23/11/2009 DESENVOLVIMENTO DA PISCICULTURA MARINHA PODE SER UMA ALTERNATIVA PARA A AQUICULTURA BRASILEIRA

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3 23/11/2009 Pontos importantes são considerados para que piscicultura marinha avance em qualquer lugar do mundo e necessitam ser aplicados em benefício da atividade no Brasil. Abaixo nomeamos alguns destes: Identificação e seleção das espécies que sejam aptas biologicamente e economicamente para o desenvolvimento de cultivos. Estudos biológicos básicos sobre a reprodução e crescimento dessas espécies selecionadas, direcionados para a produção comercial de alevinos e cultivos. Incremento de uma produção regular de alevinos para viabilizar o interesse dos produtores para o cultivo de peixes marinhos. Instalação de cultivos experimentais de peixes marinhos em áreas costeiras e oceânicas, utilizando estruturas flutuantes em mar aberto e/ou viveiros de terra. Para consolidarmos esta atividade se pretendemos chegar aos mesmos níveis dos outros cultivos aquícolas já existentes no Brasil e no mundo, teremos um largo caminho de estudos e muito trabalho a ser realizado. DESENVOLVIMENTO DA PISCICULTURA MARINHA PODE SER UMA ALTERNATIVA PARA A AQUICULTURA BRASILEIRA Estes tempos de crescimento da aquicultura brasileira com taxas superiores aos indicadores da FAO são motivos de orgulho para todos que fazem parte desta cadeia produtiva. Esse novo status aquícola requer análises e estudos em busca de novas alternativas. Não há dúvidas que a aquicultura brasileira vai muito bem, pois os resultados apresentados em algumas regiões do País, que citamos como exemplos: A consolidação da mitilicultura e ostreicultura em Santa Catarina; O desenvolvimento da carcinicultura marinha no Nordeste e o surgimento da nova fronteira aquícola da piscicultura interior no Centro-Oeste, entre outros, demonstram que o Brasil vem avançando corretamente neste segmento da atividade pecuária. Aproveitando este crescimento vivido pelo setor, registro que nos falta um dos produtos da aquicultura, para sermos quase completos, no aproveitamento integral e sustentável do nosso potencial: A piscicultura marinha. O cultivo de peixes marinhos tem o seu lugar de destaque no cenário internacional, principalmente pela sua qualidade e preços do produto, sendo considerado o salmão como a espécie que domina este mercado, pela sua produção e receitas globais em sua comercialização. No entanto, isto não excluirá e nem inibirá os cultivos de outros peixes marinhos, que poderão ocupar patamares semelhantes neste mercado, pela alta qualidade das espécies de pescado cultivado. Partindo dos registros da produção experimental de alevinos de Robalos ( Centropomus sp ) desenvolvidos na UFSC, pouco se avançou na produção de alevinos no Brasil. Temos muito que estimular às pesquisas biológicas, produção de alevinos e cultivos com peixes marinhos de espécies como Garoupas (Epinephelus sp), Pargos (Lutjanus sp), Linguados (Paralichthys ), entre outras de importância comercial, distribuídas pelas diversas regiões brasileiras, que apresentam viabilidade técnica e econômica para a piscicultura marinha. Demonstrar a viabilidade da piscicultura marinha com as nossas espécies é, também, um alerta para nem pensarmos em introduzir novas espécies de peixes marinhos, pela disponibilidade de alevinos e que já estejam com cultivos consolidados em outros países, procurando adaptá-las aos nossos ecossistemas. 3

4 BIJUPIRÁ Rachycentron canadum Peixe da Família Rachycentridae, o Bijupirá (Rachycentron canadum) também conhecido com beijupirá e Cobia. A coloração geral é marrom escura, interrompida pela presença de duas faixas longitudinais mais claras que vão da cabeça até a cauda na posição látero-superior do corpo, o ventre é amarelado. Pode atingir mais de 1,8 metro de comprimento total e 80 quilos de peso. É um peixe pelágico, costeiro, que se distribui em toda faixa tropical e subtropical do planeta, incluindo o Brasil, não estando presente apenas na porção leste do pacífico. Distribuição Geográfica no Brasil: Regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul (do Amapá ao Rio Grande do Sul). Mais comum no Nordeste. Epinephelus... GAROUPA É uma das famílias de peixes com maior variedade de espécies em nosso litoral. Em geral possuem corpo robusto e porte considerável, cabeça larga e grande, ventre geralmente protuberante e cauda arredondada. A coloração varia em tons pardos, mais escuros no dorso, com manchas espalhadas pelo corpo em alguns indivíduos. Medem de 30 cm a 60 cm de comprimento, podendo atingir até um metro em algumas espécies. As mais comuns são: Garoupa-Verdadeira, Garoupa-Pintada, Garoupa-de- São-Tomé e Garoupinha. ROBALO Centropomus undecimalis (Robalo flexa) Centropomus parallelus (Robalo peba) Lutjanus purpureos PARGO O robalo, espécie costeira que vive nas águas salobras dos manguezais, estuários e baías, mas pode ser encontrado também desde a barra dos rios até quilômetros acima da foz, especialmente na época da desova. Frequenta desde o extremo Norte até o Espírito Santo. É em geral capturado e vendido juntamente com as siobas ou ciobas (lutjanus analis), de quem é difícil diferenciar. Já foi de grande importância para a pesca e exportação do Nordeste -onde ocorre em maior quantidade- perdendo esta condição em função da falta de adaptação ao mercado que exige hoje peixe fresco em substituição ao filet congelado de outrora. Já teve problemas com os estoques. Hoje as capturas são baixas. 4

5 Bothus... LINGUADO A criação de peixes marinhos, também poderá ser uma das alternativas estratégicas da carcinicultura marinha, podendo ser utilizada como uma opção aos problemas que esta, muitas vezes, enfrenta para o seu desenvolvimento. Concluindo, penso que, a piscicultura marinha como uma nova alternativa, tecnicamente e financeiramente viabilizada pelos experimentos e empreendimentos realizados e a realizar, será bem aceita pelo segmento produtivo, sendo este um dos princípios que deveríamos adotar para chegarmos ao futuro com a nossa aquicultura. Corpo de formato oval e achatado, com os dois olhos colocados no lado esquerdo. Coloração marrom-escura na parte superior e branca na inferior, porém varia muito em função do mimetismo que o peixe é capaz. Medem de 30 a 50 cm de comprimento, pesando de 2 a 3 Kg. Como temos muito a fazer neste processo, poderíamos estabelecer uma agenda em benefício da nossa piscicultura. Sugestões: Criar através das universidades e institutos de pesquisas, um banco de dados biológicos sobre todos os trabalhos já realizados com peixes marinhos, como: teses, dissertações, monografias, relatórios de projetos de pesquisas, etc, que na sua maioria não são publicados em revistas especializadas e tem uma importância fundamental aos estudos de base. Formar planteis de reprodutores com algumas de nossas espécies mais viáveis para piscicultura, com a colaboração dos aquicultores e pescadores, objetivando termos exemplares disponibilizados para os experimentos em laboratórios. Instalar grupos de trabalhos multidisciplinares em piscicultura marinha, com apoio institucional das agências de fomento, com o objetivo de congregar estudos e pesquisadores no desenvolvimento da atividade. Alocar recursos para instalação de larviculturas, nas diversas regiões brasileiras com potencial para o desenvolvimento da piscicultura marinha. Estas propostas apresentam-se com o objetivo de tentar abrir novos caminhos e uma reflexão sobre as alternativas que a aquicultura brasileira apresentará nos próximos anos, uma vez que, precisará ser competitiva e, certamente, isto passa pela sua diversidade. 5

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