ANSIEDADE E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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- Eric Cipriano Barreto
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1 ANSIEDADE E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Ana Caroline Fonseca Landim 1 Daniel do Nascimento Tavares 1 Fernanda Machado Pinheiro 1 Resumo: A ansiedade configura um sentimento que participa da vivência do ser humano, sendo um estado de emoção que prepara o indivíduo para uma determinada situação no meio e contexto em que ele está inserido. Sendo assim, vê-se a necessidade da enfermagem, como prestadora de cuidados diretos em tempo integral ao cliente, possuir conhecimento técnico-científico para assistir ao cliente com este transtorno, de forma a ajudá-lo a minimizar seus efeitos negativos. Objetivos: buscar produções na literatura científica que associem o transtorno de ansiedade com a assistência de enfermagem aos clientes vítimas deste sofrimento mental. Questão norteadora: Os cuidados de Enfermagem estão abordando a ansiedade? Método: trata-se de uma revisão bibliográfica de abordagem qualitativa, sendo construída através da pesquisa de artigos no banco de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), realizando o cruzamento dos descritores Cuidados de Enfermagem e Ansiedade. Resultados: Foram selecionados 6 publicações científicas, onde somente 5 artigos (83,33%) foram encontrados na íntegra no idioma português e somente 1 artigo (16,66%) no idioma espanhol. Discussão: A Sistematização da Assistência de Enfermagem pautada na humanização guia ao Enfermeiro a identificação de diagnósticos, tal como a ansiedade, de forma que este possa estrategicamente intervir de maneira eficaz na minimização desta situação. Conclusão: Atualmente, as mudanças são constantes e a correria do dia a dia encontra-se cada vez mais intensa, fazendo a população reagir de forma exacerbada às dificuldades e alterações do cotidiano, convertendo tal situação em ameaça ao psicológico. A sociedade suporta diferentes níveis de pressão, alguns conseguem manterem-se tranquilos em situações de estresse, no entanto quando esse equilíbrio emocional é rompido nos deparamos com transtornos de ansiedade. Por intermédio das perspectivas abordadas, visualizamos o profissional enfermeiro como gestor do processo de enfermagem que de acordo com sua práxis, coordena uma sistematização que deve abordar o indivíduo holisticamente utilizando-se de estratégias que minimizem a ansiedade proveniente do ambiente hospitalar e/ou da doença e seu desconhecido. Descritores: ansiedade; cuidados de enfermagem 1 Acad. 8º Período da Graduação e Licenciatura em Enfermagem da EEAAC- UFF
2 Introdução A ansiedade configura um sentimento que participa da vivência do ser humano, sendo um estado de emoção que prepara o indivíduo para uma determinada situação no meio e contexto em que ele está inserido, e esta se torna patológica quando se apresenta de forma excessiva e desproporcional as necessidades, levando ao sofrimento 1. Andrade et al 2 refere a ansiedade como um estado emocional que possui componentes psicológicos e fisiológicos, e constitui um dos transtornos psiquiátricos mais comuns na população geral. As manifestações clínicas da ansiedade patológica se manifestam nos indivíduos que experimentam uma variedade de situações ameaçadoras do cotidiano e se prendem aos aspectos negativos das mesmas. Os sinais e sintomas incluem tensão, inquietação interna, apreensão desagradável, opressão e desconforto subjetivo, preocupações exageradas, insônia, insegurança, irritabilidade, distraibilidade, desconcentração, desrealização, despersonalização 1. Uma situação do cotidiano da maioria dos indivíduos que pode ser um fator gerado de ansiedade patológica é o trabalho. Em um estudo entre profissionais de enfermagem mostram-se que algumas situações de trabalho como instabilidade ou agravamento do estado de saúde de clientes, falta de material e recursos humanos, procedimentos de alta complexidade, relacionamentos com familiares do cliente e a realização da sistematização de enfermagem são fatores geradores de ansiedade 3. Vê-se, então, que a demasiada sensação de ansiedade gera alterações emocionais que se projetam tanto no psicológico dos indivíduos quanto no fisiológico, podendo levar a somatização destas questões. Para Caplan 4 existem duas formas de diminuir a ansiedade, sendo o primeiro resolver logo o problema e superar os obstáculos através do enfrentamento da situação, e o segundo é fugir da ameaça e buscar criar estratégias de defesa reais ou imaginárias de forma a minimizar o impacto do transtorno. Diante destas questões expostas, o trabalho tem como questão norteadora: Os cuidados de Enfermagem estão abordando a ansiedade? O objetivo compreende encontrar produções na literatura científica que associem o transtorno de ansiedade com a assistência de enfermagem aos clientes vítimas deste sofrimento mental. Método O trabalho em questão se trata de uma revisão bibliográfica de abordagem qualitativa, que segundo Figueiredo 5, trabalha com significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, correspondendo a um aprofundamento das relações, processos e fenômenos que não podem ser reduzidos a operacionalização de
3 variáveis. Sua construção foi realizada através da pesquisa de artigos no banco de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) no período de 10 a 13 de janeiro de A pesquisa utilizou o cruzamento dos descritores Cuidados de Enfermagem e Ansiedade sendo encontrados 146 artigos no total. Os critérios de inclusão foram artigos com texto na íntegra em português, inglês e espanhol, estando dentro do corte temporal estipulado como sendo do ano 2010 a O resultado final da pesquisa revelou 6 artigos finais, os quais foram utilizados para construir a categorização das temáticas abordadas nos mesmos. Resultados Foram selecionadas 6 publicações científicas, onde somente 5 artigos (83,33%) foram encontrados na íntegra no idioma português e somente 1 artigo (16,66%) no idioma espanhol. De acordo com as doenças crônicos degenerativas, como por exemplo neoplasia e doenças respiratórias, dentre as publicações, 3 artigos (50%) mencionaram sobre a doença cardiovascular. Um total de 5 artigos (83,33) referiram sobre a importância no processo de humanização durante a sistematização da assistência de Enfermagem (SAE) do tangente ao acolhimento, percepção, clareza e interação com o paciente. Dentre os diagnósticos de Enfermagem citados pelos artigos, 6 (100%) das publicações citaram sobre a ansiedade em algum momento no ambiente hospitalar pelo paciente ou familiar. Discussão As doenças crônicas degenerativas estão correlacionadas com fatores socioeconômicos, alem de cultural e ambiental 6. Buzatto e Zanei 7 referem que estudos recentes apontam que, no Brasil, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por cerca de 32% dos óbitos. Estes fatores interferem de certa forma na qualidade de vida dos indivíduos e no surgimento das comorbidades. O processo de Enfermagem é fundamental para uma gestão que utiliza a SAE (Sistematização de Enfermagem) como ferramenta de assistência, de forma a ordenar e direcionar um cuidado com qualidade. Para que o processo de enfermagem ocorra, o enfermeiro deve aliar os conhecimentos científicos e tecnológicos às habilidades de observação, comunicação e intuição 8. Tem-se no Processo de Enfermagem a base de constituição da SAE, o qual é constituído de etapas que envolvem a identificação dos problemas de saúde do cliente, a realização do diagnóstico de enfermagem, a implementação do plano de cuidados, a realização das ações planejadas e a avaliação 9-10.
4 No processo de entrevista, a anamnese envolve o relacionamento interpessoal e a comunicação entre enfermeiro e paciente, onde o acolhimento é essencial neste processo e a humanização faz-se necessariamente presente. A humanização foi citada na maioria dos artigos, o que reforça a importância desta situação dentro das instituições e serviços de saúde pelos profissionais. Silva e Santos 10 citam que a humanização no cuidar em enfermagem é indispensável para estabelecer a interação e o relacionamento com os usuários dos serviços de saúde, incluindo os seus familiares e os profissionais de saúde. Dos mais diversificados diagnósticos que possam surgir no ambiente hospitalar a ansiedade é a mais referenciada. Pereira et al 10 mostrou em um estudo transversal com 30 pacientes (15 homens e 15 mulheres) internados em uma enfermaria de clínica médica de um hospital universitário, que o diagnóstico de enfermagem ansiedade foi identificado em 12 homens e 11 mulheres, tendo como características definidoras com frequência acima de 50% a agitação (95,7%), seguida do estado ansioso (69,6%), insônia (65,2%) e preocupações expressas em razão de mudanças e eventos da vida (52,2%). Nestas situações referem-se ao medo do desconhecido, desde a ciência da doença até o tratamento e possíveis resultados. Ressalta-se, ainda, a educação em saúde e o preparo do profissional enfermeiro para lidar com estratégias que envolvam segurança e clareza ao paciente ou seu familiar Existem para esta redução, meios farmacológicos e não farmacológicos. Os farmacológicos citados foram drogas ansiolíticas 7 e não farmacológicos, tais como musicoterapia 7 e acupuntura 13. A redução da ansiedade é evidenciada quando há maior qualidade e conteúdo nas informações oferecidas. Essa situação é observada quando o enfermeiro consegue expor e suprir as dúvidas do paciente ou familiar É importante que se faça minimizar esta ansiedade para que a ação terapêutica não sofra tanta influência das alterações psico-fisiológicas geradas neste transtorno, uma vez que estas podem acarretar prejuízos ao tratamento do cliente e possíveis riscos a saúde do mesmo. Buzzato e Zanei 7 referem que a redução da ansiedade é evidenciada quando há maior qualidade e conteúdo nas informações oferecidas. Essa situação é observada quando o enfermeiro consegue expor e suprir as dúvidas do paciente ou familiar. Neste contexto, é fundamental que o enfermeiro intervenha junto aos clientes de forma a diminuir a ansiedade por eles apresentada. Pesquisas revelam que de 15 pacientes acometidos por Aids (Sìndrome da Imunodeficiência Adquirida), 11 (73,3%) apresentavam ansiedade antes da intervenção do enfermeiro, tendo este número sido reduzido para 3 (20%) após a orientação do profissional 11. Conclusão
5 Atualmente, as mudanças são constantes e a correria do dia a dia encontra-se cada vez mais intensa, fazendo a população reagir de forma exacerbada às dificuldades e alterações do cotidiano, convertendo tal situação em ameaça ao psicológico. A sociedade suporta diferentes níveis de pressão, alguns conseguem manterem-se tranquilos em situações de estresse, no entanto quando esse equilíbrio emocional é rompido nos deparamos com transtornos de ansiedade. O estudo teve como objetivo a identificação dos trabalhos direcionados a temática ansiedade e os cuidados de enfermagem existentes acerca desta patologia cada vez mais crescente. Sendo assim, há duas maneiras de diminuir o nível de ansiedade de um sujeito: um é lidar diretamente com o problema, resolvendo-o e o outro é fugir das ameaças, criando estratégias reais ou imaginárias que possam minimizar seu impacto. Dessa forma, estará criando mecanismos de defesa³. Por intermédio das perspectivas abordadas, visualizamos o profissional enfermeiro como gestor do processo de enfermagem que de acordo com sua práxis, coordena uma sistematização que deve abordar o indivíduo holisticamente utilizando-se de estratégias que minimizem a ansiedade proveniente do ambiente hospitalar e/ou da doença e seu desconhecido. Referências Bibliográficas 1. ABAM PROGRAMA ANSIEDADE [Internet]. 1. Transtornos de ansiedade; 2. Manifestações Clínicas. [acesso em 15 de janeiro de 2013]. Disponível em: 2. Schmidt, DRC et al. Ansiedade e depressão entre profissionais de enfermagem que atuam em blocos cirúrgicos. Rev. esc. enferm. USP, vol.45, no.2 São Paulo, Apr Disponível em: 3. Barros, ALBL et al. Situações geradoras de ansiedade e estratégias para seu controle entre enfermeiras: estudo preliminar. Rev Lat Am Enferm. 2003;11(5): Disponível em: 4. Caplan G. Princípios de Psiquiatria preventiva. Rio de Janeiro (RJ): Zahar; Figueiredo, AM; Souza, ARG. Como elaborar projetos, monografias, dissertações e teses. 4 edição. Rio de Janeiro: Lumen Juris, Pereira, JMV et al. Diagnóstico de enfermagem de pacientes hospitalizados com doenças cardiovasculares. Esc. Anna Nery, vol.15, no.4 Rio de Janeiro, Oct./Dec Disponível em: 7. Buzatto, LL; Zanei, SSV. Ansiedade em pacientes no período pré-cateterismo cardáco. Einstein. 2010, 8(4 Pt 1): Disponível em:
6 8. Brasileiro, ME; Cunha, LC. Diagnósticos de enfermagem em pessoas acometidas pela síndrome da imunodeficiência adquirida em terapia antirretroviral. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2011 jul/set; 19(3): Disponível em: 9. Carpenito LJ. Diagnósticos de enfermagem: aplicação à prática clínica. 6a ed. Porto Alegre (RS): Artes Médicas; Alfaro-Léfevre R. Aplicação do processo de enfermagem: um guia passo a passo. Porto Alegre (RS): Artes Médicas; Silva, FS; Santos, I. Expectativas de familiares de clientes em UTI sobre o atendimento em saúde: estudo sociopoético. Esc Anna Nery Rev Enferm 2010 abr-jun; 14 (2): Disponível em Oscco, OT et al. Actitud que adopta la enfermera durante la atencion y nivel de ansiedad del paciente en el pre operatorio en un hospital público de pisco. Perú, Rev. méd. panacea, 2011; 1(3). Disponível em VILLELA, Maria Patrícia Costa; LEMOS, Maria Elizabeth Siqueira. Os cuidados do Enfermeiro Acupunturista ao paciente com angina estável: Uma relação ruma à integralidade da Assistência. REME Rev. Min. Enferm.;14(4): , out./dez., Disponivel em
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