Isolamento e Solidão No envelhecimento
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- Cíntia Gesser de Escobar
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1 Isolamento e Solidão No envelhecimento Associação dos Lares ferroviários Entroncamento, 9 de Setembro de 2011 Doutor Adelino Antunes adelinoantunes@live.com.pt
2 Uma Velha história De guardião da sabedoria ao incómodo social
3 A solidão não é apenas um desejo de relação mas da relação certa, Weiss (1973) Aflição emocional sentir-se só mesmo acompanhado não ter sonhos momentos de revisão de vida vazio deixado pelas perdas
4 Envelhecer implica solidão?
5 O SENTIMENTO DE SOLIDÃO DIMINUI COM A IDADE Inquérito de Parlee (1979) Idade em anos Até Percentagem de pessoas que disseram sentirse sós algumas vezes ou muitas vezes 79% 71% 69% 60% 53% 37%
6 Factores associados à solidão no envelhecimento Reforma Viuvez Ninho vazio Pobreza e exclusão social Lutos Tabus sobre a sexualidade Perda de objectivos Perda de pertenças
7 O Indivíduo e a Sociedade O homem é um ser eminentemente social e, como tal, a sua vida desenvolve-se na relação com os grupos a que pertence ou de onde provém. O idoso que não vive á sombra das perdas ou á sombra do que não pode atingir, em razão da sua idade, ainda tem, mesmo com medo, desejos de realização pessoal
8 O isolamento na velhice Isolamento não implica solidão e o contrário também se verifica
9 Tipos de isolamento isolamento social implica uma escassez de relacionamentos significativos e satisfatórios no que se refere à qualidade dos vários tipos de relacionamento que uma pessoa pode ter, como por exemplo, relacionamentos superficiais ou íntimos, com amigos antigos ou recentes, com colegas de trabalho, com vizinhos ou parentes. O isolamento emocional, por sua vez, refere-se ao modo como as pessoas se sentem em relação a elas mesmas, com os relacionamentos que têm. Pode-se sentir solidão emocional por não ter pessoas com as quais se esteja emocionalmente comprometido, pela perda de amigos íntimos ou confidentes, com que se mantinha uma ligação satisfatória e de confiança mútua. Portanto, tanto o isolamento social como o emocional podem fazer parte da experiência da solidão. GERONTOLOGIA social Adelino Antunes
10 Como evitar o isolamento Provocar o encontro de novos amigos e relações Envolver-se em actividades sociais voluntárias Investir na capacidade de transmitir conhecimentos e experiências a outras pessoas Buscar novos canais de comunicação entre pessoas da própria geração e de outras. Participar de grupos de convivência, lazer, actualização cultural Procurar conscientizar-se do seu papel como cidadão na sociedade e reconhecer os seus direitos e deveres. Investir em si mesmo, cuidando da saúde física e mental, alimentando-se correctamente, fazendo exercícios físicos com regularidade e cuidando da aparência Favorecer o crescimento espiritual que visa à sabedoria saber eleger prioridades pessoais e defender sua privacidade e seus pontos de vista. in: E por falar em boa velhice Anita Liberalesso Néri e Sueli Aparecida Freire Papirus Campinas 2000) GERONTOLOGIA social Adelino Antunes
11 O luto no idoso
12 Os lutos O luto é um processo natural de instalação das perdas: Os que se amam As coisas e os espaços que lhe são significativamente importantes Os ideais e os sonhos não concretizados
13 reacções típicas ao luto depressão, desespero, angústia, sensação de culpa, raiva dos outros, de si mesmo ou do morto solidão. Para Doll (2002) a agressividade e a raiva são comuns na primeira fase após a perda do parceiro, no entanto, tendem a diminuir dando espaço para sentimentos de tristeza, de solidão e insegurança.
14 Que caminhos? Promoção do contributo «activo» e «carregado de sentido» que uma massa crescente de indivíduos competentes, motivados e potencialmente activos ainda podem e querem dar à sociedade. ONU, Assembleia de Viena 1982
15 Promoção do envelhecimento activo O que podemos fazer colectivamente a promoção da saúde; a continuidade de exercícios físicos; a diminuição das barreiras físicas nas localidades de forma a permitir uma maior mobilidade; a solidariedade informal entre habitantes; a info-inclusão; a actividade mental; a socialização do idoso; a diminuição das situações de pobreza.
16 grandes objectivos cinco áreas temáticas: 1) envelhecer bem - o que é e como consegui-lo; 2) Cuidar do corpo; 3) cuidar da mente; 4) envelhecer com os outros; 5) lidar com o inevitável
17 A prevenção pelo exercício físico Os órgãos que não se mantêm activos têm tendência para deixar de funcionar de forma correcta, especialmente se, como acontece por vezes, tiverem sofrido alterações com o passar dos anos. Mas o indivíduo só aceita fazer exercício físico se vir nisso objectivos claros ou se essa prática lhe trouxer algum prazer!
18 A sexualidade
19 Os afectos Que se amor não se perde em vida ausente Menos se perderá por morte escura, Porque, enfim, a alma vive eternamente, E amor é feito de alma e sempre dura. Camões
20 Sentir-se amado e cuidado pelos que mais ama
21 Continuidade do desenvolvimento cognitivo
22 Valorizar o idoso como guardião do conhecimento e sabedoria dos diferentes grupos e culturas estimulando a troca intergeracional.
23 A Aprendizagem ao longo da vida Aprendizagem das novas tecnologias como forma de se manter ligado ao mundo. As universidades seniores Utilizar algum tempo para cultivar novos e velhos conhecimentos: Exposições, conferencias, feiras, etc
24 A vida social O lugar privilegiado do idoso é na família de que se sente pertença
25 Porque Os membros da família não são substituíveis por similares ou pessoas melhor qualificadas. Os membros da família são vinculados uns aos outros. As famílias são histórias em andamento (Nelson e Nelson (citado por Freitas et al, 2002)
26 os amigos Reviver os passados comuns. Sentir as pertenças. Evitar a solidão.
27 Participação de cidadania
28 O espaço vazio do tempo livre Os tempos vazios, são geralmente tempos de solidão. Tempo que se consome do pouco que resta.
29 Por isso eu tomo drogas. Sou um convalescente do momento. Moro no Rés-do-chão do pensamento E ver passar a vida Faz-me tédio. Fernando Pessoa
30 Prevenção da Solidão Apoio informal Envelhecimento activo Facilitar o luto para a aceitação das perdas Combater o envelhecimento solitário
31 Ousar fazer Ousar Mudar 1. Promover comportamentos de saúde ao longo da vida 2. Criar ambientes amigáveis e capacitadores 3. Reconhecer e capitalizar a experiência e o saber acumulados 4. Promover o acesso ao conhecimento, à educação e à capacitação ao longo da vida 5. Reconhecer e promover a participação das pessoas idosas como elementos activos e produtivos das sociedades Envelhecimento produtivo 6. Promover as solidariedades entre TODAS as gerações, começando na família multigeracional 7. Promover a participação das pessoas idosas com incapacidade 8. Integrar nas equipas multidisciplinares e plurinstitucionais novos profissionais especializados Estar Ouvir Sentir capacitar.
32 Inventaram-se novas formas de prolongar a vida material e biológica. Que sejamos também capazes de inventar novas formas de valorizar a vida que tivemos e recordamos.
33 Não é apenas necessário que o homem saiba ler. Acima de tudo é importante que ele compreenda que os pássaros também tem frio. Sebastião da Gama
34 O segredo é amar. Amar a vida com tudo o que há de bom e mau em nós. Ver todos os céus em cada olhar, Ouvir todos os sons em cada voz. Fernanda de Castro
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