CONSTRUÇÃO CIVIL II ENG 2333 (2016/1)
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- Cacilda Freire Gil
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1 ENG 2333 (2016/1) Aula 01 - Norma de Desempenho
2 DESAFIOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Patologias diversas e cada vez mais precoces; Manutenção complicada; Acidentes e desconfortos; Má durabilidade; Falta de parâmetros para construtores e clientes (Quem tem razão?); Etc.
3 PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO
4 PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO Acessibilidade? Estanqueidade? Durabilidade?
5 PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO Manutenibilidade? Conforto antropodinâmico?
6 PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO Laudo aponta que erro estrutural causou desabamento de prédio no Belém do Pará.
7 PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO Viaduto em construção desaba em Belo Horizonte MG causado duas mortes.
8 PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO Viaduto em construção desaba em Belo Horizonte MG causado duas mortes. Foram indiciados por homicídio com dolo eventual, tentativa de homicídio com dolo eventual e crime de desabamento 19 pessoas, entre funcionários e engenheiros das construtoras Consol e Cowan, além de engenheiros, arquitetos e diretores da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), órgão da Prefeitura de BH. A perícia constatou como causa da queda um erro de cálculo no bloco de fundação do pilar central do viaduto: Houve uma sucessão de erros numéricos no projeto. Foi utilizado menos aço do que o necessário e essa quantidade inferior de aço fez com que o pilar não suportasse o peso do viaduto. Um erro que seria facilmente perceptível numa análise de cálculo, afirmou. Não houve erro de execução do projeto, o projeto foi executado como deveria ser executado, mas como o projeto estava errado, lamentou.
9 PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO Viaduto em construção desaba em Belo Horizonte MG causado duas mortes. Antes do acidente, a arquiteta e diretora de projetos trocou s com diretores e coordenadores técnicos nos quais tratou a situação como caos, devido aos erros graves nos projetos. Ela propôs a revisão da cartilha de supervisão de obras e alertou problemas que iam desde pequenos erros, falta de compatibilização e até mesmo inexistência de alguns projetos, chegando a propor a criação de uma comissão de engenheiros para fazer revisar o projeto. Desde 2012, as construtoras e a Sudecap vinham sendo alertadas dos erros graves no projeto. Nenhuma medida foi tomada, e todas as providências alertadas pela diretora de projetos foram abortadas. Todos tinham conhecimento de que havia erros graves nos projetos e se omitiram, não se importaram, razão pela qual assumiram os riscos de produzir o resultado.
10 NORMA DE DESEMPENHO ABNT NBR : : Primeiros estudos iniciativa da CEF e da Finep. Intensas discussões na sociedade brasileira com a participação de vários segmentos da indústria da construção civil. 2007: Disponibilização da primeira edição da norma para consulta pública, com vistas à sua publicação em 2008 e posterior aplicação. Julgamentos, correções, aperfeiçoamentos.. Publicação adiada várias vezes. 2013: Publicação da norma, o que representa uma grande conquista e um marco para a sociedade e o mercado habitacional brasileiro.
11 NORMA DE DESEMPENHO ABNT NBR :2013 Base: Publicações reconhecidas internacionalmente na área e que auxiliam a estabelecer critérios embasados para a produção e avaliação da qualidade da construção civil. Extensa relação de normas já existentes, das mais diversas disciplinas e relacionadas ao tema (estabelecendo ampla e solidária junção de incumbências entre os intervenientes do processo). Torna-se necessária a quebra de vários paradigmas na cultura brasileira da construção, passando por uma nova maneira de especificar e elaborar projetos, que inclui o conhecimento do comportamento em uso dos inúmeros materiais, componentes, elementos e sistemas construtivos que compõem a edificação.
12 NORMA DE DESEMPENHO Conceitos fundamentais da ABNT NBR :2013
13 CONCEITOS FUNDAMENTAIS Desempenho Comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas. Varia em função das condições de exposição: - Local; - Ocupação (cuidados no uso e na manutenção); - Etc.
14 CONCEITOS FUNDAMENTAIS Componente Unidade integrante de determinado sistema da edificação, com forma definida e destinada a atender funções específicas. Sistema Elemento Maior parte funcional do edifício. Conjunto de elementos e componentes destinados a atender uma macrofunção. Parte de um sistema com funções específicas. Geralmente é composto por um conjunto de componentes
15 VUP VIDA ÚTIL DE PROJETO Período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado, afim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos na norma considerando a periodicidade e os corretos procedimentos especificados no manual de uso, operação e manutenção. VUP VU Durabilidade Garantia
16 VUP VIDA ÚTIL DE PROJETO Período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado, afim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos na norma considerando a periodicidade e os corretos procedimentos especificados no manual de uso, operação e manutenção. A VUP é uma estimativa teórica de tempo que compõe a vida útil. Poderá ou não ser atingida em função da eficiência e constância dos processos de manutenção, cuidados na utilização do imóvel, alterações no clima ou no entorno da obra, etc.
17 VUP VIDA ÚTIL DE PROJETO A VUP deve ser especificada em projeto. Se não houver especificação, considera-se a VUP mínima estabelecida pela norma.
18 VUP VIDA ÚTIL DE PROJETO A VUP deve ser especificada em projeto. Se não houver especificação, considera-se a VUP mínima estabelecida pela norma. O Anexo D da NBR apresenta prazos referenciais para diversos componentes, elementos e sistemas.
19 MANUAL DE USO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO Documento que reúne as informações necessárias para orientar as atividades de conservação, uso e manutenção da edificação dos equipamentos. Manual do Proprietário Unidades autônomas Manual do Síndico Áreas de uso comum
20 MANUAL DE USO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO
21 MANUAL DE USO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO Exemplo do que encontramos no mercado:
22 A ESTRUTURA DA NORMA O foco da norma está no comportamento em uso dos elementos e sistemas do edifício no atendimento dos requisitos dos usuários, e não na prescrição de como os sistemas são construídos. Sob essa ótica, a Norma foi organizada a partir dos elementos do edifício, levando em consideração as condições de implantação e as exigências dos usuários: Definição de requisitos (características qualitativas) aos quais se pretende atender; Estabelecimento de critérios (grandezas quantitativas) para esse atendimento e sua forma de avaliação.
23 A ESTRUTURA DA NORMA
24 A ESTRUTURA DA NORMA
25 SISTEMAS SEGURANÇA - Segurança estrutural - Segurança contra fogo - Segurança no uso e operação HABITABILIDADE - Desempenho acústico - Desempenho lumínico - Saúde, higiene e qualidade do ar - Funcionalidade e acessibilidade - Conforto tátil e antropodinâmico REQUISITOS SUSTENTABILIDADE - Durabilidade - Manutenibilidade - Impacto ambiental Requisitos Específicos (o que) Critérios (quanto) Nível mínimo Nível intermediário Nível superior Método de Avaliação (como)
26 A ESTRUTURA DA NORMA A NBR consolida as leis da construção civil (semelhante à CLT)
27 EXEMPLO
28 EXEMPLO Sistema: PISO Requisitos: Funcionalidade e acessibilidade. Parte 1 (geral) 16.3 Requisito - Adequação para pessoas com deficiências físicas ou pessoas com mobilidade reduzida... As áreas comuns devem prever acesso a pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida e idosos. Parte 1 (geral) Critério - Adaptações de áreas comuns e privativas... As áreas de uso comum sempre devem atender ao estabelecido na ABNT NBR Parte 1 (geral) Método de avaliação Análise de projeto.
29 EXEMPLO Sistema: PISO Requisitos: Funcionalidade e acessibilidade. Parte 3 (pisos) 16.1 Requisito Sistema de pisos para pessoas portadoras de deficiência física ou pessoas com mobilidade reduzida (PMR) Propiciar mobilidade e segurança em função das áreas de uso. Parte 3 (pisos) Critério Sistema de piso para áreas comum O sistema de piso deve atender à ABNT NBR Parte 3 (pisos) Método de avaliação Análise do projeto e atendimento à ABNT NBR 9050.
30 EXEMPLO ABNT NBR Acessos e circulação 6.1. Circulação Condições gerais Pisos... Admite-se inclinação transversal da superfície até 3% para pisos externos Desníveis... Desníveis de qualquer natureza devem ser evitados em rotas acessíveis. Eventuais desníveis até 5mm não demandam tratamento especial. Desníveis superiores a 5mm e até 15mm devem ser tratados em forma de rampa com inclinação máxima de 50%. Desníveis superiores a 15mm devem ser considerados degraus...
31 RESPONSABILIDADES 1. Incorporadores 2. Projetistas Não atendeu! E agora? Análise de projeto e atendimento à norma 3. Construtores 4. Fornecedores 5. Usuários Projeto OK? SIM Responsabilidade do construtor provar que construiu em conformidade com o projetado NÃO Responsabilidade do projetista
32 RESPONSABILIDADES Projetistas: Estabelecer a VUP de projeto de cada sistema que compõe a edificação; Especificar materiais, produtos e processos que atendam ao desempenho mínimo estabelecido por norma, assim como as formas de manutenção; Considerar condições de exposição e uso previstas para cada empreendimento; Indicar simulações e/ou ensaios a serem efetuados na fase de projeto;
33 RESPONSABILIDADES Construtores: Executar a obra de acordo com o especificado pelo projetista; Elaborar os manuais de uso, operação e manutenção, ou documento similar, conforme item 3.26 da NBR Manual do proprietário Entrega da unidade Manual de área comum Entrega do condomínio
34 RESPONSABILIDADES Incorporadora: Identificar os riscos previsíveis na época do projeto, providenciar os estudos técnicos requeridos e prover aos diferentes projetistas as informações necessárias. Como riscos previsíveis, exemplifica-se: Presença de aterro sanitário na área de implantação da obra, contaminação do lençol freático, presença de agentes agressivos no solo e outros passivos ambientais, impactos de vizinhança, etc.
35 RESPONSABILIDADES Fornecedores: Fornecer produtos com qualidade comprovada por meio de ensaios e/ou testes que se fizerem necessários; Prover a garantia do produto em caso de defeito de fabricação; Detalhar as formas de bom uso, conservação e manutenção dos produtos.
36 RESPONSABILIDADES Usuários: Atender às prescrições dos manuais de uso, operação e manutenção, ou documento similar, conforme item 3.26 da NBR 14037;
37 A NORMA DE DESEMPENHO A norma de desempenho em números: Requisitos: 118 Critérios: Normas referenciadas: 243 Páginas para leitura: 378
38 A NORMA DE DESEMPENHO A norma de desempenho em números: Referências externas 16% 10% 74% Outras normas Nenhuma norma Outro documento Dos 170 critérios da norma: referenciam outra(s) norma(s) - 28 não referenciam outra norma - 17 referenciam outro documento (legislações específicas, anexos, tabelas etc.)
39 A NORMA DE DESEMPENHO A norma de desempenho em números: Métodos de avaliação 37% 14% 49% cálculos e análise de projeto ou outro documento ensaios outros
40 A NORMA DE DESEMPENHO O que muda com a norma? A Norma de Desempenho traz para o desenvolvimento dos empreendimentos residenciais preocupações com a expectativa de vida útil, o desempenho, a eficiência, a sustentabilidade e a manutenção dessas edificações. Em resumo, a norma insere o fator qualidade ao produto da construção civil, o edifício entregue aos usuários.
41 FALHAS (PROJETO / EXECUÇÃO)
42 FALHAS (PROJETO / EXECUÇÃO)
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48 FALHAS (PROJETO / EXECUÇÃO) Inimigo do desempenho: Falta de bom senso!
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