AVALIAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O QUE PRECONIZAM OS PCNs?
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- Alice Lisboa Quintão
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1 Estudo Dirigido Curso: PEDAGOGIA Disciplina: CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL 44 h Módulo: 5 Aula 10: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM CIÊNCIAS ANEXO I AVALIAÇÃO EM CIÊNCIAS NATURAIS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: O QUE PRECONIZAM OS PCNs? Coerentemente à concepção de conteúdos e aos objetivos propostos, a avaliação deve considerar o desenvolvimento das capacidades dos alunos com relação à aprendizagem de conceitos, de procedimentos e de atitudes. Tradicionalmente, a avaliação restringe-se à verificação da aquisição de conceitos pelos alunos, mediante questionários nos quais grande parte das questões exige definições de significados. Pergunta-se: O que é...?. Perguntas desse tipo são bastante inadequadas a alunos dos três primeiros ciclos do ensino fundamental, pois não lhes é possível elaborar respostas com o grau de generalização requerido. A essas perguntas acabam respondendo com exemplos: Por exemplo,.... Diante dessa situação, as ocorrências mais freqüentes são: o professor aceita os exemplos como definição, transmitindo para o aluno a noção de que exemplificar é definir, ou considera errada a resposta, entendendo que o aluno não conseguiu aprender. Nos dois casos a intervenção do professor comprometeu a aprendizagem, pois em nenhum deles considerou que a inadequação era da pergunta e não da resposta. Outro tipo bastante freqüente de perguntas são aquelas que solicitam respostas extraídas diretamente dos livros-texto ou das lições ditadas pelo professor. O fato de os alunos responderem de acordo com o texto não significa que tenham compreendido o conceito em questão.
2 A avaliação da aquisição dos conteúdos pode ser efetivamente realizada ao se solicitar ao aluno que interprete situações determinadas, cujo entendimento demanda os conceitos que estão sendo aprendidos, ou seja, que interprete uma história, uma figura, um texto ou trecho de texto, um problema ou um experimento. São situações semelhantes, mas não iguais, àquelas vivenciadas anteriormente no decorrer dos estudos. São situações que também induzem a realizar comparações, estabelecer relações, proceder a determinadas formas de registro, entre outros procedimentos que desenvolveu no curso de sua aprendizagem. Desta forma, tanto a evolução conceitual quanto a aprendizagem de procedimentos e atitudes estão sendo avaliadas. É necessário que a proposta de interpretação ocorra em suficiente número de vezes para que o professor possa detectar se os alunos já elaboraram os conceitos e procedimentos em estudo, se estão em processo de aquisição, ou se ainda expressam apenas conhecimentos prévios. Note-se que este tipo de avaliação não constitui uma atividade desvinculada do processo de ensino e aprendizagem, sendo, antes, mais um momento desse mesmo processo. Se se considerar oportuno superar o ensino ponto-questionário, não apenas os métodos de ensino precisam ser revistos, mas, de modo coerente, os meios e a concepção de avaliação. O erro faz parte do processo de aprendizagem e pode estar expresso em registros, respostas, argumentações e formulações incompletas do aluno. O erro precisa ser tratado não como incapacidade de aprender, mas como elemento que sinaliza ao professor a compreensão efetiva do aluno, servindo, então, para reorientar a prática pedagógica e fazer com que avance na construção de seu conhecimento. O erro é um elemento que permite ao aluno entrar em contato com seu próprio processo de aprendizagem, perceber que há diferenças entre o senso comum e os conceitos científicos e é necessário saber aplicar diferentes domínios de idéias em diferentes situações. Os PCNs estabelecem alguns critérios para a avaliação das capacidades desenvolvidas pelos alunos nos dois primeiros ciclos. Observe a seguir o que os alunos devem compreender ao final de cada ciclo.
3 No primeiro ciclo Identificar semelhanças e diferenças entre ambientes e observar que todo ambiente é composto de seres vivos, água, ar e solo. Saber que as características de animais e vegetais estão ligadas a seu meio. Buscar informações em grupo. Identificar etapas e registrar seqüências de eventos observados em experimentos. Perceber as transformações do ser humano ao longo da vida e reconhecer que os hábitos (exercícios, etc.) influenciam nosso corpo. Identificar o material de que os objetos são feitos e conhecer algumas etapas necessárias a sua fabricação. No segundo ciclo Saber comparar vários tipos de solo e reconhecer que todos contêm areia, argila, água, ar, seres vivos, decompositores e restos de animais e plantas, mas em quantidades diferentes. Notar a amplitude da presença da água na natureza e conhecer suas mudanças de estado. Reconhecer que o solo, a água e os seres vivos têm relação direta com escoamento e erosão e saber que a permeabilidade do solo depende de sua composição. Saber estabelecer uma cadeia alimentar entre os seres vivos de um mesmo ambiente. Conscientizar-se das intervenções do homem no ambiente, aplicando seus conhecimentos a respeito de água, solo e seres vivos. Identificar os órgãos do corpo humano e suas funções. Deve, ainda, estabelecer as relações entre os sistemas circulatório, respiratório e digestivo.
4 Perceber que as condições de higiene pessoal e ambiental têm relação com a saúde, reconhecendo que ela depende da alimentação e da higiene pessoal e ambiental. Conhecer as condições de saneamento básico (água e lixo) de sua região. Reconhecer o papel de microrganismos e fungos, sabendo que eles contribuem para a fertilidade do solo e também podem ser transmissores de doenças. Reconhecer as diferentes fontes de energia que alimentam as máquinas e saber quais as funções desses aparelhos. Redigir textos, fazer tabelas, desenhos e maquetes, para registrar as informações sobre o tema estudado. Avalia-se assim a capacidade de representação daquilo que está sendo estudado. Ao registrar experiências, apresentar as relações entre as etapa.o estudante deve identificar e registrar seqüências de eventos (etapas e transformações) que acontecem no experimento que está realizando e entender o que causa cada evento. Coletar informações em grupo e registrá-las durante observações e experimentações coletivas, seguindo um roteiro determinado pelo professor. O aluno deve sempre cooperar com os colegas. REFERÊNCIAS AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, AUSUBEL, D. P. (et al.). Psicologia educacional. 2. ed. Rio de Janeiro : Interamericana, CARVALHO, Anna Maria Pessoa Carvalho et al. Ciências no ensino fundamental: o conhecimento físico. São Paulo: Scipione, DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J.A. Metodologia do ensino de Ciências. 2 ed. São Paulo. Cortez FERNADES, Maria Estrela Araújo. Avaliação institucional da escola: base teórica e construção do projeto. 2ª. ed. rev. e atual. Fortaleza: edições Demócrito Rocha, 2002.
5 GIOPPO, Christiane; BARRA, Vilma Maria M. A avaliação em ciências naturais nas séries iniciais. Curitiba: Ed. UFPR, HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação: mito e desafio; uma perspectiva construtivista. 35ª. ed. revista. Porto Alegre: Mediação, HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da préescola à Universidade. 8. ed., Porto Alegre : Mediação, LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, LUCKESI, Cipriano. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem na escola?. Patio: Revista Pedagógica. Porto Alegre, Ano 4, n 12, fev./2000. Disponível em: PIAGET, Jean. Psicologia da inteligência. 2. ed. Rio de Janeiro : Zahar, 1983.
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