DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Provas
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- Osvaldo Brezinski
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1 DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Provas Lei 9807/99 Lei de Proteção a vítimas e a testemunhas Profa. Letícia Delgado
2 Lei de proteção a vítimas e testemunhas 1)Previsão legal: Lei 9807/1999 Estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, institui o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal.
3 2) Competência (art. 1º, Lei 9807/99): as medidas serão prestados pela União, Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito de suas competências. A lei não inclui os municípios. Âmbito federal (vide Decreto Presidencial 3518/00). Art. 1o (Lei 9807/1999): As medidas de proteção requeridas por vítimas ou por testemunhas de crimes que estejam coagidas ou expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação ou processo criminal serão prestadas pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito das respectivas competências, na forma de programas especiais organizados com base nas disposições desta Lei.
4 3)Fundamento: a necessidade de adoção de mecanismos novos, capazes de fazer frente à criminalidade organizada, e de coibir a ocorrência de crimes produzidos por grupos de extermínio. 4)Objetivos: estabelecer normas para a organização e a manutenção e a dos programas especiais de proteção à vitimas e testemunhas ameaçadas e dispor sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial ou processo criminal.
5 4) Proteção especial: (art. 2º): A proteção concedida pelos programas e as medidas dela decorrentes levarão em conta a gravidade da coação ou da ameaça à integridade física ou psicológica, a dificuldade de preveni-las ou reprimi-las pelos meios convencionais e a sua importância para a produção da prova.
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7 Quem está excluído da proteção? Indivíduos cuja personalidade ou conduta seja incompatível com as restrições de comportamento exigidas pelo programa, os condenados que estejam cumprindo pena e os indiciados ou acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas modalidades, sem prejuízo de eventual prestação de medidas de preservação da integridade física desses indivíduos por parte dos órgãos de segurança pública como, por exemplo, escolta especial em determinados momentos. (art. 2º, 2º). Obs: As pessoas excluídas da lei de proteção à vitimas e testemunhas podem ser enquadradas como depoente especial (DECRETO PRESIDENCIAL 3518/00)
8 Art. 10. Entende-se por depoente especial: I - o réu detido ou preso, aguardando julgamento, indiciado ou acusado sob prisão cautelar em qualquer de suas modalidades, que testemunhe em inquérito ou processo judicial, se dispondo a colaborar efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração possa resultar a identificação de autores, coautores ou partícipes da ação criminosa, a localização da vítima com sua integridade física preservada ou a recuperação do produto do crime; e II - a pessoa que, não admitida ou excluída do Programa, corra risco pessoal e colabore na produção da prova.
9 6)Legitimados para pedido de proteção (art. 5 ) I próprio interessado; II representante MP; III autoridade policial que conduz a investigação criminal; IV Juiz competente para a instrução do processo; V órgãos públicos e entidades com atribuições de defesa dos direitos humanos. Obs: em caso de urgência, é possível a inserção provisória (INCLUSÃO CAUTELAR) no programa, antes da decisão do conselho deliberativo, como comunicação imediata a seus membros e ao MP; (art. 5º, 3).
10 7)Requisitos de ingresso: ingresso consensual no programa: as restrições de segurança e demais medidas terão sempre e anuência da pessoa protegida, ou de seu representante legal. Mas, ao aderir ao programa, o protegido fica obrigado ao cumprimento das normas prescritas sob pena de desligamento do Programa. (art. 2º, 3 e 4). O MP será consultado em todos os casos de ingresso no programa (art. 3º). As ações serão mantidas em sigilo (art. 2º, 5)
11 8)Exclusão da proteção (art. 10): será excluída do programa a pessoa protegida que, a qualquer tempo, por I solicitação do próprio interessado; II decisão do conselho deliberativo, em consequência de: Cessação dos motivos que ensejaram a proteção; Conduta incompatível do protegido
12 9)Conselho Deliberativo (art. 4º) Cada programa será dirigido por um conselho deliberativo em cuja composição haverá representantes do MP, Poder Judiciário e de órgãos públicos e privados relacionados com a segurança pública e defesa dos direitos humanos. Competência do conselho deliberativo (art. 6º): decidir e deliberar sobre o ingresso do protegido no programa ou a sua exclusão e as providencias necessárias ao cumprimento das regras determinadas, tomadas por maioria absoluta de seus membros, assim como, quando entender necessário, solicitar ao MP que requeira ao juiz a concessão de medidas cautelares direta ou indiretamente relacionadas com a eficácia da proteção (art. 8º).
13 10)Medidas de proteção (art. 7º): Poderão ser aplicáveis isolada ou cumulativamente em beneficio da pessoa protegida, segundo a gravidade e as circunstâncias. São elas: Segurança na residência; Escolta e segurança nos deslocamentos da residência; Transferência de residência ou acomodação provisória em local compatível com a proteção; Preservação da identidade, imagem e dados pessoais; Ajuda financeira mensal (em caso de impossibilidade de trabalhar); Suspensão temporária das atividades funcionais, sem prejuízo dos respectivos vencimentos, vantagens, quando servidor público ou militar; Apoio ou assistência social, médica ou psicológica;
14 Sigilo em relação aos atos praticados em virtude da proteção concedida; Apoio do órgão executor do programa para o cumprimento de obrigações civis e administrativas que exijam o comparecimento pessoal Obs: alteração da identidade civil (art. 9): situações excepcionais e considerando as características e a gravidade da coação ou da ameaça. Cessada a situação, pode ser requerido o retorno a situação anterior. 11)Prazo de duração do programa (art. 11): dois anos, sendo que em casos excepcionais tal prazo pode ser prorrogado. A lei não fala por quanto tempo.
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