PLANO DE CONTINGÊNCIA MUNICIPAL PARA A GRIPE A H1N1
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- Renato Antunes Brandt
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1 PLANO DE CONTINGÊNCIA MUNICIPAL PARA A GRIPE A H1N1 1 Situação Geral Uma pandemia de gripe ocorre quando um novo vírus do tipo A, para o qual a população tem uma susceptibilidade quase universal, surge com a capacidade de infectar e ser transmitido entre humanos, podendo produzir um impacto significativo na sociedade. A situação de Pandemia de Gripe A prende-se com a propagação do vírus à escala intercontinental, podendo evoluir por ondas sucessivas, cada uma com 8 a 12 semanas, com intervalos que podem ser de apenas um mês e a sua contenção só será possível em estádios muito precoces. As medidas a tomar no início destina-se a atrasar a progressão da doença, permitindo o seu melhor controlo, até que exista a possibilidade de vacinação; A verdadeira dimensão resultante de Pandemia é imprevisível, mas, a acontecer, as autoridades de saúde antevêem que possam ser afectadas parcelas significativas da população, provocando eventuais rupturas nos domínios social e económico. Fases de evolução da gripe Nos seres humanos, a gripe manifesta-se, habitualmente, por epidemias anuais (gripe sazonal), de magnitude e gravidade variáveis. A gripe A transmite-se pessoa a pessoa, por contacto próximo. O período de incubação da gripe tem uma duração que pode variar entre as 24 e as 96 horas, mas habitualmente oscila entre as 48 e as 72 horas; O período de maior transmissibilidade ocorre imediatamente após o aparecimento dos sintomas e as pessoas doentes podem continuar excretar vírus até 5 dias após o aparecimento destes (7 dias nas crianças); A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera as seguintes fases na evolução da gripe: Período pré-pandémico: Fase 1 Ausência de casos de infecção em pessoas por vírus da gripe em circulação nos animais; 1/6
2 Fase 2 Casos de infecção humana por vírus da gripe de origem animal (animais domésticos e selvagens), representando potencial ameaça pandémica; Período de alerta pandémico: Fase 3 (Período de alerta) Casos esporádicos ou pequenos clusters de infecção humana por vírus da gripe de origem animal, ou de rearranjo humano-animal, mas sem transmissão suficiente entre pessoas para causar surtos na comunidade; Fase 4 (Risco elevado) - Transmissão entre pessoas do vírus da gripe de animal ou de rearranjo humano-animal capaz de provocar surtos na comunidade; Fase 5 (Pandemia iminente) Surtos sustentados na comunidade, em dois ou mais países, numa única região da OMS, provocados pelo mesmo vírus (identificado na fase anterior); Fase 6 (Pandemia) Surtos sustentados na comunidade, pelo menos num outro país e numa outra região da OMS, causados pelo mesmo vírus, em acumulação com os critérios definidos na fase 5. Específico A taxa de mortalidade é o factor que mais tem preocupado as diversas entidades públicas e privadas. No entanto, a possível taxa de absentismo da população aos seus empregos, que se pode gerar com a pandemia, é o cenário que se tem tentado evitar, quer em virtude de um contágio, quer como resultado da necessidade de assegurar o adequado apoio familiar. O papel da protecção civil, numa possível situação de pandemia, será de preservar o seu papel essencial na garantia da resposta à emergência, na protecção de pessoas, bens e ambiente. Considerando esta conhecida imprescindibilidade, os efeitos de uma pandemia sobre a actividade e capacidade da resposta operacional de protecção e socorro devem ser devidamente avaliados no que diz respeito: - Às taxas de absentismo envolvendo os seus elementos, susceptíveis de perturbar significativamente as capacidades para o desenvolvimento da sua actividade; - Ao acréscimo de empenhamento de recursos face à necessidade de acompanhar, dentro das suas competências legais, a implementação de algumas das medidas de saúde pública. Daqui resulta a necessidade imediata de serem identificadas as medidas e procedimentos mais adequados para assegurar a redução dos riscos para a saúde dos elementos operacionais e obviar aos 2/6
3 eventuais e expectáveis efeitos do absentismo, procurando-se garantir a continuidade das missões essenciais no âmbito da protecção e socorro. 2 Âmbito O presente plano aplica-se ao concelho de Coimbra e a todas as estruturas, forças e unidades envolvidas, ou outras que cooperem nas actividades de protecção e socorro, servindo de referência ao planeamento, geral, especial e sectorial, para a gestão das situações de emergência referentes à Gripe A. 3 Objectivos Efectivar uma matriz de planeamento flexível para fazer face à pandemia de Gripe A, que adopte uma metodologia operacional que permita minimizar o impacte da pandemia no que respeita aos possíveis constrangimentos operacionais a fim de garantir a continuidade da prestação do socorro. 4 Execução Coordenar o planeamento e a resposta da protecção e socorro, em estreita ligação com a ARS, CBS, BVC, BVB, Cruz Vermelha, GNR, PSP, Polícia Municipal, e outros Agentes de Protecção Civil. - A Direcção e a Coordenação Política é da responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal de Coimbra. - A Estrutura de Coordenação Institucional é da responsabilidade da Comissão Municipal de Protecção Civil. - A Estrutura de Comando Operacional é da responsabilidade do COM (Comandante Operacional Municipal). 5 Resposta interna Cada um dos organismos intervenientes na protecção e socorro deverá desenvolver o seu Plano de Contingência interno para fazer face aos possíveis impactes que a situação de Gripe A possa vir a representar. 6 Resposta operacional O SMPC de Coimbra deverá manter no seu melhor nível possível a capacidade de intervenção operacional e logística do concelho de Coimbra; 3/6
4 Se necessário, o SMPC de Coimbra estabelecerá um centro de operações integrado, temporário, para todos os recursos municipais em caso de necessidade, nas instalações do Hospital Militar de Coimbra, ou noutro equipamento municipal, de modo a garantir, a nível municipal uma resposta integrada, centralizando temporariamente, toda a gestão operacional de meios humanos e técnicos existentes no município. Em caso de necessidade, é garantido o eventual acolhimento operacional e logístico dos meios de reforço a serem atribuídos pelos CDOS, num total de 50 operacionais e 15 veículos, nas instalações do Hospital Militar de Coimbra, ou num equipamento municipal, e garantido também a disponibilidade de guias para acompanhamento dos meios de reforço atribuídos. O SMPC de Coimbra deverá assegurar que, em caso de pandemia, não se verifiquem as seguintes situações: - Problemas de regulação e gestão de trânsito; - Problemas com a recolha de lixo, podendo para o efeito recorrer a outros colaboradores da CMC, como sejam os afectos à Divisão de Espaços Verdes (cerca de 50 jardineiros), DOGIEM, ou outros serviços, de acordo com o definido no Plano de Contingência interno da CMC: - A ininterrupção do funcionamento do cemitério municipal da Conchada, podendo para o efeito recorrer a funcionários dos cemitérios das freguesias. Poderá ser necessário: - Proceder ao encerramento dos locais de atendimento da CMC, em locais como o serviço de atendimento no edifício principal e outros; - Proceder ao cancelamento de actividades culturais e desportivas, em espaços públicos, principalmente nos locais onde se preveja uma maior concentração de pessoas, e em recintos fechados; - Proceder ao encerramento de locais de comércio, fechados, como sejam, o Mercado Municipal, hipermercados, entre outros; - Proceder ao cancelamento das linhas de transportes públicos dos SMTUC, por serem locais de elevado risco de propagação do vírus. Poderá ser também necessário estabelecer contactos com os diversos órgãos do poder central, de modo a encerrar temporariamente os balcões onde seja feito atendimento ao público por esses serviços. 4/6
5 Outras medidas poderão revelar-se necessárias, que não as previstas neste plano, pelo desenvolvimento da situação. 7 Instruções de coordenação Gerais O Plano Municipal de contingência para a Gripe A entra em vigor logo que aprovado pelo Presidente da Câmara Municipal de Coimbra; Face ao desenvolvimento da pandemia e após validação da tutela, serão accionadas as medidas de resposta operacional referidas neste Plano; As medidas de resposta operacional previstas a nível municipal são aplicadas por decisão Comandante Operacional Municipal (COM) em permanente articulação com o Presidente da Câmara Municipal e com o SMPC de Coimbra; O presente plano é desactivado à ordem do COM, em articulação com o SMPC de Coimbra; Cada estrutura, força e unidades envolvidas neste Plano: - Determinar o potencial impacte da pandemia ao nível interno, utilizando diversos cenários em função dos níveis de severidade, disponibilidades de recursos e abastecimentos para níveis de absentismo interno de 20%, 30% e 40%, considerando que este absentismo poderá resultar de doença do próprio, ou de assistência a familiares; - Identificar operacionais que poderão ter de permanecer em casa durante a pandemia (até 12 semanas), caso as escolas e jardins-de-infância encerrem; - Antecipar vulnerabilidades das comunidades e prever medidas de minimização; - Partilhar o seu plano, os procedimentos operacionais e outras boas práticas, com outras entidades, visando identificar estratégias de colaboração, partilha de recursos e ajudas mútuas. Do SMPC de Coimbra - Garantir uma monitorização permanente da situação operacional municipal avaliando, em cada fase do processo, a capacidade de mobilização e intervenção operacional das forças e meios municipais; - Avaliar em articulação com o CDOS, COM e o Presidente da Câmara Municipal, a eventual necessidade do accionamento de medidas de reforço operacional. 5/6
6 Dos Meios de Reforço - Os períodos de intervenção dos GR são no máximo de 10 dias; - Se ao fim de 8 dias de permanência, for previsível a continuação dos Grupos de Reforço / Brigadas de Intervenção (GR/BRI) no município, o COM e o SMPC de Coimbra deverão de imediato articular-se com o CDOS, para que possa haver uma decisão do CNOS, sobre a situação. 8 Medidas preventivas e de Auto-protecção Promover a adopção de medidas colectivas, individuais e operacionais, tanto a nível interno do SMPC de Coimbra, Corpos de Bombeiros, Agentes de Protecção, como também ao nível das escolas, espaços públicos, entre outros. Estar atento às directivas e recomendações emanadas da DGS; Afixar em espaços visíveis os folhetos distribuídos pela DGS contendo informação detalhada sobre os sintomas de Gripe A e sobre as respectivas medidas de auto-protecção; Promoção de acções de informação e sensibilização. 9 Comunicação A Câmara Municipal de Coimbra, através do seu Gabinete de Comunicação, desenvolve e assegura a política de informação pública ao nível local decorrente da sua actividade. Coimbra, de Novembro de 2009 O Presidente da Câmara Municipal de Coimbra Dr. Carlos Encarnação 6/6
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