Centrais unidas contra terceirização em todas as atividades das empresas

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1 Boletim 852/2015 Ano VII 14/10/2015 Centrais unidas contra terceirização em todas as atividades das empresas Debate no Senado alinha CUT e Força Sindical contra projeto aprovado na Câmara dos Deputados que amplia a possibilidade de contratação de terceirizados no setor privado Brasília - As maiores centrais sindicais do País fecharam questão e vão assinar na próxima semana um manifesto contra a terceirização de mão de obra nas atividades específicas das empresas, também chamadas de atividades-fim. É o que prevê projeto já aprovado na Câmara e em tramitação no Senado. Até mesmo a Força Sindical, liderada pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, do Partido Solidariedade, de São Paulo, vai assumir posição contrária ao projeto, depois de tê-lo apoiado na Câmara. A nova posição da Força foi anunciada ontem pelo secretário de relações institucionais da entidade e secretário de assuntos parlamentares da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Carlos Lacerda. A decisão da Força foi anunciada durante audiência pública sobre o projeto realizada na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. "Na Câmara, o deputado Paulinho da Força e a própria Força Sindical se colocaram a favor do projeto, em razão dos avanços assegurados", afirmou Lacerda ao DCI. Essa posição favorável, esclareceu, foi motivada pela inclusão no projeto dos itens relativos à parceria solidária entre contratante e contratada para pagar os direitos dos trabalhadores terceirizados e da especialização única de cada empresa terceirizada. Mesmo assim, Lacerda destacou que não se pode permitir que o projeto suspenda a proibição de terceirização para atividades-fim, de acordo com a súmula 331 aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral. A Força Sindical agregou contra a terceirização na atividade-fim a UGT, a Nova Central e a CSB, que haviam também apoiado o projeto na Câmara. Em posição radicalmente 1

2 contrária ao projeto já estavam a Central Única dos Trabalhadores (CUT), CTB, Conlutas e Intersindical. Precarização do trabalho Presente à audiência pública, a representante da CUT Graça Costa reforçou também que todas as centrais sindicais estão juntas contra a terceirização em todas as atividades. Ela defendeu o arquivamento do projeto e sua substituição por outro elaborado pela CUT. Relator da proposta na Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional (CDN), que avalia os projetos da chamada Agenda Brasil, elenco de medidas para reaquecer a economia, o senador Paulo Paim (PT-RS) anunciou na audiência pública a intenção de apresentar um substitutivo em que vetará a terceirização para todas as atividades de uma empresa. "Se vocês asseguram que não haverá perdas para os trabalhadores, vou colocar apenas uma cláusula em meu parecer - a de que nenhum terceirizado ganhará menos do que os servidores efetivos das empresas que desempenham funções semelhantes e a eles serão asseguradas as mesmas condições de trabalho", provocou Paim. O parlamentar se referiu aos depoimentos prestados na audiência pública por representantes da indústria, Alexandre Furlan, e do comércio, o deputado federal Laércio Oliveira (SD-SE), e pelos professores Hélio Zylberstajn e José Pastore, da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo. Oliveira lamentou que o projeto tenha excluído as estatais e a administração pública de recorrer à terceirização. "Isso diminuirá as condições da Petrobras de competir no mercado global, onde as petroleiras praticam a terceirização", apontou. Em comum afirmaram que o projeto, ao contrário do que vêm afirmando as centrais, contribuirá para a melhoria da produtividade das empresas. Pastore também apontou que nenhum direito dos trabalhadores será suprimido. Abnor Gondim (Fonte: DCI dia ). 2

3 Santa Casa inicia a demissão de funcionários 184 médicos estão na lista; rescisões serão parceladas em até 23 meses, o que enfrenta resistência de sindicatos ISABELA PALHARES - O ESTADO DE S. PAULO SÃO PAULO - A Santa Casa de São Paulo começou nesta terça-feira, 13, a demitir funcionários, cerca de 12% do quadro total. As demissões fazem parte do plano de reestruturação da instituição, que estima economizar R$ 7 milhões por mês com a medida. Com a previsão de gastar R$ 60 milhões com as rescisões, a entidade informou que parcelará o pagamento aos demitidos, o que ainda enfrenta resistência dos sindicatos. É legítimo que o sindicato não aceite, até porque a proposta que estamos fazendo não é boa, mas é a proposta que conseguimos fazer. Consideramos digna, mas não boa. Ela ainda assim é melhor para os funcionários do que uma discussão na Justiça, disse o superintendente José Carlos Vilela. A proposta é pagar os débitos trabalhistas em até 23 meses. Excesso. Vilela negou que as demissões possam afetar o atendimento médico, já que havia um excesso de pessoal na Santa Casa desde o início do ano. Eder Gatti, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo, disse entender a necessidade das demissões e as dificuldades financeiras da Santa Casa que acumula dívida de R$ 800 milhões, mas afirmou que os funcionários estão sendo prejudicados com o parcelamento. Fizemos diversas propostas para evitar um prejuízo maior aos demitidos e nenhuma delas foi aceita pela Santa Casa. Não há negociação com eles. Dos demitidos, são da área administrativa e há 184 médicos. Edgar Veloso, diretor do Sinsaude, sindicato que representa funcionários técnicos e administrativos, disse que os demitidos devem avaliar se aceitam a proposta da Santa Casa e, se não quiserem, podem ingressar com ação coletiva contra a entidade. Depois de tantos meses trabalhando sob pressão e de serem demitidos, ainda não vão receber os direitos trabalhistas. Eles estão indignados, disse. 3

4 Câmara aprova MP que cria plano contra demissão Os destaques e a redação final da MP devem ser votados nesta quarta-feira IGOR GADELHA - O ESTADO DE S.PAULO BRASÍLIA - A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira o texto-base da Medida Provisória (MP) 680/2015, que cria o Programa de Proteção ao Emprego (PPE). O texto aprovado foi o parecer do relator na Comissão Mista no Congresso, deputado Daniel Vilela (PMDB-GO), que prevê mudanças em relação à proposta original enviada pelo Executivo, entre elas a ampliação dos períodos de adesão e de participação do plano pelas empresas. Os destaques e a redação final da MP devem ser votados hoje. Com as mudanças propostas pelo relator e aprovadas em plenário, as empresas poderão participar do programa por até 24 meses, sendo seis meses iniciais, que poderão ser renovados sucessivamente. Na Medida Provisória original enviada pelo governo federal, a duração máxima era de 12 meses. O texto aprovado também ampliou o prazo final para adesão ao programa. As companhias poderão aderir até 31 de dezembro de Até então, o prazo final era 31 de dezembro deste ano. Deputados também aprovaram a mudança proposta pelo relator, prevendo que a convenção ou acordo coletivo de trabalho do PPE prevaleçam sobre a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), desde que não contrariem a Constituição, convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) ratificadas pelo Brasil e normas de higiene, saúde e segurança do trabalho. O relator da matéria, contudo, anunciou um acordo entre partidos para retirar esse item, considerado o mais polêmico, na votação dos destaques. Já em vigor desde o último dia 7 de julho, o PPE permite a empresas em dificuldade financeira reduzir, em até 30%, a carga horária dos funcionários e os salários pagos. Para os trabalhadores, contudo, a redução será apenas de metade desse porcentual. A outra parte será bancada pelo governo federal por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), no limite de até R$ 900,84. (Fonte: Estado SP dia ). 4

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