Assembleia Nacional. Assembleia Nacional, 29 de Outubro de Senhora Primeira Dama de Cabo Verde e Madrinha da Associação Colmeia

Transcrição

1 Assembleia Nacional Discurso do Senhor Presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Jorge Santos, na abertura da I Conferência Internacional Para a Inclusão em Cabo Verde Assembleia Nacional, 29 de Outubro de 2018 Senhoras e Senhores Deputados Nacionais Senhor Representante da OMS Senhora Primeira Dama de Cabo Verde e Madrinha da Associação Colmeia Senhora Diretora Geral da Inclusão Social em representação da Senhora Ministra da Família e Inclusão Social Senhor Presidente da Federação Cabo-verdiana de Associações das Pessoas com Deficiência Senhora Presidente da Associação Colmeia Senhoras e Senhores Embaixadores Senhoras e Senhores Representantes das Associações de Solidariedade Social Senhoras e Senhores Conferencistas Senhores e Senhoras Profissionais da Comunicação Social Livre Ilustres Convidados Minhas Senhoras e Meus Senhores 1/7

2 A começar esta minha alocução queria dar as boas vindas a todos, desejando que durante os três dias em que decorre esta conferência, possam refletir de forma aprofundada a situação da Inclusão em Cabo Verde e produzir recomendações no sentido de melhorarmos a nossa atuação e assim contribuírem para a construção de uma sociedade mais justa e mais igualitária. Quero ainda aproveitar esta ocasião para agradecer à COLMEIA, na pessoa da sua Presidente, a oportunidade que me proporciona para intervir sobre uma matéria que me é cara e que considero fundamental para o presente e futuro de qualquer nação civilizada. Obrigado pois e reitero o meu engajamento e o da Assembleia Nacional que ora presido, em tudo fazer para melhorar a situação daqueles que necessitam de cuidados especiais. Permitam-me, neste item, destacar as crianças pois elas são as mais vulneráveis e quiçá as que mais precisam de um Estado e de uma sociedade interventivos, para tornar suas vidas mais suportáveis e nelas criar a força de vontade suficiente para vencerem suas dificuldades. 2/7

3 As Nações Unidas, através da sua agência especializada a OMS define saúde como um estado de completo bemestar físico, mental e social. Segundo esta mesma agência especializada, as pessoas com deficiência, são seres limitados de forma permanente pela ausência ou disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatómica. Em rigor, o que se quer dizer é que as pessoas com necessidade de cuidados especiais carecem de cuidados de saúde diferenciados e de uma inclusão social adequada. O futuro do nosso país passa pela nossa capacidade de coletivamente dispensarmos estes cuidados a quantos delas precisam. Dissera há dias, na Assomada, numa situação parecida com esta, não ter dúvidas de que o sucesso do Cabo Verde independente e democrático, largamente reconhecido a nível internacional, foi e é devido à atenção que as famílias, as autoridades e a sociedade em geral têm dispensado a nossa infância nos últimos 43 anos. 3/7

4 Acrescento agora que, para continuarmos a desenvolver o nosso País de forma equilibrada, temos que ser capazes de proteger os mais vulneráveis e garantir-lhes as condições decentes de vida e de desenvolvimento das suas capacidades. É preciso integrar todos e promover a igualdade. E a solidariedade é, com toda a certeza, a maior arma disponível para tal. Senhores Promotores deste Evento Distintos Convidados Minhas Senhoras e meus Senhores, A Inclusão Social, como o próprio termo sugere, é uma tarefa de toda a sociedade, de todos nós. Desde logo, o Estado que, na arbitragem e gestão dos meios públicos que lhe são postos à disposição, deve ter políticas nacionais claras de inserção social dos abrangidos pela deficiência; deve criar as condições materiais e humanas para a inclusão. 4/7

5 A sua intervenção é claramente multifacetada. Na prestação dos cuidados de saúde, são precisas políticas eficazes de assistência médica, medicamentosa e de reabilitação; Na educação é preciso atender às necessidades especiais das pessoas com deficiência, no quadro da Declaração de Salamanca 1994 e da Convenção da Deficiência (NY Agosto de 2006), garantindo: - Que ninguém é excluído do sistema de ensino regular por motivo de deficiência; - Que todos os estudantes com deficiência tenham acesso a uma educação inclusiva, na sua comunidade local. Na prestação social, é preciso garantir, nos limites das possibilidades do País, que a todos sejam garantidas as condições mínimas de vida decente e acesso a bens sociais e económicos. 5/7

6 Caberá ainda ao Estado promover a solidariedade social para a inclusão: apoiando técnica e materialmente as famílias e as organizações da sociedade que, de forma voluntária, se dedicam às causas da deficiência. Para as organizações de solidariedade social (OSS) está reservado um papel importante nesta luta pela integração completa dos deficientes. É uma tarefa gigante e exigente; trata-se de dar, voluntariamente, o pouco de cada uma para os que mais necessitam; trata-se de um ato de amor sublime e desinteressado que deve merecer o apoio do Estado, das empresas, dos artistas e de todos quantos se realizam no fazer o bem ; trata-se de promover a igualdade social, cultivar a paz e promover a felicidade coletiva; trata-se de construir uma nação com futuro. É um trabalho importante, que cabe à sociedade e que nenhum Estado pode realizar de forma tão eficaz. Devemos portanto redobrar a nossa atenção e exigir da nossa população, que atue no limite das suas possibilidades. Mas a tarefa de Inclusão é também da família e, até certo ponto, do próprio individuo com a deficiência. 6/7

7 A família porque é ela quem primeiro sente as dificuldades de integrar a pessoa com deficiência, que lhe é membro; é no seu seio que também se registam as primeiras ações de proteção e em que as primeiras dificuldades são ultrapassadas. A maioria não consegue todas as respostas; mas todas carregam consigo a necessidade de fazer face aos problemas da deficiência que lhes afeta. O seu papel é portanto fundamental, num combate que se quer de todos e travado o mais precocemente possível. Das pessoas deficientes, nos casos em que disso toma consciência, é requerido que cultive a persistência, a vontade de vencer e a consciência da sua situação particular. Transforma-se assim num elemento fundamental para a melhoria da sua qualidade de vida. Como se depreende o problema é de todos e a ação deve ser coletiva. Nesta perspetiva saúdo, na pessoa de COLMEIA que organiza este evento, a todas as OSS do país que se dedicam de forma direta à Inclusão Social e manifestar-vos a minha convicção de que Cabo Verde deve apostar firmemente na promoção da felicidade de todos os seus filhos; que ninguém deve ser deixado para trás; 7/7

8 A Inclusão Social é um trabalho de hoje, de amanhã e de sempre. É exigente quanto a recursos e desafia a capacidade de iniciativa e de mobilização da sociedade. Ela só está ao alcance de sociedades com graus elevados de desenvolvimento. Ela demanda conhecimentos e tomadas de consciência suplementares, só possíveis para quem tem necessidades e visões globais. Mas ela é uma necessidade que todas as sociedades, mais cedo ou mais tarde, vão sentir. Para o nosso caso em Cabo Verde, acredito que, socialmente, já lá estamos. Por isso aqui nos encontramos reunidos. Sei que durantes estes três dias vão discutir matérias importantes que abrangem os aspetos político, clinico, social, educacional e estrutural da deficiência; Irão debater de forma científica e especializada e proceder a trocas de experiência sobre esta problemática em várias latitudes. 8/7

9 Estou certo que das vossas discussões vão sair inputs e aprendizagens múltiplas; que a final sairão melhor preparados e mais conscientes para a batalha da integração plena dos portadores de deficiência em Cabo Verde; e que certamente irão contribuir, de forma efetiva, para uma sociedade com mais oportunidades. Resta pois desejar-vos sucessos e declarar aberta o I CONFERENCIA INTERNACIONAL PARA A INCLUSÃO EM CABO VERDE.+ MUITO OBRIGADO, pela vossa atenção! 9/7