INFLUÊNCIA DOS OCEANOS PACÍFICO E ATLÂNTICO NA VARIABILIDADE DA TEMPERATURA EM BELÉM-PARÁ.
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- Vergílio Carvalho Belém
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1 INFLUÊNCIA DOS OCEANOS PACÍFICO E ATLÂNTICO NA VARIABILIDADE DA TEMPERATURA EM BELÉM-PARÁ. Daniel Meninéa Santos 1, Pedro Alberto Moura Rolim 2, Tarcísio Schnaider de Oliveira 3 ; Edson José Paulino da Rocha 4 RESUMO Objetivando fazer uma análise observacional da contribuição de fenômenos que causam variabilidade climática observados nos Oceanos Pacífico(OP) e Atlântico Norte(AN) sobre a variabilidade da temperatura em Belém-Pará, este trabalho buscou respostas através de dados de TSMs no Oceano Pacífico e Atlântico Norte. Percebeu-se através dos resultados uma influência direta do Oceano Atlântico Norte na variabilidade da temperatura média das máximas em Belém e uma pequena influência do Pacífico Equatorial. ABSTRACT Objectifying to make a observacional analysis of the contribution of phenomena that cause climatic variability observed in Pacific Oceanos (OP) and North Atlantic (AN) on the variability of the temperature in Belém-Pará, this work searched answers through data of TSMs in the Pacific Ocean and Atlântico North. One perceived through the results a direct influence of the Atlantic Ocean North in the variability of the average temperature of the principles in Belém and a small influence of the Equatorial Pacific. Palavras Chaves: Temperatura, TSM, Belém. INTRODUÇÃO O fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS) sobre o Pacífico Equatorial, e o gradiente meridional de anomalias de TSM sobre o Atlântico Tropical modulam conjuntamente uma grande parte da variância interanual do clima sobre a América do Sul. A combinação das circulações atmosféricas anômalas induzidas pelas distribuições espaciais de TSM sobre os oceanos Pacífico Equatorial e Atlântico Tropical afetam o posicionamento latitudinal da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) sobre o Atlântico, influenciando desta forma a distribuição da pluviometria e
2 de outros parâmetros sobre a bacia do Atlântico e norte da América do Sul. No entanto, embora a variabilidade interanual das TSM e ventos sobre o Atlântico Tropical seja significativamente menor do que aquela observada sobre o Pacífico Equatorial, essas variáveis têm profunda influência na variabilidade climática sobre a América do Sul (Hastenrath, 1984; Nobre and Shukla, 1996). OBJETIVO Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise observacional da contribuição de ambos os modos de variabilidade climática observados nos Oceanos Pacífico(OP) e Atlântico Norte(AN) sobre a variabilidade da temperatura em Belém-Pará. MATERIAIS E MÉTODOS Para o desenvolvimento desse trabalho utilizou-se dados de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) do Oceano Atlântico Norte, compreendido entre as latitudes de 5º e 20º N e longitudes de 30º ae60º W, assim como dados de TSM do Oceano Pacífico Tropical localizado entre 0º S e 10º S de latitude e 90º W a 80º W de longitude (Niño 1+2); para analisar a variabilidade da temperatura utilizou-se a temperatura média das máximas obtidas no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Os dados adquiridos correspondem ao período entre 1967 a 2005, incluindo dados mensais e anuais. A analise da variabilidade interanual e sazonal foi feita a partir dos dados obtidos, calculandose a média aritmética, desvio padrão e coeficiente de variação para os parâmetros de TSM e Temperatura. Para melhor análise da influência das TSMs na temperatura, os dados foram normalizados pela equação abaixo: Z (i) = (P (i) P m )/Dp Onde: Z (i) Parâmetro normalizado; P (i) Parâmetro Total Anual; P m Parâmetro médio do período, Dp Desvio Padrão. As anomalias anuais, positiva (1) e negativa (2), foram definidas quando o valor observado excede o valor da média + o desvio padrão. Matematicamente, temos: AP = P - (P m + Dp), se P > P m + Dp (1) AN = (P m - Dp) - P, se P < P m Dp (2) Onde: AP Valores de Anomalia Positiva; AN Valores de Anomalia Negativa; P Parâmetro em análise.
3 RESULTADOS E CONCLUSÕES Na análise do comportamento anual da temperatura em Belém (figura 2) percebeu-se uma influência direta da TSM do Pacífico e do Atlântico em grande parte das anomalias de temperaturas ocorridas ao longo do período em questão. É importante esclarecer que anomalias de TSMs no Atlântico Norte (Pacífico Equatorial) provocam alterações na circulação geral da atmosfera mais precisamente na célula de Hadley (Walker) (figura 1), tais alterações resultam em variações de diversos parâmetros meteorológicos, dentre eles a temperatura. A temperatura do ar em Belém tende a aumentar (diminuir) quando há uma diminuição (aumento) da nebulosidade na costa leste da Amazônia, ou seja, quando há uma anomalia positiva (negativa) na TSM do Atlântico Norte, há uma intensificação no ramo descendente (ascendente) na Amazônia, correntes descendentes intensas implicam em inibição de nuvens e correntes ascendentes intensas favorecem a formação de nuvens. (a) (b) Figura 1. - Desenho esquemático das anomalias das circulações de Hadley e Walker em relação com as TSMs: (a) Pacífico quente, Atlântico Norte quente; (b) Pacífico frio, Atlântico Norte frio (Adaptada de Aragão, 1996).
4 Figura 2. Gráfico da relação do comportamento interanual da temperatura média das máximas com as TSMs do Atlântico Norte e Pacífico Equatorial (Niño 1+2). Percebeu-se através da figura 2 que a temperatura em Belém é mais influenciada pelas anomalias do Atlântico Norte do que a do Pacífico Equatorial, com destaque para as grandes anomalias ocorridas em 1969, 1974, e 2005 as quais foram diretamente influenciadas pelas anomalias de TSM do NA dos anos em questão. É válido ressaltar os fortes El Niños de 1982/1983 e de 1997/1998, onde o de 82/83 não causou impacto algum na temperatura em Belém, já o de 97/98 atuou em conjunto com o aquecimento do AN e provocou grandes valores de temperaturas máximas. Sabe-se que em alguns casos a análise anual de alguns parâmetros pode mascarar alguns resultados, logo é importante acompanhar o comportamento mensal de tais eventos para ter uma resposta mais consistente de alguns casos. Neste trabalho a análise mensal foi para os meses compreendidos de janeiro de 1995 a dezembro de 2005 (figura 3).
5 4,0 3,0 2,0 1,0 (i) Normalizado 0,0-1,0-2,0-3,0 Tmx(i) Belém Normalizada Tsm_Atl_N(i) Normalizada Tms_1+2(i) Normalizada Tmx(i), Tsm_Atl_N(i) e Tsm_1+2(i) > 1 (An. Pos.) Tmx(i), Tsm_Atl_N(i) e Tsm_1+2(i) < -1 (An. Neg.) -4,0 out/05 jul/05 abr/05 jan/05 out/04 jul/04 abr/04 jan/04 out/03 jul/03 abr/03 jan/03 out/02 jul/02 abr/02 jan/02 out/01 jul/01 abr/01 jan/01 out/00 jul/00 abr/00 jan/00 out/99 jul/99 abr/99 jan/99 out/98 jul/98 abr/98 jan/98 out/97 jul/97 abr/97 jan/97 out/96 jul/96 abr/96 jan/96 out/95 jul/95 abr/95 jan/95 M E S E S Figura 3 Gráfico da relação do comportamento mensal da temperatura média das máximas com as TSMs do Atlântico Norte e Pacífico Equatorial (Niño 1+2). O comportamento mensal da temperatura média das máximas em Belém mostra uma relação ainda mais direta com a TSM do AN, pela figura 3 percebe-se que a inibição da nebulosidade causada pelo aquecimento do AN permite o registro de altas temperaturas por vários meses nos anos de 2003 e É importante destacar que em alguns meses a TSM do OP (Niño 1+2) chegou a registrar anomalias negativas, porém não provocou alterações esperadas na temperatura de Belém. Concluí-se que as oscilações de TSM do AN exercem uma maior influência na temperatura de Belém do que as oscilações do OP (Niño 1+2), isso pode ser visto tanto anualmente como mensalmente. AGRADECIMENTOS À Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) CTO-BE, ao Instituto Nacional de Meteorlogia e aos Responsáveis pelo Laboratório LEMHA.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ROCHA, E. J. P. Balanço de Umidade e Influências de Condições de Contorno Superficiais Sobre a Precipitação da Amazônia f. (Tese de Doutorado) - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, São Paulo, ARAGÃO, J. O. R., 1996, A influência dos Oceanos Atlântico e Pacífico sobre a circulação atmosférica e a chuva na Região semi-árida do Nordeste do Brasil: Simulação e Observação SBMet, Anais do IX Congresso Brasileiro de Meteorologia, 6-13 de novembro de 1996, Campos do Jordão - SP,
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