A Sustentabilidade e a Inovação na formação dos Engenheiros Brasileiros. Prof.Dr. Marco Antônio Dias CEETEPS

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1 A Sustentabilidade e a Inovação na formação dos Engenheiros Brasileiros Prof.Dr. Marco Antônio Dias CEETEPS

2 O PAPEL DA FORMAÇÃO ACADÊMICA Segundo diversos autores que dominam e escrevem a respeito do tema, esta nova perspectiva da educação deverá promover o entendimento do significado da sustentabilidade, como uma forma de intervenção no mundo. Neste contexto, a universidade se torna essencial se nós quisermos alcançar um futuro sustentável desempenhando a função de agente de mudança, essencial na formação e preparação dos futuros profissionais e consequentemente na organização que estes se inserirem.

3 O PAPEL DA FORMAÇÃO ACADÊMICA A UNESCO orientou a partir de 2005 a integração das disciplinas da grade curricular dos cursos de engenharia, transformando o processo de formação do engenheiro em oportunidade de desenvolvimento de consciência com abordagem sistêmica. No ano de 1990 lideranças universitárias já haviam se reunido na França e criado uma iniciativa específica na educação, que ficou conhecida como Declaração de Talloires. Aqui foi definido o desenvolvimento sustentável e ficou estabelecido que este fosse promovido na educação de nível superior.

4 O PAPEL DA FORMAÇÃO ACADÊMICA Mais tarde na Espanha, no ano de 2006, uma outra reunião deu origem a Declaração de Barcelona, onde se sugeriu um novo perfil para os engenheiros que a sociedade precisa. Ainda solicitou que o ensino superior considere uma formação holística para os engenheiros, incluindo os aspectos sociais e éticos.

5 O PAPEL DO ENGENHEIRO Por muitos anos, a engenharia foi considerada como sendo uma disciplina que formou profissionais meramente tecnologistas, não preocupados com as implicações decorrentes de sua atuação. A engenharia é uma disciplina voltada para desenvolver soluções para problemas práticos que, por definição, sempre buscou a melhoria da existência humana e desempenha um papel importante em atender as satisfações e aspirações de hoje e de amanhã

6 O PAPEL ATUAL DAS UNIVERSIDADES Os professores têm buscado integrar, de forma transversal, questões de sustentabilidade em suas disciplinas, geralmente utilizando estudos de casos e exercícios que estimulam os alunos a refletir sobre o tema e identificar estratégias e técnicas que viabilize a implantação nas empresas. Dessa forma, tem-se desenvolvido um conteúdo curricular em que os estudantes aprendem a pensar de forma mais integrada.

7 CASO UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE -UFF

8 OS CURSOS DE ENGENHARIA Os cursos de Engenharia de Produção tem focado em uma abordagem sistêmica, como nas disciplinas Controle da Qualidade e Planejamento e Controle da Produção, o que despertou grande interesse dos alunos no desenvolvimento de seus projetos finais e na inserção de profissionais de engenharia no mercado de trabalho com interesse em atuar nas áreas de meio ambiente, responsabilidade social, entre outras. Esse interesse levou ao desenvolvimento da disciplina de Gestão Estratégica Empresarial, onde temas centrais de sustentabilidade estão sendo incorporados.

9 GESTÃO ESTRATÉGICA EMPRESARIAL A disciplina Gestão Estratégica de Empresas busca alinhar e atualizar o conhecimento dos alunos de graduação, apresentando princípios estratégicos de sustentabilidade, bem como dar suporte para aprimorar a capacidade de formular e implementar as Políticas de Gestão Empresarial para a excelência, considerando inclusive os aspectos estratégicos, táticos e operacionais.

10 DIRETRIZES DA SUSTENTABILIDADE NA UFF

11 GESTÃO ESTRATÉGICA EMPRESARIAL Nesta disciplina têm se trabalhado os temas como o planejamento e controle do produto, logística da cadeia de suprimentos e sistemas de gestão dos recursos naturais, com enfoque em conteúdos específicos, como Analise de Ciclo de Vida de Produtos, Logística Reversa, Produção mais Limpa e Ecoeficiência, Sistemas de Gestão Ambiental e Certificação, e Responsabilidade Social.

12 INTERAÇÃO COM AS EMPRESAS Nos últimos cinco anos a disciplina vem contando semestralmente com 60 a 70 graduandos matriculados, atendendo além dos graduandos em engenharia, quanto à demanda de alunos de outros cursos. Em cada turma, organiza-se visitas técnicas em empresas certificadas, a fim de demonstrar na prática como funcionam os Sistema de Gestão implantados na área de meio ambiente, qualidade, responsabilidade social e segurança do trabalho, bem como a utilização de técnicas e ferramentas da qualidade nos procedimentos operacionais.

13 ATIVIDADES COMPLEMENTARES Para complementar o didática do ensino aplicada na disciplina Gestão Estratégica de Empresas, o docente frequentemente divulga oportunidades de eventos acadêmicos nas áreas afins, bem como, quando possível, viabiliza a gratuidade na inscrição dos alunos, de forma que estimule a participação em ambiente acadêmico o que proporciona o contato dos alunos com especialistas no assunto, ampliação da rede de relacionamento e o conhecimento de novos casos de sucesso executados pelas empresas.

14 PERSPECTIVA PEDAGÓGICA Ao longo dos cinco anos a disciplina tem se mantido com demanda espontânea, sendo optativa para alguns cursos e eletiva para outros, o que demonstra o grande interesse dos alunos por tal tema. Os alunos têm demonstrado genuíno interesse pelo meio ambiente, pelas questões éticas na condução das empresas, na humanização dos ambientes e postos de trabalho e no desenvolvimento de uma nova abordagem na condução dos sistemas produtivos.

15 RESULTADOS OBTIDOS Os resultados tem sido evidenciado no incremento de número de projetos finais de graduação nas temáticas relativas à sustentabilidade, o aumento da procura pela disciplina por alunos de outros curso, além de despertar o interesse na realização de cursos de pós-graduação dedicada à temática inserida na disciplina Gestão Estratégica Empresarial..

16 RESULTADOS OBTIDOS Os temas abordados incluem desde o desenvolvimento de ferramentas para gestão, como os indicadores, modelos de implantação da responsabilidade socioambiental empresarial, até o desenvolvimento de modelos de gestão para organizações não governamentais e de intervenções sociais através de projetos de responsabilidade social.

17 MODELO DE VALOR PARA O ACIONISTA (STUART HART)

18 ENGENHEIRO SUSTENTÁVEL O devir deste perfil é a criação de instrumentos, informações, dispositivos ou processos que proporcionem ao ser humano um trabalho menos árduo e uma vida mais digna. Porém, estas atividades trazem consigo questões como poluição ambiental, aquecimento global, devastação de florestas, destruição da camada de ozônio, entre outros impactos.

19 ENGENHEIRO SUSTENTÁVEL Entretanto o ambiente em que a empresa está inserida fica sujeito ao impacto destas atividades caso elas não estejam alinhadas com a dimensão da sustentabilidade. O uso indiscriminado de recursos naturais e o despejo de resíduos sem o devido tratamento são riscos que o engenheiro deve considerar na condução de seus projetos.

20 ESTRUTURA DO VALOR SUSTENTÁVEL (STUART HART)

21 ENGENHEIRO INOVADOR O novo contexto global da vida empresarial aposta no trinômio sustentabilidade, inovação e universidade, tendo a inovação como um fator de afirmação competitiva para as empresas e para as economias; Ela deve ser pensada e projetada como alavanca do desenvolvimento sustentável e integrar não só fatores econômicos, mas também de natureza ambiental e social, de modo a não comprometer o futuro das sociedades e tampouco das organizações.

22 ENGENHEIRO INOVADOR A vantagem competitiva se baseava em grande parte na redução de custos ou na obtenção de diferenciação nos segmentos e negócios existentes. Hoje parece que ela dependerá mais da capacidade de gerar inovação por meio da imaginação competitiva, que busca novos mercados com uma estratégia que maximize oportunidades e minimize os riscos, sem assumir riscos não mitigados.

23 ALGUNS DADOS OFICIAIS Desde 2005, tanto escolas públicas como privadas inseriram em seus currículos a disciplina Sustentabilidade como optativa,portanto, não obrigatória; Inserir Sustentabilidade no currículo de Engenharia como disciplina obrigatória pode cumprir uma função educacional importante ao colocar as questões socioambientais em pauta no meio de um elenco de disciplinas diversas que em geral nem tocam nesse assunto.

24 RAZÕES PELA NÃO OBRIGATORIEDADE Há várias razões para que isto ocorra, dentre elas: a falta de tempo para cumprir o programa, a falta de conhecimento dos professores para tratar do assunto transversalmente e, a baixa interação entre eles.

25 REPERCUTINDO... Muito embora seja um sinal positivo da sintonia da academia com os desafios da sustentabilidade, desperta vários questionamentos. A principal deles é se estas propostas pedagógicas com estruturas interdisciplinares colaboram com a formação de profissionais orientados para a sustentabilidade.

26 REPERCUTINDO OS DADOS...

27 Pesquisa no Ensino Fundamental Escola Pública X Escola Privada Universidade Católica de Goiás Departamento de Engenharia Engenharia Ambiental Profª Drª Marta Pereira da Luz - Coordenação da Pesquisa Prof. Msc. Leandro Morais e Silva

28 O PAPEL DOS RECURSOS DISPONÍVEIS Para coleta de dados foi realizada uma pesquisa com professores de duas escolas de ensino fundamental, sendo uma escola pública e uma privada, localizadas na Região Metropolitana de Goiânia (RMG); Para preservar a identidade das Escolas, foram identificadas como Escola A (pública), Escola B (privada)

29 O PAPEL DOS RECURSOS DISPONÍVEIS A Escola pública denominada, nesta pesquisa, por Escola A, é uma escola municipal, possui 370 alunos com idade entre 5 e 14 anos e 29 professores dos quais 11 responderam o questionário, representando uma amostra de 37%. A Escola particular denominada nesta pesquisa, por Escola B, possui 1690 alunos com idade entre 3 e 14 anos, 35 professores dos quais 10 responderam o questionário, representando uma amostra de 28%.

30 O PAPEL DOS RECURSOS DISPONÍVEIS Pode-se observar que mais de 50% dos professores das escolas A e B possuem cursos de especialização e que 91% dos professores da escola A possuem o 3º grau completo e na escola B esse percentual é de 100%. Os professores das duas escolas têm boa formação escolar. Percebe-se ainda que na Escola A os professores continuam buscando aperfeiçoamento, como por exemplo o curso de mestrado, demonstrando maior qualificação.

31 O PAPEL DOS RECURSOS DISPONÍVEIS Outros aspectos levantados na pesquisa mostram que a Escola A possui na sua grade curricular a Educação Ambiental, apesar de não ter recursos financeiros e nem patrocinadores para execução de projetos. De acordo com a coordenadora, a escola não tem área arborizada e nem coleta seletiva de lixo, apesar de ter espaço físico suficiente para viabilizar uma horta e área arborizada. A escola B possui um convênio com a Associação de Combate ao Câncer em Goiás e com uma Indústria de refrigerantes que recolhe as garrafas PET, utilizadas pelos alunos, professores e funcionários.

32 O PAPEL DOS RECURSOS DISPONÍVEIS Entretanto percebeu-se que os professores da Escola A, como foi denominada a escola pública, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas e os recursos escassos, parecem mais preparados e com maior disposição para desenvolverem os conteúdos e as atividades propostas sobre Educação Ambiental, criando projetos de acordo com suas possibilidades, inovando conteúdos para complementarem os livros didáticos, demonstrando motivação, interesse e vontade em fazer acontecer.

33 O PAPEL DOS RECURSOS DISPONÍVEIS A escola B, como foi denominada a escola privada, apesar de todas as condições favoráveis, demonstrou menos envolvimento dos professores nesse processo de interação ensino-aprendizagem, com os alunos.

34 OBRIGADO!