Capítulo 10. Modernidade x Pós - Modernidade. O mal estar científico e o mal estar social
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- João Lucas Klettenberg de Escobar
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1 Capítulo 10 Modernidade x Pós - Modernidade O mal estar científico e o mal estar social
2 Modernidad e As transformações sociais e políticas tornaram o século XIX um cenário de mudanças. Duas grandes revoluções alteraram completamente a configuração da sociedade europeia: Revolução Francesa e Revolução Industrial. A sociologia moderna se constitui como ramo do conhecimento no final desse período. A modernidade é vista como categoria de época e perspectiva de discurso. Enquanto período histórico podemos situá-la no contexto iluminista até a consolidação da sociologia. O discurso era profundamente marcado pelo cientificismo, a emancipação humana seria fruto de um projeto que permitisse a superação dos limites impostos pela natureza. Objetivo similar ao fixado pelas ciências naturais e exatas. A negação do senso comum e das explicações míticas-religiosas estruturavam o pensamento. Naquele mundo de transformação a ciência teria a responsabilidade de conduzir e organizar o processo.
3 Modernidade A teoria sociológica desse período é associada a todos os autores clássicos. As características do discurso são: interpretações universalistas (válida para todos); teorias totalizantes (abrangentes); homogeneizantes (percebe os indivíduos como um todo influenciado por estruturas FATO SOCIAL). *Weber foi o clássico que antecipou o novo discurso, o conceito de ação social leva em consideração a especificidade dos indivíduos.
4 Discurso criado logo após a consolidação das Ciências Sociais. As transformações agora eram de outra ordem, a financeirização do capital revela o caráter fluído do capitalismo e mutante das novas relações. Um grupo de teóricos (Z. Bauman e Habermascomo referência de nossas aulas) apresenta uma perspectiva mais relativista, privilegiando a análise das diferenças, especificidades e fragmentação do mundo. Na realidade é contemporânea, o contexto é globalizado e as relações seriam líquidas. Essa série de fatores impossibilitaria o discurso científico como total, homogeneizante, demandando uma sociologia das subjetividades. Pós-modernidade
5 A proposta de situar o momento contemporâneo como pós-moderno não é consenso. De qualquer forma podemos apontar para uma série de novos temas problematizados a partir dessa postura de superação da modernidade. Pós-modernidade Há na sociologia pós-moderna uma busca pelo reconhecimento das chamadas minorias. Na análise clássica, voltadas para a questão de classe como a única existente. A busca pela subjetividade enfatiza uma ciência cada vez mais voltada para a visibilização de questões como gênero, raça e conflitos étnicos.
6 Uma das primeiras escolas de pensamento do século XX. A proposta é oriunda do centro de estudos marxistas ligados a Universidade de Frankfurt. A avaliação daquele início de século XX era desanimadora. Os teóricos clássicos passam por um processo revisionista, o próprio Marx, figura que inspira o instituto de pesquisa, é visto como autor marcado pelas limitações típicas do pensamento científico moderno. Escola de Frankfurt As instituições sociais tradicionais como a família, que protegiam os indivíduos e conferiam sentido à sua existência, se desintegraram sob a pressão do mundo do trabalho e da competição da vida moderna. Para a escola, nenhuma criação cultural estava livre da mercantilização do mundo, a própria produção de cultura e hábitos estava resumida a um ato de consumo.
7 Tudo que é sólido se desmancha no ar. A frase de Karl Marx se revela pertinente na análise frankfurtiana, a avassaladora expansão capitalista irá engolir todas as formas antigas de organização socioeconômica e culturais. Escola de Frankfurt Theodor Adorno (1968), Max Horkheimer (1960) e Herbert Marcuse (1969) são alguns dos nomes que irão protagonizar uma nova visão sobre a produção cultural da sociedade industrial. A lógica da produção em série ocupa todos os espaços da vida moderna. O lazer, as expectativas e sonhos estão subordinados as regras e dinâmicas do mercado. O ócio e o lúdico são mal vistos, os espaços de consumo se apresentam como grandes territórios de realização.
8 Qual é a influência de meios de comunicação de massa, como a TV, sobre uma sociedade? Como as pessoas são mobilizadas a acompanharem um noticiário como se estivessem assistindo a uma telenovela, como ocorreu no caso da morte da menina Isabella? Os primeiros pensadores que detectarem a dissolução das fronteiras entre informação, consumo, entretenimento e política, ocasionada pela mídia, bem como seus efeitos nocivos na formação crítica de uma sociedade, foram os pensadores da Escola de Frankfurt. O desenvolvimento técnico-industrial conduziu à padronização do gosto em beneficio do mercado. Esse fenômeno reduziu a criticidade da população, assim como vislumbrou a minimização da tensão social existente no nosso cenário. Os estudos dos filósofos de Frankfurt ficaram conhecidos como Teoria Crítica, que se contrapõe à Teoria Tradicional. A Teoria Crítica buscou unir teoria e prática, ou seja, incorporar ao pensamento tradicional dos autores uma tensão com o presente e uma revisão do que foi produzido pelos autores clássicos. Disponível em educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/escola-de-frankfu rt-critica-a-sociedade-de-comunicacao-de-massa.htm (com alterações)
9 Habermas o diálogo para a busca pelo consenso interação como forma de alcançar uma sociedade mais democrática Jürgen Habermas (1929) é um filósofo e sociólogo alemão contemporâneo, que tem seu nome associado à Teoria Crítica. Com o processo de modernização passou a prevalecer nas sociedades industriais uma forma de racionalidade que não se revelou eficaz. O autor busca superar as oposições que transpassam a cultura contemporânea: modernidade versus pós-modernidade, racionalismo versus relativismo, universalismo versus contextualismo, subjetivismo versus objetivismo, humanismo versus morte do homem. Habermas busca ampliar o conceito de razão, para o de uma razão que contém em si as possibilidades de reconciliação consigo mesma: a razão comunicativa. Com sua teoria, Habermas pretende mostrar que as idéias de verdade, liberdade e justiça inscrevem-se de forma quase transcendental nas estruturas da fala cotidiana. A ação comunicativa supõe o entendimento entre os indivíduos que procuram, pelo uso de argumentos racionai. Instaura-se aí o mundo da sociabilidade, da espontaneidade, da solidariedade, da cooperação. Adaptado: Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99
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