GLANCEY, Jonathan, Arquitetura Guia Ilustrado Zahar. Rio de Janeiro: Zahar, 2012., A História da Arquitetura. São Paulo: Edições Loyola, KOCH, Wilfried. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. São Paulo, Martins Fontes, JANSON, H. W., História Geral da Arte O Mundo Moderno. São Paulo: Martins Fontes, PEVSNER, Nikolaus, Panorama da Arquitetura Ocidental. São Paulo: Martins Fontes, GOMBRICH, E. H., A História da Arte. Rio de Janeiro, LTC,
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