OS JOGOS E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LÌNGUA ESTRANGEIRA

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1 OS JOGOS E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LÌNGUA ESTRANGEIRA Flávio de Ávila Lins Teixeira Universidade Federal da Paraíba/ PIBID/ Letras-Inglês/ Supervisor Resumo: Esse trabalho objetiva analisar algumas experiências de docência desenvolvidas em uma escola de Ensino Médio de João Pessoa/PB, dentro do âmbito do subprojeto PIBID Letras- Inglês da Universidade Federal da Paraíba. Como se sabe, um dos objetivos do PIBID é proporcionar aos licenciandos oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas no processo de ensino-aprendizagem, como também mobilizar os professores da educação básica como co-formadores desses licenciandos. Nesse sentido, as experiências aqui apresentadas foram planejadas através de um trabalho de parceria entre professor supervisor e licenciandos dentro da escola e seu caráter inovador se reflete na dimensão lúdica que embasa as atividades desenvolvidas. Através da análise das atividades planejadas e dos relatos das oficinas desenvolvidas elaborados pelo professor supervisor, busca-se refletir sobre como as dinâmicas realizadas contribuíram para que os alunos pudessem, através da utilização jogos significativos, construir conhecimentos em língua inglesa de uma maneira que se afasta do modelo tradicional de gramática e tradução. Espera-se que esse trabalho contribua para o compartilhamento de estratégias inovadoras no ensino de língua inglesa no nível médio, que promovam um maior interesse dos alunos, facilitando o processo de aprendizagem. Palavras-chave: prática docente, oficina, jogos Introdução Esse trabalho objetiva analisar algumas experiências de docência desenvolvidas em uma escola de Ensino Médio de João Pessoa/PB, dentro do âmbito do subprojeto PIBID Letras- Inglês da Universidade Federal da Paraíba. Como se sabe, um dos objetivos do PIBID é proporcionar aos licenciandos oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas no processo de ensino-aprendizagem, como também mobilizar os professores da educação básica como co-formadores desses licenciandos.

2 2 Nesse sentido, as experiências aqui apresentadas foram planejadas através de um trabalho de parceria entre professor supervisor e licenciandos dentro da escola e seu caráter inovador se reflete na dimensão lúdica que embasa as atividades desenvolvidas. Através da análise das atividades planejadas e dos relatos das oficinas desenvolvidas elaboradas pelo professor supervisor, busca-se refletir sobre como as dinâmicas realizadas contribuíram para que os alunos pudessem, através da utilização jogos significativos, construírem conhecimentos em língua inglesa de uma maneira que se afasta do modelo tradicional de gramática e tradução. Os jogos e o processo de aquisição de L2 Na concepção piagetiana, os jogos consistem numa assimilação funcional, num exercício das ações individuais já aprendidas gerando, ainda, um sentimento de prazer pela ação lúdica em si e pelo domínio sobre as ações. Portanto, os jogos têm a função de consolidar os esquemas mentais já formados e dar prazer ou equilíbrio emocional à criança. Segundo Vygotsky (1998), o aspecto lúdico estimula enormemente o desenvolvimento do aluno. É através do jogo que o discente aprende a agir com iniciativa e autoconfiança, sua curiosidade é estimulada e há o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração. No campo específico do ensino de língua estrangeira, a dimensão lúdica aparece como uma importante ferramenta para facilitar o engajamento discursivo dos alunos e trabalhar temas transversais que servem para conscientizar os alunos acerca de questões sociais, culturais e ambientais. Segundo Schröter (2004) pode-se deduzir, então, que as atividades com características de jogo, brinquedo e brincadeira estão abarcadas na categoria do lúdico. O jogo baseia-se em regras, o brinquedo, em objetos manipuláveis e a brincadeira pressupõe o ato de brincar tanto com o brinquedo quanto com o jogo. Dentro dessa perspectiva, os bolsistas do projeto PIBID/UFPBdesenvolveram junto com os discentes e em parceria com o professor supervisor, atividades lúdicas que envolviam o trabalho criativo com materiais plásticos, de vidro e de metal, durante a semana do meio ambiente. Alem disso, assistiram a vídeos educativos sobre o circo, e participaram de brincadeiras para construir vocabulário e aprender a língua em contextos de uso significativos. A seguir, descreveremos com detalhes as duas oficinas desenvolvidas, avaliando os avanços e conquistas dos alunos em cada uma delas. Oficina 1: Dia do Meio Ambiente

3 3 Foi realizada uma atividade em que os alunos da EEEFM Padre Hildon Bandeira utilizaram materiais recicláveis como: vidro, papel, metal e plástico, mostrando meios de dividir o lixo em lixeiras relacionadas com cada tipo de material e utilizaram colagens dos materiais nos isopores de acordo com as devidas cores das lixeiras (foto 1, 2 e 3 nos anexos). Oficina 2 : Dia do Circo Foram realizadas atividades lúdicas nos quais os alunos da referida escola, utilizaram jogos do modelo Ludo (foto 4 nos anexos), retirando cartas com foto e fazendo mímicas relativas ao que observavam sobre as personalidades famosas e animais (foto 5 nos anexos). Assim, eles puderam interagir em língua inglesa aprendendo verbos e vocabulário. Na atividade em questão, primeiramente foram trabalhadas as regras do jogo que eram: Jogar o dado e andar a respectiva quantidade de casas que foi mostrada no dado. Em seguida, o alunos deveriam responder perguntas sobre os animais e caso errassem, teriam que fazer uma mímica. Ao mesmo tempo, foi explicado qual seria o objetivo: demonstrar que é possível interpretar as questões feitas sem utilizar a língua materna. Assim, venceria o grupo que mais respondesse questões de forma correta. Para BROUGÈRE (2000 apud SCHRÖTER 2004, p. 13), o brinquedo é um objeto que a criança manipula livremente, sem necessariamente possuir um a função precisa, ao passo que o jogo é condicionado a regras e à presença de uma função determinante. Em nossa cultura, o brinquedo é considerado um objeto infantil por excelência, enquanto que o jogo pode ser utilizado por crianças e adultos, sem infantilizar estes últimos. Dessa forma, mesmo quando solicitados a fazer mímicas de animais, por exemplo, os alunos não se sentiram infantilizados, porque sabiam que aquela atividade estava lhes proporcionando a ampliação dos conhecimentos em língua inglesa. Alguns resultados alcançados A partir desse trabalho na sala de aula, ao trabalharem a língua estrangeira de forma lúdica, os alunos do ensino médio da referida escola, demonstraram maior interesse pelas aulas de língua inglesa, relatando que foi proposta uma nova maneira de aprender, sem o foco excessivo e único na estrutura gramatical e sem atividades enfadonhas que utilizam apenas

4 4 lápis, caderno e livro. Assim, os alunos foram incentivados a adotarem uma postura mais participativa e criativa diante dos temas estudados. Durante as atividades analisadas, pudemos perceber que os alunos participaram com mais entusiasmo e motivação, procurando ativar os seus conhecimentos linguísticos e de mundo para resolver os problemas propostos e atingir os objetivos das atividades lúdicas propostas, o que foi decisivo para a ampliação dos saberes de forma colaborativa e interdisciplinar. Espera-se, dessa forma, que esse trabalho contribua para o compartilhamento de estratégias inovadoras no ensino de língua inglesa no nível médio, que promovam um maior interesse dos alunos, facilitando o processo de aprendizagem. Referências: SCHRÖTER, Brigite Augusta Farina. O jogo e o ensino de línguas. Dissertação em Educação e Cultura - Universidade do Estado de Santa Catarina. Joinville, 2004.Disponível em: em: 08/10/2014. VYGOTSKY, Lev.S. A formação social da mente. 6. Ed.São Paulo: Martins Fontes, 1998.

5 5 Anexos Foto 1: Divisão de materiais recicláveis de acordo com a cor da lixeira, relativa ao dia do meio ambiente. Foto 2: Preparação para as atividades da semana do meio-ambiente

6 6 Foto 3: Alunos montando as maquetes para a semana do meio ambiente Foto 4: Alunos da EEEFM Padre Hildon Bandeira, jogando o Ludo com os bolsistas do projeto, em que são vistas as cartas para a mímica.

7 Foto 5: Animais com perguntas no verso para que os alunos da escola respondessem 7