PROBLEMAS ATUAIS DA LOGÍSTICA URBANA NA ENTREGA DE MATERIAIS HOSPITALARES UM ESTUDO INVESTIGATIVO
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- Mônica Barateiro Carrilho
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1 PROBLEMAS ATUAIS DA LOGÍSTICA URBANA NA ENTREGA DE MATERIAIS HOSPITALARES UM ESTUDO INVESTIGATIVO Frederico Souza Gualberto Rogério D'Avila Edyr Laizo Leise Kelli de Oliveira
2 PROBLEMAS ATUAIS DA LOGÍSTICA URBANA NA ENTREGA DE MATERIAIS HOSPITALARES UM ESTUDO INVESTIGATIVO Frederico Gualberto Rogério D Avila Edyr Laizo Leise Kelli de Oliveira Mestrado em Geotecnia e Transportes UFMG Universidade Federal de Minas Gerais RESUMO O artigo realiza um estudo aprofundado da logística de entrega de cargas medicinais em uma região hospitalar. A área foi avaliada a partir de observações e fotos do local. Além disso, foram realizadas entrevistas com algumas empresas responsáveis pelo transporte de cargas medicinais. Verificou-se que as vagas destinadas à carga e descarga são muito utilizadas por veículos particulares. A análise comparativa entre os diversos tipos de locais para se realizar o descarregamento mostra que o mais adequado para a operação na região é a realização desta carga e descarga em local separado da via. As entrevistas apontaram que os principais problemas encontrados estão nos veículos estacionados nos locais de carga e descarga (40%) e demora por parte do hospital para receber a mercadoria (40%). Através das entrevistas, verificou-se também que a grande maioria (55%) apontou que uma fiscalização mais eficiente pode contribuir para a melhoria do serviço de abastecimento de gás medicinal junto aos hospitais. 1. OBJETIVOS O objetivo principal deste trabalho é apresentar de forma detalhada as principais características e problemas da logística na entrega de cargas medicinais na região hospitalar de Belo Horizonte, especialmente os cilindros de gases médicos. Além disso, busca-se apresentar algumas possíveis soluções para estes obstáculos. Alguns estudos mais aprofundados a respeito do assunto serão sugeridos, de forma a se ter dados mais abrangentes e confiáveis, que levem a um trabalho posterior mais detalhado. Considerando os aspectos presentes na literatura atual, nota-se a importância de uma cadeia de suprimentos mais coordenada e fundada em princípios éticos, que minimizem as falhas causadas por fatores externas através da cooperação. Assim, este trabalho pretende também mostrar que uma relação mais amigável entre as partes envolvidas no processo de abastecimento de hospitais, pode ser um dos principais fatores que possibilitem a redução dos problemas logísticos de entrega de materiais hospitalares. 2. METODOLOGIA O estudo desenvolvido por meio de uma investigação exploratória adota uma metodologia simples, porém eficaz a respeito dos problemas relativos à carga e descarga nas regiões hospitalares. O desenvolvimento metodológico é composto por quatro etapas: entrevistas com empresas de transporte de produtos medicinais; Entrevista com representante do Sindicato dos Transportadores de Cargas de Minas Gerais; coleta de fotos das regiões citadas; análise dos dados (qualitativamente). 3.1 Coleta de Dados Os dados utilizados na elaboração desse trabalho foram coletados conforme apresentado na metodologia. As fotos foram tiradas em dias típicos e diversos horários (dentro do período 1
3 comercial 8:00 às 17:00). Foram coletadas 200 fotos da região, sendo 29 de um hospital privado em uma região distinta da apresentada, que contêm alto número de hospitais públicos. As entrevistas com os representantes de transporte das empresas ou transportadoras foram realizadas por ou por telefone, com o auxílio de um formulário desenvolvido especialmente para este projeto. 3.2 Descrição dos modos de se realizar a carga e descarga A Figura 1 apresenta o mapa da região estudada. A incidência de clínicas, centro médicos, laboratórios e hospitais no local é muito grande. As vagas de carga e descarga, bem como os locais para se realizar essas operações estão nesta região. Os principais locais observados e estudados estão marcados no mapa. Figura 1: Mapa da região estudada (Fonte: Google Maps) Carga e descarga sobre a calçada A operação de carga e descarga pode ser realizada de diversas maneiras diferentes. Alguns locais são impróprios para a conclusão do trabalho. A Figura 2 mostra que, a disposição dos cilindros de oxigênio e a falta de espaço adequado, obrigam que alguns veículos utilizem a calçada como zona de descarregamento. Os pedestres são obrigados a se deslocarem pela via durante este procedimento. Essa manobra coloca em risco a integridade física dos cidadãos e pode gerar graves consequências. Figura 2 Operação de reabastecimento em cima da calçada Carga e descarga em um hospital privado Em uma operação de carga e descarga de um hospital particular, um dos funcionários responsáveis pelo procedimento é da entregadora e outro é do hospital. Esse procedimento conjunto aumenta a rapidez do processo, uma vez que um possui know how do caminhão e o outro do hospital. O trabalho realizado em parceria é vantajoso para as duas partes, visto 2
4 que o entregador realiza seu trabalho mais rápido e o hospital garante uma fiscalização na entrega e a correta realização da mesma Carga e descarga em um estacionamento privado O procedimento de carga e descarga também pode ser realizado em estacionamentos privados anexos às instalações hospitalares. O veículo que reabastece os tanques de gases do hospital são liberados para entrar dentro do estacionamento e possuem um local separado para manobra e operação completa. De acordo com o gerente do estacionamento, o local pode ser ocupado por um veículo, desde que esse deixe a chave à disposição dos manobristas do local para o caso de chegar o caminhão de reabastecimento. Os funcionários do estacionamento possuem função de liberar e controlar a entrada do entregador, não sendo responsáveis por nenhum trabalho diferente deste. Todo o procedimento necessário para a descarga é realizado pelo entregador e seus ajudantes Carga e descarga na via A carga e descarga a partir da via gera grandes problemas e desrespeito à sinalização, especialmente na região hospitalar, devido à escassez de vagas, aliada a um alto índice de uso de transporte particular. Grande parte das vagas destinadas a carregamento e descarregamento são utilizadas irregularmente por motoristas particulares. Muitos destes permanecem dentro do veículo, gerando um atraso na entrega e coleta de insumos. Algumas vias são bastante movimentadas, impossibilitando paradas em fila dupla e os entregadores são obrigados a retornar após uma volta na região (Figura 3). A mesma figura também mostra que alguns locais escolhidos como setores de carregamento são inapropriados, pois elementos urbanos (como a banca de jornal presente na figura mostrada) atrapalham a operação. Em outros locais, existe a parada em fila dupla, gerando mais tráfego e congestionamentos. Independentemente de como a operação ocorre, o trânsito gerado pelos dois casos é consequência direta do desrespeito aos avisos e sinalização de local de estacionamento exclusivo para carga e descarga. Figura 3 Local destinado à carga e descarga na via Carga e descarga em local próprio Dentre os locais de carga e descarga estudados, os mais adequados foram aqueles que possuíam uma região destinada exclusivamente a essa ação. Nestes locais, o veículo, seja ele de grande ou pequeno porte, entra completamente dentro do local destinado a operação e sem se auto prejudicar ou prejudicar o trânsito, consegue em poucos momentos terminar o trabalho designado. Um funcionário normalmente é destinado para controlar a entrada do setor, e assim, também realiza o controle de fluxo de mercadorias e entradas de maneira geral, podendo esse controle ser utilizado para e previsão e planejamento logístico do hospital em questão. Os locais são sinalizados e bem controlados para que não ocorram transtornos com os pedestres que passam por ali, enquanto o veículo entra e sai da zona de abastecimento. 3
5 3. ANÁLISE DOS RESULTADOS A principal pergunta do questionário e que, de certa forma, clareia as ações para o problema do abastecimento de gás medicinal é a opinião das empresas para as principais soluções que podem ser realizadas para que o processo de abastecimento ocorra de forma mais otimizada. A Figura 5 apresenta os resultados obtidos. Manter locais de segurança para armazenagem de cilindros 9% Designar um responsavel para o recebimento do insumo 36% Principais Soluções Maior Fiscalização por parte dos orgãos de trânsito nas vagas de carga e descarga 55% Figura 11 Principais Soluções propostas pelas empresas de transporte 4. CONCLUSÕES O presente estudo buscou apresentar de maneira mais elaborada o problema relativo à carga e descarga de produtos medicinais. Nota-se que a grande procura por estacionamento de veículos particulares na região, especialmente por poucos minutos, acaba por criar um efeito que se agrava negativamente e se acumula com o passar do tempo. Por outro lado, os hospitais, especialmente os públicos, não atendem o entregador de maneira eficiente, sendo constante o atraso na entrega mesmo após o veículo estar parado na vaga designada. Outros estudos futuros, baseados em dados quantitativos, devem ser realizados antes de se implantar as medidas sugeridas. Um modelo matemático bem trabalhado também pode ser desenvolvido, de forma a se testar as diversas hipóteses levantadas, para que sejam colocadas em prática da forma correta e no momento ideal. Um estudo no tipo de veículo ideal para esse modo de entrega também é muito interessante. Pode ser implantado um modelo de geração de viagens para essa escolha. Atualmente a categoria mais utilizada é o caminhão, principalmente pelo fato de que este possibilita a entrega fracionada, mas, com base nos resultados deste estudo, pode-se concluir que veículos menores ocupam menos espaço viário, estacionam com mais facilidade e podem realizar o percurso sem acréscimo de tempo e investimento. Agradecimentos Os autores agradecem à FAPEMIG pelo auxílio coletivo para participação neste Congresso e ao CNPq, CAPES e UFMG, pelo suporte à pesquisa. Frederico Gualberto (fredgualberto@gmail.com) Rogério D Avila (rfdavila@gmail.com) Edyr Laizo (edyrlzo@hotmail.com) Leise Kelli de Oliveira (leise@etg.ufmg.br) Escola de Engenharia da UFMG Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia / Núcleo de Transportes NUCLETRANS Avenida Antônio Carlos, 6627, Campus Pampulha, Belo Horizonte. 4
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