ENUNCIADOS GEMEP - CBAr SOBRE MEDIAÇÃO

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1 ENUNCIADOS GEMEP - CBAr SOBRE MEDIAÇÃO O presente trabalho objetiva a criação de norteadores de interpretação sobre pontos relevantes da normatização da mediação no Brasil. Foram criados subgrupos para a realização dos estudos. As apresentações foram seguidas de debates e a redação final foi fruto da construção de consenso entre o Grupo. Os Enunciados GEMEP - CBAr serão constantemente atualizados e representam exclusivamente a opinião deste Grupo de Estudos. (Enunciados aprovados nas reuniões de fevereiro, março e abril de 2016) Enunciado 1 do GEMEP: Os termos audiência, reunião e sessão de mediação e/ou conciliação mencionados na LM e no CPC deverão ser entendidos como sinônimos. Enunciado 2 do GEMEP (art. 17, LM): O disposto no parágrafo único do art. 17 da LM aplica-se aos casos de mediação extrajudicial e de mediação judicial pré-processual, uma vez que a interrupção do prazo prescricional nos casos judicializados ocorrerá com o despacho que ordena a citação. Enunciado 3 do GEMEP (arts. 139, V, e 334, par. 1º, CPC): O julgador, em qualquer grau de jurisdição, deve estimular a adoção da autocomposição, sendo a ele vedada a condução da sessão consensual, por força dos princípios da imparcialidade e da confidencialidade. Enunciado 4 do GEMEP (art º e 2º, CPC; art. 30 4º, LM; art. 198, 1º, I e II, CTN): Exceção da confidencialidade: O dever de prestar informações à administração tributária após o termo final da mediação, previsto no artigo 30, 4º da LM deve ser interpretado de modo restritivo, exclusivamente nas hipóteses de quebra de sigilo previstas nos incisos I e II, do º 1 do artigo 198 do Código Tributário Nacional, ou seja, mediante requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça ou por solicitação de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, comprovada a 1

2 regular instauração de processo administrativo e demais requisitos que fundamentem o pedido de quebra de sigilo. Enunciado 5 do GEMEP (arts. 167, 5º, e 172, CPC; art. 6º, LM): O 5º do art. 167 deve ser interpretado no sentido de que o impedimento deve se dar quando a indicação do mediador for feita pelo Juiz da Vara onde atua o mediador e se restringe à Vara que o indicou; se feita através da distribuição pelo CEJUSC, esse impedimento não subsiste. Em qualquer dessas hipóteses, permanece o impedimento previsto no art. 172, CPC e 6º, da LM. Enunciado 6 do GEMEP (art. 168, CPC; arts. 4º e 25, LM): Cabe às partes a escolha do mediador, conciliador ou câmara privada, nos termos do artigo 168 do CPC e dos artigos 4º e 25 da LM. Somente na ausência de consenso das partes, haverá distribuição entre aqueles registrados no cadastro do Tribunal. Enunciado 7 do GEMEP (art. 173, II, CPC; art. 5, LM): A previsão constante do art. 173, II do CPC se alinha com o dever de revelação sobre eventuais fatos ou circunstâncias que possam suscitar dúvida justificada em relação à imparcialidade do mediador ou conciliador para atuar no procedimento, não só aqueles expressos no CPC, mas também levando-se em conta o disposto no art. 5º da LM. Enunciado 8 do GEMEP (arts. 319, VII, 321, e 334, 4º, I, CPC; art. 27, LM). Se a petição inicial não indicar a opção do autor pela realização ou não da audiência de conciliação ou de mediação, o juiz determinará a complementação da inicial ou presumirá sua concordância com a audiência, e consequências daí advindas. Enunciado 9 do GEMEP (art º, I e II, CPC; art. 27, LM): É obrigatória a participação da parte na sessão (audiência) de mediação, exceto se as partes manifestarem expressamente desinteresse na composição consensual ou quando não se admita a autocomposição. A participação nesta sessão, contudo, não pressupõe a obrigatoriedade de permanência no procedimento de mediação ou realização de acordo. 2

3 Enunciado 10 do GEMEP (art. 334, 4º, I, combinado com art. 190, NCPC,). É admissível como negócio jurídico processual a cláusula contratual que dispensa da obrigatoriedade da audiência de conciliação ou mediação judicial (art. 190). Para apreciação na reunião de maio Enunciado 13 do GEMEP (art. 334, 4º, I, combinado com art. 190, NCPC,). É admissível como negócio jurídico processual a cláusula contratual que dispensa da obrigatoriedade da audiência de conciliação ou mediação judicial (art. 190). (aprovado) Paramos aqui Enunciado 15 do GEMEP (art. 334, 2º, NCPC, combinado com art. 28, LM): Pela natureza processual, deve prevalecer a contagem de prazo estipulada em meses pelo NCPC, mantendo-se a possibilidade de prorrogação, por acordo das partes. [M: ok] Enunciado 16 do GEMEP (art. 334, 10, NCPC): Diante do princípio do protagonismo, preferencialmente, as partes devem estar presentes na audiência de conciliação ou de mediação. A constituição de representante deve ser excepcional e justificável. É recomendável que o representante não seja o advogado da causa para não sobrepor e confundir funções. [M: eu excluiria última parte. Se for bem treinado, não vejo problema. Meu receio é definirmos pela patologia] Enunciado 17 do GEMEP (art. 335, combinado com arts. 5º e 139, II, NCPC): A manifestação do réu quanto ao interesse da realização da audiência de conciliação ou de mediação deve pautar-se na boa-fé processual (art. 5º), não devendo ser utilizada como mecanismo protelatório. Pode o juiz, para garantir a duração razoável do processo (art. 139, II), no próprio ato citatório, requerer que o réu se manifeste sobre a questão. Enunciado 18 do GEMEP (artigo 565, CPC): Em caso de litígio coletivo de posse com mais de ano e dia de esbulho ou turbação, será designada audiência de mediação, com a intimação do Ministério Público, Defensoria e dos órgãos responsáveis pela política pública agrária e urbana da União, Estado, Distrito e Município sobre o 3

4 interesse no processo ou a possibilidade de solução para o conflito possessório, antes do juiz apreciar a concessão do pedido liminar. Enunciado 19 do GEMEP (art. 693, CPC): O rol de processos tratados no caput do artigo 693 do novo Código de Processo Civil é simplesmente exemplificativo, não é taxativo. Enunciado 20 do GEMEP (art. 694, CPC): O artigo 694 do novo Código de Processo Civil demonstra a preocupação do legislador em prestigiar e introduzir os procedimentos consensuais de solução de controvérsias no âmbito das ações de família, ressalvadas as questões urgentes, matéria de tutela provisória, reguladas pelo artigo 695 do NCPC. Não será cabível a aplicação da previsão do 4º do artigo 334, inciso i do novo código de processo civil para excluir a audiência de mediação e de conciliação. Enunciado 21 do GEMEP (art. 694, CPC): A exclusão do mediador originário da área jurídica é inconstitucional, portanto, a disposição do artigo 694 do novo Código de Processo Civil deverá ser interpretada sem a restrição de profissionais também da área jurídica para atuarem como mediadores e conciliadores, observadas, claro, as regras da ética que alcançam o mediador de qualquer e de toda a área do conhecimento. Enunciado 22 do GEMEP (art. 694, parágrafo único, CPC): A Previsão de suspensão do processo para que as partes se submetam à mediação extrajudicial, do parágrafo único do artigo 694 do novo Código de Processo Civil não contém prazo. esse prazo deve ser determinado pelo juiz, atendendo o disposto no 2º do artigo 334 do NCPC. Enunciado 23 do GEMEP (art.?, CPC): Considerando que a suspensão do processo judicial para que aconteça a mediação e o atendimento multidisciplinar depende do requerimento das partes, é importante sensibilizar os advogados para que este requerimento seja promovido de forma eficiente. 4

5 Enunciado 24 do GEMEP (art. 695, parágrafo único, CPC): As partes têm o direito de receber informações quantitativas e qualitativas para avaliar e decidir sobre os acordos que poderão ser realizados, portanto, a regra do parágrafo único do artigo 695 do Código de Processo Civil não pode prevalecer. Enunciado 25 do GEMEP (art. 695, CPC): No caso de concessão da tutela provisória prevista no artigo 695 do novo Código de Processo Civil, o mandado de citação do réu deverá vir acompanhado da cópia da petição inicial, tendo em vista o disposto no artigo 304 do mesmo novo Código de Processo Civil e a necessidade do réu interpor recurso da decisão que concedeu a tutela provisória. Enunciado 26 do GEMEP (art. 932, NCPC): Devido a possibilidade de autocomposição das partes a qualquer tempo, o CPC traz menção expressa de que o relator quando de autos em 2 instância tem a função homologatória determinando a celeridade do reconhecimento deste feito. Enunciados Polêmicos: (RETORNAR PARA DISCUSSÃO) Enunciado X do GEMEP (art. 27 da LM): O artigo 27 da Lei de 26/06/2015 deve ser interpretado em consonância com o disposto no artigo 334, caput e 4º, I e II do NCPC, salvo nas hipóteses previstas no artigo 694 do NCPC. (RETORNAR PARA DISCUSSÃO) (a ideia é pensar se o 694 entra na regra geral do 334. Como o 694 e o 695 tem um sistema diferente da regra geral para o início do processo, ou seja, um regime especial, e não esta prevista a possibilidade do 334 de uma das partes declinar da audiência, é possível concluir pela obrigatoriedade da mediação quando o tema for direito de família). Enunciado X do GEMEP (art. 359, CPC): O juiz deve incentivar a conciliação, que será realizada pelos auxiliares da justiça aptos a essa finalidade (Nota: Enunciado já debatido pelo grupo de mediação do Ceapro, mas não votado em Assembleia) RETORNAR PARA DISCUSSÃO 5

6 ENUNCIADO X do GEMEP (art. 167, 5º, CPC): O 5.º do art. 167 deve ser interpretado no sentido de que o impedimento deve se dar quando a indicação do mediador for feita pelo Juiz da Vara onde atua o mediador e se restringe à Vara que o indicou; se feita através da distribuição pelo CEJUSC, esse impedimento não subsiste. (sugestão da Camila, questão temporal, discutir) Enunciado X do GEMEP (art. 154, VI, NCPC). Para ser vinculante, o oficial de justiça deve se cercar de cuidados para constatar que a proposta certificada representa a vontade firme e informada da parte que a emanou. [M: No caso de PJ, isso incluiria checagem de poderes de representação?] Caio: proposta de autocomposição referida no inc. VI deve ser interpretada como mera intenção da parte em se submeter a autocomposição. Enunciado X do GEMEP (art. 303, parágrafo 1º, II e III, combinado com os art. 334 e 335, NCPC). Nas situações de necessidade de provimentos de urgência, sejam eles provenientes de pedido de tutela cautelar ou antecipada, as partes serão conduzidas a audiência de conciliação ou de mediação, salvo quando ocorrerem as hipóteses do artigo 334, 4º, do NCPC (recusa de ambas as partes ou inadmissibilidade de autocomposição). [M: O 303, 1 fala dos casos em for que concedida a tutela. Se não for concedida a tutela e a inicial não for emendada, na forma do 6, não haveria intimação do réu para audiência, pois o processo já seria extinto] Enunciado 14 do GEMEP (art. 334, 9º, NCPC, combinado com os arts. 10 e 26, LM, e art. 9º, Lei nº 9.099/95, e art. 10, Lei nº /2001): Embora apenas na conciliação ou mediação judicial seja obrigatório que as partes estejam acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos, ressalvadas as hipóteses previstas nos Juizados Especiais Estaduais e Federais, é recomendável que na mediação extrajudicial as partes também estejam assistidas. (polêmico) 6