Palavras-chave: Imagem corporal, culto ao corpo, Satisfação corporal.

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1 PERCEPÇÃO E SATISFAÇÃO DA IMAGEM CORPORAL EM UNIVERSITÁRIAS DO CENTRO DE SAÚDE DA UNISUL-CAMPUS TUBARÃO. Karine Jones Dos Santos 1 ; Msc. Ralph Fernando Rosas 2. INTRODUÇÃO Conforme Slade (1988), o termo imagem corporal refere-se a uma ilustração, que se tem na mente, de tamanho, imagem e forma do corpo, expressando também sentimentos relacionados a essas características, bem como as partes que o constituem. A importância científica da pesquisa justifica-se pela contribuição que esta pretende trazer ao analisar o nível de distorção da imagem corporal, devido aos padrões de beleza ditados atualmente. A pesquisa pretende se constituir em material de consulta para estudos de acadêmicos das Ciências Humanas. O objetivo geral da pesquisa é verificar a percepção e o nível de satisfação da imagem corporal, sabendo que o culto ao corpo está diretamente associado à imagem de poder, beleza e mobilidade social, podendo então quantificar a presença de distorções da imagem corporal em universitárias do centro de saúde da Unisulcampus Tubarão. Palavras-chave: Imagem corporal, culto ao corpo, Satisfação corporal. OBJETIVOS - Identificar e quantificar a presença de distorções da imagem corporal em universitárias do centro de saúde da Unisul-campus Tubarão. - Verificar a satisfação corporal em universitárias do centro de saúde da Unisulcampus Tubarão. - Identificar e analisar a imagem corporal em universitárias do centro de saúde da Unisul-campus Tubarão. 1- Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Unisul. 2- Professor do Curso de Fisioterapia da Unisul.

2 2 MÉTODOS Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal descritivo e analítico que tem como base a epidemiologia (PEREIRA, 2003). A população amostra será constituída por acadêmicos da área de ciências da saúde da Unisul - campus Tubarão, SC, que tenham idade mínima de 18 anos, sexo feminino, matriculado em quaisquer cursos da área das ciências da. Os critérios de exclusão serão: acadêmicas matriculados nos curso das ciências exatas, agrárias, humanas, sociais e uso de medicações psicotrópicas, gravidez e deficiência física. Será realizado um levantamento do número de acadêmicos matriculados na área das ciências da saúde. Foram utilizados os seguintes instrumentos para coleta de dados: Termo de Consentimento Livre Esclarecido garantindo dessa forma os direitos dos pesquisados, conforme prescrito na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde; Questionário de Evitação da ImagemCorporal (BIAQ) que foi criado para avaliar a freqüência dos comportamentos de evitação do corpo; Escala de silhueta de Thompson e Gray (ESTG) onde permite verificar a satisfação com o corpo e desejo de ganhar ou perder peso apresentado pelo entrevistado; Questionário Body Shape Questionnaire (BSQ) onde verifica o grau de preocupação com a forma do corpo e com o peso, a autodepreciação relacionada à aparência física. RESULTADOS E DISCUSSÃO Pesquisas sobre a distorção da imagem corporal apontam que a imagem corporal é influenciada pelos padrões estipulados pela sociedade e a cultura que nos rodeia. A nossa família e as experiências individuais influenciam também a nossa imagem corporal. A auto-estima tem impacto no modo como vemos o nosso corpo e está relacionada com a maneira como uma pessoa valoriza as suas habilidades físicas, aptidões, capacidades inter-pessoais, papéis familiares e imagem corporal. Pode desenvolver-se uma auto-estima pobre se os padrões corporais ideais não forem alcançados o que poderá resultar em percepções erradas do tamanho, conceitos falsos da forma e sentimentos negativos sobre o próprio corpo. (Em< Acesso em: 05/08/2012.)

3 3 A amostra pesquisada foi composta de quarenta e sete alunas matriculadas em cursos da área da saúde no campus de Tubarão-SC, todos do sexo feminino e acima de dezoito anos. O instrumento utilizado para a coleta de dados, conforme já apontado, foi o BSQ (Cooper et al., 1987) em sua versão para o português (Cordás, Castilho, 1994), inventário utilizado para avaliar o grau de insatisfação com a imagem corporal. As categorias do BSQ foram determinadas a partir da distribuição dos escores obtidos com a aplicação do Questionário de Imagem Corporal em uma amostra da população geral inglesa. Elas refletem níveis crescentes de preocupação com a imagem corporal que correspondem às seguintes faixas, de acordo com o somatório de pontos do questionário: nenhuma: menor ou igual a 80; leve: entre 81 e 110; moderada: entre 111 e 140; grave: maior ou igual a 140. A classificação final por níveis de preocupação com a imagem corporal apontou que 61,7% das estudantes não apresentavam alteração da auto-imagem corporal, 23,4% apresentam leve distorção, 8,51% apresentam distorção moderada enquanto que 6,38% apresentam distorção da imagem corporal grave. (Tabela1) Tabela 1. Classificação das estudantes matriculados na área da Saúde no campus de Tubarão-SC segundo escores BSQ. BSQ n % Nenhuma 29 61,70 Leve 11 23,40 Moderada 4 8,51 Grave 3 6,38 Total Fonte: Autores. Comparando os resultados com alguns achados disponíveis na literatura nacional, a pontuação média no BSQ das estudantes no presente estudo foi 76,5, um pouco mais baixa que a encontrada em estudo entre atletas realizado por Oliveira et al. (2003) no Rio de Janeiro, que foi 77,8 (± 28,7). Um outro estudo confirmando esses resultados com a literatura,

4 4 em um estudo realizado junto a universitárias croatas aplicando-se o BSQ, quando as croatas foram comparadas com estudantes do sexo feminino do Reino Unido e, principalmente, dos Estados Unidos, os seus escores foram significativamente mais baixos (Pokrajac-Bulian et al., 2005). A seguir foi aplicada a escala BIAQ. Foi criada para avaliar a frequência dos comportamentos de evitação do corpo. A escala tem 13 itens, dispostos numa escala tipo Likert de 6 pontos, que varia de sempre a nunca, onde: Até 12: Pouca evitação. 13 a 25: Razoável evitação. 26 a 38: evitação. 39 a 51: Muita evitação. 52 ou mais: Total evitação. O comportamento de evitação do corpo é uma forma de resposta aos pensamentos e às emoções relacionados a eventos e ações que trouxeram uma profunda depreciação ou insatisfação com o corpo. O sujeito se apodera de uma série de métodos - evitação de situações sociais, de exposição ao público, de uso de roupas mais justas ou mais curtas, de contato próximo com o outro que acomodam e realimentam esta depreciação/insatisfação (CASH, 2004; apud CAMPANA, 2009) A classificação final por níveis de evitação da imagem corporal apontou que 2,12% apresenta pouco comportamento de evitação, 68,08% apresentam comportamentos de razoável evitação da imagem corporal, 27,65% tem comportamento de evitação da autoimagem e 2,12% apresentam um comportamento de muita evitação da imagem corporal. (Tabela 2)

5 5 Tabela 2. Classificação das estudantes matriculados na área da Saúde no campus de Tubarão-SC segundo escores BIAQ. BIAQ n % Pouca Evitação 1 2,12 Razoáavel 32 68,08 Evitação Evitação 13 27,65 Muita Evitação 1 2,12 Total Evitação - - Total 47 99,97 Fonte: Autores. O último item foi a ESTG onde permite verificar a satisfação com o corpo e desejo de ganhar ou perder peso. No que se refere às mulheres, 19,14% identifica-se com a silhueta 6 como sendo sua imagem atual e a mais desejada entre as 15 silhuetas, com 27,65% da preferência, está a silhueta 4 (Tabela 3). Em um estudo referente a insatisfação da imagem corporal de estudantes brasileiras, ao verificar que mesmo mulheres eutróficas desejavam um corpo mais magro, Rodin (1985, apud ALVARENGA, 2010).

6 6 Tabela 3. Classificação das estudantes matriculados na área da Saúde no campus de Tubarão-SC segundo Escala de silhueta de Thompson e Gray. Silhuetas Silhueta Atual Silhueta desejada% % 1 2,12 4,25 2 4,25 14, ,89 10,63 4 8,51 27, ,02 23, ,14 6,38 7 6,38 10,63 8 4, , , , , Fonte: Autores. Analisando os dados percebe-se que a maioria das mulheres não é insatisfeita com a imagem corporal, porém, desejam uma silhueta mais esguia, esteticamente magra e maioria das estudantes e apresentam razoáveis comportamentos de evitação da imagem corporal. Os problemas com a imagem do corpo podem se ordenar num continuum demoderada insatisfação e preocupação com o corpo e progredir para uma preocupação extrema com a aparência física, e levando a uma imagem corporal negativa. A imagem corporal negativa que se instala implica numa condição mais estressante e inibitória que a insatisfação corporal inicial. As conclusões negativas a respeito de si mesmo, a depreciação da aparência e do corpo físico e os comportamentos de evitação e checagem podem ser os responsáveis pela manutenção da imagem negativa do corpo (ROSEN, OROSAN e REITER, 1995).

7 7 CONCLUSÕES: A insatisfação corporal parece ser um constante presente especialmente na vida das mulheres, com aumento das pressões socioculturais para a magreza no sexo feminino, difundidos amplamente através da mídia e também pelos pais e amigos, das mais diversas formas. As mulheres jovens, por serem mais vulneráveis às pressões dos padrões socioculturais, econômicos e estéticos, constituem o grupo de maior risco para desenvolver distúrbios alimentares. A magreza ocupa lugar de grande destaque e acaba por relacionar-se à aceitação social. As alterações na autoimagem e percepção corporais podem conduzir a quadros de baixa-estima e depressão, além da adoção de comportamento de risco. A autoimagem interfere diretamente nos sentimentos de estima e felicidade, e consequentemente, afeta a saúde.

8 8 REFERÊNCIAS Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NESC/UFRJ) (Bosi MLM, Luiz RR, Morgado CMC, Costa MLS, Carvalho RJ). Fernandes, Ana Elisa Ribeiro. Avaliação da imagem corporal, hábitos de vida e alimentares em crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares de Belo Horizonte [manuscrito] / Ana Elisa Ribeiro Fernandes f. : il., p&b, color., map., tabs. Cordás, Táki Athanassios. Transtornos Alimentares:. CLASSIFICAÇÃO e Diagnóstico Rev.psiquiatr. clín. [online]. 2004, vol.31, n.4, pp ISSN CORDÁS,T. A; CASTILHO, S. Imagem corporal nos transtornos alimentares: instrumento de avaliação: Body Shape Questionnaire. Psiquiatria Biológica, 2(1): 17-21, SHEENA s Place. Imagem Corporal. Disponível em< Acesso em: 05/08/2012.)