Desigualdades em saúde - Mortalidade infantil. Palavras-chave: mortalidade infantil; qualidade de vida; desigualdade.
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- Gabriel Sousa Fartaria
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1 Desigualdades em saúde - Mortalidade infantil Ruth Rangel * Fernanda Azevedo * Palavras-chave: mortalidade infantil; qualidade de vida; desigualdade. Resumo A redução das desigualdades sociais tem sido atualmente um grande desafio, tanto para o governo como para a sociedade, pois ainda persistem no nosso país, e um desses desafios que a OMS tem investido é no sentido de reduzir a mortalidade infantil. Devido às altas taxas no país nos anos 1980 e 1990 foram criadas políticas públicas voltadas para a minimização deste problema. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil diminuiu em 57% a mortalidade infantil nos anos de 1990 a O objetivo da pesquisa foi comprovar a eficácia das políticas, como por exemplo, a política Fome Zero, Pacto para Redução da Mortalidade Materna e Neonatal e Amamentação, que é uma das maiores aliadas no combate à mortalidade infantil e também ressaltar a importância da economia da saúde nessa área. Para isso foi utilizado dados dos sistemas SIM, SINAN, SINASC etc. Por isso, investir em áreas de prevenção e promoção da saúde para minimizar os indicadores de mortalidade infantil, que na maior parte são por causas evitáveis como o acompanhamento da gestação e as consultas de pré-natal; atuar na capacitação de profissionais e aumentar as equipes de Agentes Comunitários e do Programa Saúde da Família, promovendo maior atenção a saúde e as famílias da gestante e reduzindo gastos com internações e atendimento hospitalar. *Graduanda em saúde coletiva pela Universidade de Brasília.
2 Desigualdades em saúde. Mortalidade infantil Ruth Rangel * Fernanda Azevedo * Introdução A mortalidade infantil tem ganhado maior evidência no Brasil pela adesão do país aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), programa da ONU que prevê oito metas sociais para países em desenvolvimento, dentre as quais o objetivo número quatro é alcançar uma mortalidade infantil em patamares mais aceitáveis nesses países, reduzindo-a, no mínimo, em dois terços entre 1990 e 2015 (UNITEDNATIONS, 2009). Essa taxa tem uma relação totalmente ligada aos fatores econômicos e sociais e isso tem sido o foco de vários estudos feitos pelo mundo, usando como análise a questão de mortes de crianças menores de 1 ano que são provocadas pelas condições de vida de uma população e situação de saúde da mesma. Essas taxas vêm sendo diminuídas através de políticas e programas de saúde e tudo relacionado às desigualdades em saúde serve para demonstrar as diferenças socioeconômicas do processo saúde-doença e assim identificando os grupos mais vulneráveis a esse problema da mortalidade infantil. A partir de então, pesquisadores vem procurando técnicas e métodos que descrevam melhor a situação de saúde ligada diretamente as condições de vida, inclusive a respeito do investimento em saúde com seus indicadores de serviços, mortes estas que podem ser evitáveis. Uma dessas técnicas é o uso de variáveis socioeconômicas que permite perceber que grupos se encaixam em determinadas condições humanas e classes sociais. Apesar da análise dessa situação ser um processo complexo e dinâmico, é necessário o acompanhamento, juntamente com a disponibilidade de informação que permita a análise de saúde e quais medidas podem ser tomadas para se obter um controle da situação. Um fato que pode ajudar a diminuir esse problema é ter um número de estabelecimentos de saúde necessários para uma melhor atenção primária e com um setor de média e alta complexidade bem equipado e estruturado. Com todos esses esforços, o número de mortes infantis vem sendo reduzidos, pois existem olhares
3 diferentes para cada realidade e assim políticas públicas vêm sendo construídas de acordo com as necessidades de um povo. Metodologia Para a elaboração do artigo foi realizada uma revisão bibliográfica. Esta baseou-se na procura de artigos sobre o assunto através dos descritores mortalidade, infantil, políticas públicas e programas. Foram selecionados os artigos que tinham como foco principal a redução das taxas de mortalidade devido aos programas elaborados e implementados para tal finalidade. Todas as buscas (SCIELO) foram feitas no ano de 2012, de março à julho. Resultados Devido às más condições de vida a que a grande maioria da população, ainda, é submetida, a mortalidade e o adoecimento na infância hoje ainda são muito elevados. Porém, nas últimas três décadas, o Brasil passou por sucessivas mudanças em termos de desenvolvimento socioeconômico, urbanização, atenção médica e na saúde da população. Os coeficientes de mortalidade infantil reduziram-se consideravelmente, com taxa anual de decréscimo de 5,5% nas décadas de 1980 e 1990 e 4,4% no período de , atingindo 20 mortes por 1000 nascidos vivos em Na região Sul, os coeficientes de mortalidade caíram mais rapidamente para crianças brancas que para as negras desde a década de A Meta do Milênio para redução da taxa de mortalidade é inferior a 15,7 óbitos por mil nascidos vivos. Essa realidade está próxima. No final de 2011 este número já era de 16 mortes a cada 1000 nascidos vivos. Contudo o Brasil ainda está longe dos países mais ricos que tem esta taxa 4 vezes menor. Países como Portugal, Suécia, Itália e Japão a taxa mortalidade infantil é de 3 óbitos por mil nascidos vivos. Em relação às desigualdades em atendimento, as parturientes negras se declararam menos satisfeitas que as brancas com a qualidade de atenção recebida no hospital. Embora todas as mulheres brasileiras tenham o direito assegurado de receber atenção no
4 parto sem qualquer forma de pagamento, no Rio de Janeiro mulheres negras tiveram maiores dificuldades que as brancas em obter hospitalizações durante o trabalho de parto, precisando realizar a busca de um hospital com internação para o parto com maior frequência que as brancas. A prematuridade ainda também é a principal causa de mortes infantil no Brasil. Comentários finais Uma dentre as várias causas da mortalidade infantil, são as doenças infecciosas, que são seis vezes mais altas entre as crianças, o que é influenciado diretamente pelas condições de vida, provando-se com dados que onde as condições de vida são baixas, a mortalidade infantil será alta, necessitando assim de políticas de controle para enfrentar as causas de problemas, gerando automaticamente uma procura de atenção aos serviços de saúde. Uma melhora desses dados se dá ao fato da população ter acesso ao abastecimento de água, já que existe uma grande associação de doenças infecciosas, como a diarreia, com o saneamento básico. As outras causas relacionadas à mortalidade infantil são evitáveis, mas elas ocorrem porque a efetividade, a qualidade e a cobertura dos serviços de saúde ainda não são eficazes, o que não quer dizer que as intervenções sanitárias não controlaram alguns dos problemas de saúde durante esses anos, já que os agravos desses determinantes foram controlados nas condições socioeconômicas de vida da população, sendo provado que, onde o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é alto, com pessoas vivendo em domicílios com água encanada e banheiro, as causas de mortalidade infantil são as evitáveis, provando que nem sempre é preciso ter um número alto de estabelecimentos de atenção primária ou um setor de média e alta complexidade equipado e bem estruturado que trará soluções completas para a redução da mortalidade infantil. Mas isso não nega o fato de que a elaboração de políticas voltadas para atenção infantil não tragam resultados, prova disso são os últimos 20 anos. O investimento na área de prevenção e promoção contribuiu efetivamente com o acompanhamento das gestantes através das consultas pré-natal e atuando na capacitação de profissionais juntamente com o aumento das equipes do Programa Saúde da Família, promovendo assim uma
5 maior atenção a saúde das famílias das mães e reduzindo os gastos com internações e atendimentos hospitalares. Foram muitos os avanços na Política de Saúde da Criança no Brasil nos últimos 20 anos. Tanto do ponto de vista normativo da implementação dos programas e ações, essa foi uma área de destaque e com resultados importantes, demonstrados por um conjunto de indicadores, entre os quais se destaca a acentuada queda ta taxa de mortalidade. É necessário continuar investindo em áreas de prevenção e promoção da saúde para minimizar os indicadores de mortalidade infantil, que na maior parte são causas evitáveis como o acompanhamento da gestação e as consultas de pré-natal. Atuar na capacitação de profissionais e aumentar as equipes de Agentes Comunitários e do Programa Saúde da Família. Promovendo maior atenção a saúde e as famílias da gestante e reduzindo gastos com internações e atendimento hospitalar. Bibliografia LAMARCA, Gabriela; VETTORE Mario. Tendências de mortalidade infantil e na infância no Brasil. Determinantes Sociais da Saúde. Portal BVS. 12 de Abril de VICTORA G. C. et. al. Saúde de mães e crianças. Saúde no Brasil: a série The Lancet, Editora Fiocruz. Artigo 2, p. 71. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde no Brasil Brasília, 2009.
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