INTERNATIONAL NURSING CONGRESS
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- Thomas Barroso
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1 1 Alterações citopatológicas do colo uterino em mulheres numa referência estadual Juliana de Almeida Gonçalves (Enfermeira / graduada pela Universidade Tiradentes/Relatora) juli.dag2@gmail.com Felipe Mendes de Andrade de Carvalho(Mestrando do PSA/Universidade Tiradentes) felipemdadc@gmail.com; Marcelle Feitosa Prata (Mestranda do PSA/Universidade Tiradentes) marcellepratanutri@hotmail.com; Mayanna Machado Freitas(Doutoranda do PSA/Universidade Tiradentes) mayannammf@gmail.com; Marieta Cardoso Gonçalves (Orientadora/ Professora do curso de Enfermagem - Universidade Tiradentes/ Mestre em Saúde e Ambiente / Enfermeira) marietacgoncalves@gmail.com Linha Assistencial 03 Modelos e impactos do cuidado de enfermagem nas condições de saúde da população. Sublinha de pesquisa: Práticas avançadas de cuidado de enfermagem direcionados aos 4 grupos humanos: criança, adolescente, adulto (homem e mulher) e idoso. INTRODUÇÃO A neoplasia do colo do uterino no Brasil é um dos principais problemas de saúde pública enfrentado pelas mulheres, e está fortemente associado à infecção pelo Papilomavírus humano (HPV), transmitido em relações sexuais sem proteção, mas além dessa infecção, são fatores de risco: a multiplicidade de parceiros sexuais, o tabagismo e a falta de higiene (ARAÚJO et al, 2014; BRASIL, 2014). Com cerca de 530 mil novos casos no mundo anualmente, a neoplasia de colo uterino é o quarto tipo de câncer mais comum entre mulheres, com exceção dos casos de neoplasia de pele do tipo não melanoma. É a causa de aproximadamente 265 mil óbitos por ano, sendo a quarta mais frequente de morte por câncer em mulheres (BRASIL, 2011). No Brasil, a população alvo para o rastreamento são mulheres de 25 a 64 anos, por meio do exame de Papanicolaou, que deve ser realizado anualmente e a cada três anos, após dois exames consecutivos normais, no intervalo de um ano. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para obter uma redução significativa na mortalidade por esta neoplasia, a cobertura de rastreamento deve atingir acima de 80% da população-alvo (DI LANNA, COSTA, TOLEDO NETO, 2014). OBJETIVO Devido a magnitude desta doença, da multiplicidade de fatores de risco e considerando que existe uma grande incidência de lesões precursoras no Estado de Sergipe, esta pesquisa teve como objetivo caracterizar as mulheres cadastradas no Sistema de Informações do Câncer (SISCAN) quanto a idade, procedência, proveniência e tipo da lesão. MÉTODOS Trata-se de estudo descritivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido no serviço de referência estadual, denominado
2 2 Centro de Atenção Integral a Saúde da Mulher (CAISM), a partir de análise das informações obtidas nos prontuários das mulheres em seguimento, disponíveis no SISCAN, na versão estadual, atendidas no período de janeiro a dezembro de O projeto de pesquisa foi apresentado à Coordenação Assistencial do CAISM e submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Tiradentes, visando atender às recomendações nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, com Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE): Somente após aprovação do Comitê de Ética, as autoras apresentaram a proposta da pesquisa aos colaboradores do ambulatório de Genitoscopia e iniciou-se a coleta. A mesma teve duração de duas semanas e foi realizada no turno da tarde, das 13 às 17 horas. Os critérios de inclusão foram os prontuários das mulheres sergipanas que contenham as seguintes variáveis: idade, procedência, citologia inicial e tratamento realizado. Foram excluídas do estudo as mulheres atendidas da unidade de referência, porém moradora de outros estados. A coleta de dados deu-se por meio dos prontuários eletrônico das mulheres cadastradas pelo CAISM, disponível no SISCAN e tabulação em banco de dados do Epi-info versão As variáveis analisadas foram: idade, procedência, proveniência, diagnóstico inicial, conduta após resultado inicial. Em seguida foi realizada a análise entre a faixa etária e diagnóstico inicial e entre o diagnóstico inicial e a conduta a qual a mulher foi submetida. RESULTADOS A amostra estudada consistiu de 401 mulheres, com idade média de 38,7 anos ± 12,9 anos, idade mínima: 16 anos, máxima: 93 anos, mediana: 37 anos e moda: 28 anos. Sendo a faixa etária entre 25 e 59 anos a mais incidente, o que está em acordo com a faixa etária que o Ministério da Saúde preconiza para o rastreio por meio do exame citopatológico. Resultado semelhante encontrado por Silva et al (2012), que tiveram em sua amostra a maior concentração entre 25 e 69 anos (n = 1862, 80 %) (SILVA et al, 2012). São procedentes de capital 94 mulheres (23,4%) e das cidades do interior 307 mulheres (76,6%), o mesmo resultado foi encontrado no estudo de Carvalho e Queiroz (2010), no qual a maior parte da amostra era proveniente de cidades do interior (53,3%). (CARVALHO; QUEIROZ, 2010). Dos prontuários eletrônicos avaliados, notou-se que 194 mulheres (48 %) eram provenientes da rede do SUS, ou seja, possuíam exame inicial cadastrado no sistema e 207 mulheres (52%) eram provenientes da
3 3 rede privada, ou seja, não possuíam o exame inicial cadastrado no sistema. O estudo de Borges et al (2012) teve como resultado que 417 mulheres (75 %) da população estudada teve entrada pelo SUS, enquanto que 167 (25 %) deu entrada pela rede privada de saúde (BORGES et al, 2012). Os diagnósticos iniciais das 194 mulheres foram: normal (n = 23, 11,9 %), atipias de significado indeterminado em células escamosas (ASC) e lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL) (n = 83, 42,8%), lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) (n = 83, 42,8 %), carcinoma epidermóide invasor (n = 2, 1,0 %), adenocarcinoma in situ (n = 3, 1,5 %). Na pesquisa de Teles (2010), as lesões mais prevalentes foram HSIL e carcinoma (n = 80, 56,4 %) (TELES, 2010). Ao avaliar as lesões de acordo com a faixa etária, encontrou-se que as mulheres com menos de 25 anos (n = 44) tiveram em sua maioria diagnóstico de: atipias escamosas indeterminadas e lesão de baixo grau (n = 17, 38%). A maioria das mulheres entre 25 a 40 anos possuíam o diagnóstico: HSIL (n = 49, 25%). Mulheres entre 40 a 60 anos possuíram os seguintes diagnósticos: HSIL (n = 26, 20%), atipias escamosas indeterminadas e lesão de baixo grau (n = 26, 20%). E mulheres com idade igual ou superior a 60 anos possuíram diagnóstico de HSIL (n = 7, 36%). No estudo de Paiva et al (2013), o resultado foi de que mulheres com menos de 40 anos tiveram em sua maioria diagnóstico de HSIL, o que corrobora com o resultado da presente pesquisa. No trabalho de STROHER et al (2012), as mulheres tiveram diagnóstico de atipias escamosas indeterminadas e lesão de baixo grau em todas as faixas etárias (PAIVA et al, 2013; STROHER et al, 2012). Quando comparou-se o diagnóstico inicial com a conduta traçada, encontrou-se que as mulheres, em sua maioria, foram submetidas a colposcopia e biopsia: exame normal (n = 22, 95,7 %), ASC ou LSIL (n = 78, 94%), HSIL (n = 81, 97,6%), carcinoma epidermóide invasor (n = 2, 100%) e adenocarcinoma in situ (n = 3, 100%). Demonstrando que a rotina na unidade é realizar colposcopia e biopsia em qualquer que seja o diagnóstico inicial. Segundo Brasil (2011), as mulheres com resultado citológico normal não deveriam ser submetidas ao exame de colposcopia. Quando o resultado do exame citopatológico confirma diagnóstico de ASC ou LSIL, a conduta é para mulheres 25 anos, repetir o exame após três anos, entre 26 e 29 anos, repetir após seis ou doze meses e 30 anos, a conduta é repetir o exame em seis meses. Em casos de HSIL, carcinoma e adenocarcinoma, existe chance de diagnóstico histopatológico de carcinoma invasor, portanto deve-se seguir para colposcopia e biopsia.
4 4 CONCLUSÕES Foi possível observar que o perfil das mulheres com exames cadastrados no SISCAN, atendidas na Atenção Secundária no CAISM, tem semelhança com diversos estudos que tratam da mesma temática quando se avalia faixa etária, procedência e proveniência. Com relação às mulheres provenientes da rede privada de saúde, o sistema não permite que haja o cadastramento dos exames anteriores, impossibilitando o acesso ao diagnóstico inicial. Ao estudar os resultados dos exames iniciais, percebe-se que houve uma maior concentração de ASC, LSIL e HSIL. E a conduta inicial após o diagnóstico de quase totalidade das mulheres, foi a realização de colposcopia e biopsia, mesmo nas mulheres com resultado de exame normal, ASC e LSIL, contrariando a recomendação do Ministério da Saúde. Com relação à conduta após diagnóstico de HSI, a conduta foi a realização de colposcopia e biopsia, o que está de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde. As mulheres com diagnósticos de LSIL e ASC estão sendo submetidas à tratamentos agressivos e desnecessários, resultando em gasto elevado em exames bem como no risco aumentado de abortamento em mulheres com idade inferior a vinte e cinco anos. A pesquisa sinaliza a importância de uma conduta homogênea pelos profissionais do serviço de Atenção Secundária para a adequação do seguimento dessas usuárias e redução dos tratamentos excessivos em usuárias com lesões de baixo grau. Identificou-se ainda, que o SISCAN possui restrições quanto o seu preenchimento, visto que os exames iniciais, quando realizados na rede privada, não são possíveis de cadastrar no Sistema, limitando assim, as informações disponibilizadas no mesmo. Sendo necessária a adequação para o acompanhamento do seguimento de todas as mulheres, independente da proveniência ser da rede privada ou SUS. DESCRITORES Neoplasias do colo do útero; Atenção Secundária à saúde; Saúde da Mulher. REFERÊNCIAS ARAÚJO, E. S.; BARBOSA, F. M.; ÁZARA, C. Z. S.; FERREIRA, T. X. A. M.; TAVARES, S. B. do N.; AMARAL, R. G.Avaliação do Seguimento de Mulheres com Exames Citopatológicos Alterados de acordo com as Condutas Preconizadas pelo Ministério da Saúde do Brasil em Goiânia, Goiás. Revista Brasileira de Cancerologia. 2014, 60 (1): BORGES M. F. S. O.; DOTTO, L. M. G.; KOIFMAN, R. J.; CUNHA, M. de A.; MUNIZ, P. T. Prevalência do exame preventivo de câncer do colo do útero em Rio Branco, Acre, Brasil, e fatores associados à não realização do exame. Cad. Saúde Pública. 2012, 28 (6):
5 5 BRASIL. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. Ministério da Saúde. Rio de Janeiro. INCA p. CARVALHO, M. C. M. P.; QUEIROZ, A. B. A. Lesões precursoras do câncer cervicouterino: evolução histórica e subsídios para consulta de enfermagem ginecológica. Esc. Anna Nery. 2010, 14 (3): DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO). 2014, 14 (9): PAIVA, L. M.; SALVADOR, P. T. C. de O.; ALVES, K. Y. A.; DANTAS, C. N. Investigando lesões precursoras do câncer de colo uterino em um município norte-rio-grandense. Rev. pesqui. cuid. fundam. (Online). 2013, 5 (5): STRÖHER, D. J.; AMAMBURU, T. D. B.; ABAD, M. A. S.; NUNES, V. T.; MANFREDINI, V. Perfil citopatológico de mulheres atendidas nas unidades básicas do município de Uruguaiana, RS. DST - J bras Doenças Sex Transm. 24 (3): SILVA M. B.; NASCIMENTO, M. C. do; RIBEIRO, D. A. de A.; MATIAS, I. M. de S.; GRADIM, C. V. C. Rastreamento do câncer de colo de útero em uma Unidade Básica de Saúde do Estado de Minas Gerais. Cad. Saúde Colet. 2012, 20 (3): TELES, C. C. G. D. Estudo epidemiológico de mulheres com lesões precursoras para câncer de colo uterino na região sudoeste de Mato Grosso p. Dissertação de Mestrado Ciências da Saúde - Universidade de Brasília. Faculdade de Ciências da Saúde. Brasília
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