PROMOÇÂO DE SAÙDE BUCAL EM CRIANÇAS CARENTES DE CURITIBA

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Herman Galvão Capistrano
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1 PROMOÇÂO DE SAÙDE BUCAL EM CRIANÇAS CARENTES DE CURITIBA Área temática: Saúde Coordenador: Elaine Machado Benelli Equipe executora: Mayra Xavier e Silva *, Luciana Schneider e Elaine Machado Benelli *** Alunos do Curso de Odontologia UFPR, ** Dep. Bioquímica e Biologia Molecular - UFPR Instituições envolvidas: Universidade Federal do Paraná e ASSOMA (Associação dos Meninos de Curitiba) Resumo Promover saúde consiste em capacitar uma comunidade para melhorar a sua qualidade de vida e de saúde. Este projeto visa ensinar crianças carentes de Curitiba a conhecer e cuidar de seus corpos prevenindo doenças orais. Cento e duas crianças da ASSOMA foram avaliadas por exame clínico e periodontal, testes salivares e diários de dieta. Os resultados mostraram que estas crianças apresentam pobre higiene oral e hábitos dietéticos de risco. Na etapa de orientação, um questionário individual para conscientização da qualidade de higiene geral e oral foi preenchido. A placa dental foi evidenciada com fucsina e removida com a escova e fio dental sob orientação. Atualmente, as crianças estão sendo motivadas através de teatros e reuniões semanais para prática da prevenção. Esta abordagem visa mostrar às crianças a importância dos dentes para manutenção da vida e induzi-las a descobrir como cuidar da sua saúde. Após seis meses, as crianças serão reavaliadas. Palavras - chaves: Cárie, doença periodontal, promoção de saúde bucal. Data de início e término: 02/2003

Bioquímica e Biologia Molecular - UFPR Instituições envolvidas: Universidade Federal do Paraná e ASSOMA (Associação dos Meninos de Curitiba) Resumo Promover saúde consiste em capacitar uma comunidade

2 Introdução Promoção de saúde consiste em ensinar pessoas a ter maior controle sobre sua saúde (CARTA DE OTAWA, 1986, DECLARAÇÃO DE JACARTA, 2002). A efetividade de abordagens tradicionais de prevenção, onde o dentista é o efetor da ação tem sido questionadas quanto à sua efetividade (SCHOU, L. 1991; MOYSÉS, S). Revisões sistemáticas a cerca da efetividade da promoção de saúde oral evidenciam que a melhoria da qualidade de vida, na qual se inclui o autocuidado, mostra-se significativamente mais efetiva que abordagens tradicionais de educação em saúde oral e medidas preventivas individuais (INTERNATIONAL UNION FOR HEALTH PROMOTION AND EDUCATION, 1999). O desenvolvimento de habilidades pessoais como melhorar a auto-estima, diminuir a alienação, incrementar conhecimentos e apresentar opções aparecem como políticas públicas saudáveis. Objetivos Ensinar as crianças da ASSOMA sobre a importância do corpo para manutenção da vida, através de noções de autocuidado para prevenção de cárie e doença periodontal Materiais e métodos Determinação da atividade de cárie e doença periodontal Cento e duas crianças da ASSOMA (Associação dos Meninos de Curitiba) foram avaliadas por exame clínico e periodontal, testes salivares e diários de dieta para determinar a atividade de cárie e doença periodontal (LEONE & OPPENHEIM, 2001; KRASSE, 1988; MOBLEY, 2003; MOYNIHAN, 2001; PAGE, 2002; THYLSTRUP & FEJERSKOV, 1994), realizados no consultório dessa instituição

Revisões sistemáticas a cerca da efetividade da promoção de saúde oral evidenciam que a melhoria da qualidade de vida, na qual se inclui o autocuidado, mostra-se significativamente mais efetiva que

3 pelos acadêmicos devidamente calibrados. As fichas foram adaptadas a partir de modelos já existentes. Auto-avaliação e orientação de higiene oral Nesta etapa as crianças preencheram um questionário para auto-avaliação das suas condições de higiene oral e geral (ANEXO 1). Durante o preenchimento as crianças tocavam e visualizavam os seus corpos, incluindo a cavidade oral, para que as crianças concluíssem por analogia, que tecidos como pele e dentes quando sujos apresentam uma textura rugosa e/ou pegajosas. Após instrução de higiene oral, a placa dental foi evidenciada com fucsina para determinação do índice de higiene oral, e o corante foi removido com a escova e fio dental sob orientação dos acadêmicos. Motivação Nesta etapa, as crianças serão motivadas a manter hábitos de higiene oral e geral, através de concursos de desenho e redação, teatros e reuniões semanais. Nestas reuniões a equipe executora do projeto ensina as crianças de uma maneira informal a descobrirem o seu corpo, auxiliando-as a interpretar os sinais emitidos pelo corpo, como: calor, dor, espessura e textura de tecidos com as atitudes que causaram estas sensações. O objetivo é introduzir a noção de autocuidado, ensinando estas crianças a manterem sua saúde. Após seis meses, as crianças serão reavaliadas. Resultados e discussão Os resultados obtidos dos exames iniciais mostram que 19,6% de menores do sexo feminino e 36,3% do sexo masculino nunca escovam os dentes ou escovam eventualmente. A maioria das crianças não usa fio dental e apresentam altos índices de higiene oral e sangramento gengival. A ingestão de sacarose entre as refeições é

Durante o preenchimento as crianças tocavam e visualizavam os seus corpos, incluindo a cavidade oral, para que as crianças concluíssem por analogia, que tecidos como pele e dentes quando sujos

4 freqüente. A análise nutricional indica 89% das crianças na faixa de alto risco nutricional, sugerindo risco á cárie e doença periodontal. Estes resultados sugerem que os fatores de risco á cárie e doença periodontal nesta população estão associados a pobre higiene oral e hábitos dietéticos. Assim, um programa de prevenção e promoção de saúde foi estruturado para ensinar a prevenir doenças orais. Repercussão A repercussão do projeto junto à população da ASSOMA tem sido avaliada pela participação das crianças nas atividades. Nos concursos de redação e desenho que foram realizados logo após a etapa de orientação apenas 5% das crianças da instituição participaram. Assim, optamos por uma abordagem na forma de reuniões informais com as crianças em pequenos grupos juntamente com os seus orientadores> Nestas atividades a participação das crianças nestas é de aproximadamente 50%. È importante ressaltar que as crianças logo no início da reunião são avisadas que não são obrigadas a assistir, pois para promover saúde o indivíduo deve antes de tudo deve querer fazer esta ação. A equipe executora apenas orienta as crianças, de forma que não passamos nenhuma lista de presença. Referências KRASSE, BO. Risco de Cárie. Guia Prático Para Controle e Assessoramento. 2ed. Quintessence Editora Ltda, LEONE, C. W.; OPPENHEIM. F. G. Physical and Chemical Aspects of Saliva as Indicator of Risk for Dental Caries in Humans. J. Dent. Education, v. 65, , MOBLEY, C. C. Nutrition and dental caries. Dent. Clin. N. Am., v. 47, , MOYNIHAN, P. J. Dietary advice in dental practice. Brit. Dent. J., v.193, , 2001.

Assim, um programa de prevenção e promoção de saúde foi estruturado para ensinar a prevenir doenças orais.

5 MOYSÉS, S; MOYSÉS, S. Associations between health promoting schools policies and indicators of oral health in Brazil Community Dent Health. Health Promotion International, v. 18, SCHOU, L.; WIGHT, C. Does dental health education affect inequalities in dental health? Community Dent Health, v.11, , PAGE, R. C. The etiology and pathogenesis of Periodontitis. Compendium of Continuing Education in Dentistry, v. 23, 11-14, THYLSTRUP, A. & FEJERSKOV, O. Cariologia Clínica. 2ed. Santos Livraria Editora, Mayra Xavier e Silva may-ra@bol.com.br Luciana Schneider lu.xi@bol.com.br Área de atuação: graduandas do curso de Odontologia - UFPR Coordenadora: Elaine Machado Benelli Dep. Bioquímica e Biologia Molecular UFPR, Centro Politécnico Jardim das Américas, Cx. Postal 19046, CEP , Curitiba-PR. Área de atuação: Professora de Bioquímica, graduação em odontologia.

Compendium of Continuing Education in Dentistry, v. 23, 11-14, 2002. THYLSTRUP, A. & FEJERSKOV, O. Cariologia Clínica. 2ed. Santos Livraria Editora, 1994. Mayra Xavier e Silva may-ra@bol.com.

6 ANEXO 1 Questinário de Autoavaliação de Higiene Nome: Idade: Oficina: Conhecendo o seu corpo: 1) Olhe o seu rosto no espelho, parte por parte: cabelo, testa, sobrancelha, olhos, nariz, orelhas, bochechas, lábios, queixo, pescoço 2) O que você vê? Está tudo limpo? 3) Olhe cada parte do seu corpo: ombros, braços, mãos, unhas, tronco, costas, pernas, pés, unhas, etc. 4) O que você vê? Está tudo limpo? 5) Toque o seu rosto, parte por parte. 6) O que você sente? 7) Toque o seu corpo. 8) O que você sente? 9) Olhe no espelho os seus dentes, gengiva, língua e bochechas (por dentro). 10) O que você vê? 11) Toque todos os seus dentes e gengiva com a sua língua, passe a língua no céu da boca. 12) O que você sente? 13) Quantas vezes você toma banho por dia? E que horas? 14) Descreva o seu banho nos mínimos detalhes, por onde você começa, o que sente, onde acaba, e quanto tempo isso dura. 15) Quando você corta as duas unhas? (pés e mãos) 16) Quando você escova os dentes? 17) Descreva esta escovação 18) Qual a parte do seu corpo que você mais gosta e aquela que você menos gosta? Por que? 19) O que é higiene para você? 20) De uma nota de 0 10 para sua higiene geral. 21) O que você pode fazer por você para melhorar?

Está tudo limpo? 5) Toque o seu rosto, parte por parte. 6) O que você sente? 7) Toque o seu corpo. 8) O que você sente? 9) Olhe no espelho os seus dentes, gengiva, língua e bochechas (por dentro).

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