1- CENÁRIOS DO MERCADO E PREÇOS PARA SOJA, MILHO E TRIGO SAFRA 2014/15.
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- Antônio Fialho Almeida
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1 1- CENÁRIOS DO MERCADO E PREÇOS PARA SOJA, MILHO E TRIGO SAFRA 2014/ SOJA No caso da soja a produção mundial nas últimas 2 safras aumentou em 17% e a produção prevista para 2014/15 pelo Departamento de Agricultura Norte Americano - Usda é de safra de 311,2 milhões de toneladas, enquanto o consumo aumentou no período somente 10%. Esta situação fez com que a relação estoque/consumo mundial neste período fosse de 22% para 32%. Isto bate direto nos preços internacionais (CmeGroup) que reduziram em média nos últimos 12 meses de US$ 13,5 para US$ 9,5/bushel, ou seja, redução de 30%. Quadro 01 Balanço de oferta e demanda de soja no Mundo (milhões de t.) Itens Var % 2014/15* 2013/ /13 Estoque inicial 17,0% 66,5 56,8 53,6 Produção 9,2% 311,2 285,0 267,8 Importação 3,3% 112,5 108,9 95,9 Oferta Total 8,7% 490,2 450,8 417,3 Consumo Industrial 5,0% 284,3 270,9 259,9 Moagem 5,1% 251,5 239,2 229,6 Outros 3,8% 32,9 31,7 30,3 Exportações 1,6% 115,2 113,4 100,5 Consumo Total 4,0% 399,5 384,3 360,4 Estoques finais 36,4% 90,7 66,5 56,8 Relação estoque/consumo 32% 25% 22%. Quadro 02 Balanço de oferta e demanda de soja no Brasil (milhões de t.) Itens Var % 2014/15* 2013/ /13 Estoque inicial 10% 16,8 15,3 13,0 Produção 8% 94,0 86,7 82,0 Importação 0% 0,6 0,6 0,4 Oferta Total 9% 111,4 102,6 95,4 Consumo Industrial 4% 40,8 39,0 38,2 Moagem 4% 37,6 36,0 35,2 Outros 5% 3,2 3,0 3,0 Exportações 0% 46,7 46,8 41,9 Consumo Total 2% 87,5 85,8 80,1 Estoques finais 43% 24,0 16,8 15,3 Relação estoque/consumo 27% 20% 19% A estimativa da safra de soja no Brasil para 2014/15 é de 94 milhões de toneladas, representando um aumento de 12 milhões de toneladas nas últimas 2
2 safras. Aliado a esta maior oferta está a posição dos fundos que potencializam os movimentos dos preços, para cima e para baixo, na bolsa de Chicago CmeGroup, conforme consta no gráfico a seguir. Gráfico 01 Relação entre a posição dos fundos e o preço da soja na bolsa de Chicago (milhões de t. e US$ por bushel) Fonte: Agrural, elaboração: Ocepar/Getec set/2014 O que ameniza em parte esta super oferta é que a demanda continua favorável principalmente na China que importará nesta safra 74 milhões de toneladas de soja em grãos, ou seja, 70% das importações mundiais de soja. Nos últimos 2 anos a China aumentou as importações em 14 milhões de toneladas e se considerarmos na última década este aumento foi superior a 50 milhões de toneladas TRIGO Quadro 03 Balanço de oferta e demanda de trigo no mundo (milhões de t.) Itens Var (%) 2014/ / /13 Estoque inicial 6% 185,6 175,0 196,2 Produção 1% 721,1 715,1 658,3 Importação -1% 154,7 156,5 144,2 Oferta Total 1% 1.061, ,6 998,7 Consumo 1% 714,1 704,5 679,5 Indústria 0% 573,8 574,3 542,2 Ração 8% 140,3 130,2 137,3 Exportações -6% 156,0 166,2 137,4 Consumo Total 0% 870,1 870,7 816,9 Estoques finais 4% 192,6 185,6 175,0 Relação estoque/consumo 22% 21% 21%
3 Quadro 04 Balanço de oferta e demanda de trigo no Brasil (milhões de t.) Itens Var (%) 2014/ / /13 Est. Inicial 80% 1,8 1,0 1,8 Produção 19% 6,3 5,3 4,4 Importação -7% 6,5 7,0 7,4 Oferta Total 10% 14,6 13,3 13,5 Consumo Interno 4% 11,9 11,4 10,9 Moagem 5% 11,3 10,8 10,7 Ração 0% 0,6 0,6 0,2 Exportações 900% 1,0 0,1 1,6 Consumo Total 12% 12,9 11,5 12,5 Estoques finais -6% 1,7 1,8 1,0 Relação estoque/consumo 13% 16% 8% A cultura do trigo a produção aumentou em 9,4% e a previsão de safra para 2014/15 do Usda é de 721,1 milhões de t. e o consumo no período aumentou em 4,5% fazendo com que, as relações estoque/consumo do trigo aumentassem de 21% para 22%. No Brasil a estimativa do Usda de out/14 é de uma safra de 6,3 milhões de toneladas, mas dados da Conab já apontam para uma safra próxima a 8,0 milhões de toneladas. As importações brasileiras para este ano estão previstas em 6,5 milhões de toneladas com redução de 1,0 milhão de toneladas na comparação com as 2 últimas safras MILHO Quadro 05 Balanço de oferta e demanda de milho no mundo (milhões de t.) Itens Var % 2014/ / /13 Estoque inicial 26% 173,0 137,7 134,4 Produção 0% 990,7 988,6 868,6 Importação -8% 111,7 122,0 99,4 Oferta Total 2% 1.275, , ,4 Consumo 2% 973,1 953,2 865,4 Ração 4% 596,2 575,8 519,4 Ind./Doméstico 0% 376,9 377,4 346,0 Exportações -12% 114,1 129,0 95,2 Consumo Total 0% 1.087, ,3 960,5 Estoques finais 10% 190,6 173,0 137,7 Rel. Estoque/consumo 18% 16% 14%
4 A cultura do milho a produção nas 2 últimas safras aumentou em 14,1% e a previsão de safra para 2014/15 do Usda é de 990,7 milhões de t. e o consumo no período aumentou em 12,4% fazendo com que, as relações estoque/consumo do milho aumentasse de 14% para 18%. Quadro 06 Balanço de oferta e demanda de milho no Brasil (milhões de t.) Itens Var % 2014/ / /13 Estoque inicial 25% 17,8 14,2 9,2 Produção -5% 75,0 79,3 81,5 Importação 0% 0,8 0,8 0,9 Oferta Total -1% 93,6 94,3 91,6 Consumo Interno 3% 56,5 55,0 52,5 Ração 3% 47,5 46,0 44,5 Doméstico 0% 9,0 9,0 8,0 Exportações -7% 20,0 21,5 25,0 Consumo Total 0% 76,5 76,5 77,5 Estoques finais -4% 17,1 17,8 14,2 Rel. Estoque/consumo 22% 23% 18% No Brasil a estimativa do Usda de out/14 é de uma safra de 75,0 milhões de toneladas com redução de 8% em relação há 2 safras. As exportações brasileiras para este ano estão previstas em 20 milhões de toneladas com redução de 5,0 milhões de toneladas na comparação com as 2 últimas safras. Os cenários da agricultura brasileira para 2014/15 são de redução dos preços em cerca de 30% no mercado internacional e de 15% no mercado doméstico, esta diferença de variações de preços é motivada pela desvalorização do Real frente ao Dólar. Este é um novo momento do agronegócio brasileiro, que após 8 anos apresenta um cenário de queda nos preços agrícolas e elevação de custos de produção da ordem de 5%, o que efetivamente afetará a rentabilidade dos produtores rurais. As culturas da soja, milho, trigo e algodão após 2 anos de safras cheias mundo afora apresentaram uma recomposição fantástica dos estoques mundiais e elevação da relação estoque/consumo, com impactos negativos nos preços internacionais das commodities.
5 2 - PREÇOS DO MILHO, TRIGO E SOJA AOS PRODUTORES PARANAENSES. Gráfico 02 Evolução dos preços médios recebidos pelos produtores paranaenses nos últimos 5 anos (R$/saca de 60 kg) Fonte: Seab/Deral, out/14. * ano de média dos preços até agosto. De acordo com os gráficos 02 e 03, os preços da soja, do milho e do trigo, apesar da queda ocorrida em 2014, estão em patamares muito melhores que os preços de O milho apresentou um acréscimo no período (2010 a 2014) de 32,5%, o trigo apresentou um acréscimo de 65% e a soja um acréscimo de 66% e isso explica fundamentalmente a expansão do agronegócio no Brasil. Gráfico 03 Evolução dos preços médios recebidos pelos produtores paranaenses nos últimos 12 meses (R$/saca de 60 kg) Fonte: Seab/Deral, out/14.
6 De acordo com o gráfico 03, os preços do milho estão estáveis há 1 ano (R$ 17,8/saca de 60 kg), os do trigo reduziram em R$ 19,0/saca e estão cotados atualmente em R$ 30,0/saca de 60 kg e os da soja também reduziram-se em R$ 10,0/saca e estão cotados atualmente em R$ 53,4/saca de 60 kg. 3 - EXPECTATIVAS DE PREÇOS FUTUROS NA CBOT - MILHO, TRIGO E SOJA Gráfico 04 Indicativo dos preços do milho, trigo e soja - novembro de 2014 a julho de 2016, nos contratos futuros da Bolsa de Chicago (US$/bushel) Fonte: CmeGroup Bolsa de Chicago, out/14. 1 bushel de soja e trigo = 27,216 kg e 1 bushel de milho = 25,400 kg. O indicativo dos preços na bolsa que é referencia para os preços no mundo é de ligeira melhoria, o que, indica que dados os fatores atuais de oferta e demanda das commodities não há espaço para redução e também para aumentos significativos. Os indicativos atuais para a evolução dos preços de nov./14 a jul./16 para o milho na bolsa de Chicago é de elevação de 20,0% para o milho, de 13,5% para o trigo e de 3,0% para soja. Esta informação do cenário futuro de preços das commodities demonstra que não há mais espaço para queda, pois, se os preços recuarem ainda mais, os produtores ao redor do mundo tenderão a reduzir a área cultivada e consequentemente a produção. Pois, preços abaixo dos atuais na Bolsa de Chicago não cobrem os custos de produção agrícola e desestimulam os produtores, principalmente os norte americanos a continuarem ampliando as áreas de cultivo.
7 4. RESULTADO DA ANÁLISE DOS MERCADOS Nos últimos 2 anos, ocorreu crescimento da oferta maior que o crescimento da demanda mundial para as commodities e também no Brasil, o que, propiciou a recomposição dos estoques mundiais e abastecimento mais tranquilo, com a recomposição da relação estoque/consumo. Quadro 07 Estoques finais mundiais do milho, trigo e soja (milhões de t.) Culturas Safra 2012/13 (milhões t.) Safra 2014/15 (milhões t.) Var. (milhões t.) Var. (%) Milho % Trigo % Soja % Fonte: Usda, Elaboração: Ocepar/Getec out/14. Este cenário levou ao equilíbrio de mercado com os preços em patamares menores que os vigentes nos últimos 2 anos. No entanto, o setor ligado ao agronegócio e principalmente os produtores estão capitalizados e em situação distinta da última crise vivenciada no setor que foi nas safras 2004/05 e 2005/06 com perdas na produção por problemas climáticos e também pelos baixos preços das commodities. O momento, em que, o setor vai passar será de otimização nos custos de produção, monitoramento mais intenso de oportunidades de mercado e gestão dos negócios com certa redução nos investimentos no médio e longo prazo. Este último fator motivado pelo novo cenário e principalmente pelos intensos investimentos realizados nos últimos 5 anos, o que propiciou a modernização dos meios de produção dos produtores rurais.
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