Programa de Hepatites Virais no estado de São Paulo, 2000 a 2015 Viral Hepatitis Program in the state of São Paulo, from 2000 to 2015
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- Branca Flor Mendonça
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1 Artigo Atualização Programa Hepatites Virais no estado São Paulo, 2000 a 2015 Viral Hepatitis Program in the state of São Paulo, from 2000 to 2015 Débora Moraes Coelho; Norma Farias; Maria do Carmo R. S. Camis Programa Estadual Hepatites Virais B Ee C. Centro Vigilância Epimiológica Prof. Alexandre Vranjac. Coornadoria Controle Doenças. Secretaria Estado da Saú. São Paulo Brasil. INTRODUÇÃO As hepatites virais B e C constituem problemas globais Saú Pública. Estima se que em todo o mundo aproximadamente dois bilhões pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B (VHB) e 240 milhões são portadores crônicos. É causa 60 a 80% dos cânceres fígado e responsável por cerca mortes por ano. Aproximadamente 90% dos adultos infectados pelo VHB estarão completamente livres do vírus num período seis meses; ao contrário, 90% das crianças infectadas no primeiro ano vida senvolverão infecções crônicas. 1,2 Em relação ao vírus da hepatite C (VHC), aproximadamente 130 a 150 milhões pessoas vivem com hepatite C crônica mundialmente, morrem cada ano em consequência complicações: cirrose ou câncer fígado, e 55 a 85% das pessoas infectadas senvolverão doença crônica. Em 25% dos pacientes com hepatocarcinoma, a causa básica morte é a hepatite C. 3 O vírus da hepatite B é transmitido pelas vias parenteral, perinatal (ou vertical) e sexual, cujo método prevenção mais eficaz é a vacina hepatite B, disponível nas Unidas Básicas Saú (UBS) do Sistema Único Saú (SUS) para todas as pessoas até 49 anos ida e populações mais vulneráveis. O vírus da hepatite B é 10 vezes mais infectante que o HIV. A principal forma transmissão da Hepatite C corre da exposição parenteral. Os grupos mais atingidos são aqueles que fizeram transfusão sangue antes 1993 e atualmente, a população mais vulnerável ao VHC são os usuários drogas. A transmissão sexual é menos frequente que na hepatite B e a transmissão vertical po ocorrer, principalmente se houver coinfecção com HIV. A taxa infecção pelo VHC em jovens usuários drogas é quatro vezes maior do que a infecção pelo HIV. 4 Após cinco anos uso até 90% dos usuários pom estar infectados. Não existe vacina para a hepatite C. A partir 1999, as hepatites virais foram incluídas na Lista Doenças Notificação Compulsória no país (Portaria GM/MS Nº 1.461, 22/12/1999) inserindo a coleta dados e análise sobre sua ocorrência às ações vigilância epimiológica. Programa Estadual Hepatites Virais No estado São Paulo o Programa Estadual Hepatites Virais, instituído no ano 2000, atua na coornação ações voltadas à prevenção, vigilância epimiológica e assistência às hepatites virais B e C, em permanente interação com instituições e a socieda. A re atenção organiza-se em três níveis com atribuições diferenciadas (Quadro 1). página 25
2 Quadro 1. Níveis Assistência do Programa Estadual do Estadual Hepatites Virais do Centro Vigilância Epimiológica/CCD/SES-SP Para notificação hepatite B ou C a finição caso é baseada em critério laboratorial e correspon àqueles com pelo menos um marcador sorológico reagente infecção (cicatriz sorológica) ou doença, com ou sem sintomas. Os marcadores triagem da hepatite B são o antígeno superfície (AgHBs) e o anticorpo contra o antígeno do núcleo (Anti HBc). O marcador triagem da hepatite C é o anticorpo contra o vírus (Anti HCV), que indica exposição passada ou presente ao vírus. Para o diagnóstico da doença são realizadas sorologias para os marcadores da hepatite B e sorologia e exames biologia molecular para hepatite C, segundo um fluxo laboratorial finido. O exame biologia molecular do vírus da hepatite B é realizado para monitoramento e tratamento da doença. A re biologia molecular conta com oito laboratórios para Hepatite B e 12 para a hepatite C (Mapas 1 e 2). página 26
3 Presinte Prunte Franco da Rocha Osasco Capital Metropolitana São Paulo ABCD Araçatuba São José do Rio Preto Marília Mogi das Cruzes Assis Bauru Barretos Araraquara Botucatu Sorocaba Franca Rib Preto Piracicaba Registro São João da Boa Vista Campinas Metropolitana São Paulo REDE DE DIAGNÓSTICO Santos Taubaté IAL Sorocaba UNESP Botucatu UNICAMP MOLECULAR DA IAL Central** São José dos Campos UNESP Araraquara HEPATITE B IAL São José Rio Preto HC-USP Ribeirão Preto Lab Suste PMSP ** Aten também: HCFMUSP-SP, IIER, CRTAIDS, UNIFESP, SANTA CASA DE SP. Mapa 1. Re Biologia Molecular da Hepatite B, Programa Estadual Hepatites Virais do Estado São Paulo, 2015 Presinte Prunte Franco da Rocha Osasco Capital Mogi das Cruzes ABC Diama Guarulhos São José do Rio Preto Araçatuba Marília Assis Bauru Barretos Araraquara Botucatu Sorocaba Franca Rib Preto Piracicaba Registro São João da Boa Vista Campinas Metropolitana São Paulo Santos Taubaté REDE DE DIAGNÓSTICO MOLECULAR DA HEPATITE C São José dos Campos Metropolitana São Paulo UNESP Araraquara IAL Presinte Prunte IAL Sorocaba IAL São José Rio Preto UNESP Botucatu UNICAMP- Hemocentro HC-USP Ribeirão Preto Hosp Guilherme Álvaro IAL Central Lab Central HC-FMUSP Inst Infectologia Emilio Ribas Lab Suste PMSP Figura 2. Re Biologia Molecular da Hepatite C, Programa Estadual Hepatites Virais do Estado São Paulo, 2015 página 27
4 Nestes 15 anos, encontram-se no Sistema Agravos Notificação (Sinan) mais 40 mil casos confirmados hepatite B e aproximadamente 70 mil hepatite C, com gran concentração no Departamento Regional Saú Gran São Paulo, região mais populosa e com maior número serviços (Tabelas 1 e 2). O inquérito base populacional realizado pelo Ministério da Saú entre 2005 a 2009 nas capitais das Macroregiões e Distrito Feral mostrou prevalência na Suste 0,31% marcador doença hepatite pelo vírus B (AgHBs) e 1,27% marcador infecção pelo vírus da hepatite C (anti HCV). 5,6 De acordo com estas estimativas apenas 34% e 14% dos casos hepatite B e hepatite C, respectivamente, encontram-se registrados no Sinan, apontando subnotificação importante, a speito do aumento da tecção casos até 2009 (Gráfico 1). Além da subnotificação e redução da taxa tecção nos últimos anos, observa-se que o número exames reagentes para anti HCV (que indica contato com o vírus da hepatite C), apresenta-se, notadamente s 2007, maior que o número realização exames biologia molecular para tecção do RNA do vírus, necessário para o diagnóstico atual da infecção. Esse dado sugere ausência registro no Sinan sobre a realização HCV RNA para parte dos casos anti HCV reagente uma vez que a re biologia molecular existente no estado é ampla e eficiente (Gráfico 2). *Dados provisórios até 04/08/2015, sujeitos a correção Fonte: Sinan CVE; Pop IBGE -projeção 2013 Gráfico 1. Taxa tecção (TD) Hepatite Viral (por habitantes) por ano notificação, estado São Paulo, 2000 a 2014* página 28
5 Tabela 1. Número casos Hepatite B por região residência e ano notificação, estado São Paulo a 2015* DRS Residência Total Gran São Paulo Campinas Taubaté Ribeirão Preto Baixada Santista São José do Rio Preto Sorocaba Bauru Araraquara Piracicaba Marília Araçatuba São João da Boa Vista Barretos Franca Presinte Prunte Registro Total DRS= Departamento Regional Saú página 29
6 Tabela 2. Número casos ce Hepatite C por região residência e ano notificação, Estado São Paulo a 2015* DRS Residência Total Gran São Paulo Campinas Taubaté São José do Rio Preto Riberão Preto Baixada Santista Bauru Piracicaba São João da Boa Vista Sorocaba Marília Araraquara Barretos Araçatuba Franca Presinte Prunte Registro Total DRS= Departamento Regional Saú página 30
7 *Dados provisórios até 04/08/2015, sujeitos a correção Fonte: Sinan CVE Gráfico 2. Número anti-hcv reagente e tecção do RNA do HCV registrados acordo com o ano notificação -Estado São Paulo a 2015* Outro aspecto avaliado refere-se ao número testes anti HCV realizados e registrados no Sistema Informações Ambulatoriais (SIA SUS), o número testes anti HCV esperados reagentes ntre os registrados no SIA-SUS (base na prevalência estimada 1,27%) e o número anti HCV reagentes notificados no Sinan (Tabela 3). Observa-se que o número testes anti HCV reagentes notificados tem sido menor que o esperado na maioria das DRS, à exceção das DRS Araçatuba, Barretos, Piracicaba, São João da Boa Vista, Sorocaba, Taubaté. Uma das possibilidas para explicar esta diferença po estar associada a falhas registro: não registro testes anti HCV realizados no SIA-SUS; não registro casos anti HCV reagentes no Sinan. Os grupos mais representados são os homens 30 a 39 anos para a hepatite B (6.352) e os homens 40 a 49 anos para a hepatite C (14.333). Esses dados corroboram com a literatura científica e pom refletir a maior ocorrência na população masculina mais exposta à transfusões sangue e cirurgias, antes da triagem hepatite C para doadores sangue anterior a Os casos hepatite B apresentam tendência concentração na população mais jovem, o que po refletir o principal modo transmissão da doença, a via sexual. Nota-se o menor número casos sse agravo em menores 20 anos, consequência da prevenção eficaz por meio vacinação (Gráficos 3 e 4) página 31
8 Tabela 3. Número anti-hcv realizado, reagente esperado e notificado por DRS residência, Estado São Paulo a 2015* DRS residência AntiHCV realizado Reagentes esperados Total Notificado Diferença notificado-esperado (%) Piracicaba ,4 Barretos ,8 São João da Boa Vista ,4 Araçatuba ,6 Sorocaba ,2 Taubaté ,9 Ribeirão Preto ,1 Araraquara ,1 Gran São Paulo ,2 São José do Rio Preto ,8 Baixada Santista ,9 Campinas ,1 Bauru ,8 Marília ,3 Presinte Prunte ,7 Franca ,4 Registro ,4 Total ,0 Notas: Anti-HCV realizados = Situação da base dados nacional em 24/07/2015. Dados junho 2014 até junho 2015 sujeitos a retificação. Reagentes esperados= 1,3% na população 10 a 69 anos - região Suste. Estudo prevalência base populacional das infecções pelos vírus das hepatites A, B e C nas capitais do Brasil. Relatório Pesquisa. Brasil, Notificados= número notificações com anti-hcv reagente. DRS= Departamento Regional Saú Fontes: Anti-HCV realizados= Ministério da Saú - Sistema Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) - acessado em 13/08/2015 Reagentes esperados= Universida Pernambuco. Núcleo Pós-Graduação Notificados= Sinan CVE - dados até 04/08/2015 sujeitos a correção *Dados provisórios até 04/08/2015, sujeitos a correção Fonte: Sinan CVE Gráfico 3. Número casos Hepatite B notificados acordo com a faixa etária e sexo -Estado São Paulo a 2015* página 32
9 Dados provisórios até 04/08/2015, sujeitos a correção Fonte: Sinan CVE Gráfico 4. Número casos Hepatite C notificados acordo com a faixa etária e sexo -Estado São Paulo a 2015 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Sistema Vigilância das hepatites virais B e C mostra aumento da asão pelos serviços ao longo do tempo, pelo aumento número notificações. Esses dados não refletem a prevalência ou incidência da doença, mas a captação casos, diagnóstico e notificação ao longo dos anos. No entanto, alguns safios impõem-se, como o aumento da tecção casos e da notificação ao Sinan, aprimoramento dos registros em todos os sistemas informação, para que se possa, forma eficiente, acompanhar a tendência do agravo no Estado São Paulo. O Estado apresenta uma eficiente re atenção e biologia molecular construída ao longo da implementação do Programa Estadual Hepatites Virais, consirada a maior do país. Essa Re verá ser aprimorada com a implantação da linha cuidados em hepatites virais no estado. BIBLIOGRAFIA 1. Lavanchy D. Hepatitis B virus epimiology, disease burn, treatment, and current and emerging prevention and control measures. Journal of Viral Hepatitis 2004; 11 (2): WHO. Hepatitis B Fact Sheet nº 204 (update july 2015).[acesso em ] Disponível em mediacentre/factsheets/fs204/en/ 3. WHO. Hepatitis C Fact Sheet nº 164 (update july 2015).[acesso em ]. Disponível em mediacentre/factsheets/fs164/en/ 4. Centers for Disease Control and Prevention. Recommendations for prevention and control of hepatitis C virus (VHC) infection and VHC-related chronic disease; MMWR,47: 1-40, página 33
10 5. Brasil. Ministério da Saú. Secretaria Vigilância em Saú. Departamento Aids, DST e Hepatites Virais. Estudo prevalência base populacional das infecções pelos vírus das hepatites A, B e C nas capitais do Brasil. Boletim Epimiológico Hepatites Virais; ano II, nº 01. Brasília - DF, Brasil. Ministério da Saú. Secretaria Vigilância em Saú. Departamento Aids, DST e Hepatites Virais. Boletim Epidmeiológico Hepatites Virais; ano IV nº 01. Brasília- DF, Correspondência/Corresponnce to: Divisão Hepatites Virais B e C. Centro Vigilância Epimiológica Profº Alexandre Veranjac. Coornadoria Controle Doenças Av. Dr. Arnaldo, 351, 6º Andar Pacaembú, São Paulo SP CEP: Tel.: fax: (11) dvhepa@sau.sp.gov.br página 34
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