Padrões de Uso e Epidemiologia do Consumo de Substâncias Psicoativas
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1 Padrões de Uso e Epidemiologia do Consumo de Substâncias Psicoativas Enf. Marcos Vinícius Ferreira Especialista em Saúde Pública Mestrando em Saúde Coletiva Membro da Equipe de Pesquisa do CEPAD-UFES Vitória 2013
2 OBJETIVOS DA AULA Identificar a importância da análise epidemiológica sobre o uso de drogas, discutindo os aspectos específicos ao se trabalhar com a epidemiologia no campo do uso de drogas; Apresentar e discutir os resultados dos principais levantamentos epidemiológicos realizados no país, visando a reflexão sobre a realidade do uso no contexto escolar; Disponibilizar informações que permitam aos profissionais identificar os diferentes padrões de uso de substâncias psicoativas compreendendo a importância da discriminação destes padrões na análise dos problemas ligados às drogas.
3 INTRODUÇÃO Droga, segundo a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), é qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento (OMS, 1993). Substância Psicoativa (SPAs): Sinônimo do conceito de droga como prevê a OMS.
4 INTRODUÇÃO A epidemiologia do uso de drogas é a ciência que estuda a distribuição do número de usuários e os acontecimentos relacionados ao uso em uma população específica e em um determinado período. DIEHL, 2011
5 INTRODUÇÃO A palavra vem do grego, Epedeméion (aquele que visita) - Epí (sobre) - Demós (povo) - Logos (palavra, discurso, estudo) Etimologicamente, "epidemiologia" significa: "ciência do que ocorre com o povo". SUPERA, 2008
6 INTRODUÇÃO Premissas e características da epidemiologia: As doenças ou problemas de saúde não ocorrem ao acaso; A distribuição destes problemas é produto dos fatores causais ou determinantes que se distribuem desigualmente na população; A comparação de subgrupos populacionais é essencial para a identificação de determinantes das doenças
7 INTRODUÇÃO Funções e Objetivos da Epidemiologia: o Buscar registros; o Contar número de casos; o Verificar a distribuição espacial (onde?), temporal (quando?) e por pessoas (quem?); o Verificar fatores determinantes (porquê?); o Hipóteses sobre transmissão (associação); o Ações atuar sobre os fatores determinantes; o Avaliação das medidas impacto.
8 INTRODUÇÃO Prevalência É a proporção de casos existentes de certa doença ou fenômeno, em uma população determinada, em um tempo determinado. Por exemplo: Quantos fumantes havia entre os moradores da cidade de São Paulo em 2001?: Casos existentes - fumantes, População determinada moradores de São Paulo e Tempo determinado ano de 2001.
9 INTRODUÇÃO Incidência É o número de casos novos de certa doença ou fenômeno em uma população determinada, em um tempo determinado. Por exemplo, em 2001, quantos casos novos de fumantes houve entre moradores da cidade de São Paulo?
10 INTRODUÇÃO Como a doença se distribui segundo as características das PESSOAS, dos LUGARES que elas habitam e da ÉPOCA considerada? Quais são os FATORES que determinam a ocorrência da doença e sua distribuição na população?
11 INTRODUÇÃO A Política Nacional de Álcool e outras Drogas, dispõe: Fundamentar as campanhas e programas de prevenção em pesquisas e levantamentos sobre o uso de drogas e suas consequências, de acordo com a população-alvo, respeitadas as características regionais e as peculiaridades dos diversos segmentos populacionais, especialmente nos aspectos de gênero e cultura; Assegurar, por meio de pesquisas, a identificação de princípios norteadores de programas preventivos; Garantir a realização de estudos e pesquisas visando à inovação dos métodos e programas de redução da demanda, da oferta e dos danos sociais e à saúde.
12 INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Fornecem dados indiretos do consumo de drogas de uma determinada população: Internações hospitalares; Atendimentos ambulatoriais; Atendimentos em salas de emergências; Laudos cadavéricos de mortes violentas (fornecidos pelo IML); Apreensões de drogas feitas pelas polícias Federal, Estaduais e Municipais; Prescrições de medicamentos (ex: benzodiazepínicos e anfetamínicos); Mídia (notícias veiculadas pelos meios de comunicações sobre as drogas); Casos de violência decorrentes do uso de drogas; Prisões de traficantes. SUPERA, 2008
13 INQUÉRITOS EPIDEMIOLÓGICOS Fornecem dados diretos do consumo de drogas: Domiciliares: pesquisa o uso de drogas entre moradores de residências sorteadas; Com estudantes: alunos do ensino fundamental, médio ou de cursos superiores; Com crianças e adolescentes em situação de rua: informações colhidas entre crianças e adolescentes que vivem a maior parte do tempo na rua; Com outras populações específicas; como exemplos: profissionais do sexo, trabalhadores da indústria, policiais, entre outros. SUPERA, 2008
14 INQUÉRITOS EPIDEMIOLÓGICOS Os principais inquéritos nacionais foram consubstanciados por: 1) Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas CEBRID ( 2) Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas - SENAD ( 3) Parcerias com Universidades Públicas: UNIFESP, USP.
15 PADRÕES DE CONSUMO Os padrões de consumo de substâncias psicoativas são: uso, abuso e dependência (FIGLIE; LARANJEIRA; BORDIN, 2004): Uso é considerado o consumo em geral de forma experimental, esporádico ou episódico. É o que, muitas vezes, consideramos ser o uso social ; Abuso é o consumo de substâncias associado a prejuízos de natureza biológica, psicológica e\ou social, sendo muitas vezes, criticado por outras pessoas, mas não acompanhado de síndrome de abstinência e tolerância. Dependência é compreendida como o consumo sem controle e associado ao desenvolvimento de problemas mais graves para o individuo em diferentes áreas (física, psicológica e\ou social) de sua vida.
16 PADRÕES DE CONSUMO Classificação da Organização Mundial de Saúde(SMART,1980): Uso na vida: quando a pessoa fez uso de qualquer droga psicotrópica pelo menos uma vez na vida; Uso no ano: quando a pessoa utilizou droga psicotrópica pelo menos uma vez nos doze meses que antecederam a pesquisa; Uso no mês: quando a pessoa utilizou droga psicotrópica pelo menos uma vez nos trinta dias que antecederam a pesquisa; Uso frequente - uso, em 6 ou mais vezes, nos últimos 30 dias que antecederam a pesquisa; Uso pesado - uso, em 20 ou mais vezes, nos últimos 30 dias que antecederam a pesquisa;
17 Critérios Diagnósticos Séc. XX - Estudo e divulgação do Alcoolismo: E. M. Jellinek; Déc. 60 Melhoria do diagnóstico de transtornos mentais: OMS; 1976 Conceitos de Síndrome de Dependência do Álcool: Edward e Gross. Sistemas Classificatórios e Diagnósticos 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID 10). Essa é a classificação utilizada por nosso sistema de saúde pública. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM - 4), da Associação Psiquiátrica Americana.
18 Critérios Diagnósticos: Dependência De acordo com a CID-10, o diagnóstico é determinado por 3 ou mais dos seguintes critérios tiverem sido detectados nos últimos doze meses. Forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância; Dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância, em termos de início, término e níveis de consumo; Estado de abstinência fisiológico, quando o uso da substância cessou ou foi reduzida;
19 Critérios Diagnósticos: Dependência Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas; Abandono progressivo de prazeres e interesses alternativos, em favor do uso da substância psicoativa, aumento da quantidade de tempo necessária para obter ou ingerir a substância ou para se recuperar de seus efeitos; Persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de consequências manifestamente nocivas, tais como: danos ao fígado, por consumo excessivo de bebidas alcoólicas; estados de humor depressivos, consequentes a períodos de consumo excessivo da substância; ou comprometimento do funcionamento cognitivo, relacionado à droga.
20 Critérios Diagnósticos: Dependência
21 Inquéritos Gerais
22 Inquéritos Específicos
23 Inquéritos Específicos
24 Inquéritos Específicos
25 I e II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, 2001 e 2005
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29 Levantamentos entre Estudantes Escolares
30 II Levantamentos Nacional de Álcool e Drogas Gráfico 1 Prevalência de uso de crack detectado pelo II Levantamentos Nacional de Álcool e Drogas Brasil, 2012 INPAD/UNIAD, 2012
31 II Levantamentos Nacional de Álcool e Drogas Gráfico 1 Distribuição de consumidores de Crack no mundo detectada pelo II Levantamentos Nacional de Álcool e Drogas Brasil, 2012 INPAD/UNIAD, 2012
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38 VI Levantamento Nacional entre Estudantes CEBRID, 2010
39 VI Levantamento Nacional entre Estudantes
40 VI Levantamento Nacional entre Estudantes CEBRID, 2010
41 VI Levantamento Nacional entre Estudantes CEBRID, 2010
42 A maior parte dos problemas humanos, ao longo da história, não foram resolvidos por meio de soluções, mas sim, por mudanças de enfoque. R. Dahrendord
43 Antidrogas REFERÊNCIAS AMUI, N.O.; MOURA, Y.G.; NOTO, A.R. Internações por transtornos mentais e de comportamento decorrentes de substâncias psicoativas: um estudo epidemiológico nacional do período de In: XVIII Congresso de Iniciação Científica da UNIFESP. São Paulo: UNIFESP, ARAÚJO, M.R.; MOREIRA, F.G. Histórias das drogas. In: Silveira DX, Moreira FG, organizadores. Panorama atual de drogas e dependências. São Paulo: Editora Atheneu; BRASIL. Presidência da República. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. I Levantamento Nacional sobre o Uso de Álcool e Outras Drogas entre Universitários das 27 Capitais Brasileiras. Brasília: SENAD, CARLINI, E. A. et al. I Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, Departamento de Psicobiologia, UNIFESP, 380 p., CARLINI, E.A.; GALDUROZ, J.C. II Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país. Brasília: Secretaria Nacional
44 GALDURÓZ, J. C. F. et al. V Levantamento nacional sobre o consumo de drogas psicotrópicas entre estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública de ensino nas 27 capitais brasileiras CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, p GALDURÓZ, J. C. F.; SANCHEZ, Z.V.M.; NOTO, A.R. Epidemiologia do uso, do abuso e da dependência de substâncias psicoativas. In: DIHEL, A. et al. Dependência química. Porto Alegre: Artmed, 2011.p MEDINA, M. G. et al. Epidemiologia do consumo de substâncias psicoativas. In: SEIBEL, S. D. Dependência de drogas. São Paulo: Editora Atheneu p NAPPO, S.A.; CARLINI, E.A. Benzodiazepinícos no Brasil: um perfil do consumo nos de 1988 e J Bras. Psiquiatr., v.42, n.6, p , NAPPO, S.A.; OLIVEIRA, E.M.; MOROSINI, S. Inappropriate prescribing of compounded antiobesity formulas in Brazil. Pharmacoep. Drug Saf, v.7, n.3, p , NOTO, A.R. et al. Levantamento nacional sobre o uso de drogas entre crianças e adolescentes em situação de rua nas 27 capitais brasileiras, CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas, Departamento de Psicobiologia, UNIFESP, SMART RG, Johnston LD, Hughes PH, Anumonye A, Khant U, Mora MEM, et al. A methodology for students druguse surveys. Geneva: World Healh Organization, 1980.
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