Um puro sangue da raça Quarto de Milha custa entre R$ 6 mil e R$ 20 mil e uma simples cobertura de um reprodutor de elite pode valer R$ 20 mil
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1 Um puro sangue da raça Quarto de Milha custa entre R$ 6 mil e R$ 20 mil e uma simples cobertura de um reprodutor de elite pode valer R$ 20 mil 18_Animal Business-Brasil
2 O Brasil e as biotecnologias reprodutivas no comércio internacional Por: Roberto Arruda de Souza Lima, Prof. Dr da ESALQ/USP. Coordenador do Grupo Equonomia O uso de biotecnologias reprodutivas apresenta maior relevância quando se refere aos bovinos. Entretanto, outras espécies vêm apresentando crescimento na sua utilização, o que tem contribuído para elevação do fluxo de comércio internacional. Neste artigo serão apresentadas algumas estatísticas desse comércio, em termos amplos, e discutido, particularmente, o potencial da contribuição para a equinocultura. Para maior facilidade no comércio internacional e elaboração de bancos de dados e estatísticas comparáveis entre os diversos países, foi criado um método internacional de classificação de mercadorias, denominado Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias, ou simplesmente Sistema Harmonizado (SH). De acordo com essa classificação, há três códigos em que se enquadram as biotecnologias reprodutivas, nomeadamente: sêmen de bovino, sêmen animal e embriões de animais. Os dados oficiais referentes ao comércio internacional, mostram que o fluxo, que corresponde à soma de exportações e importações, apresentou grande crescimento no último quinquênio, elevando o volume em 71,4%, passando de US$ em 2009 para US$ em 2013, conforme apresentado na Figura 1. Figura 1. Brasil: Fluxo de comércio internacional de biotecnologia reprodutiva animal, em milhões de dólares, período 2009 a Exportações Importações Brasil No fluxo de comércio envolvendo o Brasil, destacam-se as importações. Estas se referem a mercadorias (sêmen e embriões) provenientes de poucos países, com destaque para os Estados Unidos e Canadá, conforme pode ser observado na Figura 2. Nas Tabelas 1 a 3 estão detalhadas as importações realizadas nos últimos cinco anos (2009 a 2013). Animal Business-Brasil_19
3 Figura 2. Brasil: Origem das importações, volume em US$ acumulado de 2009 a Sêmen de bovino Argentina 3,1% Reino Unido 2,2% Outros 5,5% Estados Unidos 55,2% Canadá 26,3% Holanda 7,7% Sêmen de animais (exceto bovino) Reino Unido 38,1% Estados Unidos 24,7% Canadá 9,4% Alemanha 8,4% Portugal 4,3% Austrália 3,5% Holanda 3,3% Nova Zelândia 3,2% Bélgica 2,3% Outros 2,8% Embriões de animais Estados Unidos 27,8% Canadá 24,2% África do Sul 24,0% Austrália 9,7% Argentina 6,5% Nova Zelândia 4,1% Outros 3,7% Tabela 1. Brasil: Importações de sêmen bovino, em mil US$. País (Origem) Alemanha Argentina Austrália Áustria Canadá Colômbia Dinamarca Espanha Estados Unidos Franca Itália Noruega Nova Zelândia Países Baixos (Holanda) Portugal Reino Unido Suécia Suíça Republica Tcheca Uruguai Total _Animal Business-Brasil
4 Tabela 2. Brasil: Exportações de sêmen, exceto bovino, em mil US$. País (Origem) Alemanha Austrália Bélgica Canadá Chile Espanha Estados Unidos França Itália Nova Zelândia Países Baixos (Holanda) Portugal Reino Unido Uruguai Total Tabela 6. Brasil: Importações de embriões, em mil US$. País (Origem) Alemanha Argentina Austrália Áustria Canadá Colômbia Estados Unidos Índia Nova Zelândia Países Baixos (Holanda) Reino Unido África do Sul Uruguai Total Exportações Já as exportações ocorreram em volume bem menor e para países diferentes, em sua maioria, daqueles que se relacionaram com o Brasil nas importações relatadas anteriormente. Nos destinos das exportações brasileiras, surgem, com destaque, países latino-americanos, conforme pode ser observado na Figura 3. Nas Tabelas 4 a 6 estão detalhadas as exportações realizadas nos últimos cinco anos (2009 a 2013). Animal Business-Brasil_21
5 Figura 3. Brasil: Destino das exportações, volume em US$ acumulado de 2009 a Sêmen de bovino Paraguai 35,2%S Colômbia 24,7% Equador 8,2% Venezuela 8,0% Panamá 6,4% Argentina 2,6% Senegal 2,5% Sêmen de animais (exceto bovino) Estados Unidos 64,6% Sudão 18,3% Equador 9,9% Argentina 3,5% Panamá 2,3% Peru 2,1% México 1,3% Outros 10,3% Outros 0,0% Embriões de animais Panamá 35,3% Paraguai 32,6% Canadá 32,2% Tabela 4. Brasil: Exportações de sêmen bovino, em mil US$. País (Destino) Burkina Faso Angola Argentina Bolívia Colômbia Equador Emir. Árabes Unidos Gabão Malásia Moçambique Panamá Paraguai Peru Quênia Rep. Dominicana Senegal Sri Lanka Sudão Tanzânia Uruguai Venezuela Total _Animal Business-Brasil
6 Tabela 5. Brasil: Exportações de sêmen, exceto bovino, em mil US$. Quadro 1. Biotecnologias reprodutivas aplicadas a equinos País (Destino) Alemanha Argentina Bélgica Equador Estados Unidos Franca México Panamá Portugal Sudão Uruguai Total Tabela 6. Brasil: Exportações de embriões, em mil US$. País (Destino) Canadá Panamá Paraguai Técnica de reprodução assistida Inseminação Artificial Transferência de Embrião Produção in vitro de embriões (FIV) Transferência de oócitos (TO) Clonagem animal Características Aumentar o número de produtos obtidos por um determinado garanhão Ganho genético com importação Seguro em caso de morte de reprodutores de alto valor Eficiência do programa de TE é relativamente baixa (Custos ficam mais altos) Resultados bem inferiores aos obtidos em outras espécies Baixos resultados Mais sucesso do que com bovinos (que têm problemas imunológicos) Total Potencial Os números apresentados mostram, entre outros fatos, que o crescimento das transações não relacionadas com bovinos contribuiu para o maior aumento nas importações totais e menor queda nas exportações totais dentre as operações analisadas, embora, em valores absolutos, ainda tenham pouca expressão. A equinocultura é uma atividade que apresenta potencial para tornar esses números mais robustos. Diversas biotecnologias reprodutivas estão à disposição dos brasileiros (vide Quadro 1), sendo que gradativamente as técnicas têm sido aceitas por maior número de associações de criadores. Fonte: ALVARENGA & CARMO (2007) O Brasil já responde, junto com Estados Unidos, por 70% dos embriões transferidos no mundo, com milhares de prenhezes por ano de TE (transferência de embriões) e dezenas de centros de TE em equinos (Centrais e próprio haras). O aumento do uso de biotecnologia reprodutiva eleva o potencial exportador, inclusive o leque de opções de venda: cavalos, sêmen e embriões. A expectativa é que ocorra aumento das transações envolvendo a equinocultura brasileira, o que auxiliará na expansão do fluxo de comércio internacional nos próximos anos. ALVARENGA, M.A.; CARMO, M.T. Biotecnologia em Reprodução Equina: O que há de novo para o Veterinário de Campo? Revista Brasileira de Medicina Equina, n.14. São Paulo-SP. Nov/dez 2007 Animal Business-Brasil_23
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