TÍTULO: CONHECIMENTO DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO SOBRE O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA ESPIROCERCOSE CANINA.
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- Giulia de Santarém Oliveira
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1 Anais do Conic-Semesp. Volume 1, Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN TÍTULO: CONHECIMENTO DOS MÉDICOS VETERINÁRIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO SOBRE O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA ESPIROCERCOSE CANINA. CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: MEDICINA VETERINÁRIA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS AUTOR(ES): CIBELE MAINARDI ORIENTADOR(ES): ARNALDO ROCHA
2 1. RESUMO Muitos helmintos são importantes parasitas causadores de doenças em cães, muitos deles com alta prevalência no Estado de São Paulo. O helminto Spirocerca lupi é um parasita endêmico em São Paulo e sua infecção está fortemente associada à formação de massas neoplásicas, especialmente no esôfago de cães, seus hospedeiros definitivos habituais. O material para realização desta pesquisa foi um questionário aplicado no período de agosto a outubro de Participaram da pesquisa 119 médicos veterinários de uma população total aproximada de 27 mil profissionais atuantes, segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo. As perguntas que compuseram o questionário foram elaboradas para averiguar se os participantes conheciam algum parasita associado a geração de neoplasia e se a resposta fosse afirmativa eram indagados sobre qual o parasita, como identificá-lo, como fazer o diagnóstico e o tratamento correto da doença em questão. Do universo total pesquisado, somente 13% dos entrevistados conhecem o parasita Spirocerca lupi, a doença espirocercose e deram respostas certas sobre a identificação do parasita, diagnóstico da doença e tratamento da espirocercose. No grupo dos que declararam conhecer associação de parasitas a neoplasias, apenas 65% citaram e acertaram o nome correto do Spirocerca lupi. Ao se analisar apenas as respostas dos questionários dos que citaram corretamente Spirocerca lupi associado a neoplasia, 80% acertaram as respostas acerca do diagnóstico, 10% desconhecem os meios mais indicados para o diagnóstico conclusivo da parasitose e 10% indicaram meios desqualificados para o diagnóstico conclusivo da doença.ainda considerando os 80% que acertaram a identificação do parasita, 94% acertaram também a resposta sobre o tratamento indicado para a doença e 6% informaram desconhecer os protocolos cirúrgicos e terapêuticos para o tratamento da espirocercose. De acordo com os resultados obtidos, recomenda-se mais divulgação a respeito do Spirocerca lupi e da espirocercose, preparando e orientando mais os alunos e profissionais já formados, atuantes nas mais diversas áreas da medicina veterinária e em especial os relacionados à clínica médica de cães, hospedeiros habituais desses parasitas. 1
3 2. INTRODUÇÃO Muitos helmintos são importantes parasitas causadores de doenças em cães, muitos deles com alta prevalência no Estado de São Paulo. O helminto Spirocerca lupi é um parasita endêmico em São Paulo e sua infecção está fortemente associada à formação de massas neoplásicas, especialmente no esôfago de cães, seus hospedeiros definitivos habituais. No curso de graduação em medicina veterinária espera-se que o tema espirocercose seja abordado em diversos momentos, como nas disciplinas de parasitologia, doenças parasitárias, doenças infecto contagiosas, clínica médica, disciplinas de cirurgia e também nas de biodiagnóstico por imagem. Considerando que são muitas as informações a respeito de inúmeros pontos do saber que os profissionais médicos veterinários devem dominar para o exercício adequado da profissão, admite-se a possibilidade de falhas no conhecimento a respeito de um ou outro tema, o que faz a diferença entre diversos profissionais. Um bom profissional precisa de conhecimentos precisos e em maior número possível, de competências e habilidades para resolver os problemas e desafios inerentes à profissão. Este trabalho foi delineado com a intenção de checar o conhecimento específico de veterinários paulistas a respeito do tema Spirocerca lupi e espirocercose, sem contudo desmerecer os profissionais menos preparados no assunto, muito pelo contrário, respeitando de forma ética todos os profissionais e tentando divulgar a doença entre os desconhecedores do assunto. 3. OBJETIVOS O objetivo desta pesquisa foi verificar o conhecimento específico e pontual dos médicos veterinários do Estado de São Paulo a respeito do parasito Spirocerca lupi e divulgar informações corretas sobre o tema dentre os desconhecedores do assunto. 2
4 4. METODOLOGIA O material para realização desta pesquisa foi um questionário aplicado no período de agosto a outubro de 2012, em clínicas, hospitais, congressos, cursos e universidades onde gentilmente alguns profissionais concordaram em participar, após terem sido esclarecidos sobre a pesquisa. 5. DESENVOLVIMENTO Participaram da pesquisa 119 médicos veterinários de uma população total aproximada de 27 mil profissionais atuantes, segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo. As perguntas que compuseram o questionário foram elaboradas para averiguar se os participantes conheciam algum parasita associado a geração de neoplasia e se a resposta fosse afirmativa eram indagados sobre qual o parasita, como identificá-lo, como fazer o diagnóstico e o tratamento correto da doença em questão. As informações foram analisadas e os resultados apresentados em números percentuais, de acordo com as respostas. 6. RESULTADOS Do universo total pesquisado, somente 13% dos entrevistados conhecem o parasita Spirocerca lupi, a doença espirocercose e deram respostas certas sobre a identificação do parasita, diagnóstico da doença e tratamento da espirocercose. Dentre os 13% que acertaram às perguntas básicas sobre Spirocerca lupi e espirocercose, 66,7% atuavam na área de clínica médica de pequenos animais; 26,7% em clínica cirúrgica de pequenos animais e 6,7% em clínica médica de animais de grande porte. 3
5 Do total dos participantes, 26% responderam conhecer infecção parasitária associada a neoplasia. No grupo dos que declararam conhecer associação de parasitas a neoplasias, apenas 65% citaram e acertaram o nome correto do Spirocerca lupi. O parasita Spirocersca lupi é o único helminto associado à neoplasia em cães e foi lembrado por mais da metade dos entrevistados. Dois participantes citaram, erroneamente, Habronema muscae como infecção que pudesse ser estímulo à neoplasias, informação que não procede. Ao se analisar apenas as respostas dos questionários dos que citaram corretamente Spirocerca lupi associado a neoplasia, 80% acertaram as respostas acerca do diagnóstico, 10% desconhecem os meios mais indicados para o diagnóstico conclusivo da parasitose e 10% indicaram meios desqualificados para o diagnóstico conclusivo da doença. Ainda considerando os 80% que acertaram a identificação do parasita, 94% acertaram também a resposta sobre o tratamento indicado para a doença e 6% informaram desconhecer os protocolos cirúrgicos e terapêuticos para o tratamento da espirocercose. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Segundo GENNARI et. al., 1999, no Brasil existem relatos de exames parasitológicos positivos para Spirocersca lupi em diversos Estados. No Estado de São Paulo pôde-se constatar 0,3% de ocorrência de casos de exames positivos para espirocercose e associados a doença neoplásica em canídeos. São Paulo é o segundo Estado em número de casos constatados, perdendo apenas para a região Centro-Oeste, com maior número de casos. 4
6 A ocorrência endêmica da doença no sudeste brasileiro motivou a elaboração deste trabalho, a fim de avaliar o conhecimento específico sobre este helminto pela classe Médica Veterinária no Estado de São Paulo. Se existem profissionais que não conhecem o parasita, também não sabem quais exames devem ser solicitados para o diagnóstico conclusivo da doença, que pode estar sendo menos diagnosticada do que deveria ser e sub notificada. O desconhecimento de parte dos entrevistados pode gerar dúvida e confusão quando a ocorrência do parasita, que pode ter ocorrência maior do que a registrada até o momento. Um quinto dos entrevistados declararam não conhecer os recursos disponíveis para o diagnóstico da espirocercose, profissionais esses que poderiam ter recebido pacientes com o referido problema e não tê-los diagnosticado. Os profissionais envolvidos com clínica médica de pequenos animais se mostraram mais bem preparados para resolver os desafios da espirocercose quando comparados com os demais grupos de atuação que participaram da pesquisa. Pode-se encarar com naturalidade que os clínicos mais especializados em animais de grande porte não tenham lembranças a respeito de um parasita e da doença que cause apenas em cães. Por outro lado seria esperado que os cirurgiões se recordassem mais do parasita e da doença, haja visto que uma das abordagens terapêuticas é cirúrgica. Até certo ponto pode ser considerado normal o esquecimento de alguns pontos lecionados nas faculdades de medicina veterinária, o que não podemos concordar é com o excesso de não saber. Com nossa pesquisa não temos condições de identificar se há ignorância em excesso, pois trata-se de uma abordagem apenas pontual sobre um único assunto. Sugerem-se outros trabalhos semelhantes a este, nas mais diferentes áreas de atuação dos médicos veterinários para um diagnóstico mais amplo sobre os conhecimentos dos profissionais médicos veterinários. 5
7 Houve uma época em que os conselhos de medicina veterinária realizavam avaliações de proficiência em que só os aprovados recebiam autorização para atuarem. Atualmente a prova aplicada pelos conselhos regionais de medicina veterinária foi extinta e o controle sobre quem está ou não apto para o mercado de trabalho ficou única e exclusivamente sob responsabilidade das escolas, com supervisão do Ministério da Educação e Cultura (MEC) que também aplica avaliações para controle da qualidade do ensino e aprendizagem nas faculdades de medicina veterinária. De acordo com os resultados obtidos em nossa pesquisa, recomenda-se mais divulgação a respeito do Spirocerca lupi e da espirocercose, preparando e orientando mais os alunos e profissionais já formados, atuantes nas mais diversas áreas da medicina veterinária e em especial os relacionados à clínica médica de cães, hospedeiros habituais desses parasitas. 8. FONTES CONSULTADAS CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Disponível em: < Acesso em: 25 setembro CUALI PESQUISA E SISTEMAS. Disponível em: < Acesso em: 10 outubro GENNARI, S.M.; PENA, H.F.J.; BLASQUES, L.S. Frequência de ocorrência de parasitos gastrintestinais em amostras de fezes de cães e gatos da cidade de SãoPaulo. Veterinary News, n.52, p.10-12, LEVINE, N.D. Nematodes Parasites of Domestic Animals and of Man. 2 a Ed. USA. Buergess Publ. Co, Minesota,
8 ROCHA, A. Parasitologia. 1Ed. São Paulo: Rideel SOULSBY, E.J.L. Helminths, Artropods, Protozoa of Domesticated Animals. London: E. Bailliére Tindall Cassel Ltda,
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