- A evangelização deve superar as deficiências de algumas pessoas.

Transcrição

1 INTRODUÇÃO - Na sequência dos aspectos específicos da evangelização, estudaremos a evangelização das pessoas com deficiência. - A evangelização deve superar as deficiências de algumas pessoas.

2 I A REALIDADE DAS PESSOAS COM - Pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. - A existência de pessoas com deficiência é uma das consequências da entrada do pecado no mundo.

3 - Os gentios sempre consideram as pessoas com deficiência como malditas e maldições, tanto que a mentalidade sempre foi a de seu extermínio. - É uma atitude própria de quem rejeita e se rebela contra Deus não reconhecer a própria pecaminosidade como causa da existência de deficiências e, o que é pior do que tudo, considerar a própria pessoa com deficiência como culpada ou, então, Deus como culpado, o que gera a atitude de exclusão e de indiferença a estas pessoas.

4 - A primeira menção de uma deficiência na Bíblia Sagrada é a esterilidade de Sarai, a mulher e meia-irmã de Abrão, em Gn.11:30. - É extremamente elucidativo que a primeira pessoa mencionada nas Escrituras como tendo uma deficiência tenha sido aquinhoada pelo Senhor com um milagre, tornando-se a mãe do filho da promessa, daquele que não só deu origem à nação de onde viria o Salvador, mas que fez parte da própria linhagem do Cristo.

5 - Deus quer salvar todos os homens, mas não se compromete a remover todas as deficiências. - Casos há em que o Senhor elimina a deficiência através de um milagre para confirmar a Sua Palavra (Mc.16:20), mas também há casos em que a deficiência não é removida precisamente para lembrarmos da pecaminosidade do homem e da nossa necessidade de salvação, como é o exemplo de Jacó, cuja deficiência foi um sinal mesmo de sua conversão (Gn.32:25,31,32).

6 - É equivocado pensar que a evangelização das pessoas com deficiência seja a negação da cura divina e um conformismo com a deficiência, um sinal de esfriamento espiritual. - A pregação do Evangelho tem como prioridade a salvação do homem e, em caráter secundário, a cura das enfermidades e remoção de deficiências.

7 - Se a mensagem primeira a ser pregada é a da salvação, é evidente que temos de falar de Cristo para as pessoas com deficiência, antes que esta deficiência possa ser removida. - Tanto assim é que o Senhor, sempre que curava alguém, dizia ao que recebia o milagre a expressão: A tua fé te salvou (Mt.9:22; Mc.5:34; 10:52; Lc.7:50; 8:48; 17:19: 18:42), expressão que também é traduzida como a tua fé te curou.

8 - Embora não possamos deixar de pregar o Evangelho completo, o que envolve a pregação da cura divina como confirmação da Palavra de Deus, não podemos jamais achar que as pessoas com deficiência não devam ser evangelizadas enquanto tal, pois: a) a pregação da salvação deve preceder a da remoção das deficiências; b) nem sempre as deficiências serão removidas, quando a sua permanência implique na glória de Deus e na própria propagação da Sua mensagem salvadora aos homens.

9 c) considerava maldito quem desrespeitasse a pessoa com deficiência (Dt.27:18). LIÇÃO 11 A EVANGELIZAÇÃO DAS PESSOAS COM - A lei de Moisés demonstra o cuidado divino para com as pessoas com deficiência pois: a) embora exclua os deficientes do exercício sacerdotal, não os exclui da comunidade dos sacerdotes - Lv.21:17-23 proibição explicada pela necessária tipificação do sacerdócio em relação a Cristo; b) determinava a inclusão das pessoas com deficiência (Lv.19:14);

10 Atitudes que nos provam a necessidade de inclusão das pessoas com deficiência: a) o acolhimento de Mefibosete por Davi (I Sm.9:1-13); b) a temporária deficiência do profeta Ezequiel como sinal da autenticidade de seu ministério (Ez.3:26,27; 24:27; 33:22).

11 - Apesar desta inclusão determinada pelos mandamentos da lei mosaica, observamos na sociedade judaica que, no mais das vezes, as pessoas com deficiência viviam da caridade pública, tendo de mendigar para sobreviver (Mc.10:46; At.3:2,3). - Jesus deu sempre atendimento prioritário às pessoas com deficiência, tanto que dos 40 milagres narrados nas Escrituras, 21 estão relacionados a pessoas com deficiência, o mesmo ocorrendo em relação aos apóstolos (At.9:33,34; 14:8). Temos dado prioridade a estas pessoas na evangelização? Temos atraído as pessoas com deficiência para as nossas igrejas locais, como ocorria na igreja em Jerusalém (At.5:16)? Pensemos nisto!

12 II COMO EVANGELIZAR AS PESSOAS COM - Na evangelização das pessoas com deficiência, devemos transpor as barreiras que impedem a participação plena e efetiva delas na sociedade, a fim de que possamos comunicar a mensagem do Evangelho. - Transpor barreiras é superar as deficiências para que o Evangelho possa alcançar os deficientes.

13 Transposição de barreiras a) cegos uso de audiolivros e de literatura em braile b) surdos uso da língua de sinais e de literatura c) deficiência de locomoção ir até os locais onde se encontram e dar acessibilidade para que possam frequentar pontos de pregação e templos

14 - Em nosso ordenamento jurídico, considera-se discriminação contra a pessoa com deficiência não somente toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, como também a a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. - Não podemos ser indiferentes às pessoas com deficiência em nossa ação evangelizadora.

15 - Nosso comportamento com relação às pessoas com deficiência deve ser a mesma que tiveram aqueles quatro amigos que levaram o paralítico até Jesus numa casa em Cafarnaum (Mt.9:1-8; Mc.2:3-12; Lc.5:18-36). - Muitos de nós, porém, estamos agindo como aquela multidão que estava na casa em Cafarnaum, ou seja, completamente indiferentes às pessoas portadoras de deficiência.

16 - Precisamos nos sensibilizar com as pessoas portadoras de deficiência e procurar conhecer a sua realidade, aproximarmo-nos delas, para que, entendendo como veem o mundo, possamos eficazmente evangelizá-las. - Para alcançarmos as pessoas com deficiência, devemos treinar os evangelizadores, precisamente porque precisam eles entender como tais pessoas veem o mundo e o compreendem, para que lhes sejamos acessíveis.

17 - A Igreja deve também evangelizar as pessoas portadoras de deficiência sendo solidárias com elas, mediante uma ação social e um engajamento pela sua valorização perante a sociedade, expressando, assim, o amor de Deus em nossas atitudes e comportamentos. - Outro grande desafio é a evangelização das pessoas portadoras de deficiência mental. Elas também precisam ser evangelizadas, pois há diversos graus de deficiência e, portanto, havendo alguma consciência, sabemos que o deficiente mental também peca e, por isso, precisa de Cristo Jesus para ser salvo, salvação que é plenamente possível (Is.35:8).