Peixes. Prof. lucasmarqui
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- Levi Amarante Igrejas
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1 Peixes Os peixes, como todos nós sabemos, são animais que vivem apenas em ambientes aquáticos, tais como rios, lagos e mares. Esses animais apresentam diversas adaptações que permitem a sua sobrevivência nesses ambientes, tais como respiração branquial, nadadeiras para a locomoção e estruturas que possibilitam a flutuação. Os peixes possuem esqueleto que pode ser cartilaginoso ou ósseo, dependendo da espécie. O tipo de esqueleto apresentado permite a divisão dos peixes em dois grandes grupos: os condrictes e os osteíctes. Os primeiros, também chamados de peixes cartilaginosos, incluem peixes como os tubarões e as arraias. Já os osteíctes, ou peixes ósseos, apresentam como representantes os peixes mais conhecidos, como a sardinha, o atum e o cavalo-marinho. Existem ainda aqueles peixes chamados de agnatos, que são peixes que não possuem mandíbula. A locomoção desses animais vertebrados ocorre através das chamadas nadadeirase de movimentos ondulatórios obtidos através da contração de músculos. A forma hidrodinâmica e a presença de escamas e muco também são fatores que favorecem o deslocamento desses seres. As nadadeiras são classificadas, de acordo com o local em que estão dispostas, em: dorsal, caudal, anal, peitoral e pélvica. O tamanho e a localização dessas estruturas variam de uma espécie para outra. As nadadeiras atuam principalmente na mudança de direção e na estabilização do corpo desses animais. A nadadeira caudal é uma das poucas nadadeiras que apresentam papel propulsor, além de atuar também como um leme. Nos peixes ósseos, a capacidade de manter-se em diferentes profundidades é conseguida através de uma bolsa cheia de gás conhecida como bexiga natatória. Nos peixes cartilaginosos, a flutuabilidade é controlada através dos níveis de óleo presentes em seu fígado. O sistema digestório dos peixes é completo, iniciando-se em boca e terminando em ânus nos peixes ósseos, mas em cloaca nos cartilaginosos. Os peixes apresentam rins, e o produto de sua excreção é a ureia. Nas espécies que apresentam bexiga natatória, o principal produto excretado é a amônia. A respiração dos peixes é branquial, uma adaptação importante para a vida aquática, uma vez que é através das brânquias que o oxigênio da água é retirado. O processo para a retirada do oxigênio inicia-se com a entrada da água pela boca e a saída através das fendas branquiais. As brânquias são altamente vascularizadas, permitindo, assim, a realização das trocas gasosas. Existem ainda peixes que possuem um pulmão primitivo, sendo conhecidos como pulmonados ou dipnoicos. Eles conseguem viver longos períodos fora da água. No que diz respeito ao sistema circulatório dos peixes, a circulação é simples e completa, ou seja, o sangue passa uma única vez pelo coração para completar o ciclo e não há mistura de sangue venoso com arterial. O coração apresenta apenas duas cavidades, um átrio e um ventrículo, onde somente Pagina: 1
2 sangue venoso é encontrado e bombeado para as brânquias, onde sofre oxigenação. O sistema nervoso desses animais é bastante desenvolvido, sendo formado por nervos e gânglios nervosos, o encéfalo e a medula espinhal. Em relação aos sentidos, os peixes apresentam poros laterais que percorrem longitudinalmente o corpo do animal que são conhecidos como linhas laterais. Nessas linhas existem células sensoriais (mecanorreceptores) capazes de detectar movimentos na água. A reprodução dos peixes varia entre os grupos. Nos peixes cartilaginosos, a fecundação é interna, e nos peixes ósseos, ela é externa. Existem espécies ovíparas, ovovivíparas e vivíparas. O desenvolvimento pode ser direto ou indireto, a depender da espécie em questão. Quando o desenvolvimento é indireto, a fase larval é seguida de um estágio denominado alevino. Os peixes apresentam uma grande diversidade de espécies, sendo na região Neotropical onde se encontra o maior número de espécies de água doce. Entretanto, esta grande diversidade encontra-se ameaçada devido à degradação dos ecossistemas lóticos, principalmente pela alteração do habitat devido à destruição das florestas e fragmentação da rede hidrográfica. As florestas, principalmente as florestas ripárias, possuem funções ecológicas importantes para a estruturação dos riachos e das comunidades aquáticas. Por muito tempo, as florestas têm sido extensamente destruídas, sendo substituídas principalmente pelos usos agrícolas, ocasionando a destruição dos ecossistemas e da biodiversidade aquática. Além das alterações nas florestas, a presença de represamentos e cruzamentos de estradas gera impactos adicionais para os peixes ao romper a conectividade existente na rede hidrográfica. Os peixes possuem ciclos de vida complexos que dependem da complexidade estrutural do riacho e da conectividade entre trechos montante e jusante da rede. Portanto, a conservação das florestas e a manutenção da conectividade hidrológica são fatores importantes para a conservação das comunidades de peixes. O Brasil é considerado um país megadiverso em relação à fauna de peixes de água doce, fato relacionado à grande diversidade e ao tamanho de suas bacias hidrográficas. Abrigando espécies de peixes de água doce, o País ocupa a 1ª posição em relação ao resto do mundo (McAllister et al., 1997). Além do grande número, uma parcela considerável das espécies é endêmica, ou seja, só ocorre no Brasil. Minas Gerais, pela sua posição geográfica, possui um sistema hidrográfico que abrange a maior parte das bacias brasileiras, exceto a Amazônica. Ao todo, são quinze bacias, das quais apenas duas (Paraíba do Sul e Tietê) não possuem suas nascentes dentro dos limites estaduais. Na atual edição do Atlas, 33 áreas foram consideradas prioritárias para conservação da biodiversidade de peixes, sendo quatro de importância biológica Especial, quatro de importância biológica Extrema, nove de Pagina: 2
3 importância biológica Muito Alta, 11 de importância biológica Alta e cinco de importância biológica Potencial. As áreas indicadas compreendem o corpo d'água, a faixa de preservação permanente (Lei nº 7.511, de 7 de julho de 1986) e a planície de inundação, quando existente. Peixes Cartilaginosos Os peixes cartilaginosos, como o nome indica, são dotados de endoesqueleto cartilaginoso, assim como os ágnatos. Entretanto, ao contrário desses, possuem esqueleto bem desenvolvido, inclusive o crânio, mandíbula e as vértebras; além de nadadeiras peitorais e pélvicas. Na epiderme, há glândulas que produzem muco. Essa classe possui indivíduos tipicamente marinhos, com corpo geralmente mais alongado, como forma de driblar a resistência aos movimentos que a densidade da água impõe. A boca é ventral e é dotada de muitas fileiras de dentes. Há de cinco a sete pares de fendas branquiais, sem opérculo, na maioria dos representantes. O sistema circulatório, nervoso e excretor são semelhantes aos dos ágnatos e, quanto ao sistema digestório, possuem pâncreas, fígado, estômago, intestino e cloaca. Assim como outros peixes e alguns girinos, os condrictes possuem linha lateral mas, ao contrário de peixes ósseos, a bexiga natatória está ausente. Quanto à reprodução, o macho geralmente apresenta um órgão copulador denominado clásper, sendo o resultado de modificações das nadadeiras pélvicas. Assim, a fecundação é interna, com indivíduos dioicos. O desenvolvimento é direto. Os condrictes são classificados em dois grupos: holocephali e elasmobranchii Holocéfalos são representados pelas quimeras. Estas, típicas de regiões oceânicas frias e profundas, possuem opérculo, quatro pares de fendas braquiais, cauda longa, olhos grandes e ausência de escamas. Alimentam-se de crustáceos, moluscos, equinodermos e pequenos invertebrados. Em geral, são ovíparas. A Hydrolagus matallanasi é uma espécie brasileira endêmica. O grupo dos elasmobrânquios tem mais diversidade de espécies, tendo as arraias e tubarões como representantes. Esses indivíduos possuem escamas, conhecidas como dentículos dérmicos ou escamas placoides, formadas internamente por polpa e dentina e, externamente, por esmalte. Podem se alimentar de presas de grande porte (tubarão-branco), ou mesmo de plâncton (tubarão-baleia). Possuem olfato bem desenvolvido. Podem ser ovíparos, vivíparos ou mesmo ovovíparos. Pagina: 3
4 Peixes Ósseos Conhecidos cientificamente como osteíctes (classe Oesteichthyes), são peixes que possuem esqueleto formado, predominantemente, por ossos. Principais características dos peixes ósseos - Apresentam esqueleto ósseo. - A maioria das espécies dos peixes ósseos apresentam escamas dérmicas ósseas. Em algumas espécies (bagre, por exemplo) ocorre ausência de escamas. Quando ocorrem perdas de escamas, o organismo do peixe as substitui. - Brânquias com ausência de espiráculos e protegidas com opérculos. - Com relação ao habitat, podem ser dulcícolas (vivem em água doce) ou marinhos (vivem em água salgada). - Não apresentam cloaca. - Possuem bexiga natatória com a função de flutuar. - A maioria dos peixes ósseos apresenta fecundação externa, sendo que as larvas são conhecidas como alevinos. Já o desenvolvimento destes peixes é indireto. - Possuem dentes pequenos em formato de cones. - Não apresentam glândulas salivares na boca. - O sistema circulatório é fechado. - Possuem boca anterior. - A respiração pode ser por brânquias ou pulmões, dependendo da espécie. - A amônia é o principal elemento excretado por estes peixes. Exemplos de peixes ósseos: - Robalo - Manjuba - Tainha - Esturjão - Peixe-espátula - Pirarucu Pagina: 4
5 - Peixe-elefante africano - Pintado - Arenque - Enchova - Cascudo - Peixes-elétricos - Bagre - Carpa - Dourado - Truta - Linguado Referências Bibliográficas mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/peixes-cartilaginosos-condrictes.htm ambientes.ambientebrasil.com.br Conteúdo Fauna Peixes Livro Didático PROJETO ARARIBÁ - 7º ano Pagina: 5
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