RFID. 2 A tecnologia. Lucas Cavalcanti dos Santos, de dezembro de 2008

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1 RFID Lucas Cavalcanti dos Santos, de dezembro de 2008 Resumo Monografia sobre RFID para a disciplina MAC Computação Móvel 1 Introdução O RFID - Radio Frequency Identification ou Identificação por Radiofrequência - é uma tecnologia que surgiu inicialmente para auxiliar sistemas de rastreamento e controle de acesso na década de 80, agora possui diversas aplicações em vários campos, e é um objeto de pesquisa muito interessante pelo seu poder e sua simplicidade. Essa tecnologia já faz parte da nossa vida em muitos lugares, como controle de acesso em empresas, aeroportos, cobranças nos transportes públicos (como o Bilhete Único), pedágios, e muitos outros lugares. Em um futuro bem próximo, tende a ser usada em cada vez mais lugares, como supermercados, lojas, monitoramento de tráfego, e onde mais a criatividade humana permitir. 2 A tecnologia O RFID é um método de identificação automática através de sinais de rádio. Usa dispositivos chamados etiquetas RFID ou transponders para armazenar e recuperar remotamente dados. A etiqueta RFID é um objeto que pode ser aplicado ou incorporado em produtos, animais, ou até pessoas para realizar a identificação ou o rastreamento usando ondas de rádio. Essas etiquetas são lidas desde poucos 1

2 centímetros, até vários metros dependendo da antena utilizada. São formadas de pelo menos duas partes: um circuito integrado para armazenar dados e processar sinais de rádio, e uma antena para transmitir e receber esses sinais. As etiquetas RFID podem ser de três tipos gerais: passivas - que não possuem fontes de energia interna, ativas e semi-passivas que possuem geralmente uma pequena bateria como fonte de energia, e as do tipo beacon que transmitem anonimamente seus dados em intervalos regulares. 2.1 Etiquetas passivas As etiquetas RFID passivas não possuem fonte de alimentação interna. Elas são geralmente alimentadas pela antena, que possui uma potência maior para prover energia o suficiente para ligar a etiqueta. As etiquetas então respondem o sinal de onda recebido, agregando suas informações nessas ondas, geralmente um ID único, mas que pode ser qualquer tipo de dados. As etiquetas passivas geralmente são somente-leitura, e possuem uma distância de leitura de 11 cm até aproximadamente 10 metros. Como não precisam de bateria, seu tamanho tende a ser bem pequeno (algo como 0.15x0.15mm ou até menos) se desconsiderarmos a antena que precisa constituir a etiqueta. Seu preço também é bem baixo, alguns centavos de dólar para compras de milhões de etiquetas. 2.2 Etiquetas ativas e semi-passivas As etiquetas ativas possuem sua própria fonte de alimentação, que é usada para alimentar os circuitos integrados e transmitir o sinal de resposta para a leitora. A comunicação entre etiquetas ativas e as leitoras é geralmente muito mais confiável do que a com etiquetas passivas por causa da sua habilidade de transmitir ativamente o sinal para a leitora. As etiquetas ativas são mais indicadas em ambientes que são ruins para ondas de rádio, como ambientes com alta umidade, ou quando são colocadas em humanos e animais, ou em lugares que refletem as ondas, geralmente os lugares feitos de metal (navios, contêiners, automóveis), ou para distâncias maiores. Por causa da sua bateria, as etiquetas ativas também são maiores e mais caras que as etiquetas passivas, mas podem ter uma vida útil de muitos anos. Podem ter o alcance de centenas de métodos, e incluir memórias de 2

3 armazenamento muito maiores que as etiquetas passivas, além da capacidade de armazenar informação recebida das leitoras. Já as etiquetas semi-passivas, que também possuem fonte de alimentação própriam, somente a utilizam para alimentar o microchip, e não para transmitir de volta o sinal de rádio. Por esse motivo, gastam bem menos bateria que as etiquetas ativas, e tem uma precisão bem maior que as etiquetas passivas, e ainda podem realizar funções ativas fora da presença das leitoras, assim como as etiquetas ativas. 2.3 Etiquetas do tipo beacon As Etiquetas beacon transmitem o sinal do seu ID em um padrão definido. Isso pode ser transmissões regulares, ou transmissões intermitentes acionadas de algum jeito. Esse tipo de transmissão é bastante indicado para ambientes com muito ruido, pois como a transmissão é frequente, sua disponibilidade é bastante alta. 3 Vantagens e Desvantagens A principal vantagem das etiquetas RFID é ser possível realizar a leitura sem precisar de contato direto com a etiqueta. Ela pode estar dentro de uma caixa, dentro de animais, e até dentro de seres humanos, que a leitura é igualmente possível. Seu tempo de resposta também é bastante baixo, o que possibilita seu uso em movimento. Tem uma vida útil bastante grande (anos para as etiquetas ativas, e indeterminado para etiquetas passivas), e possui o custo relativamente baixo, logo é bastante útil para sistemas de monitoramento, por exemplo, de trânsito. As principais desvantagens são em relação à privacidade e à segurança, pois as etiquetas não possuem nenhum tipo de rotina ou dispositivo de prevenção de dados. Como as etiquetas são pequenas, geralmente, elas podem ser trocadas de lugar facilmente, trazendo inconsistências ao sistema em que ela está colocada. Além disso, pessoas que tem o conhecimento necessário podem rastrear as etiquetas e roubar seus dados, sem nenhuma dificuldade. As etiquetas também podem violar princípios éticos e a privacidade de pessoas, pois podem ser monitoradas e dizer, por exemplo, onde a pessoa esteve, o que ela andou comprando nos últimos tempos, e muitas outras 3

4 coisas. Inclusive existem grupos que organizam boicotes às empresas ou lojas que usam etiquetas RFID nos seus produtos. 4 Aplicações A tecnologia RFID pode ser aplicada em diversas áreas, desde monitoramento de trânsito e de gado, até aplicações em hospitais para monitoramento de pacientes. 4.1 Cronometragem de corridas As etiquetas podem ser facilmente colocadas nos competidores de uma corrida para ajudar na cronometragem. Com antenas nos lugares certos, é possível saber o momento exato em que cada competidor passou pelos checkpoints ou pela linha de chegada. 4.2 Aeroportos Colocadas nas bagagens, ajudam a aumentar a segurança e o conforto dos passageiros, que podem saber exatamente onde estão suas bagagens, e somente podem ser retiradas pelo próprio passageiro. 4.3 Pagamento de transportes Como acontece em São Paulo e em muitas outras cidades do Brasil e do mundo, é possível colocar as etiquetas em cartões, e usá-las para pagar os transportes públicos. Desse jeito as etiquetas são carregadas com créditos que podem ser usados para cobrar as passagens. 4.4 Rastreamento de produtos É possível saber, através de etiquetas nos produtos, ou nos transportes dos produtos, onde o produto que foi comprado, por exemplo numa compra na Internet, está no momento, melhorando a satisfação dos consumidores, e ajudando a controlar por onde os produtos passaram até chegar ao seu destino. 4

5 4.5 Identificação animal Com etiquetas embaixo da pele ou anexadas em alguma parte do animal, é possível monitorar rebanhos, descrevendo o seu tipo de alimentação, os medicamentos que foram utilizados, e ajudando no controle de nutrição e de epidemias nos animais. 4.6 Controle de acesso É muito comum que edifícios e empresas restrinjam o acesso aos seus interiores por meio de cartões pessoais, dados a cada funcionário ou visitante. Dessa maneira, além de poder controlar o ponto dos funcionários, é possível controlar a segurança do prédio permitindo somente a entrada de pessoas autorizadas. 4.7 Segurança de veículos Usando RFID, é possível colocar etiquetas nas chaves do carro, e antenas no contato, que só possibilitam a partida se a chave com a etiqueta for usada, aumentando bastante a segurança. 4.8 Hospitais Pequenos chips RFID podem ser implantados em pacientes que portam doenças de tratamento complexos, como Alzheimer, diabetes e doenças cardiovasculares. Com um leitor especial, os médicos já têm o acesso completo ao prontuário do paciente, seu histórico médico, tipo de sangue, alergias, e etc. 4.9 Pedágios Usando etiquetas RFID anexadas nos veículos, é possível colocar guichês especiais nos pedágios, onde o veículo apenas passa direto pelo guichê, e o valor do pedágio é automaticamente debitado da sua conta. 5 O Futuro Tudo indica que o RFID vai ser cada vez mais utilizado no dia a dia das pessoas, então cada vez mais são feitos investimentos na tecnologia. 5

6 Muitos dizem que as etiquetas RFID podem vir a substituir os códigos de barras num futuro próximo, pois carregam muito mais dados, e são muito mais duráveis. Isso possibilitaria, por exemplo, o fim dos caixas nos supermercados: seria suficiente entrar com o carrinho de compras em um portal, que todos os itens seriam contabilizados automaticamente, adicionados à compra, e debitados da conta do cartão de crédito que está com a pessoa no momento (que também teria um chip RFID). Outro uso possível seria a telemetria. Bastaria espalhar alguns chips RFIDs, que ficariam coletando certos tipos de dados, por exemplo dados sobre as mudanças climáticas, e então uma antena passaria recolhendo os dados para análise. 6 Regulamentação Por enquanto não existe nenhum órgão global que regulamenta o uso do RFID. Mas em alguns países existem órgãos regulamentadores. No Brasil, isso é feito pela ANATEL, nos Estados Unidos pela FCC, no Canadá pela CRTC, etc. Os RFIDs de baixa e alta frequência podem ser usados internacionalmente sem nenhuma licença. Já os RFID de frequência ultra alta (UHF) não podem ser usados internacionalmente, pois não existe padronização nem regulamentação. 7 Conclusão O RFID já faz parte da nossa vida em muitos lugares, e tende a cada vez mais ganhar espaço. Esta tecnologia traz imensos benefícios, a um custo cada vez mais baixo. Por outro lado, esta tecnologia pode afetar a privacidade das pessoas, já que se ela estiver tão presente como se espera, vai ser possível monitorar o que uma certa pessoa está fazendo, sem o seu consentimento. 8 Referências acessado em 11/12/2008 6

7 identification acessado em 11/12/ santana/rfid 01.html acessado em 11/12/2008 7