3º Congresso da Comissão de Direito Tributário da OAB/MG. Startups e a tributação do investidor anjo. Paulo Honório de Castro Júnior
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- Simone Castelo Felgueiras
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2 3º Congresso da Comissão de Direito Tributário da OAB/MG. Startups e a tributação do investidor anjo Paulo Honório de Castro Júnior
3 Startups e a tributação do investidor anjo Introdução 1. PRIMEIRA PARTE: o cenário anterior à Lei Complementar nº 155/ Conceitos básicos 1.2 Estruturação do investimento anjo e sua natureza jurídica 2. SEGUNDA PARTE: o investimento anjo foi regulamentado no Brasil? 2.1 A Lei Complementar nº 155/2016 e o Contrato de Participação 2.2 Sua contextualização no cenário da estruturação de investimentos 3. TERCEIRA PARTE: a tributação do investidor anjo 3.1 A tributação do Contrato de Parceria 3.2 Regimes estrangeiros e a perda de uma oportunidade Conclusões
4 Conceitos básicos Startup: modelo de negócios de base tecnológica, repetível e escalável, em condições de extrema incerteza.
5 Investimento Anjo: estrutura e natureza As empresas podem optar, em regra, por três formas de financiamento: a) Aporte de capital pelos sócios (equity) - Contrapartida é dividendo - Isento e não dedutível neutralidade b) Endividamento contraído com os próprios sócios ou terceiros não relacionados (debt) - Contrapartida normalmente é o pagamento de juros - Tributável e dedutível como regra atrativo tributário c) Instrumentos híbridos, como as debêntures participativas
6 Principais estruturas de investimento Mútuo Mútuo conversível Stock Options Participação Societária
7 A Lei Complementar nº 155/2016 e o Contrato de Participação Sujeito: microempresa e empresa de pequeno porte. Ou seja, não está restrita ao conceito de Startup. Verbo e complemento: poderá admitir o aporte de capital, que não integrará o capital social da empresa. Ou seja, é uma faculdade da ME e EPP. Nome do regime instituído pela LC 155: contrato de participação. Conclui-se, portanto, que a LC criou uma nova modalidade de investimento em ME e EPP. O objeto da lei é regulamentar o contrato de participação, e não o investimento anjo no Brasil.
8 A Lei Complementar nº 155/2016 e o Contrato de Participação O investimento não é alocado em capital e pode ser realizado por pessoa física, jurídica ou fundo de investimento. Não configura receita da ME ou EPP, para fins de enquadramento nessas categorias. Pode ser cedido a terceiros, com o consentimento dos sócios da investida. O investidor não é considerado sócio, não possui poder de gestão e não responde por qualquer dívida da investida. Tem direito de resgate após, no mínimo, 2 anos, cujo valor será o do investimento acrescido de correção monetária. Poderá receber remuneração periódica, atrelada ao lucro distribuível, limitada a 50% desse lucro, e pelo prazo máximo de 5 anos.
9 Sua contextualização no cenário da estruturação de investimentos Mútuo Mútuo conversível Participação Societária Contrato de Participação IOF IRRF IOF IRRF Dividendo isento?
10 A tributação do Contrato de Participação 3 fatos potencialmente tributáveis: i) Remuneração periódica, como contrapartida do investimento. ii) iii) Ganho na alienação do investimento. Correção monetária do investimento. Mas qual a natureza jurídica do Contrato de Parceria? Instrumento híbrido, inspirado nas debêntures participativas.
11 A natureza híbrida do Contrato de Participação Elemento de dívida: Ausência de poder de gestão na investida. Ausência de sujeição aos riscos do negócio (lei isenta o investidor de qualquer dívida e, após 7 anos, há o direito ao resgate integral corrigido). Elemento de capital: Remuneração atrelada aos lucros, como se fosse dividendo.
12 A natureza híbrida do Contrato de Participação Debêntures participativas Remuneração com base no lucro Despesa de juros para a investida Ausência de poder de gestão Ausência de sujeição aos riscos Conversivel em participação societária Alienável Contrato de Participação Sim Sim Sim Sim Sim Sim
13 A tributação do Contrato de Participação i) Remuneração periódica, como contrapartida do investimento = IRRF. 22,5%, prazo de até 180 dias; 20%, prazo de 181 dias até 360 dias; 17,5%, prazo de 361 dias até 720 dias; 15%, prazo acima de 720 dias. ii) Ganho na alienação do investimento = IR sobre diferença entre o valor de alienação, líquido do IOF, e o valor de aquisição. 15%, até R$ ,00; 17,5%, entre R$ ,00 e R$ ,00; 20%, entre R$ ,00 e R$ ,00; 22,5%, acima de R$ ,00. iii) Correção monetária do investimento (caixa PF e competência PJ). iv) IOF (operação de crédito).
14 A Consulta Pública nº 15/2016 i) Remuneração periódica, como contrapartida do investimento = IRRF. 22,5%, prazo de até 180 dias; 20%, prazo de 181 dias até 360 dias; 17,5%, prazo de 361 dias até 720 dias; 15%, prazo acima de 720 dias. ii) Ganho na alienação do investimento = IR sobre diferença entre o valor de alienação e o valor do aporte. Mesma tabela regressiva acima. Benefício fiscal? iii) Correção monetária do investimento (tabela regressiva, apenas no resgate). Ou seja, RFB quis equiparar a tributação do Contrato de Parceria ao investimento em renda fixa, com benefícios fiscais.
15 Regimes estrangeiros e a perda de uma oportunidade i) Estados Unidos: Angel Tax Credits (crédito presumido), em aproximadamente 30 Estados, que variam de 10% a 100% do investimento, são muitas vezes transferíveis para outros Estados e restituíveis em dinheiro. Pesquisa na Yale University demonstra correlação dos créditos presumidos com melhor desenvolvimento econômico: 75% dos Estados demonstraram aumento na atividade logo nos 2 primeiros anos. Aumento significativo do número de empregos. No Havaí, o crédito presumido era de 10% até 2002, movimentando USD 162mil. Quando passou o crédito para 100%, o movimento foi para USD 26milhões.
16 Regimes estrangeiros e a perda de uma oportunidade ii) Reino Unido Angel Tax Credits (crédito presumido) de até 50%. Redução de base em até 50% nos ganhos de capital e diferimento cumulados. iii) Bélgica Isenção sobre ganhos de capital. iv) Índia 100% de isenção sobre todos os fatos tributáveis nos 3 primeiros anos da Startup.
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