Projeto: Desafio e possibilidades para uma vida melhor. Parque dos Anjos

Transcrição

1 Campanha Nacional de Escolas da Comunidade Colégio Cenecista Nossa Senhora dos Anjos Gravataí RS Projeto: Desafio e possibilidades para uma vida melhor. Parque dos Anjos Gravataí, 19 de maio de 2015.

2 Eliane Camargo, Lara Fernandes e Renata Obelar. Projeto: Desafio e possibilidades para uma vida melhor. Parque dos Anjos O trabalho apresenta as dificuldades enfrentadas pelos moradores do Parque dos Anjos e os avanços e melhorias para a população. O grupo conseguiu as conclusões necessárias através de pesquisas, visitação da região e entrevistas de moradores para assim criar o projeto sobre a mesma. Gravataí, 19 de maio de 2015.

3 Parque dos Anjos De acordo com dados do censo 2010 do IBGE, a região denominada Parque dos Anjos, correspondia aproximadamente a 105 km² de extensão de 463,758 km² da área total de Gravataí, seu todo era semelhante a ¼ do território da cidade, o que comparado com dados atuais foi reduzida em média a 30 km² (da ponte até a Pirelle), sendo seus limites físicos denominados pelas regiões de Dona Mercedes e Centro, seu número atual de moradores é de valor aproximado a vinte mil habitantes. Suas principais vias são a Av. Êli Correa, antiga RS- 030, que é a avenida principal situada na região central do Parque, onde se encontram os comércios e órgãos públicos tais como o Centro Administrativo Leste, onde foram recolhidas as informações para o relatório e a Av. Antônio Gomes Correa, a qual atravessa toda a sua área delimitada. Dentre seus pontos de referências os mais comuns são o Colégio Antônio Gomes Correa, a Igreja da Sagrada Família, os Supermercados Rissul e Viezzer, a Fundação Bradesco, o Posto Quadros e os Bancos. A economia da região é caracterizada pelos comércios já citados e também pelas Indústrias, podendo destacar entre elas a Pirelle de pneus; a Astória de papel higiênico; e a TDK (antiga Ecotron) de componentes eletrônicos. Não foram encontrados graves problemas referentes à falta de água, segundo Sr. Edegar Luis Alves, funcionário público e morador há 50 anos, o local é um lugar privilegiado, pois quando falta água em outros mais altos dificilmente falta na região, porém não se pode relatar o mesmo sobre o saneamento básico que por sinal é uma problemática, existem esgotos a céu aberto, falta de tratamento do mesmo, vazamentos ligados diretamente ao rio, tubulações danificadas, lixos nas ruas, descartes irregulares e assim se vão inúmeros exemplos, a poluição foi identificada como um problema extremamente grave, sendo ela encontrada em três estágios: A visual, onde o excesso de placas, luminosos, propagandas, outdoors e letreiros extravagantes tornaram desagradável a vista do local e confundível para quem está transitando pelo mesmo; A sonora, presente na maioria dos locais bem populosos, e causada principalmente pelos ruídos das atividades industriais encontradas na região; E dentre elas a mais grave, a ambiental, o acúmulo de lixo nas vias públicas e os descartes dentro do rio são suas principais causas. Outro problema encontrado foi à infraestrutura precária das pontes que não são restauradas há anos, lembrando que as mesmas são um local de fluxo intenso de trânsito, pois dá acesso a principal fonte de economia da cidade, o Complexo General Motors, e sabendo disso a necessidade de duplicação da avenida. Além do abandono em relação aos cuidados com natureza, tanto pela prefeitura quanto pelos moradores existe uma carência cultural extrema, por ser uma região bem localizada e estruturada é vergonhoso averiguar que só existam duas praças públicas e as mesmas estão inutilizáveis, sujas e em péssimo estado de uso, além dessas não existe nenhum local

4 destinado a lazer ou esporte para a comunidade, não há bibliotecas e o local mais usado para consultas públicas é o já citado Centro Administrativo Leste, é possível também citar duas unidades básicas de saúde encontradas em estado degradante, como a maioria dos denominados por dito popular postinhos da cidade. Embora seja uma das maiores regiões e entre tais a mais antiga de Gravataí, o Parque dos Anjos não contém nenhum tipo de associação de moradores ou liderança comunitária que o represente, sendo analisada uma falta de união e organização entre seus habitantes, o CTG Aldeia dos Anjos não é considerado neste quesito por estar do outro lado da ponte, em território da região Centro, logo não sendo pertencente a ela e o CTG Laço da Amizade não pode ser considerado também por ser uma cooperativa privada, onde não só pessoas da comunidade participam como também de outros lugares e o seus fins são para benefícios próprios. A região é caracterizada também por uma forte influência cultural para o município, segundo relatos históricos foram ali que habitaram os primeiros imigrantes da Ilha dos Açores, às margens do Rio Gravataí, que futuramente fundariam a cidade. Existe uma ONG que cuida da limpeza do Rio Gravataí e incentiva a conscientização das pessoas em preservar tanto o rio quanto à natureza, ela é patrocinada pela Petrobras e é conhecida pelo nome de Projeto RIO LIMPO, esta, visa à preservação e promove a reversão dos processos de degradação do Rio Gravataí e de seus mananciais, atua em vários locais, já visitou diversas escolas do município e de municípios vizinhos incluindo o Colégio Santa Luzia situado na Morungava e integrante da rede de Escolas Cenecista para conscientizar os alunos da importância de cuidarmos e preservarmos o rio que abastece não só a nossa cidade como grande parte da região metropolitana, a bióloga Norine Paloski é quem gerencia o projeto, ela é responsável por incentivar diversos moradores a darem suas iniciativas e por capacitar equipes e professores para o mesmo, o projeto foi lançado oficialmente no começo do mês, durante um seminário na FACENSA, é possível saber mais informações pela página no Facebook Projeto Rio Limpo e pelo site, tentamos contato com eles e não recebemos nenhuma resposta até o dia da conclusão do trabalho, no período em que ele foi refeito não houve manifestação dos mesmos, segue então em anexo a reportagem que expõe a ideia central do projeto e os benefícios que ele trará para a região.

5 PROJETO RIO GRAVATAÍ MAIS LIMPO 27/11/2014 Conscientizar as comunidades dos municípios que integram a Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí, visando à implantação de uma política voltada aos recursos hídricos e de um programa de saneamento, com ênfase ao regramento dos resíduos sólidos e de esgotamento sanitário. Esta é a meta do Projeto Rio Limpo, lançado no começo de maio passado na Faculdade Cenecista Nossa Senhora dos Anjos, pela Associação de Preservação à Natureza Vale do Gravataí, a APN-VG. Com duração prevista de 24 meses, o encerramento do Rio Limpo deve ocorrer em janeiro de De acordo com o Presidente da APN-VG, o Geólogo Sérgio Cardoso, o Rio Limpo foi planejado como projeto de educação socioambiental servindo como instrumento de diálogo entre as comunidades do sistema hidrográfico do Gravataí, as companhias de saneamento e o Comitê Hidrográfico de Bacia. A finalidade é reduzir os índices no rio e arroios, afluentes ou não. "Outra pretensão é disseminar praticas d e uso racional dos recursos hídricos e a adequada gestão dos sólidos.. A programação, até agora, consta de palestras, atividades culturais e distribuição de mudas nativas para plantio nas regiões ribeirinhas dos mananciais. Além disso, são promovidos seminários e distribuição de material educativo, especialmente nas escolas. Para o ano que vem, além destas atividades, que terão continuidade, estão programadas visitas técnicas embarcadas e a divulgação de um mapa interativo no site do Projeto Rio Limpo, bem como a exposição de uma maquete detalhando a Bacia do Rio Gravataí. Na opinião do geólogo: a importância do projeto consiste, fundamentalmente, no aumento da conscientização para a necessidade de pensar o coletivo. Sabemos que as estruturas publicas possuem limites para sua atuação, principalmente na gestão ambiental. O projeto tem, de modo mais amplo, a preocupação de ajudar nesse processo de construção coletiva". Sergio esclarece que na maioria dos problemas não estão, necessariamente, dentro do Rio Gravataí. Eles se encontram no território que leva as águas até o leito do rio ou nos banhados nos quais ele se forma. "Temos os biomas Pampa e Mata Atlântica em nosso território, fundamental para que possamos manter a qualidade de vida de todos os seres da fauna e da flora. Por isso, consideramos que uma visão sistêmica dos atores, poder público e sociedade civil organizada ou não, é muito importante para mantermos água com qualidade no Rio. Trabalhamos para isso, para ajudar a desenvolver e aprofundar essa visão de todos os envolvidos", explica. Rio Gravataí é o quinto mais poluído O presidente da APN-VG garante que 70% do manancial do Gravataí são considerados entre ótimo e bom, e que apenas 30% está comprometidos em razão da pesada concentração urbana e dos prejuízos que ela causa, como baixos índices de tratamento de esgotos, de recolhimento dos resíduos produzidos, e pela ocupação dos banhados urbanos. Mesmo assim, a situação é grave. Para se tiver uma ideia da poluição, estes 30% do leito do Gravataí, comprometidos, são suficientes para torná-lo o quinto rio mais poluído do Brasil. Outro problema apontado faz referência ao consumo desregrado da água disponível. Sem citar números ou dados percentuais, o geólogo garante que é grande a quantidade de água consumida sem qualquer controle para fins variados. "Isso provoca, tecnicamente, um estresse hídrico. Ou seja, que não há água suficiente em quantidade e qualidade apropriadas." Para vencer estes processos que têm ocasionado o desequilíbrio ambiental no Vale, cita como instrumento importante o Plano de Bacias do Rio Grande do Sul, lançado em 2012, através da Secretaria Estadual do Meio Ambiente. Nessa mesma linha, ele lembra o Plano de Manejo da Área de Preservação de Manejo da Área de Preservação Ambiental do Banhado Grande, que será realizado pela Fundação Zoobotânica. A ideia é ajudar na regulação do uso dos recursos naturais disponíveis, com foco no equilíbrio social. E completa classificando como muito importante o estudo que vai ser feito a partir do ano que vem com recursos do Governo Federal - mais de R$ 600 milhões com os investimentos feitos também pela Corsan e pelo DMAE - para prevenção de secas e cheias. PAIXÃO, Karine Azeredo. Projeto Rio Gravataí mais limpo. Revista Evidência, Gravataí, nº195, p.110 e 112, dezembro Foto: Henri Figueiredo/ Projeto Rio Limpo - See more at:

6 Ponte onde cruza o Rio Gravataí. Limite físico que separa a região do Parque dos Anjos da região Centro, é possível ver pela foto as rachaduras da péssima condição do asfalto e a estrutura primitiva da ponte que liga as regiões. Entrada da indústria de pneus, Pirelle, atuante na economia da região. Limite físico que separa a região do Parque dos Anjos da região Dona Mercedes, o Parque dos Anjos é caracterizado pela atuação de diversas indústrias sendo considerado um dos cinco distritos da cidade.

7 Ponte que cruza o Rio Gravataí. Conhecida pelo fluxo intenso de veículos, entrada de acesso ao Complexo General Motors, responsável por grande parte da economia municipal, levando o PIB da cidade ao quarto maior do estado. Adotada como casa por muitos moradores de rua também. Centro Administrativo Leste Órgão da prefeitura, onde se encontram algumas secretarias como a SMED e a SMS. Local usado também para consultas públicas da região e fonte das informações a qual são citadas no trabalho.

8 Supermercado Rissul. Ponto de referência da região e um dos dois maiores pontos comerciais, seguido do Supermercado Viezzer, localizado na Av. Antonio Gomes Correa, fácil acesso aos bancos e ao Posto Quadros. Galeria de Bancos Entre os pontos de referências o maior, área constituída pela Caixa Econômica Federal, Banco Banrisul e Agência Bradesco.

9 Residência improvisada de morador de rua, localizada em baixo da ponte que cruza o Rio Gravataí. Mostra o descuido com a preservação das margens do rio pela prefeitura. Área habitada próxima às margens do rio. Desrespeito com os limites do rio, e descartes de lixos irregulares proibidos por lei no município sujeito a multas.

10 Placa improvisada por morador. Mostra a indignação de alguns moradores com a falta de moralidade das pessoas que descartam lixos em locais inapropriados, principalmente às margens do rio. Esgoto ligado diretamente ao rio. Absurdo ignorado pela prefeitura.

11 Entrevistas A- Nome, idade e ocupação. B- Há quanto tempo você vive na região. C- O que você mais admira no seu bairro (região)? Por quê? D- O que você não mudaria em hipótese alguma em seu bairro (região)? Por quê? E- O que você acredita que deve mudar em seu bairro (região)? Por quê? F- Os moradores estão organizados de alguma forma para reivindicar melhorias em prol da região (agremiações, lideranças comunitárias, esquipes esportivas, etc.)? Caso sim, qual? Gustavo da Silva Hann A- 17 anos, estudante. B- Desde que nasci. C- Área comercial, porque tem muita variedade de lojas. D- Não mudaria a segurança, pois acho bem seguro. E- Mudaria com certeza a ponte em horários de muito movimento, principalmente, inviável transitar em horário de pico. F- Pelo o que eu sei, não. Gabriel Cardozo Drachemberg A- 15 anos, estudante. B- Há quinze anos. C- Iluminação e segurança. D- A avenida onde fica o comércio, pois encontro tudo oque quero lá. E- Mais policiamento há uma delegacia, mas vejo pouco movimento de policia. F- Não. Matheus Soares A- 16 anos, estudante. B- Há treze anos. C- Crescimento do comércio. D- A comunidade, porque são educados. E- Muito mato nas ruas, ter calçadas melhores, ser mais limpas. F- Não. Hellen Saraiva A- 32 anos, professora. B- Há seis anos. C- Área comercial, pois não preciso me deslocar ao centro, por exemplo, para realizar coisas simples como ir ao supermercado, pagar contas, a infraestrutura comercial é muito farta. D- Não mudaria o complexo de bancos, aquela estrutura onde tem o Banrisul, a Caixa e o Bradesco é muito útil em minha opinião. E- As pontes que dão acesso ao parque. É um caos! O trânsito é horrível, precisa de uma duplicação urgente. F- Não.

12 Conclusão A pesquisa, desde a saída de campo a tudo o que foi relacionado ao desenvolvimento do trabalho serviu principalmente para tirar os alunos da zona de conforto e mostrar que o mundo tem muito mais a oferecer do que a simples realidade habitual a qual todos estão acostumados. Proporcionou também a possibilidade de ver os problemas que existem fora de suas regiões, das necessidades das pessoas e dos problemas que realmente existem, e não são apenas chamadas de telejornais. A região Parque dos Anjos, a qual o grupo foi denominado, tem uma infraestrutura comercial e industrial das mais requisitadas, porém o seus problemas, mas precisamente relacionados à poluição são dados alarmantes. O problema não é exclusivo da região, logo que o rio atingido por esse descuido é patrimônio municipal e metropolitano, responsável pelo abastecimento de água potável de toda essa densidade. Os dejetos encontrados às margens do rio são extremamente absurdos, o que pesa no aspecto positivo é que existe uma ONG que cuida da limpeza e a reversão de toda essa poluição. As informações foram recolhidas no Centro Administrativo Leste, pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SDU) de Gravataí, o grupo foi recepcionado pelo funcionário público Edegar Luis Alves, o qual atendeu e tirou todas as dúvidas do grupo relacionadas à região, as informações sobre a ONG foram tiradas de sua página oficial no Facebook e pelo site da reportagem em anexo. Não há relatos de associações de moradores ou de qualquer movimento de liderança de grupo, uma falta unânime da sociedade para com ela mesma. OBS: Os dados de contextualização foram impressos errados por descuido, por isso a falta de informação e de contexto com a reportagem que fora anexada no trabalho anterior, sendo assim segue a contextualização certa com algumas atualizações sobre dados recolhidos.