JOGOS NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: TRILHA DAS OPERAÇÕES BÁSICAS DA MATEMÁTICA

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1 ISSN JOGOS NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: TRILHA DAS OPERAÇÕES BÁSICAS DA MATEMÁTICA Anelise Hodecker 1 FURB Universidade Regional de Blumenau lyzi_182@hotmail.com Resumo O artigo apresenta uma atividade elaborada pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência com o objetivo de auxiliar estudantes do sexto ano do ensino fundamental na aprendizagem de conteúdos referentes às operações básicas da matemática. Para atingir essas metas foi desenvolvido um jogo intitulado trilha das operações básicas da matemática e que foi aplicado na fixação de conteúdos desenvolvidos em aulas anteriores. Optamos pelo uso de jogos pois, além de explorarem o conteúdo proposto, eles possibilitam que as crianças desenvolvam habilidades de raciocínio lógico, percepção, respeito, cumprimento de regras, entre outros sentidos importantes para a vida estudantil e pessoal das mesmas. A trilha utiliza uma sequência de vinte passagens, sendo composta por sete envelopes com cartinhas contendo perguntas sobre cada uma das operações e outra com desafios sobre expressões numéricas, além de rascunho, dados e peões. Para realização da atividade os estudantes foram organizados em duplas e/ou trios. Esta atividade foi aplicada em cinco turmas de sexto ano de uma escola de educação básica. Durante a aplicação observamos que houve um envolvimento crescente das crianças, que realizaram tanto as operações que constavam em suas cartelas como a dos colegas para conferirem as respostas. Evidenciamos através das interações e diálogos entre os estudantes e entre estes e a professora e bolsistas PIBID, que alguns compreenderam os processos de resolução da potenciação e radiciação, contribuindo assim na aprendizagem das operações matemáticas. Palavras-chave: Jogos Matemáticos; Educação Matemática; Operações Básicas da Matemática. Introdução Ao longo da história o jogo surgiu como uma atividade que teve como principal finalidade a diversão, estabelecendo regras que determinavam quem vencia e quem perdia. Segundo Elkonin (1998), citado por Pfiffer (2014), muitos povos criaram jogos para proporcionar momentos de distração que não dependesse de trabalhos árduos. Alguns desses jogos, criados para distração, se transformaram ao longo da história e se tornaram 1 Graduanda do curso de Licenciatura em Matemática FURB. Bolsista de Iniciação à Docência do Subprojeto PIBID/Matemática.

2 um interessante instrumento de ensino para os jovens possibilitando explorar valores e conhecimentos. Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN s (1997) dizem que por meio do jogo as crianças e os jovens [...] passam a compreender e a utilizar convenções e regras que serão empregadas no processo de ensino e aprendizagem. Essa compreensão favorece sua integração num mundo social bastante complexo e proporciona as primeiras aproximações com futuras teorizações. (BRASIL, 1997, p. 35). Além disso, o jogo possibilita que a criança desenvolva habilidades de raciocínio lógico, percepção, respeito, cumprimento de regras, entre outros sentidos importantes tanto na sua vida estudantil quanto na vida pessoal. Desenvolvimento Acreditando que os jogos podem ser um excelente instrumento para o ensino e a aprendizagem da matemática, o Subprojeto Matemática do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID da Universidade Regional de Blumenau - FURB, desenvolveu atividades diferenciadas em sala de aula. Os objetivos do subprojeto são oferecer aos estudantes da educação básica, novas oportunidades de estudo que visam auxiliar na produção e aquisição do conhecimento. Entre estas atividades encontram-se os jogos, que possibilitam aos estudantes adquirir conhecimentos e fixar conteúdos de forma descontraída, permitindo assim que a aprendizagem da matemática possa ser realizada de forma interativa e divertida. Os jogos constituem uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções. Propiciam a simulação de situações-problema que exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das ações; possibilitam a construção de uma atitude positiva perante os erros, uma vez que as situações sucedem-se rapidamente e podem ser corrigidas de forma natural, no decorrer da ação, sem deixar marcas negativas. (BRASIL, 1997, p. 46) Neste contexto, desenvolvemos, eu juntamente com o Bolsista Samuel Haag, a trilha das operações básicas da matemática que tem como objetivo principal, auxiliar na fixação dos conceitos de adição, subtração, multiplicação, divisão, radiciação e 2

3 potenciação. Sendo assim, essa atividade foi aplicada na forma de fechamento de conteúdo, ou seja, ao fim das aulas teóricas referentes ao desenvolvimento desses conteúdos, com cinco turmas do sexto ano do ensino fundamental, em uma escola pública da cidade de Gaspar/SC. Tal atividade é constituída por um tabuleiro com a trilha, sete envelopes com cartinhas/perguntas, uma tabela rascunho, peões e dado. A trilha utiliza uma sequência de vinte passagens, iniciando com a palavra partida, as demais possuem, alternadamente, a indicação de cada uma das operações: adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação. E, também, desafios compostos por expressões numéricas, o percurso termina com a palavra chegada. Seguir no jogo depende da resposta correta destas cartinhas. A tabela rascunho é composta de duas colunas, uma para a operação que deveria ser realizada e outra para o resultado. Os dados podem ser comprados ou feitos de papel, nessa atividade utilizamos dados comprados, e os peões qualquer objeto que marque a posição de cada jogador no tabuleiro, conforme a figura 1. Figura 1- Jogo trilha das operações básicas da matemática 3

4 Para realização da atividade os estudantes foram organizados em duplas e/ou trios. Após a formação dos grupos foi entregue o material do jogo, ou seja, o tabuleiro, os envelopes, o dado e os peões. Para iniciar a partida, cada jogador respondeu um desafio e quem acertava jogava o dado e seguia na trilha a quantidade de casas referentes ao valor obtido. Após, o jogador deveria esperar o próximo participante repetir o mesmo processo. Quem errava o desafio passava a vez para o colega. Ao finalizar essa etapa, o primeiro jogador respondia a pergunta contendo a operação indicada na casa onde estava posicionado o seu peão, ao responder corretamente à pergunta, o jogador lançava novamente o dado para se locomover e esperava até que todos os outros jogadores terminassem essa etapa, ou seja, até chegar novamente a sua vez. O jogo continuou desta forma até que um dos jogadores chegasse ao fim da trilha, ou seja, parar na casa da chegada. Considerações finais Observamos, durante toda a aplicação, alguns aspectos importantes relacionados à interação dos estudantes, como: organização, respeito ao colega, táticas de jogo, raciocínio lógico, trocas de saberes, entre outros. Tais qualidades foram percebidas durante a explicação da atividade, na formação das equipes, na organização dos grupos e no decorrer da atividade. Quando pedimos aos estudantes que formassem os grupos, notamos que se agruparam de acordo com a afetividade. Como resultado, tivemos, inicialmente, crianças que queriam ficar em grupos de quatro pessoas e outros que preferiam ficar sozinhos, ou seja, não jogar. Entretanto, por meio de conversas conseguimos convencer todos a se organizarem para obter uma participação efetiva na atividade proposta. Depois de formados os grupos, estabelecemos que a ordem dos jogadores seria no sentido horário, para que não houvesse confusão no desenvolvimento da atividade quanto a ordem das jogadas. Mesmo assim, ocorreram casos de falta de atenção dos jogadores, ocasionando pequenas discussões entre os participantes dos grupos. Sempre que isto 4

5 ocorria, os estudantes ficavam mais focados e interessados no jogo, evitando assim repreensões dos próprios colegas. O fato de o jogo começar com o desafio, que era a resolução de uma operação que envolvia uma ou mais operações básicas da matemática, incentivou os estudantes a querer saber mais, pois sempre que alguém não sabia responder a um desafio, questionava os bolsistas, ou professores para ajudá-lo a entender a resolução da operação e seguir no jogo. Entendemos que isto os motivou a tentar superar suas dificuldades em relação ao conteúdo. Percebemos que algumas crianças, por meio da atividade, conseguiram apropriar-se de conteúdos ensinados anteriormente, que estavam envolvidos no jogo. Outro ponto a ser ressaltado foi a interação que houve entre os estudantes. Quando um tinha dúvidas o outro procurava saná-las, utilizando suas próprias palavras para repassar o conhecimento adquirido em sala de aula. Além disso, as casas da trilha com a nomenclatura das operações foi importante para relacionar cada símbolo operacional ao seu nome, como por exemplo: o operador com a operação radiciação. A dinâmica do jogo também favoreceu a leitura correta das operações. A maioria dos estudantes trabalhou no sistema de cooperação, ajudando um ao outro no processo de resolução das operações, ficando a cargo da sorte no lançamento do dado, a finalização do jogo. Assim percebemos que a aplicação do jogo trilha das operações básicas da matemática, além de diversão, serviu também como uma atividade de fixação de conteúdo, por meio do qual auxiliou os alunos adquirir conhecimentos específicos relacionados não somente com os conteúdos da disciplina de matemática, mas da vida, seja utilizando as operações básicas da matemática separadamente ou resolvendo situações que envolvam uma ou mais operações. 5

6 Referências bibliográficas BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília: MEC/SEF, p. PFIFFER, C. S. Jogos com Conteúdos Matemáticos para os Anos Finais do Ensino Fundamental Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática, Universidade Regional de Blumenau, Blumenau,